Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


domingo, 31 de maio de 2015

O (re)encontro de Elba com Geraldo em show vai ganhar registro audiovisual

Embora ainda nem tenha lançado o DVD do espetáculo Cordas, Gonzaga e afins (2014), Elba Ramalho já planeja fazer outro registro audiovisual de show. Em turnê nacional pelo Brasil desde 2014, o show feito pela cantora paraibana em dupla com o cantor e compositor pernambucano Geraldo Azevedo, Um encontro inesquecível, vai ser gravado ao vivo no segundo semestre deste ano de 2015. A previsão é de que o registro ao vivo do show em CD e DVD seja feito em setembro.

Novela faz ser de Tiê única gravação nacional no atual 'top singles' do iTunes

EDITORIAL - Uma única gravação de artista brasileiro figura entre as dez músicas do Top singles do iTunes na tarde de hoje, 31 de maio de 2015. Trata-se de A noite (2014), versão em português (escrita por Tiê com Adriano Cintra, André Whoong e Rita Wainer) da canção italiana La notte (Giuseppe Anastasi, 2012), lançada pela cantora italiana Arisa há três anos no álbum Amami (Warner Music, 2012). A noite ocupa honroso oitavo lugar na lista de Top singles do iTunes. Gravada pela cantora e compositora paulistana em seu terceiro álbum, Esmeraldas (Warner Music, 2014), A noite galga posições na parada de Top singles do iTunes somente porque vem sendo propagada em escala nacional na trilha sonora da novela I love Paraisópolis, recém-estreada pela TV Globo, com sucesso, no horário das 19h. A música toca quase diariamente na novela, já que foi escolhida para ser o tema da protagonista Marizete, vivida pela atriz Bruna Marquezine. Foi um golpe de sorte que põe em evidência o terceiro álbum de Tiê - em foto de Leandro HBL - aos 44 do segundo tempo. Lançado em setembro de 2014, o bom álbum Esmeraldas foi alvo de alto investimento da gravadora Warner Music. Mas o disco parecia não justificar até então esse alto investimento. Recebido de forma positiva (mas sem grande entusiasmo) pela crítica, Esmeraldas já parecia fadado ao esquecimento quando a inclusão de seu single - A noite foi desde o início a faixa escolhida pela Warner Music para promover o disco - na trilha sonora de uma novela de sucesso da TV Globo reverte o quadro a favor do álbum e de Tiê, corroborando a tese de que, com as rádios cada vez mais segmentadas e com o mercado fonográfico cada vez mais estruturado em nichos, somete a execução maciça de uma música em novela parece ser capaz de gerar um hit nacional. A noite fez muito sucesso na Itália na versão original gravada pela cantora Arisa. Não parecia uma música capaz de florescer no doce jardim de Tiê. Mas eis que entrar na novela certa, para ilustrar as cenas da personagem certa, faz a música e o próprio álbum ganhar outro status no mercado fonográfico, renovando as chances de Esmeraldas escapar do ostracismo quase completo.

Alessandra Leão afia sua Língua com edição de 'Aço', segundo EP de trilogia

Após três álbuns (Brinquedo de tambor, Folia de Santo e Dois cordões (editados em 2006, 2008 e 2009, respectivamente) e uma trilha sonora para espetáculo teatral (Guerreiras, lançada em 2010 no formato de livro com CD), a cantora, compositora e percussionista pernambucana Alessandra Leão - artista egressa do grupo Comadre Fulozinha, atualmente radicada na cidade de São Paulo (SP) - deu continuidade à sua carreira fonográfica em novembro de 2014 com a edição de Pedra de sal, primeiro título de um trilogia de EPs intitulada Língua. Aço - lançado neste mês de maio de 2015 em edição independente da Garganta Records em parceria com a YB Music- é o segundo título da trilogia que será finalizada no segundo semestre do ano com a edição de Língua, disco previsto para agosto de 2015 e que dá nome ao ciclo de EPs. Com seis músicas, Aço alinha composições de autoria de Alessandra, feitas com parceiros como Caçapa - produtor musical do disco, gravado sob a direção artística da própria Alessandra - e Rafa Barreto. Coquista e cirandeira, a cantora paraibana Odete de Pilar é convidada de Alessandra na música Corpo de lã. Já o paulistano Kiko Dinucci toca guitarra em Acesa, faixa com a qual colaborou também para a criação do arranjo.  Com temas autorais como Prolonga e MergulhoAço afia a língua de Alessandra Leão.

Lenine e Seu Jorge participam do registro acústico ao vivo do Capital em NY

A IMAGEM DO SOM - Postada na página oficial do Capital Inicial no Facebook, a foto mostra Lenine e Dinho Ouro Preto ensaiando para a gravação ao vivo do CD e DVD Acústico 2. O cantor e compositor pernambucano é um dos convidados do show acústico que o grupo brasiliense - do qual Dinho é vocalista - vai fazer e registrar na casa Terminal 5, em Nova York (EUA), em gravação programada para 6 de junho de 2015. Seu Jorge e Thiago Castanho são os outros convidados do Capital no CD e DVD que a gravadora Sony Music vai lançar no segundo semestre deste ano de 2015.

sábado, 30 de maio de 2015

Primeiro (raro) álbum de Mariene de Castro, 'Abre caminho', vai ser reeditado

Obra-prima da discografia da cantora baiana Mariene de Castro, o álbum Abre caminho (Eldorado / Distribuidora Independente, 2005) - primeiro título da obra fonográfica da artista - vai ser reeditado pela gravadora Universal Music no segundo semestre deste ano de 2015. Gravado em Salvador (BA) em 2004, nos estúdios Palco Livre e WR, o álbum foi lançado com tiragem de mil cópias - que logo se esgotaram - e desde então se tornou um disco bem raro. Até então item de colecionador, Abre caminho é grande disco que apresentou um som voltado para o samba da Bahia, com fortes tons regionais. O compositor baiano Roque Ferreira assina - sozinho ou com parceiros como J. Velloso (coprodutor do disco produzido pela própria Mariene) - nada menos do que oito das 16 músicas do disco. Entre elas, Prece de pescador (Roque Ferreira e J. Velloso) - composição que mostra como Roque se tornou o único seguidor do compositor baiano Dorival Caymmi (1914 - 2008) - e o samba que dá nome ao CD, Abre caminho,  parceria com J. Velloso e com a própria Mariene. 

Hyldon regrava primeiro álbum, lançado há 40 anos, apenas com voz e violão

O soulman Hyldon continua na rua, na chuva e na fazenda. Por mais que venha tentando renovar seu repertório e abrir parcerias, como fez no ótimo disco de inéditas Romances urbanos (Sony Music, 2013), o cantor, compositor e músico baiano - radicado no Rio de Janeiro (RJ) - continua associado ao inspirado repertório autoral de seu primeiro álbum, Na rua, na chuva, na fazenda (Polydor, 1975). Repertório que gerou hits instantâneos como As dores do mundo e Na sombra de uma árvore. Tanto que, para lembrar os 40 anos de lançamento do LP, Hyldon decidiu regravar as 12 músicas do álbum no CD intitulado Na rua, na chuva, na fazenda - A origem. O subtítulo A origem alude ao fato de Hyldon estar revisitando as músicas tal como elas foram concebidas ao violão em gravação mixada por Cézar Delano. À venda no site oficial do artista, em edição da DPA Music, o remake do álbum Na rua, na chuva, na fazenda - cuja música-título foi previamente lançada em compacto, em 1973 - reapresenta as 12 músicas em ordem diversa da exposição das faixas no LP lançado em 1975. Eis a ordem das 12 músicas do disco lançado neste mês de maio de 2015 com capa que exibe Hyldon em foto de Daryan Dornelles e no projeto gráfico de Flávio Albino:

1. Na sombra de uma árvore (Hyldon)
2. Eleonora (Hyldon)
3. Na rua, na chuva, na fazenda (Hyldon)
4. Sábado e domingo (Hyldon e Nenem)
5. As dores do mundo (Hyldon)
6. Quando a noite vem (Hyldon)
7. Acontecimento (Hyldon)
8. Vamos passear de bicicleta? (Hyldon)
9. Guitarras, violinos e instrumentos de samba (Hyldon)
10. Vida engraçada (Hyldon)
11. Meu patuá (Hyldon)
12. Balanço do violão (Hyldon e Beto Moura)

Cantor do Céu da Boca volta à cena com álbum solo em que dialoga com Ary

Integrante do Céu da Boca (extinto grupo vocal carioca que atuou de 1979 a 1984, tendo gravado dois LPs, e cuja origem remete a coral da Pró Arte formado em meados dos anos 1970), o cantor Ronald Valle retoma sua carreira fonográfica três décadas após a paralisação das atividades do grupo que incluía cantores como Chico Adnet, Dalmo Medeiros, Maúcha Adnet e Verônica Sabino. Em seu primeiro álbum solo, Presente, Valle - em foto de Rafaê Silva - dá sua voz de tenor a um repertório autoral que inclui músicas como Fibras tensas, Filosófica canção e No elevador. Em Presente, disco viabilizado através de financiamento coletivo, o cantor registra parcerias com Alfredo Karam (como Dose) e Alexandre Lemos (caso de Filho da rua). Aliás, uma música com Lemos, Isso aqui é o que é, dialoga com um dos famosos sambas do cancioneiro do compositor mineiro Ary Barroso (1903 - 1964), Isto aqui, o que é? (Sandália de prata), tema lançado em 1942.

Barbara Ohana lança EP, 'Dreamers', produzido por Adriano Cintra e Apollo 9

Após dois singles, Golden hours (o primeiro, lançado em setembro de 2014) e Ordinary peace, a cantora e compositora carioca Barbara Ohana apresenta o EP Dreamers, com oito músicas autorais compostas em inglês e gravadas entre Chicago (EUA), Nova York (EUA) e São Paulo (SP). A produção das faixas do disco está dividida entre Adriano Cintra, Apollo 9, Edu Marson e Gabriel Mielnick. Radicada em São Paulo (SP), Ohana começou na música como integrante do coral Meninas Cantoras dos Canarinhos de Petrópolis. Com o grupo, Ohana soltava a voz em músicas em português, francês e até em latim. Mais tarde, trabalhou como backing-vocal do cantor baiano Gilberto Gil. Mas a vivência posterior nos Estados Unidos redirecionou o canto e a linguagem musical de Ohana, que passou a compor em inglês, fazendo indie pop com influência de glam rock. O que explica músicas como Like a minute (Barbara Ohana) e Lost cause (Barbara Ohana), produzidas pelo ex-CSS Adriano Cintra para o EP Dreamers. Apollo 9 é parceiro e produtor da música-título DDRREEAAMMEERRSS, além de ter sido o piloto de faixas como Desert island, composição da qual é parceiro de Ohana e de Edu Marson, produtor da faixa  Karaokê track. O EP já está na rede digital.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Eis a capa do segundo álbum de Arthur Nogueira, Sem medo nem esperança

Esta é a capa do segundo álbum de Arthur Nogueira, Sem medo nem esperança, disco que vai chegar ao mercado fonográfico em junho de 2015 em edição da gravadora Joia Moderna. A expressiva capa é assinada pelo artista gráfico Gabriel Martins. Cantor e compositor paraense radicado em São Paulo (SP), Nogueira tem parcerias com o poeta carioca Antonio Cícero, caso da música que dá título ao disco e que foi lançada na voz de Gal Costa. Sem medo nem esperança é o rock que abre o álbum Estratosférica - editado neste mês de maio de 2015 - e que tem dado visibilidade a Nogueira fora da cena indie por ser uma das músicas mais elogiadas do álbum de Gal. Eis as dez músicas (e seus respectivos compositores) de Sem medo nem esperança, álbum gravado de junho de 2014 a abril deste ano de 2015 com a produção e mixagem assinadas por Arthur Kunz:

1. Por um fio (Slackline) (Arthur Nogueira)
2. Sem medo nem esperança (Arthur Nogueira e Antonio Cícero)
3. O que você quiser (Marcelo Segreto e Arthur Nogueira)
4. Truques (Arthur Nogueira e Antonio Cícero)
5. Guamá (Arthur Nogueira)
6. Vaga (Marina Wisnik e Arthur Nogueira)
7. Simbiose (Arthur Nogueira e Antonio Cícero)
8. Eye shank (Arthur Nogueira e Letícia Novaes)
9. Volta (Arthur Nogueira e Omar Salomão)
10. Fim do céu (Arthur Nogueira, Michael Sleiman e Adonis)

Barbatuques grava CD 'Ayú', em São Paulo, com adesões de Hermeto e Naná

A IMAGEM DO SOM - As fotos de Beto Mendonça mostram o grupo paulistano de percussão corporal Barbatuques no estúdio 185, em São Paulo (SP), com o multi-instrumentista alagoano Hermeto Pascoal (de chapéu na foto ao alto) e com o percussionista pernambucano Nana Vasconcelos (de xale amarelo na outra foto). Hermeto e Naná participam do álbum que o Barbatuques grava com repertório inédito sob a direção musical de Fernando Barba (fundador do grupo) e Carlos Bauzys. Ayú é o título do álbum que sucede o CD infantil Tum pá (MCD, 2012) na discografia do grupo, cuja visibilidade foi ampliada nos últimos anos por conta da contribuição do coletivo às trilhas sonoras de jogos, séries e animações como o filme Rio 2 (Estados Unidos, 2014).

Tono lembra no Facebook que gravou em 2010 música inédita do CD de Gal

Com sutileza e elegância, sem querer polemizar, o grupo carioca Tono lembrou em post na sua página oficial no Facebook que gravou em 2010 - para ser lançada como faixa-bônus de seu segundo álbum, Tono (Oi Música, 2010) - a música Casca, parceria dos compositores cariocas Alberto Continentino (um dos produtores do segundo álbum do Tono) e Jonas Sá. Casca figura no repertório do álbum Estratosférica (Sony Music, 2015), tendo sido apresentada como uma das 15 músicas inéditas do disco lançado pela cantora baiana Gal Costa neste mês de maio de 2015. E, de fato, a música Casca parece ser oficialmente inédita em disco, já que, embora a gravação de Casca pelo Tono possa ser ouvida no portal SoundCloud, a gravação não esta incluída na edição do álbum Tono oferecida para download gratuito no site oficial do grupo e tampouco aparece como faixa-bônus na edição do álbum Tono vendida no iTunes. O que garante o ineditismo fonográfico alardeado pelo texto que apresenta o disco de Gal no hotsite criado para promover Estratosférica.

Moska pede que fãs escolham, entre três opções, a capa de seu single 'Terra'

A bela gravação da canção Terra (Caetano Veloso, 1978) - feita pelo cantor e compositor carioca Moska para a trilha sonora da novela Sete vidas (TV Globo, 2015) - vai ser lançada em single nas plataformas digitais. Para escolher a capa, o artista está convocando seu público para votar em uma das três opções apresentadas pela empresa 99 Designs. As três opções foram selecionadas entre as mais de 200 capas criadas por designers do mundo todo com base em autorretrato enviado por Moska. Clique aqui se quiser votar na capa do single e conhecer o resultado da eleição.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Hoineff documenta grandeza da voz de Cauby em (bom) filme sem didatismo

Resenha de filme
Título: Cauby - Começaria tudo outra vez
Direção: Nelson Hoineff
Produção: Comalt / Coprodução: Canal Brasil
Cotação: * * * 
Documentário em cartaz nos cinemas do Brasil a partir de hoje, 28 de maio de 2015

Não há didatismo no roteiro do documentário em que o cineasta Nelson Hoineff foca o cantor fluminense Cauby Peixoto. Tampouco há uma exposição cronológica de fatos que permitam ao espectador ter ideia clara da evolução da carreira do artista desde a década de 1950 aos anos 2010. Contudo, entre o aparente caos que rege o seu roteiro, Hoineff consegue documentar a grandeza deste cantor nascido em 1931 e ainda em atividade, aos bravos 84 anos. O subtítulo Começaria tudo outra vez - tomado emprestado do bolero do compositor carioca Luiz Gonzaga Jr. (1945 - 1991), ouvido no filme na voz de Cauby - alude ao fato de o cantor ter renascido das cinzas diversas vezes ao longo de seus 64 anos de carreira fonográfica. Cauby já entrou e saiu de moda ao longo de sua trajetória. Mas atualmente já paira acima do bem e do mal, na galeria dos mitos imortais da música brasileira. Hoineff reverencia o mito com respeito, escorado em vasto e valioso material de arquivo. Somente o fato de o documentário mostrar Cauby cantando rock no filme Minha sogra é da polícia (Brasil, 1958) e de focar o cantor no filme norte-americano Jamboree! (Estados Unidos, 1957) - longa-metragem feito pelo artista brasileiro na época em que ele tentou (em vão) construir carreira nos EUA com o pseudônimo de Ron Coby - já vale uma ida ao cinema para ver o filme que entrou hoje, 28 de maio de 2015, em circuito nos cinemas de cinco estados do Brasil (Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo). As sequências clipadas em que Cauby é visto cantando Conceição (Jair Amorim e Valdemar de Abreu, o Dunga, 1956) e Bastidores (Chico Buarque, 1980) em diversas fases da carreira também valorizam o filme e promovem a apoteose da voz do artista, ao qual Hoineff teve acesso. O documentário é costurado por imagens de bastidores de shows recentes feitos pelo (já fisicamente debilitado) cantor nas cidades de Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) sob os cuidados de Thiago Marques Luiz, produtor responsável pela continuidade da carreira de Cauby após os anos 2000 e, por isso mesmo, não devidamente relevado por Hoinneff no filme. Em vez disso, Hoineff direciona suas câmeras para um jovem fã carioca de Cauby, Tadeu Kebian, mostrado no filme como o exemplo (raro) de que o canto de Cauby atravessa gerações, não ficando restrito somente ao público idoso. Contudo, todas as cenas filmadas na casa de Kebian carecem de naturalidade, soando artificiais, como se estivessem sido armadas para o filme. Essa mesma artificialidade dilui a emoção do encontro do fã com seu ídolo. Mais natural soa o encontro de velhas e fiéis fãs em confeitaria do Rio de Janeiro - cena em que se destaca a ex-secretária Lídia de Souza. Nesses momentos, o documentário deixa entrever os ciúmes que corroem correntes de fãs passionais como o repertório do cantor. Mas quase tudo no filme fica nas entrelinhas. Os depoimentos mais claros e diretos são os dados pelos pesquisadores musicais Ricardo Cravo Albin e Rodrigo Faour (biógrafo de Cauby). O próprio Cauby é quase sempre vago, exceto quando tece loas ao já falecido (em 2005) empresário Edson Colaço Veras, o Di Veras, arquiteto de estratégias de marketing que elevaram a popularidade de Cauby nos anos 1950. A revelação do cantor de que ia para o morro "transar com os veados" na meninice tem sido usada pela mídia para atestar a admissão de uma homossexualidade que, afinal, não existe no filme, já que, na sequência do breve depoimento sobre o assunto, Cauby diz que posteriormente passou a "andar direito". Para quem prefere música a (falsas) polêmicas, Cauby - Começaria tudo outra vez mostra um então jovem cantor interpretando seu sucesso Nono mandamento (Renê Bittencourt e Raul Sampaio, 1957) no filme De pernas pro ar (Brasil,1957), no ano em que Cauby lançou a música. Enfim, entre altos e baixos, paira no documentário a voz única de Cauby Peixoto. Evidenciar na tela a grandeza dessa voz é o mérito do filme de Nelson Hoineff...

Graziela Medori canta com Seu Jorge e regrava Lô e Raul no segundo álbum

Quatro anos após lançar seu primeiro (bom) álbum, A hora é essa (Lua Music, 2011), a cantora paulistana Graziela Medori prepara seu segundo disco em São Paulo (SP). Pai da artista, o baterista Chico Medori é o produtor do CD e o compositor da música já eleita o primeiro single do álbum, Toma limonada, gravada por Graziela em parceria com o cantor carioca Seu Jorge. Com video-teaser já em rotação no YouTube, o single sinaliza a direção pop tomada pela cantora neste álbum em que regrava músicas como Top top (Arnaldo Baptista, Sérgio Dias, Rita Lee e Liminha, 1971), Let me sing, let me sing (Raul Seixas, 1972), A Paraíba não é Chicago (Marcos Valle, Paulo Sérgio Valle, Laudir de Oliveira, Peter Cetera e Leon Ware, 1980) - híbrido de funk e baião lançado por Marcos Valle no álbum Vontade de rever você (Som Livre, 1980) - e Um girassol da cor de seu cabelo (Márcio Borges e Lô Borges, 1972). Filha da cantora carioca Cláudia, Graziela - vista no estúdio na foto de Tati Provenzano - também dá voz a uma música do jovem compositor baiano Thiago Pimentel (Nada mais que cinema) e canta Na pisada do baião, parceria de seu pai, Chico Medori, com o compositor carioca  Paulo César Pinheiro.  O álbum ainda está em fase de gravação.

Luiz Lopez lança 'single' com registro de 'Filho único', hit de Erasmo em 1976

Na sequência do lançamento de seu primeiro álbum solo, Primal (Independente, 2014), o cantor, compositor e guitarrista carioca Luiz Lopez lança single com regravação de Filho único (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1976) - rock lançado por Erasmo Carlos no álbum Banda dos contentes (Philips, 1976) - neste mês de maio de 2015. Filho único foi o hit radiofônico desse disco do Tremendão, tendo sido impulsionado pela propagação quase diária na trilha sonora da novela Locomotivas (TV Globo, 1977). Revelado como guitarrista da banda Filho da Judith, Lopez integra atualmente a banda de Erasmo. Seu registro de Filho único foi gravado no estúdio Be Happy, no Rio de Janeiro (RJ), com a bateria de Alan Fontenele e com o baixo de Chris Bastos. Take da gravação pode ser conferido em um vídeo em preto e branco, posto em rotação no YouTube em 10 de abril de 2015.

Pop americanizado de Apollo ganha bom polimento de Strausz em 'Pure lust'

Resenha de EP 
Título: Pure lust
Artista: Apollo
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * 1/2
 Disco disponível para download e / ou audição somente em edição digital

Quem ouvir o EP Pure lust - disponibilizado nas plataformas digitais desde 19 de maio de 2015 através da gravadora Sony Music - sem conhecer a nacionalidade brasileira do artista do disco provavelmente iria supor tratar-se de mais um cantor norte-americano de r & b contemporâneo. E tal suposição não estaria errada. O dono do EP e de encorpada voz grave é o jovem carioca Apollo, cujo porte de deus grego certamente vai contribuir para chamar atenção e público para sua música. Pure lust nasceu da conexão do cantor com o produtor Leo Justi, mas, com exceção da última das seis músicas, Loan, produzida por Justi, o disco foi formatado e finalizado por Diogo Strausz, produtor carioca com cotação alta no mercado indie nacional por ter dado forma ao segundo álbum da cantora carioca Alice Caymmi, Rainha dos raios (Joia Moderna, 2014). E o fato é o que o EP - de repertório inteiramente composto e cantado em inglês - serve como bom cartão-de-visitas para Apollo. A música-título Pure lust é pop de boa cepa, a faixa de maior potencial popular. Grand é um r & b contemporâneo que sinaliza que Apollo certamente fez sua cabeça com discos de Michael Jackson (1958 - 2009) e Prince. Primeiro single do disco, Crash mostra que, apesar das boas referências do passado, o som pop-r&b-eletrônico de Apollo está em sintonia com o tempo do artista. Já Bruises é a balada vocacionada para amolecer corações. Exemplo das habilidades de Strausz como produtor, o arranjo de tom acústico de Bruises ganha progressiva intensidade ao longo dos cinco minutos da faixa. Já Aim joga Pure lust na pista do dance pop com ecos de dubstep. Enfim, o carioca Apollo chega americanizado em seu primeiro lançamento fonográfico oficial. Mas deixa boa impressão com seu EP e pode ampliar seus domínios se encontrar público disposto a se jogar na sua pista,  sem cobrar de Apollo uma identidade artística mais nítida.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Popozuda relança seu single 'Sou dessas' com participação de Claudia Leitte

Single lançado oficialmente pela funkeira carioca Valesca Popozuda em 13 de março de 2015, Sou dessas - composição de Wallace Viana, gravada para a Pardal Records com produção de Viana e Popozuda - está sendo reeditado nesta última semana de maio de 2015 em remix de pegada oriental produzido com participação da cantora fluminense Claudia Leitte. O dueto vai render clipe.

Eis a capa de 'Mar azul', louvação ao 'Clube' que ganha edição digital via Slap

Esta é a capa de Mar azul - Sons de Minas Gerais vol. 1, disco que vai ser lançado em 8 de junho de 2015 em edição exclusivamente digital viabilizada pelo selo Slap, da gravadora Som Livre. Louvação aos cancioneiros de compositores associados ao Clube da Esquina, Mar azul é projeto produzido pela TocaVídeos com gravações inéditas de músicas desses compositores, mineiros em sua grande maioria, em que pese a origem carioca do sócio majoritário Milton Nascimento. Simultaneamente com o disco, os 11 vídeos do projeto - filmados sob direção de Fernando Neumayer e Luís Martino, com fotografia de Thiago Britto - serão disponibilizados no canal da TocaVídeos no YouTube. De início, a ideia era lançar em novembro de 2014, somente em vídeo, as gravações inéditas e exclusivas do projeto. Depois, o lançamento de Mar azul foi reprogramado para fevereiro de 2015. Contudo, com a entrada em cena do selo Slap, a edição ficou para junho. Entre hits da turma das Geraes, o repertório traz Pedras rolando, lado B da discografia de Beto Guedes, parceiro do poeta fluminense Ronaldo Bastos na música lançada por Guedes em seu álbum Sol de primavera (EMI-Odeon, 1979) e revivida pelo mineiro (radicado no Rio de Janeiro) César Lacerda em Mar azul. Além de Lacerda, o elenco de Mar azul inclui Dani Black, Moska, Pedro Luís e Silva. Eis, na ordem da edição digital do disco, as 11 músicas e respectivos intérpretes do tributo:

1. Pedras rolando (Beto Guedes e Ronaldo Bastos, 1979) - César Lacerda
2. Canoa, canoa (Nelson Ângelo e Fernando Brant, 1977) - Júlia Vargas
3. Um girassol da cor de seu cabelo (Márcio Borges e Lô Borges, 1972) - Silva
4. Reis e rainhas do maracatu (Nelson Ângelo, Novelli e Fran, 1977) - Pedro Luís
5. Cravo e canela (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1971) - Maíra Freitas
6. Paisagem da janela (Lô Borges e Fernando Brant, 1972) - Michele Leal
7. Nada será como antes (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1972) - Ordinarius
8. Fazenda (Nelson Ângelo, 1976) - Lucas Arruda
9. Travessia (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1967) - Dani Black
10. Quem sabe isso quer dizer amor (Márcio Borges e Lô Borges, 2002) - Moska
11. Nascente (Flávio Venturini e Murilo Antunes, 1977) - João Bittencourt

Arranjos e repertório valorizam samba com boogie woogie de Antonia Adnet

Resenha de CD
Título: Tem + boogie woogie no samba
Artista: Antonia Adnet & convidados
Gravadora: Biscoito Fino / Adnet Mvsica
Cotação: * * * 1/2

Violonista que se tornou cantora há cinco anos com um primeiro álbum sintomaticamente intitulado Discreta (Biscoito Fino / Adnet Mvsica, 2010), a carioca Antonia Campello Adnet tem uma voz de pequeno alcance, sem brilho. Mas nem por isso deixa má impressão em seu terceiro álbum, Tem + boogie woogie no samba, produzido pela própria artista com Mario Adnet. Arranjos e repertório valorizam um disco em que Antonia Adnet cai com elegância discreta no samba sincopado. No contexto disco, o tal boogie-woogie é um swing importado pelo Brasil dos Estados Unidos nos anos 1940 e 1950 que se integrou perfeitamente ao suingue nativo da cadência bonita do samba carioca. Antonia já havia incursionado por esse universo ao dar voz ao Boogie woogie do rato (Denis Brean, 1947) em seu segundo álbum, Pra dizer sim (MP,B Discos / Universal Music, 2012). Mas o mergulho atual é mais fundo, tendo por base a pesquisa de repertório feita por Alfredo Del-Penho e Mario Adnet para álbum, Samba meets boogie woogie (Adventure Music, 2008), lançado somente no exterior. Contribuições adicionais de Pedro Paulo Malta e Rodrigo Alzuguir resultaram nas escolhas dos 12 temas de Tem + boogie woogie no samba. Seleção que soa sempre interessante, integrando clássicos como Chiclete com banana (Almira Castilho e Gordurinha, 1958) - ora mastigado com frescor no toque do trio de metais arregimentado para o arejado arranjo - com pérolas realmente raras como O que é que tem? (Joel de Almeida e Pedro Caetano, 1939), samba feito como resposta ao sucesso inaugural do cancioneiro do compositor baiano Dorival Caymmi (1914 - 2008), O que é que a baiana tem? (1939). Reavivado por Antonia em dueto com Roberta Sá, O que é que tem? tenta elevar a autoestima das cariocas face aos elogios feitos por Caymmi às baiana, mas a resposta ao samba da terra de Caymmi perde feito em ritmo, letra e melodia. Outra joia tirada do fundo do baú é Cadê a Jane? (Erasmo Silva e Wilson Batista, 1948), samba lançado pelo grupo Os Cariocas e regravada por Antonia com Pedro Paulo Malta. Os vocais do arranjo evocam sutilmente Os Cariocas. A propósito, Mario Adnet e Antonia Adnet brilham como arranjadores, imprimindo leveza ao repertório de Tem + boogie woogie no samba. Cabe ressaltar o suingue entranhado nos arranjos pelo toque do piano de Marcos Nimrichter. O disco tem um sotaque vintage. Como a voz opaca de Antonia Adnet está bem colocada em composições como Eu quero um samba (Haroldo Barbosa e Janet de Almeida, 1945), o resultado é um disco agradável. Há boas ideias como o convite ao cantor e compositor carioca João Cavalcanti para travar com Antonia o diálogo telefônico de Joãozinho boa pinta (Geraldo Jacques e Haroldo Barbosa, 1952), samba ouvido na inédita (em disco) versão de 1952 da composição lançada em 1950 pelo cantor paulista Otávio Henrique de Oliveira (1919 - 1983), o Blecaute. Os nomes dos autores, aliás, se repetem ao longo do disco. O compositor paulista batizado como Augusto Duarte Ribeiro (1917 - 1969), mas conhecido no meio artístico pelo pseudônimo de Denis Brean, é - por exemplo - nome recorrente na ficha técnica do disco por ter investido pioneiramente neste tipo de samba sincopado feito com a tal influência do suingue norte-americano. De Brean, Antonia dá voz a Boogie woogie na favela ( Denis Brean, 1945) e - em dueto com Pedro Miranda - ao pouco ouvido samba Bahiana no Harlem (Denis Brean e Oswaldo Guilherme, 1950), exemplo típico de como o Brasil soube a fazer política da boa vizinhança na fronteira musical. Em seu dueto com Alfredo Del-Penho em Pra que discutir com madame? (Janet de Almeidt e Haroldo Barbosa, 1945), Antonia também faz sua política da boa vizinhança com João Gilberto, evocado no tom reverente da gravação de um samba que, embora tenha sido lançado em disco por seu compositor Janet de Almeida (1919 - 1945), está definitivamente associado à bossa de João. E cabe ressaltar que, entre tanta bossa e tanto suingue, há espaço também para a melancolia embutida em Tintim por tintim (Geraldo Jacques e Haroldo Barbosa, 1951) e realçada pelo canto de Antonia. Enfim, fora do trilho autoral de seus dois primeiros álbuns, Antonia Adnet dá boa contribuição à discografia nacional com álbum conceitual feito com respeito à estrutura original dos sambas, mas sem ranço tradicionalista.

Hit de Erasmo há 50 anos, 'Minha fama de mau' ganha regravação de CPM 22

Grupo formado em 1995 na cidade de Barueri (SP), CPM 22 festeja 20 anos de vida com a edição de single em que apresenta gravação inédita de Minha fama de mau (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1965), rock lançado há 50 anos pelo Tremendão, no reinado da Jovem Guarda, com sucesso emblemático. A "versão ramoneira" - assim caracterizada pelo próprio grupo - de Minha fama de mau gravada pelo CPM 22 já está em rotação no YouTube. Já o single não está à venda no iTunes.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Livro compila 11 ensaios de antropóloga que releu o Brasil através da canção

Embora de origem mineira, a antropóloga Santuza Cambraia Naves (1952 - 2012) conquistou admiradores sobretudo no meio acadêmico carioca com suas interpretações da música brasileira em livros como O violão azul (Fundação Getúlio Vargas, 2008) e Da Bossa Nova à Tropicália (Zahar, 2011). Lançado neste mês de maio de 2015 pela editora Zahar, A canção brasileira - Leituras do Brasil através da música é título póstumo da obra literária da antropóloga na área musical. O livro reúne 11 ensaios escritos por Santuza ao longo de sua carreira e publicados originalmente entre 1998 e 2011. Os artigos têm linguagem acessível, evitando o academicismo que poderia afugentar leitores pouco habituados às prosódias universitárias. Publicado originalmente em 2004, o ensaio Eu quero frátia - A comunidade do rap é artigo já em si interessante por ter lançado raro olhar acadêmico sobre o universo do hip hop, situado em outra esfera social. Também de 2004 é Chico Buarque de Hollanda - O samba como redenção, ensaio em que antropóloga abordou o samba do compositor carioca sob prisma político. O artigo mais antigo, Caetano Veloso - "E onde queres romântico, burguês', escrito e publicado em 1998, foca a obra do compositor baiano a partir de visão do show Livro, ao qual Santuza assistiu naquele ano. Outros artigos - como A canção popular entre Mário e Oswald (2010), A educação sentimental no samba-canção e na bossa nova (2011)  e Tom Jobim entre o experimentalismo e a reverência à tradição (2010) - mostram que o leque musical aberto pela antropóloga foi amplo, tendo ventilado considerações pertinentes sobre canções,  compositores e temas que abarcam ricos 100 anos de música brasileira.

Ozzetti e Wisnik fazem registro audiovisual do show em que cantam 'Ná e Zé'

A IMAGEM DO SOM - A foto de Rodrigo Goffredo mostra o compositor e pianista paulista Zé Miguel Wisnik com a cantora e compositora paulistana Ná Ozzetti no palco do teatro do Sesc Vila Mariana, em São Paulo (SP), em 24 de maio de 2015, na última das três apresentações da temporada de estreia de Ná e Zé, show baseado no homônimo CD em que os artistas celebram 30 anos de afinidades. Esta terceira apresentação foi alvo de registro audiovisual, conforme avisado ao público antes do início do show. No espetáculo, Ozzetti & Wisnik vão além do repertório do recém-lançado álbum Ná e Zé (Circus Produções, 2015). O roteiro incluiu Ultrapássaro (parceria de Dante Ozzetti com Wisnik gravada por Ná no álbum Estopim, editado em 1999 via NK Records) e Pérolas aos poucos (música de Wisnik e Paulo Neves gravada por Ná em Piano e voz, CD editado em 2005 com André Mehmari via MCD), além de duas músicas de Wisnik, Mais simples e Se meu mundo cair, lançadas pelo compositor no seu primeiro álbum, José Miguel Wisnik (Camerati, 1992), e gravadas pela cantora paulistana Zizi Possi após quatro anos para seu álbum Mais simples (PolyGram, 1996).

'Guelã' dá asas para Gadú voar livre em rota de sons e silêncios inesperados

Resenha de CD
Título: Guelã
Artista: Maria Gadú
Gravadora: Slap / Som Livre
Cotação: * * * *

 Bailando leve, Maria Gadú bota seu bloco free na rua com o lançamento de Guelã. Terceiro álbum de estúdio da cantora e compositora paulistana, Guelã dá asas para Gadú voar livre em rota intimamente pessoal, pautada pela estranheza, pelo inesperado. Em Guelã, CD produzido por Gadú com a colaboração do músico Federico Puppi, a artista completa o voo iniciado em um segundo (bom) álbum de estúdio, Mais uma página (Slap / Som Livre, 2011), em que a cantora já tentou corajosamente virar o disco, sinalizando que tentaria escapar da prisão do sucesso massivo de seu primeiro álbum, Maria Gadú (Slap / Som Livre, 2009). Para embarcar na atual viagem, Gadú pilotou sua guitarra (senha para o som do CD) e convocou novos tripulantes - Doga (percussão), Lancaster Pinto (baixo) e Tomaz Lenz (bateria), além do já mencionado Federico Puppi (no cello e no baixo) - para formar uma banda dos sem medo de subverter a fórmula do sucesso radiofônico. Mesmo a música mais palatável dentre as dez gravadas por Gadú em Guelã - O bloco (Maria Gadú e Maycon Ananias), já previamente apresentada como primeiro single do álbum - segue seu curso longe do trilho óbvio. Guelã é um disco feito de sons e silêncios em que a voz da cantora é mais um elemento dentro de um universo sonoro artesanal que inclui longas passagens instrumentais. Basta dizer que o canto de Gadú entra somente aos dois minutos da primeira música do CD, Suspiro (Maria Gadú). Se o belo álbum inaugural de 2009 apresentou grandes canções formatadas para o chamado grande público, entre alguns covers imaturos, Guelã torna suas canções grandes pela construção de um universo musical delicado e feminino, como explicitam Ela (Maria Gadú) e a oportuna releitura de Trovoa (Maurício Pereira, 2007), odes à mulher amada. Trovoa é a única música de lavra alheia e a única regravação do repertório essencialmente inédito e autoral. Guelã é um disco tão intimamente pessoal que talvez somente faça pleno sentido para a própria Gadú. Mas o que importa é que o disco põe a artista em movimento, criando uma sonoridade que inclui algo de rock em Semivoz (Maria Gadú, Maycon Ananias e James McCollum) e que cai em suingue próprio na rítmica levada pelos vocalises de Sadéku, parceria de Gadú com a artista cubana (de vivência cabo-verdiana) Mayra Andrade. Um dos trunfos do repertório, Tecnopapiro (Maria Gadú) é acerto de contas emocional entre uma mãe analógica e uma filha da era cibernética. Pela coesão da sonoridade moderna (mas jamais modernosa), Guelã valoriza músicas em si menores do que o conjunto do disco, caso de (Maria Gadú). Melodias como a de Vaga (Maria Gadú) se afinam com a estranheza provocada pela capa do disco, cuja arte é assinada por Luisa Corsini com Lua Leça e a própria Gadú. No fim, Aquária (Maria Gadú) fecha Guelã soando, até seus três minutos, como sedutor tema instrumental. Até que entra a voz de Gadú para cantar os versos "Dois pontos negros no céu / Focam seus olhos no mar / Tendo o silêncico no peito / Lendo o silêncio com os olhos / Faço silêncio de mim", perfeitos tradutores de disco que liberta Gadú da prisão do sucesso massivo.

CD 'Dois na rede' festeja 25 anos do duo fonográfico de Peranzzetta e Senise

 Paralelamente às suas respectivas trajetórias individuais como músicos cariocas, o pianista Gilson Peranzzetta e o saxofonista e flautista Mauro Senise formaram um duo cuja obra fonográfica completa 25 anos em 2015, tomando-se como ponto de partida a edição, em 1990, do álbum Uma parte de nós, lançado simultaneamente nos formatos de LP e CD pela gravadora carioca Visom. Álbum gravado ao vivo em 17 de outubro de 2014, em show feito pelos músicos no Espaço Tom Jobim, no Rio de Janeiro (RJ), Dois na rede celebra os 25 anos dessa parceria fonográfica. Feito sob a direção musical dos músicos, o disco está sendo editado neste mês de maio de 2015 pela gravadora Fina Flor. Com a liberdade do improviso, concedida pela linguagem do jazz, Peranzzetta e Senise tocam temas brasileiros como Deixa (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1963), Jura secreta (Sueli Costa e Abel Silva, 1977) e Só louco (Dorival Caymmi, 1955). Além de tocar piano, Peranzzetta assina os arranjos dos 12 temas do disco, sendo que cinco - Bilhete pro Guinga, Braz de Pina (tributo ao bairro carioca onde viveu seus primeiros 25 anos de vida), a música-título Dois na rede, Paisagem brasileira e  Forrozim, um chorinho pra Zé Américo  - são de sua própria lavra.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Dônica revela título de álbum que lança em junho e que tem faixa com Milton

Continuidade dos parques é o título do primeiro álbum da banda carioca Dônica. O nome do disco é o mesmo de conto do escritor belga-argentino Julio Cortázar (1914 - 1984), Continuidad de los parques, publicado originalmente na segunda edição do livro Final del juego (Editorial Sudamericano, 1964). Com a participação de Milton Nascimento na música Pintor (José Ibarra e Tom Veloso), o disco Continuidade dos parques vai ser lançado em junho de 2015 em edição da gravadora Sony Music. Com influência do rock progressivo, o quinteto - visto em foto de Fernando Young - debutou no mercado fonográfico em dezembro de 2014 com a edição digital do EP Dônica.

Diogo canta Vercillo e 'musas' de Arlindo e Rogê no CD 'Porta-voz da alegria'

Parceria de Jorge Vercillo com Paulo César Feital, Grão de areia é uma das 17 músicas distribuídas entre as 15 faixas de Porta-voz da alegria, terceiro álbum solo de estúdio do cantor e compositor carioca Diogo Nogueira. Produzido por Bruno Cardoso e Lelê, da empresa US3, o disco tem arranjos divididos entre Alessandro Cardozo, Boris, Jota Moraes, Prateado e Rodrigo Leite. Outro destaque do repertório é Musas, parceria de Arlindo Cruz com Rogê que embute citações dos sambas Madalena (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza, 1970), Maria Rita (Luiz Grande, 1978), Modinha pra Gabriela (Dorival Caymmi, 1975) e Ai, que saudades da Amélia! (Ataulfo Alves e Mario Lago, 1941). Eis, na ordem do CD, as músicas de Porta-voda alegria, álbum que chega ao mercado fonográfico a partir de 9 de junho numa edição do selo EMI, da gravadora Universal Music:

1. Porta-voz da alegria (André Renato e Picolé, 2015)
2. Alma boêmia (Toninho Geraes e Paulinho Rezende, 2010)
3. Clareou (Serginho Meriti e Rodrigo Leite, 2014)
4. Tenta a sorte (André Renato e Picolé, 2015)
5. A gente se liga (Serginho Meriti e Claudemir, 2015)
6. A mil por hora (André Renato, Rhuan André, Gabriel Soares e Lucas Oliveira, 2015)
7. Pra que brigar? (Adilson Bispo e Zé Roberto, 2015)
8. Eu tenho dúvida (Claudemir, Riquinho e André Renato, 2015)
9. Grão de areia (Jorge Vercillo e Paulo César Feital, 2015)
10. Deixa eu ir à luta (Leandro Lehar, 2001)
11. Não tô nessa (Fred Camacho, Leandro Fab e Pretinho da Serrinha, 2015)
12. O amor tem seu lugar (Xande de Pilares, Leandro Fab e Fred Camacho, 2015)
13. Pra amenizar teu coração (Dudu Nobre e Sombrinha, 2005) /
      Na boutique (Diogo Nogueira, Leandro Fab e Fred Camacho, 2015) /
      Pra ninguém mais chorar (Dudu Nobre, Almir Guineto e Fred Camacho, 2008)
14. Musas (Arlindo Cruz e Rogê, 2015)
      Citações de: Madalena (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza, 1970), Maria Rita (Luiz
      Grande, 1978), Modinha pra Gabriela (Dorival Caymmi, 1975) e Ai, que saudades da
      Amélia (Ataulfo Alves e Mario Lago, 1941)

15. Paixão além do querer (Diogo Nogueira, Raphael Richaid e Inácio Rios, 2015)

Som Livre edita o single 'Exagerado 3.0', 30 anos após lançar o hit de Cazuza

Trinta anos após lançar a gravação original de Exagerado (Leoni, Cazuza e Ezequiel Neves, 1985), pedra fundamental da carreira solo de Cazuza (1958 - 1990), a gravadora Som Livre lança single digital com registro turbinado da música. Intitulado Exagerado 3.0, o single tem produção assinada por Liminha. À voz original de Cazuza, foram adicionadas a guitarra de Dado Villa-Lobos, a bateria de João Barone e as intervenções de Kassin. O objetivo foi atualizar o som deste rock de cepa pop.

Gravado por Gal, Arthur Nogueira lança seu segundo álbum via Joia Moderna

♪ Cantor e compositor paraense radicado em São Paulo (SP) que ganhou visibilidade fora da cena indie neste mês de maio por ser parceiro do poeta carioca Antonio Cícero em Sem medo nem esperança, elogiado rock gravado por Gal Costa no recém-lançado álbum Estratosférica (Sony Music, 2015), Arthur Nogueira se prepara para lançar seu segundo álbum. O sucessor do álbum Mundano (Independente, 2009) e dos EPs Mundano+ (Independente, 2010) e Entremargens (Independente, 2013) vai ser lançado em junho de 2015 em edição da gravadora Joia Moderna. Sem medo nem esperança figura no repertório autoral e dá nome ao disco de Arthur (em foto de Diego Ciarlariello). O álbum tem produção do duo paraense Strobo, tendo sido gravado com coprodução de Marcelo Segreto (integrante da banda paulistana Filarmônica de Pasárgada) e de João Paulo Deogracias.  A direção artística do álbum Sem medo nem esperança é de Marcus Preto.

domingo, 24 de maio de 2015

Arte de Elifas na criação de capas de discos é exposta em evento multimídia

Resenha de exposição
Título: Elifas Andreato - Contornos da música carioca
Artista: Elifas Andreato
Local: Centro Municipal de Referência da Música Carioca Artur da Távola (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 24 de maio de 2015
Fotos: Mauro Ferreira 
Cotação: * * * *
 Em cartaz de terça-feira a domingo, até 13 de dezembro de 2015, com entrada gratuita

Eis o malandro no trem outra vez, reproduzido em escala humana, em posição idêntica ao do cenário criado por Elifas Andreato para ser fotografado para a capa do álbum duplo Ópera do malandro (Philips, 1979). Trata-se de uma das capas mais festejadas da discografia do cantor e compositor carioca Chico Buarque, aliás. O que justifica a exibição da réplica do malandro, em dimensões reais, na exposição Elifas Andreato - Contornos da música carioca, idealizada para celebrar os 50 anos de carreira do artista gráfico paranaense. Em cartaz de terça-feira a domingo no Centro Municipal de Referência da Música Carioca Artur da Távola, no Rio de Janeiro (RJ), até 13 de dezembro de 2015, a exposição tem curadoria de João Rocha Rodrigues e faz jus ao talento de Elifas. No rastro da aclamação das capas de tom clean criadas pelo artista gráfico carioca César Villela para discos da Elenco ao longo da década de 1960, com marcante identidade visual para o catálogo da gravadora, o então iniciante Elifas construiu uma linguagem gráfica toda própria para suas capas em carreira que, embora iniciada em 1965, deslanchou a partir da primeira metade da década de 1970 com a criação de capas antológicas para álbuns de cantores e compositores como Martinho da Vila e Paulinho da Viola. Elifas trabalhou com todos os grandes nomes do samba. Em todas suas capas, o artista gráfico retratou o artista e o conceito do disco com imagens notáveis, carregadas de sentimento. Para quem não conhece Elifas, sua bela arte está exposta neste evento multimídia que permite o manuseio das capas dos LPs, a audição dos álbuns através de aplicativos digitais e possibilita até que o espectador encaixe seu rosto na moldura de algumas das capas disponíveis para fazer selfie. Além de poder ouvir os álbuns em vitrolas virtuais, há a exibição de vídeos inéditos. Ao pôr os fones de ouvido e selecionar um dos álbuns no menu, o espectador assiste a um vídeo em que Elifas explica o processo de criação e fabricação da capa do disco escolhido. Paulinho da Viola (Paulinho da Viola, EMI-Odeon, 1978), Terreiro, sala e salão (Martinho da Vila, RCA-Victor, 1979) e Traço de união (Beth Carvalho, RCA-Victor, 1982) são alguns discos oferecidos no menu entre álbuns de João Nogueira (1941 - 2000) e Chico Buarque, entre outros nomes. Além disso, é possível assistir no andar superior a uma versão editada do documentário Elifas Andreato - Um artista brasileiro (2007) e, no andar térreo, caminhar por réplica em tamanho real do escritório em que o artista trabalha em São Paulo (SP). Tudo para fazer o espectador entrar no clima do ofício deste artista fundamental para que as capas de discos também fossem vistas e apreciadas no Brasil como objetos de arte que vão muito além da função de embalar o vinil e o CD.

Cosentino desbota poesia em carne viva de 'Amarelo' com melodias frígidas

Resenha de CD
Título: Amarelo
Artista: Bruno Cosentino
Gravadora: Edição independente do artista
Cotação: * * 

Cantor e compositor carioca, Bruno Cosentino conceitua seu primeiro álbum solo, Amarelo, como "um disco de amor e erotismo". Quatro anos após lançar álbum à frente da banda Isadora, A eletrônica e musical figuração das coisas (Independente, 2011), o artista lança disco em que o amor e o erotismo ardem em carne e cores vivas nas letras embebidas na poesia urbana de Amarelo. Mas toda a quentura de versos como "O sexo respira entre a gente / Podemos morrer pela cintura / Podemos viver sem aventura" - contidos na letra de Respira, uma das nove músicas inéditas de Amarelo assinadas solitariamente por Cosentino - logo se dilui diante da frigidez das melodias do repertório autoral alinhado pelo compositor neste disco produzido por Bartolo. Em Tarde, tema que abre Amarelo com o toque da guitarra de Arto Lindsay, ruídos e efeitos deixam entrever somente um fragmento de melodia. Esse forte contraste entre músicas e letras desbota Amarelo, porque o pulso pulsa firme na poesia que embute angústias e inquietudes desencapadas no fio do novelo do amor erótico do cotidiano, mas essa poesia não encontra abriga seguro na música. Os versos de músicas como Amor a quanto obriga e Preciso aprender a não ser indicam um cantautor com algo a dizer, mas sem meios para dizer isso a contento. Talvez seja preciso procurar um outro tipo de música - ou de veículo - para dizer tudo que jorra nos versos. O dueto com Ana Claudia Lomelino - vocalista do grupo carioca Tono - em Sem pecado preserva Amarelo em uma temperatura amena que não dá conta de passar todos os questionamentos de Por que (Otto, 2001), única regravação do repertório. A banda-base - formada por músicos cariocas como o guitarrista Pitter Rocha, o percussionista Thomas Harres e o baixista Pedro Dantas - contribui a favor do disco, criando sonoridade sedutora para envolver, por exemplo, uma música de somente quatro versos como Pra que perder tempo?, exemplo do reiterante contraste entre as temperaturas das músicas e e das letras. Mas o disco sempre desbota, embora Amarelo ganhe alguma cor em Este lugar, música adornada com a guitarra slide de Bartolo e o piano de Rubinho Jacobino, entre cordas (violino, cello e viola). No fim, Dois - música-vinheta gravada no estilo voz e baixo (o de Pedro Dantas) - reitera que Bruno Cosentino deve buscar outros parceiros musicais (com pendores de melodistas) para esquentar seu jogo poético de amor e erotismo. Tal como o sexo, a música pode ser feita sozinha, mas geralmente é melhor a dois,  com a cumplicidade de um parceiro afim.

Dado repassa tensa história da Legião pelo filtro da memória própria e alheia

Resenha de livro
Título: Dado Villa-Lobos - Memórias de um legionário
Autor: Dado Villa-Lobos, Felipe Demier e Romulo Mattos
Editora: Mauad X
Cotação: * * 1/2

Em tese, o livro Memórias de um legionário é a autobiografia de Dado Villa-Lobos, o compositor e guitarrista de origem belga que ganhou projeção nacional a partir dos anos 1980 como músico da banda Legião Urbana (1982 - 1996). Na prática, embora concentre dados biográficos da infância e adolescência do artista em seus capítulos iniciais, o livro reconta basicamente a saga da Legião Urbana. Sim, há também menções, ao longo das 256 páginas do livro, aos trabalhos feitos por Dado antes, durante e depois de seu ingresso na banda. Mas o foco principal é sempre a Legião, banda alvo de culto sagrado que conseguiu transcender o universo do rock por conta das letras políticas, filosóficas e existenciais escritas pelo mentor do grupo, Renato Russo (1960 - 1996). No livro, Dado repassa a tensa história da Legião pelo filtro da sua memória e de memórias alheias, pois volta e meia o artista recorre às versões de fatos escritos em outros livros que narraram a vida de Renato Russo e dissecaram a cena roqueira de Brasília (DF) que gerou em 1982 a Legião Urbana - banda nascida após o fim do lendário Aborto Elétrico (1978 - 1982), grupo de aura punk para o qual Russo criou músicas que ganhariam alcance nacional em registros da Legião Urbana. A narrativa do legionário flui muito bem, provavelmente pelo fato de o autor ter se juntado a dois historiadores, Felipe Demier e Romulo Matos, para organizar os dados no livro. Por ter sido um dos agentes dessa história, Dado Villa-Lobos tem muito o que contar. Mas o fato é que sua autobiografia pouco ou nada acrescenta de relevante ao que já se sabia sobre a Legião. Por mais que Dado detalhe a gestação de cada álbum da Legião (reproduzindo - e comentando - trechos de críticas para mostrar como cada disco foi recebido na imprensa) e que reviva o clima dos shows mais emblemáticos da banda, descortinando atribulados bastidores de turnês, as memórias do legionário são indicadas preferencialmente para quem nunca leu um livro sobre a heroica aventura de Dado, Marcelo Bonfá (bateria), Renato Rocha (1961 - 2015), o controvertido baixista Negrete, e Renato Russo no universo pop brasileiro. A fartura de menções ao que foi publicado em livros, jornais e revistas sinaliza que Dado confiou menos na sua memória do que deveria. E é justamente quando o autor deixa escapar uma impressão mais pessoal - como a exposta na frase "Essa banda teve poucos momentos divertidos, e esse foi um deles", dita ao comentar a performance e os figurinos dos legionários no especial infantil A era dos Halley, exibido pela TV Globo em outubro de 1985 - que o livro avança em relação às publicações anteriores e fica mais interessante, posto que mais pessoal. Mas tais impressões são raras. Dado tampouco se posiciona sobre a polêmica atitude de cantar o repertório da Legião em especial da MTV com o ator e cantor Wagner Moura no posto de vocalista. De todo modo, Memórias de um legionário documenta mais uma (bem-vinda) visão de grande história que atravessa gerações, tal como o som da Legião Urbana. Sempre haverá novos leitores...

Victor & Leo lançam 'Irmãos', CD em que abordam reggae de Gil e hit de Kiko

Esta é a capa de Irmãos, quinto CD ao vivo da discografia da dupla mineira Victor & Leo. Por ora disponível para audição no iTunes, o disco chega às lojas em junho de 2015, em edição da gravadora Som Livre, com 18 músicas captadas em 28 e 29 de janeiro deste ano de 2015 em duas apresentações de show inédito feito pelos irmãos mineiros no estúdio Quanta, em São Paulo (SP)., para edição de CD e DVD. Nada menos do que 12 músicas do roteiro do show  - 10 minutos longe de você, Anjo ou feraDécimo quinto andar, Escuridão iluminadaEstrada vermelha, MomentosNoite fria,  Nossa trilha, Sabor dos ventos, Simples assimTempo de amor e Vai me perdoando - são inéditas. Mas o repertório inclui regravações de Primeiros erros (Chove) - música de Kiko Zambianchi, lançada pelo cantor e compositor paulista em 1985 - e de Vamos fugir (Gimme your love) (Gilberto Gil e Liminha, 1984), reggae lançado por Gillberto Gil em 1984 e revivido pelo grupo mineiro Skank após 20 anos para a coletânea Radiola (Sony Music, 2004). Eis, na ordem, as 18 músicas - com seus respectivos compositores - cantadas por Victor & Leo no CD ao vivo Irmãos:

1. Na linha do tempo (Marcelo Martins e Sergio Porto, 2013)
2. Noite fria (Victor Chaves e Nice Silva, 2015)
3. 10 minutos longe de você (Leo Chaves e Marcelo Martins, 2015) - com Henrique & Juliano
4. Escuridão iluminada (Leo Chaves e Paulinha Gonçalves, 2015) - com Wesley Safadão
5. Conheço pelo cheiro (Victor Chaves, 2013)
6. Simples assim (Victor Chaves, 2015)
7. Estrada vermelha (Victor Chaves, 2015) - com Milionário & José Rico
8. Tempo de amor (Victor Chaves, 2015)
9. Momentos (Victor Chaves, 2015)
10. Sabor dos ventos (Leo Chaves, Marcelo Martins e Sergio Porto, 2015)
11. Caminhos diferentes (Leo Chaves e Paulinha Gonçalves, 2014)
12. Primeiros erros (Chove) (Kiko Zambianchi, 1985)
13. Vamos fugir (Gimme your love) (Gilberto Gil e Liminha, 1984)
14. Nossa trilha (Leo Chaves e Paulinha Gonçalves, 2015) - com Lucyana
15. Décimo quinto andar (Leo Chaves e Paulinha Gonçalves, 2015)
16. Anjo ou fera (Leo Chaves e Paulinha Gonçalves, 2015) - com Malta
17. Vai me perdoando (Paulinha Gonçalves, 2015) - com Victor Freitas & Felipe
18. Como eu amei (Victor Chaves, 2014)