Mauro Ferreira no G1

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domingo, 2 de novembro de 2014

Força de 'Música nova' de Luhli está mais nas letras do que nas melodias

Resenha de CD
Título de CD: Música nova
Artista: Luhli
Gravadora: Edição independente da artista
Cotação: * * 

Prestes a completar 50 anos de carreira fonográfica, iniciada em 1965 com a edição do álbum Luli pela gravadora Philips, Luhli lança seu quarto álbum solo, Música nova, por vias totalmente independentes. Como o título Música nova já explicita, a cantora e compositora carioca Heloísa Orosco Borges da Fonseca apresenta repertório inédito no disco gravado de janeiro a março deste ano de 2014 em Lumiar (RJ), lugarejo fluminense no qual a artista se refugiou há anos. Produzido sob a direção musical da própria Luhli, o CD enfileira 14 composições autorais, sendo seis assinadas somente por Luhli. As demais foram compostas com parceiros como Alexandre Lemos, Dhenni Santos, João Gomes, Leo Nogueira e, claro, Lucina, coautora de Bossa velha e Tudo de nada. Composição assinada por Luhli com Alexandre Lemos, a faixa-título Música nova é samba cujos versos extensos seguem o estilo da letra de Diariamente (1991), a canção de Nando Reis lançada na voz de Marisa Monte. Em repertório em que as letras resultam mais significativas do que as melodias, como mostra a audição de músicas como Tiete e diva (Lhuli), o destaque é a balada que abre o disco, Novos horizontes (Luhli, Leo Nogueira e Dhenni Santos), cantada por Luhli com seu parceiro Dhenni Santos. Já Saudade das estrelas (Luhli e Alexandre Lemos) se impõe pelo toque distorcido da guitarra de Daniel Drummond enquanto Atos (Luhli e Alexandre Lemos) tem notas salpicadas pelo piano de Léo de Freitas com a delicadeza artesanal que pauta o disco, cujo projeto gráfico inclui still frames de Yorimatã, o documentário de Rafael Saar sobre a história da dupla Luli & Lucina. Música nova não é o capítulo mais relevante da história particular de Luhli, mas reitera a sinceridade com que a artista conduziu sua vida e obra ao longo de 50 anos.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ Prestes a completar 50 anos de carreira fonográfica, iniciada em 1965 com a edição do álbum Luli pela gravadora Philips, Luhli lança seu quarto álbum solo, Música nova, por vias totalmente independentes. Como o título Música nova já explicita, a cantora e compositora carioca Heloísa Orosco Borges da Fonseca apresenta repertório inédito no disco gravado de janeiro a março deste ano de 2014 em Lumiar (RJ), lugarejo fluminense no qual a artista se refugiou há anos. Produzido sob a direção musical da própria Luhli, o CD enfileira 14 composições autorais, sendo seis assinadas somente por Luhli. As demais foram compostas com parceiros como Alexandre Lemos, Dhenni Santos, João Gomes, Leo Nogueira e, claro, Lucina, coautora de Bossa velha e Tudo de nada. Composição assinada por Luhli com Alexandre Lemos, a faixa-título Música nova é samba cujos versos extensos seguem o estilo da letra de Diariamente (1991), a canção de Nando Reis lançada na voz de Marisa Monte. Em repertório em que as letras resultam mais significativas do que as melodias, como mostra a audição de músicas como Tiete e diva (Lhuli), o destaque é a balada que abre o disco, Novos horizontes (Luhli, Leo Nogueira e Dhenni Santos), cantada por Luhli com seu parceiro Dhenni Santos. Já Saudade das estrelas (Luhli e Alexandre Lemos) se impõe pelo toque distorcido da guitarra de Daniel Drummond enquanto Atos (Luhli e Alexandre Lemos) tem notas salpicadas pelo piano de Léo de Freitas com a delicadeza artesanal que pauta o disco, cujo projeto gráfico inclui still frames de Yorimatã, o documentário de Rafael Saar sobre a história da dupla Luli & Lucina. Música nova não é o capítulo mais relevante da história particular de Luhli, mas reitera a sinceridade com que a artista conduziu sua vida e obra ao longo de 50 anos.

Denilson Santos disse...

A Luhli é fantástica. Como o Mauro bem disse, são 50 anos de resistências cultural, lutando contra imposições de mídia e de mercado, resultando em uma obra que impressiona pela coerência e pela originalidade. Sou muito fã e recomendo esse último trabalho.
Abração
Denilson