♪ Lançado em abril deste ano de 2015, o álbum Ná e Zé (Circus) - disco em que a cantora paulista Ná Ozzetti dá voz a músicas de José Miguel Wisnik em gravações feitas com o compositor paulista - ganha extensão. Mais duas faixas estão sendo lançadas neste mês de dezembro de 2015 em single que tem lançamento programado para a próxima sexta-feira, 18 de dezembro, no iTunes. As duas músicas adicionais são Mais simples (José Miguel Wisnik, 1992) - música lançada na voz do autor no álbum José Miguel Wisnik (Cameratti, 1992) e mais conhecida na gravação que batizou CD lançado pela cantora Zizi Possi em 1996 - e a inédita Sopro de flor. Parceria póstuma de Wisnik com o cantor, compositor e sanfoneiro pernambucano Dominguinhos (1941 - 2013), Sopro de flor nasceu quando Wisnik pôs letra em melodia de Seu Domingos. A gravação de Sopro de flor foi feita para Ná e Zé com o toque da sanfona de Marcelo Jeneci. Os registros adicionais de Mais simples e Sopro de flor serão incorporados ao álbum na edição de Ná e Zé em vinil duplo prevista para chegar ao mercado fonográfico em março de 2016. Clique aqui para ler ou reler a resenha do álbum Ná e Zé.
Guia jornalístico do mercado fonográfico brasileiro com resenhas de discos, críticas de shows e notícias diárias sobre futuros lançamentos de CDs e DVDs. Do pop à MPB. Do rock ao funk. Do axé ao jazz. Passando por samba, choro, sertanejo, soul, rap, blues, baião, música eletrônica e música erudita. Atualizado diariamente. É proibida a reprodução de qualquer texto ou foto deste site em veículo impresso ou digital - inclusive em redes sociais - sem a prévia autorização do editor Mauro Ferreira.
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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
RETROSPECTIVA 2015 – Ná dá mau passo em CD após se afinar com Wisnik
♪ RETROSPECTIVA 2015 – Ná Ozzetti lançou dois álbuns ao longo de 2015. O primeiro, Ná e Zé (Circus), parecia mais do mesmo, mas se revelou afinado ao ser lançado em abril, reiterando afinidades musicais entre Ná e José Miguel Wisnik. Três meses depois, em 21 de julho, a cantora e compositora paulistana - em foto de José de Holanda - deu o primeiro mau passo da carreira fonográfica ao lançar Thiago França (YB Music), disco que frustrou a grande expectativa depositada no encontro da artista projetada no Grupo Rumo - um dos ícones do movimento vanguardista que renovou a música da cidade de São Paulo (SP) na primeira metade da década de 1980 - com os músicos do grupo Passo Torto, símbolo da movimentação que vem dando novo frescor à música de Sampa ao longo dos anos 2010. Pois Thiago França pareceu ser disco mais do Passo Torto do que de Ná Ozzetti, cuja voz cristalina ficou abafada entre ruídos de repertório irregular. Com título que mais pareceu piada interna (entendida somente por quem sabe que Thiago França é músico paulistano que muitos julgam pertencer ao Passo Torto, o fantástico quarteto formado Kiko Dinucci, Marcelo Cabral, Rodrigo Campos e Romulo Fróes), o álbum pecou pelo ausência de equilíbrio entre voz, arranjos, letras e melodias. Ná se afinou muito mais com Zé.
sábado, 19 de setembro de 2015
Alessandra Leão fecha trilogia com 'Língua', EP que traz Dinucci, Juçara e Ná
♪ Na sequência de Pedra de sal (Garganta Records, 2014) e Aço (Garganta Records / YB Music, 2015), a cantora, compositora e percussionista pernambucana Alessandra Leão fecha trilogia de EPs com a edição de Língua neste mês de setembro de 2015. No disco, gravado em São Paulo (SP) entre junho e agosto de 2015 com produção musical de Caçapa, a artista divide com Ná Ozzetti a interpretação de Pássaros, mulheres e peixes, parceria de Leão com Xico Sá. Ná reforça o coro feminino - ao lado de cantoras como Luisa Maita, Juçara Marçal - de Doutrina de Oxum, toada tradicional do tambor de mina do Maranhão, já lançada em disco regional de circulação feita dentro das fronteiras maranhenses. Também da cena paulistana, Kiko Dinucci figura na ficha técnica de Língua como parceiro de Leão na música Na minha boca. Joguei minha palavra n'água e a composição-título Língua (somente da lavra de Alessandra Leão) completam o repertório do EP.
terça-feira, 28 de julho de 2015
Álbum de Ná Ozzetti e Passo Torto equilibra mal letras, melodias, voz e sons
Título: Thiago França
Artista: Passo Torto & Ná Ozzetti
Gravadora: YB Music
Cotação: * * 1/2
♪ "Passo Torto e Ná Ozzetti é canção. Mas não exatamente a canção do samba-canção, a canção com refrão, a canção de amor e dor-de-cotovelo... Canções que contam pequenas estórias, mas estórias sem grandes heróis nem moral da estória... Estórias nem sempre lineares, estórias tortas cantadas em poesia, mas conduzidas também pela montagem inusitada dos arranjos, pelos cortes bruscos e secos, pelo contraste entre timbres saturados e cristalinos, pela alternância entre a estática do ruído e do quase-silêncio e a vertigem das intricadas texturas polifônicas... Tudo isto pode ser canção." Caçapa
♪ O trecho do texto escrito por Caçapa para apresentar Thiago França - o recém-lançado álbum que junta a cantora paulistana Ná Ozzetti com o grupo também paulistano Passo Torto - dá a senha para um possível (não) entendimento do disco. Com repertório autoral e inédito que se distancia do formato convencional da canção, o álbum não justifica a grande expectativa gerada desde seu anúncio justamente pela qualidade melódica do repertório, inferior à produção autoral apresentada pelo Passo Torto em seus dois álbuns anteriores. O título Thiago França soa como uma piada interna que vai ser entendida somente por quem sabe que França é um músico paulistano que muitos pensam pertencer ao Passo Torto, o quarteto formado Kiko Dinucci, Marcelo Cabral, Rodrigo Campos e Romulo Fróes. A música em si também vai ser deglutida por poucos - e aí cabe ressaltar que a culpa não reside na imensa maioria que vai ter dificuldade para acompanhar os (com)passos inusitados de composições como Este homem (música de Ná Ozzetti com letra de Romulo Fróes) e Homem comum (música de Romulo Fróes com letra de Rodrigo Campos). A voz límpida de Ná Ozzetti está lá, mas por vezes abafada pelos ruídos do som noise do Passo Torto, como já sinalizara o brochante single Perder essa mulher (música de Marcelo Cabral e Kiko Dinucci com letra de Rodrigo Campos, Romulo Fróes e Kiko Dinucci). Talvez tenha faltado tempo para burilar esse cancioneiro composto em razão do projeto do disco. Das 10 músicas, Cipó (música de Romulo Fróes com letra de Rodrigo Campos) sobressai no repertório com sua evocação do cancioneiro do Rumo, o grupo que projetou Ná na primeira metade dos anos 1980 e que apontou caminhos inusitados para a canção brasileira dentro do movimento rotulado com Vanguarda paulista. Retrato nu e cru da personagem-título, Beth (música de Marcelo Cabral com letra de Rodrigo Campos) também transita com brilho por esses caminhos difíceis de serem acompanhados por ouvintes habituados ao tom palatável do pop radiofônico. Em contrapartida, Onde é que tem? (música de Ná Ozzetti com letra de Romulo Fróes) reitera que música difícil nem sempre soa mais interessante (ou melhor) do que a canção fácil, de refrão e de amor. Situada no disco após os versos concretistas de Palavra perdida (música de Marcelo Cabral com letra de Romulo Fróes), O cinema é melhor (música de Kiko Dinucci com letra de Rodrigo Campos) - grande destaque do cancioneiro ao lado da já mencionada música Cipó - aponta a grande superioridade das letras sobre as melodias de Thiago França com seus versos que confrontam o roteiro banal da vida real com a felicidade fantasiosa vivida na tela de cinema. Na sequência, Bloco torto (música de Ná Ozzetti com letra de Kiko Dinucci, Rodrigo Campos e Romulo Fróes) segue o passo anti-folião do grupo, fazendo outros Carnavais. No fim, O cadáver (música de Romulo Fróes com letra de Kiko Dinucci e Romulo Fróes) remete ao mote mortal de Encarnado (Independente, 2014), o estupendo álbum solo da cantora Juçara Marçal, gravado com Dinucci e Campos. Só que, se em Encarnado a liga resultou perfeita, em Thiago França algo parece fora de equilíbrio. Talvez os passos tortuosos das melodias dificultem a fruição do encontro histórico de uma cantora de geração fundamental na pavimentação de caminhos seguidos pela geração do grupo que ora a acolhe em disco em que a voz referencial dessa cantora soa como (mais) um elemento entre os timbres secos e crus desse grupo.
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Álbum do Passo Torto com Ná Ozzetti já tem uma das dez músicas reveladas
♪ Com lançamento previsto para a próxima terça-feira, 21 de julho de 2015, o álbum que junta o quarteto paulistano Passo Torto com a cantora paulistana Ná Ozzetti - vistos em foto de José de Holanda - já tem sua primeira faixa divulgada. Música de Marcelo Cabral com Kiko Dinucci, letrada por Romulo Fróes, Rodrigo Campos e pelo próprio Dinucci, Perder essa mulher já está em rotação no YouTube. De título ainda ignorado, o disco tem dez músicas. Eis a letra de Perder essa mulher:
(Música: Marcelo Cabral e Kiko Dinucci. Letra: Romulo Fróes, Rodrigo Campos e Kiko Dinucci)
Deixar o que não vê
Ninguém pra parar
Ninguém pra resolver
Ninguém
O céu já desabou
Saiu do lugar
Deixou de iluminar
Deixou
Vou fotografar você
Nada mais pra me lembrar
O momento em que te vi
E te vi passar
Sem manchas no lençol
Sem sol pra lavar
Depois de se cortar
Lavou
Sem ter o que fazer
Morrer se quiser
Perder essa mulher
terça-feira, 26 de maio de 2015
Ozzetti e Wisnik fazem registro audiovisual do show em que cantam 'Ná e Zé'
♪ A IMAGEM DO SOM - A foto de Rodrigo Goffredo mostra o compositor e pianista paulista Zé Miguel Wisnik com a cantora e compositora paulistana Ná Ozzetti no palco do teatro do Sesc Vila Mariana, em São Paulo (SP), em 24 de maio de 2015, na última das três apresentações da temporada de estreia de Ná e Zé, show baseado no homônimo CD em que os artistas celebram 30 anos de afinidades. Esta terceira apresentação foi alvo de registro audiovisual, conforme avisado ao público antes do início do show. No espetáculo, Ozzetti & Wisnik vão além do repertório do recém-lançado álbum Ná e Zé (Circus Produções, 2015). O roteiro incluiu Ultrapássaro (parceria de Dante Ozzetti com Wisnik gravada por Ná no álbum Estopim, editado em 1999 via NK Records) e Pérolas aos poucos (música de Wisnik e Paulo Neves gravada por Ná em Piano e voz, CD editado em 2005 com André Mehmari via MCD), além de duas músicas de Wisnik, Mais simples e Se meu mundo cair, lançadas pelo compositor no seu primeiro álbum, José Miguel Wisnik (Camerati, 1992), e gravadas pela cantora paulistana Zizi Possi após quatro anos para seu álbum Mais simples (PolyGram, 1996).
domingo, 3 de maio de 2015
'Ná e Zé' celebra afinidades de Ozzetti e Wisnik entre o passado e o presente
Resenha de CD
Título: Ná e Zé
Artistas: Ná Ozzetti e Zé Miguel Wisnik
Gravadora: Circus Produções
Cotação: * * * 1/2
Disco disponível para download gratuito e legalizado no site oficial do projeto Ná e Zé
Título: Ná e Zé
Artistas: Ná Ozzetti e Zé Miguel Wisnik
Gravadora: Circus Produções
Cotação: * * * 1/2
Disco disponível para download gratuito e legalizado no site oficial do projeto Ná e Zé
♪ As imagens difusas de Ná Ozzeti e Zé Miguel Wisnik na foto de Luiz Romero exposta na capa do CD Ná e Zé - após tratamento de Rogério Azevedo - contrastam com a clareza deste álbum que celebra uma parceria de três décadas entre a cantora e o compositor paulista. Foi há exatos 30 anos, em 1985, que Ná cantou pela primeira vez uma música de Zé, entoando Louvar no casamento de Wisnik com Laura Vinci. Parceria de Wisnik com o poeta e compositor mineiro Cacaso (1944 - 1987), de quem Zé musicou em 1984 os versos que deram origem à canção, Louvar fecha simbolicamente o CD, selando essa nova aliança musical entre Ná e Zé. O álbum remete inevitavelmente ao passado, já que Wisnik tem sido compositor desde então recorrente na discografia de Ná. Somente em seu primeiro álbum solo, lançado em 1988, Ná gravou nada menos do que quatro composições de Zé. Duas delas, A olhos nus (1978) e Orfeu (1982), retornam em Ná e Zé em tons bem mais contemporâneos, sendo que Orfeu ganha o toque do vibrafone de Marcelo Jeneci. Confiada a Márcio Arantes, a produção do disco impede que esse repertório - formado por 15 músicas compostas por Zé, a sós ou com parceiros, entre 1978 e 2014 - soe mofado. Alocada com destaque no arranjo e na mixagem de Alegre cigarra (Zé Miguel Wisnik e Paulo Neves, 1979), faixa em que Ná encarna a própria cigarra com seu canto preciso e límpido, a guitarra noise de Guilherme Held é um dos elementos e instrumentos que fazem com que Ná e Zé aborde o passado com sons do presente. A simples presença do maestro baiano Letieres Leite na arregimentação dos sopros de Noturno do Mangue (1994) - música composta para a trilha sonora da peça Mistérios gozosos (do Teatro Oficina) e ora gravada por Ná em dueto com Arnaldo Antunes - confirma a intenção dos artistas de não se limitar a reabrir a cortina do passado. A rigor um projeto pautado por regravações e sobras, já que músicas inéditas como A noite (Zé Miguel Wisnik e Paulo Neves, 1979) jaziam até então no fundo do baú à espera de um primeiro registro fonográfico, o disco se alimenta da fina sintonia entre o canto de Ná e a obra de Zé sob esse olhar contemporâneo. Cantora projetada no vanguardista Grupo Rumo a partir da primeira metade da década de 1980, Ná tem (total) domínio do idioma musical de Zé, compositor que fala línguas melódicas inusitadas. Canções como Som e fúria (Zé Miguel Wisnik e Paulo Neves, 1992) e Momento zero (Zé Miguel Wisnik, 1992) jamais trilham caminhos óbvios. Para quem sente prazer em percorrer tais trilhas, Ná e Zé é passo firme de Ná Ozzetti que antecede o aguardado passo torto dessa grande cantora.
segunda-feira, 30 de março de 2015
Álbum 'Ná e Zé' celebra os 30 anos da união musical de Ozzetti e Wisnik
♪ Álbum que celebra os 30 anos da união musical de Ná Ozzetti e José Miguel Wisnik, cujos caminhos se cruzaram em 1985 quando a cantora paulistana interpretou Louvar (José Miguel Wisnik e Cacaso) no casamento do compositor paulista com Laura Vinci, Ná e Zé tem lançamento agendado para abril de 2015 em edição da Circus Produções. Produzido por Márcio Arantes entre 3 de outubro de 2014 e 2 de fevereiro de 2015, sob a direção artística dos artistas, Ná e Zé vai estar disponível nas plataformas digitais a partir de 3 de abril. Uma edição física em CD está programada para chegar às lojas a partir de 19 de abril. Gravado com intervenções de nomes como os dos paulistanos Arnaldo Antunes e Marcelo Jeneci, o repertório contabiliza 14 músicas compostas por Wisnik entre 1978 e 2014. Algumas - como A noite (feita em 1981 por Wisnik em parceria com Paulo Neves), Alegre cigarra (também composta por Wisnik em parceria com Paulo Neves, em 1979), Noturno do Mangue (tema de peça de 1994), Sinal de batom (primeira parceria de Wisnik com Alice Ruiz, de 1988) e Sim, sei bem (1989) - eram até então inéditas em disco. Outras - como Subir mais (José Miguel Wisnik e Paulo Leminski, 1989) e Som e fúria (José Miguel Wisnik e Paulo Neves, 1992) - foram registradas por Wisnik em seu primeiro álbum, lançado em 1993. Há também músicas já gravadas por Ná em seus discos, sobretudo em seu primeiro álbum solo, casos de A olhos nus (1978) e Orfeu (1982). Teresa Maita assina o projeto gráfico de Ná e Zé.
segunda-feira, 2 de março de 2015
Eis a capa do disco com a trilha sonora de 'Animal', que inclui Ná e Zizi
♪ Esta é a capa do disco que traz a trilha sonora de Animal, série de 2014 transformada em telefilme a ser exibido pela TV Globo neste ano de 2015. O disco chega ao mercado fonográfico pela gravadora Som Livre com gravações inéditas de Ná Ozzetti (Romance, música de Nei Lisboa), Zeca Baleiro (Armadilha, composição de Nelson Coelho de Castro e Dedé Ribeiro) e Zizi Possi (De manhã, uma parceria de Silvio Marques e Paulo Nascimento), entre outros cantores. Formada por músicas de compositores do Sul, a inédita trilha sonora de Animal é assinada pelo compositor e arranjador gaúcho Silvio Marques, fundador do já desativado Grupo Musical Saracura.
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Ná grava com Wisnik CD dedicado ao cancioneiro do compositor paulista
♪ Paralelamente ao projeto de um disco com o grupo paulistano Passo Torto, ainda sem data para chegar ao mercado fonográfico, a cantora e compositora paulistana Ná Ozzetti prepara CD gravado com o compositor paulista José Miguel Wisnik. Produzido por Márcio Arantes, o disco é inteiramente dedicado ao cancioneiro de Wisnik. Ná e Wisnik - em foto de Laura Vinci - registram repertório formado por mix de músicas antigas com composições inéditas em disco, como Tudo vezes dois, Sinal de batom (parceria de Wisnik com Alice Ruiz) e Louvar, tema que ostenta versos do poeta mineiro Antônio Carlos de Brito (1944 - 1987), conhecido no universo musical brasileiro pelo apelido de Cacaso. Das antigas, já gravadas, o disco rebobina A olhos nus, música lançada pela cantora em seu primeiro álbum solo, Ná Ozzetti (Continental, 1988), disco no qual Ná também registrou outras duas composições de Wisnik, Libra e Orfeu. O projeto do disco fortalece a conexão da cantora com o compositor, iniciada na segunda metade dos anos 1980. Foi com Ná que Zé Wisnik saiu dos bastidores e se lançou como artista.
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
Ná Ozzetti grava disco de estúdio em São Paulo com o grupo Passo Torto
♪ A cantora e compositora paulista Ná Ozzetti vai entrar em estúdio, em São Paulo (SP), para gravar disco com o Passo Torto - o quarteto paulistano formado pelos músicos e compositores Kiko Dinucci, Marcelo Cabral, Rodrigo Campos e Romulo Fróes. O álbum foi gerado a partir de projeto apresentado no Sesc Santo Amaro, em São Paulo (SP), em agosto de 2014. No projeto, intitulado Estúdio Aberto, Ná e o Passo Torto abriram ao público o processo de criação do repertório inédito e autoral a ser gravado em estúdio pela artista e o grupo para edição de CD.
segunda-feira, 24 de março de 2014
Álbum de Bethânia tem título, no plural, de disco lançado por Ná em 2011
O título do álbum que Maria Bethânia vai lançar neste ano de 2014, Meus quintais, é o mesmo do autoral disco de inéditas editado pela paulista Ná Ozzetti há três anos, Meu quintal (2011), só que no plural. O CD da intérprete baiana - vista em foto de Ana Basbaum - já está pronto.
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
Frade põe seu bloco na rua com CD que tem marchinha cantada por Ná
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Com voz dadivosa, Ná Ozzetti bisa no show 'Embalar' a maestria do disco
Resenha de show
Título: Embalar
Artista: Ná Ozzetti (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Teatro Rival (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 18 de novembro de 2013
Cotação: * * * * 1/2
Título: Embalar
Artista: Ná Ozzetti (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Teatro Rival (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 18 de novembro de 2013
Cotação: * * * * 1/2
"Vocês já conhecem isso, não?", perguntou Ná Ozzetti para a plateia que foi ao Teatro Rival na noite de 18 de novembro de 2013 assistir à estreia do show Embalar no Rio de Janeiro (RJ). Isso era o gestual feito pela artista paulista enquanto repetia o verso "A luz cheia reduz nós dois a pedacinhos", da letra de Sutil, música que seu compositor Itamar Assumpção (1949 - 2003) lançou em álbum de 1988 e que a cantora tornou sua ao regravá-la em seu segundo disco solo, Ná (1994). Sim, o reduzido público - formado basicamente por cantores e músicos habituados às virtuosas performances da cantora - já conhecia o gestual de Sutil, destaque de roteiro construído com todas as 11 músicas inéditas do recém-lançado CD Embalar (Circus / Ná Records, 2013). Egressa do Grupo Rumo, Ná sempre esteva alinhada com as modernidades da lira paulistana que arejou a cena de São Paulo (SP) no início dos anos 80. Geração que continua em plena atividade sem dar sinais de cansaço. Embalar, o disco, conecta Ná a nomes da nova geração paulistana como Tulipa Ruiz - parceria da cantora e compositora na roqueira Pra começo de conversa - e Kiko Dinnucci, compositor (em parceria com Jonathan Silva) de Lizete, espirituosa crônica de amor lésbico que curiosamente se parece com as músicas do Grupo Rumo. Mesmo apresentado no Rio de Janeiro sem as projeções em vídeo da cenografia idealizada por Teresa Maita, Embalar, o show, bisa a maestria do disco por conta da voz dadivosa de Ná e da total sintonia da cantora com a banda também dadivosa formada por Dante Ozzetti (violão), Mário Manga (guitarra e violoncelo), Sérgio
Reze, (bateria e gongos melódicos) e Zé Alexandre Carvalho (contrabaixo
acústico). Por mais que a ausência de Mônica Salmaso em Minha voz (Déa Trancoso, 2013) seja sentida, para citar somente um exemplo em que o show fica impossibilitado de reproduzir com fidelidade o que se ouve no disco, o canto preciso de Ná compensa essa ausência. Música do já citado álbum Ná (1994), Atração fatal (Ná Ozzetti e Luiz Tatit) reitera no show que, mesmo com a obra de Ná em incessante movimento, as composições antigas se afinam com as novas em amostra de rara coerência. À vontade nesse universo musical pautado por inusitados caminhos melódicos, a banda harmoniza em cena a eletricidade injetada pelas guitarra de Mário Manga em Os enfeites de cunhã (Ná Ozzetti e Joãozinho Gomes, 2013) - música adornada com termos do Norte do Brasil, efeito de o parceiro de Ná na composição, Joãozinho Gomes, ser de Macapá (AP) - com o clima lírico que pontua Olhos de Camões, melodia de contorno mais clássico, criada por Ná para musicar poema feito por Alice Ruiz com colagem de versos do poeta português Luis de Camões (1524 - 1680). A reconstrução de Mutante (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1981) - música a que Ná deu voz em seu disco LoveLeeRita (1996), tributo à cantora e compositora paulista Rita Lee - mostra que é até possível revisitar uma música batida desde que a abordagem seja realmente nova, com outro andamento, outra atmosfera. Bem cuidada, a iluminação do show contribui para o realce de climas. Basta uma mudança na luz, como na introdução de A velha fiando (Dante Ozzetti e Luiz Tatit, 2011), para acentuar o ganho de ritmo e colorido do show após número (a já citada Minha voz) de tonalidade intencionalmente mais pálida. Música do CD Estopim (1999), Ultrapássaro (Dante Ozzetti e José Miguel Wisnik) volta alto com Ná elevando os tons na exploração das regiões mais agudas de sua voz dadivosa. Sim, Ná Ozzetti também é dona do dom, como prova ao sair de cena ao som de inebriante releitura de Adeus, batucada (Synval Silva, 1935), o samba a que Ná deu voz em seu discos Show (2001) e Balangandãs (2009), este gravado em tributo a Carmen Miranda (1909 - 1955). Enfim, Embalar é show à altura do disco que o inspirou. No caso, grande disco que já figura entre os melhores de 2013.
Ná estreia o show 'Embalar' no Rio com as 11 músicas do disco no roteiro
Pelo cronograma inicial da turnê de lançamento do CD Embalar (Circus / Ná Records), era para Ná Ozzetti ter apresentado seu novo show aos cariocas em 15 de outubro de 2013, dez dias após a estreia nacional do show no Sesc Vila Mariana, em São Paulo (SP). Contudo, manifestação programada para a data no Centro da cidade do Rio de Janeiro (RJ) - onde está situado o Teatro Rival - forçou o adiamento da estreia carioca do show para 18 de novembro, no mesmo local. Na companhia da banda formada por Dante Ozzetti (violão e guitarra), Mário Manga (guitarra e violoncelo), Sérgio Reze,
(bateria e gongos melódicos) e Zé Alexandre Carvalho (contrabaixo acústico), a cantora e compositora paulista subiu enfim ao palco do Teatro Rival para dar voz às 11 músicas inéditas do álbum Embalar - um dos melhores discos de 2013 - e a composições que gravou em discos anteriores como Ná (1994) e Estopim (1999) O show Embalar chegou ao Rio de Janeiro (RJ) sem a cenografia idealizada por Teresa Maita, que incluí vídeos de Carolina Rolim, Eric Rahal e Luiz Duva. Emoldurada somente por uma bela luz, a artista - vista em foto de Rodrigo Amaral - se garantiu em cena com sua voz dadivosa e seu total entrosamento com a banda. Eis o roteiro seguido por Ná Ozzetti na estreia carioca do ótimo show Embalar no Teatro Rival, no Rio de Janeiro (RJ), em 18 de novembro de 2013:
1. Embalar (Dante Ozzetti e Luiz Tatit, 2013)
2. A lente do homem (Manu Lafer, 2013)
3. Atração fatal (Ná Ozzetti e Luiz Tatit, 1988)
4. As estações (Dante Ozzetti e Luiz Tatit, 2013)
5. Os enfeites de cunhã (Ná Ozzetti e Joãozinho Gomes, 2013)
6. Nem oi (Dante Ozzetti e Makely Ka, 2013)
7. Mutante (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1981) - gravada por Ná Ozzetti em 1996
8. Lizete (Kiko Dinucci e Jonathan Silva, 2013)
9. Olhos de Camões (Ná Ozzetti e Alice Ruiz com versos de Luis de Camões, 2013)
10. Minha voz (Déa Trancoso,2013)
11. A velha fiando (Dante Ozzetti e Luiz Tatit, 2011)
12. Ultrapássaro (Dante Ozzetti e José Miguel Wisnik, 1999)
13. Miolo (Ná Ozzetti e Luiz Tatit, 2013)
14. Sutil (Itamar Assumpção, 1988) - gravada por Ná Ozzetti em 1994
15. Pra começo de conversa (Ná Ozzetti e Tulipa Ruiz, 2013)
16. Musa da música (Dante Ozzetti e Luiz Tatit, 2013)
17. Adeus, batucada (Synval Silva, 1935) - gravada por Ná Ozzetti em 2001 e em 2009
Bis:
18. Capitu (Dante Ozzetti e Luiz Tatit, 1999)
19. Embalar (Dante Ozzetti e Luiz Tatit, 2013)
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Excelente disco de banda, 'Embalar' expõe a dádiva da voz de Ná Ozzetti
Resenha de CD
Título: Embalar
Artista: Ná Ozzetti
Gravadora: Circus / Ná Records
Cotação: * * * * 1/2
Título: Embalar
Artista: Ná Ozzetti
Gravadora: Circus / Ná Records
Cotação: * * * * 1/2
"Eis! É a dádiva da voz / Que diz por nós / Embalei / Pra vocês / Podem abrir", oferece Ná Ozzetti nos versos finais de Embalar (Dante Ozzetti e Luiz Tatit), a bela composição que abre e intitula o décimo disco solo da cantora e compositora paulista. Embalar está à altura dos melhores álbuns dessa artista projetada no começo dos anos 80 como integrante do vanguardista grupo paulista Rumo, se alinhando no mesmo nível de títulos como Ná Ozzetti (Continental, 1988), Ná (Núcleo Contemporâneo, 1994) e Estopim (Ná Records, 1999), que sempre mantiveram a cantora no rumo certo. Disco de banda que reúne Ná com Dante Ozzetti (violões), Mário Manga (guitarras e violoncelo), Sérgio Reze (bateria e percussão) e Zé Alexandre Carvalho (baixo acústico), Embalar é disco para quem aposta na canção, para citar verso de Musa da música (Dante Ozzetti e Luiz Tatit), composição alocada no início metalinguístico do CD e gravada por Ná com a adesão das vozes de Juçara Marçal e Mariana Furquim. Mas é para quem aposta numa canção de caminhos melódicos e harmônicos menos previsíveis, como Miolo -parceria de Ná com Luiz Tatit - e como As estações (Dante Ozzetti e Luiz Tatit), grande música de levada envolvente que aborda com poesia o cotidiano imutável da mulata que passa os anos a ensaboar e lavar roupa. Tema quase etéreo da lavra da compositora mineira Déa Trancoso, Minha voz se ajusta com perfeição à estética da obra da artista em gravação feita por Ná com Mônica Salmaso, cantora paulista conhecida pela perfeição de sua voz e, por isso mesmo, convidada ideal para composição metalinguística que exalta a dádiva da voz. Luiz Tatit é nome recorrente na composição de repertório inspirado que destaca A lente do homem, de Manu Lafer. Curiosamente, as duas músicas que mais evocam a arquitetura vanguardista do grupo Rumo foram feitas sem a colaboração de Tatit. Lizete - parceria de Kiko Dinucci com Jonathan Silva, gravada por Ná com a voz e a guitarra de Dinucci - é deliciosa composição de tom leve e teatral que narra as (des)ilusões amorosas da personagem-título, Lizete, após o rompimento com a namorada Rebeca. Nem oi (Dante Ozzetti e Makely Ka) também ecoa, em menor grau, a herança deixada pelo Rumo na música brasileira. Bela canção escorada no toque do violão de Dante Ozzetti, Olhos de Camões tem melodia mais clássica de Ná, ajustada com perfeição ao poema feito por Alice Ruiz com colagem de versos do poeta português Luis de Camões (1524 - 1680). Marcelo Pretto divide os vocais da faixa com Ná, que assina a produção do disco ao lado de sua azeitada banda. No fim, Os enfeites de cunhã (Ná Ozzetti e Joãozinho Gomes) - tema que alinha na letra vários termos do universo indígena - expõe a efervescência rítmica que reverbera também em Pra começo de conversa, a música que abre a parceria de Ná com a cantora e compositora paulista Tulipa Ruiz (um dos nomes mais bem-sucedidos da atual cena indie paulistana) e que ironicamente fecha este excelente álbum com pegada mais pop roqueira. Enfim, Ná Ozzetti sempre foi uma das grandes cantoras do Brasil. Com Embalar, CD já com lugar garantido na lista de melhores discos deste ano de 2013, a artista dá outro salto qualitativo em sua obra fonográfica, sem sair de seu quintal, mas já com novas conexões feitas com sua voz dadivosa.
sábado, 31 de agosto de 2013
Ná abre parceria com Tulipa e canta com Salmaso no seu álbum 'Embalar'
Ná Ozzetti abre parceria com Tulipa Ruiz. A primeira música das compositoras paulistas, Pra começo de conversa, fecha paradoxalmente o décimo disco solo de Ná, Embalar, posto à venda neste mês de agosto de 2013 em edição da Circus Produções Culturais e Fonográficas. O CD conta com a participação da cantora paulista Mônica Salmaso - que divide com Ná a interpretação de Minha voz, composição da mineira Déa Trancoso - e do músico Ivan Vilela, que toca viola caipira nas faixas As estações (Dante Ozzetti e Luiz Tatit) e Olhos de Camões, parceria de Ná Ozzetti com Alice Ruiz que incorpora texto do poeta português Luis de Camões (1524 - 1580). Em Embalar, disco produzido por Ná Ozzetti com Dante Ozzetti, Mário Manga, Sérgio Reze e Zé Alexandre Carvalho, a cantora dá voz a músicas como A lente do homem (Manu Lafer), Lizete (Kiko Dinucci e Jonathan Silva), Miolo (Ná Ozzetti e Luiz Tatit), Musa da música (Dante Ozzetti e Luiz Tatit), Nem oi (Dante Ozzetti e Makely Ka) e Enfeites de cunhã (Ná Ozzetti e Joãozinho Gomes). A música-título de Embalar é de Dante Ozzetti e Luiz Tatit.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Ná reitera apuro vocal ao saborear frutos autorais no show 'Meu Quintal'
Resenha de show
Título: Meu Quintal
Artista: Ná Ozzetti (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Teatro de Arena Caixa Cultural RJ (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 28 de junho de 2012
Cotação: * * * *
Show em cartaz no Teatro de Arena - na Caixa Cultural RJ - até 30 de junho de 2012
Título: Meu Quintal
Artista: Ná Ozzetti (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Teatro de Arena Caixa Cultural RJ (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 28 de junho de 2012
Cotação: * * * *
Show em cartaz no Teatro de Arena - na Caixa Cultural RJ - até 30 de junho de 2012
Ná Ozzetti é do tipo de cantora que apresenta ao vivo interpretações com a mesma qualidade de suas gravações de estúdio. Sua maestria vocal é reiterada no show Meu Quintal, que chegou esta semana aos palcos do Rio de Janeiro (RJ) um ano após ter estreado em São Paulo (SP). O show é baseado no álbum Meu Quintal (Borandá, 2011), trabalho de repertório autoral lançado pela cantora e compositora paulista para celebrar seus 30 anos de carreira (incluídos na conta os anos vividos como integrante do Grupo Rumo). Não há firulas em Meu Quintal, o show. Há somente uma ótima cantora, uma banda afiada e uma luz eficiente e quase sempre bonita. À frente do quarteto afim formado por Dante Ozzetti (violão), Mario Manga (guitarra e violoncelo), Sérgio Reze (bateria) e Zé Alexandre Carvalho (baixo), Ná desfia músicas que exigem cantora de voz límpida e segura. Nem o fato de ter tropeçado mais de uma vez nos versos de Equilíbrio (Ná Ozzetti e Luiz Tatit) - música de ritmo veloz que exige concentração absoluta, além de técnica e emissão perfeitas - empanou o brilho da apresentação. Iniciada com A Velha Fiando (Dante Ozzetti e Luiz Tatit), uma das melhores músicas do CD Meu Quintal. Em Chuva, música composta por Ná sobre versos de poema de Carol Ribeiro, o arranjo de criação coletiva expõe o requinte da banda e da cantora. Aliados ao canto preciso de Ná, os sons dos instrumentos conseguem traduzir musicalmente as imagens poéticas da letra que versa sobre o movimento natural de chover e florir. E por falar em poesia, Ná realça em Baú de Guardados (Ná Ozzetti e Alice Ruiz) - outra canção que se destaca na safra autoral do CD Meu Quintal - toda a poesia da letra de Alice Ruiz. Fora da esfera autoral da artista, mas com a assinatura personalíssima de seu canto, Atlântida (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1981) emerge com suingue todo próprio, se impondo no roteiro como boa lembrança do disco em que Ná tributa a Ovelha Negra (Love Lee Rita, Dabliú, 1996). Já Na Batucada da Vida (Ary Barroso e Luiz Peixoto, 1934) expõe o virtuosismo do baixista Zé Alexandre Carvalho, cujo solo no número é alvo de justos aplausos em cena aberta. Também do repertório de Carmen Miranda (1909 - 1955), celebrada por Ná no disco Balangandãs (MCD, 2009), Recenseamento (Assis Valente, 1940) é outro pico do show. O arranjo maroto e o canto cheio de malícia impresso por Ná no número ressaltam toda a manemolência do samba. Na sequência, Capitu (Luiz Tatit) - música do repertório de Ná que Zélia Duncan (parceira da compositora em Sobrenatural) tomou para si a partir do sedutor registro feito no CD Eu me Transformo em Outras (2004) - confirma sua majestade enquanto Sutil (Itamar Assumpção) serve de veículo para que Ná evoque, com a adesão da plateia, combinações vocais típica dos sons oitentistas da Vanguarda Paulista, movimento no qual Ná foi projetada há 31 anos. Enfim, por mais que um ou outro tema seja menos saboroso, o quintal de Ná Ozzetti continua dando música boa.
'Quintal' de Ná dá Assis, Itamar, Rita e Wisnik em estreia de show no Rio
No Quintal de Ná Ozzetti dá tanto o compositor baiano Assis Valente (1911 - 1958) quanto Itamar Assumpção (1949 - 2003) e Rita Lee. Recenseamento (1940) - samba de Assis, lançado na voz de Carmen Miranda (1909 - 1955) e regravado por Ná no CD em que celebrou a Pequena Notável (Balangandãs, MCD 2009) - foi a boa surpresa do roteiro da estreia carioca do show Meu Quintal. Em cartaz até 30 de junho de 2012 no Teatro de Arena da Caixa Cultural do Rio de Janeiro (RJ), o show Meu Quintal é baseado no homônimo disco de 2011 com o qual Ná celebrou 30 anos de carreira. O repertório do CD Meu Quintal (Borandá, 2011) é essencialmente autoral, mas, no show do Rio, a artista inseriu dois sucessos de Carmen Miranda - além de Recenseamento, Ná deu voz ao samba Na Batucada da Vida (Ary Barroso e Luiz Peixoto, 1934) - em roteiro que também incluiu músicas de Itamar Assumpção (Sutil) e Rita Lee, de quem Ná reviveu Atlântida (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1981), música que abre seu CD Love Lee Rita (Dabliú, 1996), dedicado ao cancioneiro pop de Rita. Eis o roteiro seguido por Ná Ozzetti - em foto de Rodrigo Amaral - na estreia carioca do show Meu Quintal:
1. A Velha Fiando (Dante Ozzetti e Luiz Tatit)
2. Tupi (Ná Ozzetti e Arthur Nestrovski)
3. Ser Estar (Ná Ozzetti e Alice Ruiz)
4. Atlântida (Rita Lee e Roberto de Carvalho)
5. Entre o Amor e o Mar (Ná Ozzetti e Luiz Tatit)
6. Chuva (Ná Ozzetti e Carol Ribeiro)
7. Equilíbrio (Ná Ozzetti e Luiz Tatit)
8. Baú de Guardados (Ná Ozzetti e Alice Ruiz)
9. Onde a Vista Alcança (Ná Ozzetti e Makely Ka)
10. Na Batucada da Vida (Ary Barroso e Luiz Peixoto)
11. Recenseamento (Assis Valente)
12. Capitu (Luiz Tatit)
13. Sutil (Itamar Assumpção)
14. Sobrenatural (Ná Ozzetti e Zélia Duncan)
15. Ultrapássaro (Dante Ozzetti e Zé Miguel Wisnik)
16. Meu Quintal (Ná Ozzetti e Luiz Tatit)
Bis:
17. Equilíbrio (Ná Ozzetti e Luiz Tatit)
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Livro analisa o canto inusitado das vozes da vanguarda paulista dos 80
Resenha de livro
Título: A Voz na Canção Popular Brasileira - Um Estudo sobre a Vanguarda Paulista
Autoria: Regina Machado
Editora: Ateliê Editorial
Cotação: * * * *
A partir de 1980, intérpretes como Ná Ozzetti, Tetê Espíndola e Vânia Bastos deram voz a um novo tipo de canto na música popular do Brasil. Guiadas por compositores como Arrigo Barnabé e Itamar Assumpação (1949 - 2003), pilares da vanguarda musical paulista surgida naquela década, tais cantoras criaram e desenvolveram padrões vocais até então inusitados no canto popular. É sobre esse período fértil da música paulista que a cantora, compositora e instrumentista Regina Machado se debruça nas 136 páginas de seu livro A Voz na Canção Popular Brasileira - Um Estudo Sobre a Vanguarda Paulista, recém-lançado pelo Ateliê Editorial. Feito com rigores técnicos e linguagem acadêmica (a autora é graduada em Música Popular pela Universidade Estadual de Campinas), o estudo é interessante por abordar em perspectiva um gênero musical pouco lembrado em livros. Os livros sobre a música brasileira dos anos 80 estão habitualmente centrados na explosão do pop rock nacional, mas a década também viu a revolução proposta por Arrigo, Itamar e Luiz Tatit, líder do Rumo, o grupo que projetou Ná Ozzetti. A propósito, uma das partes mais interessantes do livro é quando Regina Machado analisa detalhadamente a gravação da canção Sua Estupidez (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1969) feita por Ná em 1988 com arranjo criado por Dante Ozzetti a partir da interpretação da cantora, então iniciando carreira solo. Contemporânea de Ná, Tetê Espíndola também tem sua gravação de Londrina (Arrigo Barnabé) - feita em 1981 - dissecada por Regina Machado. Da mesma forma, o canto inovador de Itamar Assumpção em Nego Dito (Itamar Assumpção, 1981) é estudado com ineditismo neste livro mais indicado para cantores e músicos capazes de entender a linguagem técnica adotada pela autora. A análise é consistente.
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