Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


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segunda-feira, 30 de março de 2015

Álbum 'Ná e Zé' celebra os 30 anos da união musical de Ozzetti e Wisnik

Álbum que celebra os 30 anos da união musical de Ná Ozzetti e José Miguel Wisnik, cujos caminhos se cruzaram em 1985 quando a cantora paulistana interpretou Louvar (José Miguel Wisnik e Cacaso) no casamento do compositor paulista com Laura Vinci, Ná e Zé tem lançamento agendado para abril de 2015 em edição da Circus Produções. Produzido por Márcio Arantes entre 3 de outubro de 2014 e 2 de fevereiro de 2015, sob a direção artística dos artistas, Ná e Zé vai estar disponível nas plataformas digitais a partir de 3 de abril. Uma edição física em CD está programada para chegar às lojas a partir de 19 de abril. Gravado com intervenções de nomes como os dos paulistanos Arnaldo Antunes e Marcelo Jeneci, o repertório contabiliza 14 músicas compostas por Wisnik entre 1978 e 2014. Algumas - como A noite (feita em 1981 por Wisnik em parceria com Paulo Neves), Alegre cigarra (também composta por Wisnik em parceria com Paulo Neves, em 1979), Noturno do Mangue (tema de peça de 1994), Sinal de batom (primeira parceria de Wisnik com Alice Ruiz, de 1988) e Sim, sei bem (1989) - eram até então inéditas em disco. Outras - como Subir mais (José Miguel Wisnik e Paulo Leminski, 1989) e Som e fúria (José Miguel Wisnik e Paulo Neves, 1992) - foram registradas por Wisnik em seu primeiro álbum, lançado em 1993. Há também músicas já gravadas por Ná em seus discos, sobretudo em seu primeiro álbum solo, casos de A olhos nus (1978) e Orfeu (1982). Teresa Maita assina o projeto gráfico de Ná e Zé.

sábado, 25 de outubro de 2014

Elevada por Wisnik e Alê, Mariana emerge nas águas do álbum 'Desejo'

Resenha de CD
Título: Desejo
Artista: Mariana de Moraes
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 1/2

Terceiro álbum solo de Mariana de Moraes, lançado neste mês de outubro de 2014 pela gravadora Biscoito Fino, Desejo é o título mais expressivo da discografia dessa cantora carioca de voz pequena, mas muito bem colocada no CD produzido por Alê Siqueira e Marcelo Costa sob a direção artística de José Miguel Wisnik. Aos 45 anos de vida e 30 de carreira, iniciada como atriz nos anos 1980, a artista emerge como cantora, elevada pelo trio que formatou esse álbum que versa sobre águas, amores e areias, tendo sido gravado em fevereiro de 2012 no litoral da Bahia. Na época da gravação, três músicas - A liberdade é bonita (Jorge Mautner e José Miguel Wisnik, 2014), Motivos reais banais (Adriana Calcanhoto e Waly Salomão, 2014) e Morro, amor (Caetano Veloso e Arnaldo Antunes, 2013) - eram inéditas. Com o hiato de dois anos e meio entre a gravação e a edição do disco, as três ganharam registros fonográficos - de Celso Sim, Adriana Calcanhotto e Arnaldo Antunes, respectivamente - em CDs já lançados previamente. Mas pouco importa o fato de nenhuma das 14 composições ouvidas nas 13 faixas de Desejo ser inédita. A costura inusitada do repertório - bem alinhavada pelos atabaques, programações, violões e pianos arranjados de forma coletiva pelos produtores com os músicos do disco e com a própria Mariana de Moraes - é que torna Desejo um disco bem amarrado. Se é pecado sambar, como questionou o título do CD lançado pela artista em 2001 nos Estados Unidos, a cantora jamais irá para o céu, pois Desejo cai bem no samba de distintas estirpes e vertentes. Engomadinho (Pedro Caetano e Claudionor Cruz, 1942) é o samba faceiro à moda carioca de Aracy de Almeida, sua intérprete original. É um samba que encobre o manto escuro da desilusão com a luz de um novo amor. Música embalada pelas cordas orquestradas por Lincoln Olivetti, Vai e vem (Amor de Carnaval) também se ilumina ao fluir na cadência bonita do samba em gravação que dá vida a uma música de Guilherme Arantes com Nelson Motta que passara despercebida num dos álbuns mais fracos de Arantes, Lótus (Som Livre, 2007). A leveza da leitura de Mariana está em sintonia com versos que celebram a fugacidade das paixões folionas. Outro acerto é pôr Mãe d'água e a menina (Dorival Caymmi, 1985) na roda do samba do Recôncavo Baiano. Emerge nessa faixa uma baianidade nagô que também sustenta - no caso, com a levada do samba-reggae - Flor do Cerrado (Caetano Veloso, 1974), música que já desabrochou em toda sua beleza na gravação referencial feita por Gal Costa para o álbum Cantar (Philips, 1974). Música também gravada por Gal, mas composta por José Miguel Wisnik para a trilha sonora que criou com Tom Zé para balé estreado há 20 anos pelo Grupo Corpo, Assum branco (1994) voa na pegada do baião, com o toque da sanfona de Dominguinhos (1941 - 2013), estreitando musicalmente os laços com Assum preto (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), já reforçados de forma poética nos versos da letra. Com aura bossa-novista, alimentada pelo violão de Marcelo Miranda e pelos assovios do tecladista Mikael Mutti, Morro, amor - a parceria com Caetano Veloso que Arnaldo Antunes registrou em seu álbum Disco (Rosa Celeste / Radar Records, 2013) - põe a paixão em palco de teatro em letra que prepara o clima para Cacilda (José Miguel Wisnik, 1997), a faixa seguinte, ponto raso no mar de significados que abarca Desejo. Cantada por Mariana de forma meramente correta, com o piano de Wisnik, Cacilda é canção talhada para intérpretes que alcançam com a voz toda uma dimensão dramática que inexiste no canto de Mariana de Moraes. Essa ausência de teatralidade - não um defeito em si, mas uma característica da cantora - dilui a lamentosa carga poética entranhada nos versos de Amor em lágrimas (Claudio Santoro e Vinicius de Moraes, 1957 / 1960), música entoada por Mariana somente com o piano de Wisnik. Desejo se banha em outras praias de forma mais feliz. Pela sagacidade dos produtores do disco, os tambores que ressoam na abertura do CD com a lembrança da Mãe África na cubana Tabu (Margarita Lecuona, 1934) - lembrança sagazmente sublinhada com a adição na faixa do afro-samba Canto de Iemanjá (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1966) - se harmonizam com o batidão do funk carioca que, no fecho do disco, celebra a alegria da vida em A liberdade é bonita (Jorge Mautner e José Miguel Wisnik, 2014). Mesmo que Veleiro azul (Luiz Melodia e Rúbia Mattos, 2006) navegue desbotado, Desejo é álbum interessante que deixa as cores de outra cor - para parafrasear verso de Cá já (Caetano Veloso, 1976) - nessas águas em que Mariana de Moraes se banha com frescor, emergindo, enfim, como cantora digna de atenção.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Ná grava com Wisnik CD dedicado ao cancioneiro do compositor paulista

Paralelamente ao projeto de um disco com o grupo paulistano Passo Torto, ainda sem data para chegar ao mercado fonográfico, a cantora e compositora paulistana Ná Ozzetti prepara CD gravado com o compositor paulista José Miguel Wisnik. Produzido por Márcio Arantes, o disco é inteiramente dedicado ao cancioneiro de Wisnik. Ná e Wisnik - em foto de Laura Vinci - registram repertório formado por mix de músicas antigas com composições inéditas em disco, como Tudo vezes dois, Sinal de batom (parceria de Wisnik com Alice Ruiz) e Louvar, tema que ostenta versos do poeta mineiro Antônio Carlos de Brito (1944 - 1987), conhecido no universo musical brasileiro pelo apelido de Cacaso. Das antigas, já gravadas, o disco rebobina A olhos nus, música lançada pela cantora em seu primeiro álbum solo, Ná Ozzetti (Continental, 1988), disco no qual Ná também registrou outras duas composições de Wisnik, Libra e Orfeu. O projeto do disco fortalece a conexão da cantora com o compositor, iniciada na segunda metade dos anos 1980. Foi com Ná que Zé Wisnik saiu dos bastidores e se lançou como artista.

sábado, 27 de setembro de 2014

Mariana lança 'Desejo', álbum em que canta Caetano, Caymmi e Wisnik

Com (belíssima) capa criada a partir de foto de Cafi, o terceiro álbum solo da cantora carioca Mariana de Moraes, Desejo, vai ser lançado em outubro de 2014 pela gravadora Biscoito Fino. Produzido por Alê Siqueira, sob direção artística de José Miguel Wisnik, o disco foi gravado no estúdio Coaxo do Sapo (de Guilherme Arantes), na Bahia, no primeiro semestre de 2012. O CD Desejo alinha 13 faixas. Wisnik assina Assum branco (1994) - música da trilha sonora composta com Tom Zé para Parabelo, espetáculo do Grupo Corpo - e Cacilda (1997). Compositor recorrente no repertório pautado por regravações, Caetano Veloso é o autor da recente Morro, amor - parceria com Arnaldo Antunes, inédita quando gravada em 2012 por Mariana, mas depois registrada por Antunes em 2013 no álbum Disco - e das antigas Cá já (1976 - música lançada por Fafá de Belém no álbum Tamba Tajá) e Flor do Cerrado (1974 - música lançada por Gal Costa no álbum Cantar). Outras músicas de Desejo são A mãe d'água e a menina (Dorival Caymmi, 1985), Vai e vem (Amor de Carnaval) (Guilherme Arantes e Nelson Motta, 2007), Veleiro azul (Luiz Melodia e Rúbia, 1976) e Engomadinho (Pedro Caetano e Claudionor Cruz), samba lançado em 1942 na voz da cantora carioca Aracy de Almeida (1914 - 1988). Em Desejo, Mariana de Moraes também dá voz a Motivos reais banais, música feita por Adriana Calcanhotto a partir de versos do poeta e compositor Waly Salomão (1943 - 2003). A música era inédita na época em que Mariana gravou Desejo, mas, entre a gravação e a edição do disco, foi registrada por Calcanhotto no CD e DVD Olhos de onda (Sony Music, 2014).