Mauro Ferreira no G1

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sábado, 19 de setembro de 2015

Sem noção de 'timing', Daniela se excede nas falas e engordura show íntimo

Resenha de show
Título: Daniela Mercury - A voz  e violão
Artista: Daniela Mercury (em foto de Rodrigo Goffredo)
Local: Theatro Net Rio (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 16 de setembro de 2015
Cotação: * * 1/2

O primeiro número do show Daniela Mercury - A voz e o violão foi tão bonito, na estreia carioca, que ninguém poderia supor que o recital iria sair do tom e desandar ao longo de suas quase três horas de duração. Nesse começo, a cantora baiana surgiu no palco do Theatro Net Rio como uma aparição - como um orixá envolto em sua dança - e cantou Dara (Daniela Mercury, 2000) com coreografias que evocavam a África embutida no tema de autoria da artista. Na sequência, uma música inédita do próximo álbum da cantora - Tô samba da vida, também da lavra de Daniela - se insinuou interessante enquanto Ilê pérola negra (O canto do negro) (Guiguio, René Veneno e Miltão, 2000), festiva saudação ao bloco afro-baiano Ilê Aiyê feita sem a percussão, teve ressaltada a beleza de sua melodia no desnudado registro da voz de Daniela com o violão de Alex Mesquita. Nesse começo de show, tudo sinalizava um recital de bom nível. Mas eis que, a partir daí, Daniela perdeu a noção de timing, se excedeu em falas (várias sem sentido) e engordurou um show que se tornou longo, por vezes cansativo, quando poderia ter sido luminoso. O caco posto em verso de Desafinado (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1959) - desritmado, palavra usada pela artista para desqualificar a noção de ritmo da plateia que marcara com palmas o andamento de Ilê pérola negra - foi um sinal de que Daniela se aproveitaria do clima de intimidade propiciado pelo formato do show para abusar dos discursos e comentários. Quando se limitou a cantar, seja dando voz a um tema do universo pop contemporâneo português como Rosa sangue (Jorge Cruz e Thiago Dias, 2011) ou a um sucesso do cantor cearense Raimundo Fagner (Noturno, Graco e Caio Silvio, 1979), o show parecia que ia entrar no tom. Mas a impressão era sempre falsa. Daniela voltava a arrumar pretexto para falar alguma coisa, forçando intervenções da plateia, inclusive dos convidados vips. Geraldo Azevedo, chamado ao palco, se garantiu ao improvisar terno dueto com a cantora em seu hit Dia branco (Geraldo Azevedo e Renato Rocha, 1979), mas o artista gráfico Gringo Cardia foi constrangido a "criar um cenário para o show" de onde estava sentado. No meio de tanto fala dispensável, o bloco de músicas sobre o Ilê Aiyê - saudado no medley que junta O mais belo dos belos (A verdade do Ilê) (Guiguio, 1992) com O charme da liberdade (Adailton Poesia e Valter Farias, 1992) e com a também irresistível Por amor ao Ilê (Guiguio, 1994) - se impôs pela força dos temas. Mesmo sendo cantora que oscila fora do universo da axé music, Daniela arriscou versão a capella, sem microfone, de O bêbado e a equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc, 1979), que impressionou (positivamente) pela ousadia e ambiência teatral - foi feito com a cantora ao fundo do palco - do que pela interpretação em si. Ainda teatral, Daniela cantou Chico Buarque - em ágil número que emendou Cálice (Chico Buarque e Gilberto Gil, 1973) com Deus lhe pague (Chico Buarque, 1971) - e arriscou tema da banda Legião Urbana, cantando Há tempos (Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Russo, 1989) em tom meio raivoso. Ao violão que dá nome ao show, Alex Mesquita se virou nos 30 para acompanhar a cantora em roteiro que abriu espaço para improvisos. De toda forma, pareceu que ele, o violão, nem estava lá, já que Daniela deixava no ar a impressão de que queria ocupar todos os espaços e sons do palco nu do Theatro Net Rio. E o fato é que o show transcorreu longo, em gangorra. Alguns instantes de beleza, como a interpretação respeitosa da balada Meu plano (Lenine e Dudu Falcão, 2003), elevaram o nível deste show desplugado. Em contrapartida, Super homem, a canção (Gilberto Gil, 1979) perdeu significados e sutilezas em interpretação sem a devida delicadeza. No bis, já de volta ao terreirão do axé, Daniela se confirmou a rainha do gênero pela habilidade em selecionar repertório e fazer discos com conceito. Por isso mesmo, e pelo honroso histórico da cantora nos palcos, o show Daniela Mercury - A voz e o violão é ponto menos luminoso na carreira da artista. Um "show anormal", como caracterizou, marota, a própria Daniela. "Fiz um stand-up", resumiu a artista ao fim da apresentação, como se isso fosse engraçado. Não foi. Ao menos no palco do Theatro Net Rio, seu show show transcorreu sem graça - não pela música em si, mas pela falta de noção e de timing  da cantora em suas falas.

22 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ O primeiro número do show Daniela Mercury - A voz e o violão foi tão bonito, na estreia carioca, que ninguém poderia supor que o recital iria sair do tom e desandar ao longo de suas quase três horas de duração. Nesse começo, a cantora baiana surgiu no palco do Theatro Net Rio como uma aparição - como um orixá envolto em sua dança - e cantou Dara (Daniela Mercury, 2000) com coreografias que evocavam a África embutida no tema de autoria da artista. Na sequência, uma música inédita do próximo álbum da cantora - Tô samba da vida, também da lavra de Daniela - se insinuou interessante enquanto Ilê pérola negra (O canto do negro) (Guiguio, René Veneno e Miltão, 2000), festiva saudação ao bloco afro-baiano Ilê Aiyê feita sem a percussão, teve ressaltada a beleza de sua melodia no desnudado registro da voz de Daniela com o violão de Alex Mesquita. Nesse começo de show, tudo sinalizava um recital de bom nível. Mas eis que, a partir daí, Daniela perdeu a noção de timing, se excedeu em falas (muita sem sentido) e engordurou um show que se tornou longo, por vezes cansativo, quando poderia ter sido luminoso. O caco posto em verso de Desafinado (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1959) - desritmado, palavra usada pela artista para desqualificar a noção de ritmo da plateia que marcara com palmas o andamento de Ilê pérola negra - foi um sinal de que Daniela se aproveitaria do clima de intimidade propiciado pelo formato do show para abusar dos discursos e comentários. Quando se limitou a cantar, seja dando voz a um tema do universo pop contemporâneo português como Rosa sangue (Jorge Cruz e Thiago Dias, 2011) ou a um sucesso do cantor cearense Raimundo Fagner (Noturno, Graco e Caio Silvio, 1979), o show parecia que ia entrar no tom.

Mauro Ferreira disse...

Mas a impressão era sempre falsa. Daniela voltava a arrumar pretexto para falar alguma coisa, forçando intervenções da plateia, inclusive dos convidados vips. Geraldo Azevedo, chamado ao palco, se garantiu ao improvisar terno dueto com a cantora em seu hit Dia branco (Geraldo Azevedo e Renato Rocha, 1979), mas o artista gráfico Gringo Cardia foi constrangido a "criar um cenário para o show" de onde estava sentado. No meio de tanto fala dispensável, o bloco de músicas sobre o Ilê Aiyê - saudado no medley que junta O mais belo dos belos (A verdade do Ilê) (Guiguio, 1992) com O charme da liberdade (Adailton Poesia e Valter Farias, 1992) e com a também irresistível Por amor ao Ilê (Guiguio, 1994) - se impôs pela força dos temas. Mesmo sendo cantora que oscila fora do universo da axé music, Daniela arriscou versão a capella, sem microfone, de O bêbado e a equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc, 1979), que impressionou (positivamente) pela ousadia. Teatral, Daniela também cantou Chico Buarque - em ágil número que emendou Cálice (Chico Buarque e Gilberto Gil, 1973) com Deus lhe pague (Chico Buarque, 1971) - e arriscou tema da banda Legião Urbana, cantando Há tempos (Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Russo, 1989) em tom raivoso. Ao violão que dá nome ao show, Alex Mesquita se virou nos 30 para acompanhar a cantora em roteiro que abriu espaço para improvisos. De toda forma, pareceu que ele, o violão, nem estava lá, já que Daniela deixava no ar a impressão de que queria ocupar todos os espaços e sons do palco nu do Theatro Net Rio. E o fato é que o show transcorreu longo, em gangorra. Alguns instantes de beleza, como a interpretação respeitosa da balada Meu plano (Lenine e Dudu Falcão, 2003), elevaram o nível deste show desplugado. Em contrapartida, Super homem, a canção (Gilberto Gil, 1979) perdeu significados e sutilezas em interpretação sem a devida delicadeza. No bis, já de volta ao terreirão do axé, Daniela se confirmou a rainha do gênero pela habilidade em selecionar repertório e fazer discos com conceito. Por isso mesmo, e pelo honroso histórico da cantora nos palcos, o show Daniela Mercury - A voz e o violão é ponto menos luminoso na carreira da artista. Um "show anormal", como caracterizou, marota, a própria Daniela. Não pela música em si, mas pela falta de noção e de timing da cantora.

Fabio disse...

Daniela deveria cantar mais e falar menos. Essa exaltação sobre o país, sobre a cultura, sobre a música é muito blábláblá. Menos Daniela, menos.

Unknown disse...

Que pena que daniela nao.soube dar o seu melhor neste show, pois a mesma é dona de uma otima discografia e dona de momentos memoráveis na carreira, dias melhores para Daniela viram e se for pra ser, este show tomara seu rumo.
Uma pena que nao esteja do nivel que Daniela é.

Unknown disse...

Pela leitura do post anterior ja sabia que ganharia 2 e meio

Unknown disse...

A proposta de Daniela Mercury nesse concerto/espetáculo é isso mesmo, é inédito. O que ela fala no palco merece atenção e reflexão, pois estamos vivendo um Brasil careta e muito preconceituoso, e o Brasil já foi mais tolerante com as pessoas, e mais exigente com seus artistas. Daniela veio de uma época que cantor era artista, que além de cantar bem tinha pensamento político próprio. Atualmente qualquer um diz ser artista ou cantor sem ser. Precisamos valorizar mais os nossos artistas de verdade, e a Daniela Mercury é uma artista de verdade maravilhosa, nos faz pensar, nos liberta, nos alegra! Parabéns por ser tão única e uma artista de verdade, Daniela Mercury!

Unknown disse...

A proposta de Daniela Mercury nesse concerto/espetáculo é isso mesmo, é inédito. O que ela fala no palco merece atenção e reflexão, pois estamos vivendo um Brasil careta e muito preconceituoso, e o Brasil já foi mais tolerante com as pessoas, e mais exigente com seus artistas. Daniela veio de uma época que cantor era artista, que além de cantar bem tinha pensamento político próprio. Atualmente qualquer um diz ser artista ou cantor sem ser. Precisamos valorizar mais os nossos artistas de verdade, e a Daniela Mercury é uma artista de verdade maravilhosa, nos faz pensar, nos liberta, nos alegra! Parabéns por ser tão única e uma artista de verdade, Daniela Mercury!

Unknown disse...

A proposta de Daniela Mercury nesse concerto/espetáculo é isso mesmo, é inédito. O que ela fala no palco merece atenção e reflexão, pois estamos vivendo um Brasil careta e muito preconceituoso, e o Brasil já foi mais tolerante com as pessoas, e mais exigente com seus artistas. Daniela veio de uma época que cantor era artista, que além de cantar bem tinha pensamento político próprio. Atualmente qualquer um diz ser artista ou cantor sem ser. Precisamos valorizar mais os nossos artistas de verdade, e a Daniela Mercury é uma artista de verdade maravilhosa, nos faz pensar, nos liberta, nos alegra! Parabéns por ser tão única e uma artista de verdade, Daniela Mercury!

Fernando Lima disse...

Há muito que ela tem se perdido nos excessos, principalmente abusando da paciência da público.Um dos excessos é a preferência inexplicável de só cantar em tons altos e que não se adequam à sua bela voz. Pena... quando ela se preocupava com a música, e buscava a beleza e equilíbrio nas interpretações era imbatível.

Daniel disse...

Eu adorei o show e não vi nenhum problema na Daniela interagir com a plateia e falar bastante. A única coisa desnecessária foi a insistência com o Gringo Cardia. Sobre a duração do show, quase 3 horas, só se torna chato porque foi realizado durante a semana e muita gente acorda cedo no dia seguinte. Se fosse num final de semana, seria perfeito. Sempre gostei da Daniela e confesso que passei a gostar ainda mais depois desse show, não só pelo repertório, mas por espontaneidade no palco, tentando aproximar o público com seus comentários e (boas) brincadeiras.

Unknown disse...

Acho que falar, converssar com o publico nao a nada de mal Vinícius de Moraes fazia isso Bethânia faz entre outros, mesmo nao assistido o show acredito que Mauro esta bem veredico no post

Gill Sampaio Ominirò disse...

Mauro, esse trecho "se excedeu em falas (muita sem sentido)" me deixou confuso. Seria "muita E sem sentido" ou "muitO sem sentido"?

Ítalo Vinícius, em que show vc viu Bethânia se alongar falando com a plateia? Vi todos os seus shows de carreira desde 1993 e não me lembro de nenhum. Mesmo em Maricotinha no qual ela fala com a plateia (e não conversa) em textos aparentemente descontraídos, são textos elaborados, ensaiados e métricos. Há shows em que Bethânia se limita apenas a agradecer aos senhores.

Mauro Ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mauro Ferreira disse...

Gill, alterei o texto para deixar claro o que eu quis dizer: várias falas sem sentido. Não me refiro aos discursos políticos de Daniela, até porque todo artista tem direito de marcar posição no palco, mas às várias falas bobas que pautaram o show. Uma pena! Grato pelo toque! Abs, MauroF

Gill Sampaio Ominirò disse...

Mauro, eu já assisti dezenas de show de Daniela, até porque gosto muito do seu trabalho. Tenho sua discografia completa em CD e DVD. Mas sim, ela erra como todo mortal. O projeto Clássica, por exemplo, para mim não serve nem pra música de elevador. Ela conseguiu deixar alguns clássicos da MPB inaudíveis.

E ela fala mesmo, muito, às vezes coisas bem interessante, como a importância de se saber reconhecer a música baiana como música de qualidade, separando o joio do trigo. A importância do samba-reggae na MPB. Você sabe muito bem o que a música baiana causou na MPB mais erudita nos fins da década de 80 e toda a de 90. Para mim foi uma revolução. Penso muito em escrever sobre isso, com um mote sociológico.

Mas Daniela, às vezes, perde a linha, a noção e se acha até engraçada. Lembro-me quando em Santo Amaro da Purificação, anos atrás, ela imitou Bethânia naquela corridinha de ponta de pé na frente de Berré, e esta ficou nitidamente chateada e deixou isso claro nos gestos que fez. Daniela age com muito boa intenção, seu entendo assim, mas ela se excede muito às vezes, infelizmente.

Não muda o que penso de sua música, ao que ela se propõe fazer, o faz muito bem, não como "rainha do axé", título o qual detesto, mas como importante cantora de música brasileira, porém com verve mais festiva. Ainda assim, ela tem gravações não festivas muito boas como "Como vai você" e "De tanto amor" dentre outras.

Esse show eu nem quis ir pq já imaginava o que se daria. Aguardo o próximo com os tambores.

Tiago disse...

Poxa, que pena, gosto tanto da Daniela... 3 horas de show não dá, né? Essa é a duração de um show normal dela. Poderia fazer um show mais enxuto, sei lá, 1h40, dando uma lapidada nesse roteiro, privilegiando o que ela não canta costumeiramente. Talento não falta!

Estalactites hemorrágicas disse...

Conseguiu bater o recorde do Elymar Santos:
Palco?
"Daqui não saio daqui ninguém me tira"


Mais um pouco teria que ter intervalo tipo ópera


Ricardo Sérgio

Unknown disse...

Meu caro Gill eu nao disse que bethania se "alonga" e respondendo a sua pergunta só tive o privilégio de ir em 2 espetaculos dela

Chico disse...

Eu amo a Daniela, mas ela está muito chata mesmo há alguns anos com esses discursos. E meio louca, no carnaval ela encenou a própria morte no trio, cena totalmente sem sentido. Apesar de não ter visto este show de violão, acredito piamente no que o Mauro disse sobre falas sem sentido.

Unknown disse...

Acho super pertinente sua crítica, Mauro. Em São Paulo, ao menos no dia em que eu assisti, houve falas, mas poucas. Tanto que o show teve 2 horas e quinze, aproximadamente, de duração. A impressão que tenho é que, ao perceber que há famosos na plateia, ela passa a se exibir demais, de forma desnecessária... Haja vista algumas participações dela em programas de TV. De qualquer forma, é uma excelente e corajosa artista. Tomara que leia essa crítica e faça uma reflexão a respeito da mesma. Um abraço!

Unknown disse...

Adoro Daniela, mas essa mania de falar demais ... é literalmente demais... sem contar os choros fakes... mas como dizem '' o que fica é a obra '' rsrsrs

Jeremias Barreto disse...

Não assisti ao vivo, mas comprei o DVD. Daniela é uma grande artista de nossa música, acredito que é uma das pouco vanguardistas que nos restou. Sempre tenta aproximar o popular do erudito, assim fez ao colocar um piano de calda no meio da barra em uma de suas apresentações no carnaval de Salvador. O que sinto que falta a ela é uma boa direção artística, não para coreografias ou figurinos, nisso ela manda muito bem sozinha, mas sim em roteiro de show. Ela possui músicas lindíssimas, ma pouco aproveitadas e outras já cansativas. Quando olhei o encarte do DVD e vi que ela cantaria Swing da Cor, o Canto da Cidade e Pérola Negra, pensei: meu Deus, mais do mesmo?! Ainda que tenha feito releituras, ela se torna repetitiva, desgastante, forçada e nos dá a impressão de que vive de um passado, embora glorioso, mas que não existe mais. Concordo que os discursos demasiados são desnecessários, embora repute como importante muita coisa que ela pontua, todavia, como é contumaz, acaba perdendo a importância. No DVD eles editaram bastante as falas e ainda assim eu o achei longo, pois levar um show todo só no violão é para poucos. Outra coisa que você foi benevolente, mas que merece ser destacado é o fato dos exageros vocais. Daniela tem uma voz linda, sempre teve e hoje, com o amadurecimento técnico e da própria idade, está melhor ainda, todavia ela tem exagerado absurdamente nos vibratos, melismas, firulas, fazendo músicas lindas se tornarem cansativas, chatas.. Admiro muito ela como artista, reconheço o potencial de seu trabalho e torço para que ela se reencontre em sua carreira e história, por hora, me mantenho escutando aquilo que ela canta pouco e que muito me agrada, como: "Dona desse lugar", "Paula e Bebeto", "Seda Azul", dentre outras pérolas perdidas em sua carreira.