Mauro Ferreira no G1

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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Desigual, premiação do 15º Grammy Latino desvaloriza o Brasil mais uma vez

EDITORIAL - Sexto álbum de Maria Rita, Coração a batucar (Universal Music, 2014) foi eleito no 15º Grammy Latino o Melhor álbum de samba / pagode. Parece um feito, mas não é. Realizada na MGM Gran Garden Arena de Las Vegas (EUA) na noite de ontem, 20 de novembro de 2014, a cerimônia de premiação do 15º Grammy Latino ignorou o Brasil em todas as categorias principais e gerais - categorias em que uma vitória poderia ter algum real significado. Pela lista de indicados, a produção fonográfica do Brasil já havia sido minimizada ao extremo nessas categorias. Apenas Caetano Veloso tinha chance de conquistar o 15º Grammy Latino de Canção do Ano com A bossa nova é foda (Caetano Veloso, 2012). Mas perdeu o prêmio para o guitarrista e compositor espanhol Paco de Lucía (1947 - 2014), morto em fevereiro deste ano, mas postumamente vitorioso por sua Cancíon andaluza. Já seu filho, Moreno Veloso, perdeu o troféu de produtor do ano para o norte-americano Sergio George. O Brasil foi perdedor até na única categoria geral - Melhor álbum instrumental - no qual a produção fonográfica nacional estava bem representada, com três das cinco indicações, dadas para os álbuns Caprichos (do bandolinista carioca Hamilton de Holanda), Continente (do violonista gaúcho Yamandú Costa) e O piano de Antonio Adolfo (do pianista carioca Antonio Adolfo). O vencedor foi Final night at birdland, de Arturo O'Farrill & The Chico O'Farrill Afro-Cuban Jazz Orchestra. Ou seja, o Brasil sai de mãos abandando, embora as vitórias nas categorias dedicadas exclusivamente à música brasileira deem a falsa impressão de que o 15º Grammy Latino valorizou a música do Brasil. Certamente, os artistas vencedores destas categorias nacionais vão alardear suas vitórias. Mas elas representam muito pouco diante de uma premiação que inferioriza a produção fonográfica do Brasil diante da música gravada em espanhol nos outros países da América Latina e na Espanha. Não é o caso de defender a supremacia de uma música sobre outra, ainda que a música brasileira seja de fato uma das melhores do mundo em âmbito mundial, mas de reivindicar maior igualdade na premiação para o que Brasil passe a ser mais valorizado no Grammy Latino, já que o resultado da 15º edição é similar ao de edições anteriores. A música do Brasil é minimizada na premiação. Do jeito que está, mais do que frustrante, a premiação resulta injusta, mesmo que os brasileiros vencedores alardeiem as vitórias no 15º Grammy Latino nos jornais e em redes sociais.

 Vencedores dos 15º Grammy Latino nas categorias brasileiras:
* Melhor álbum de MPB - Verdade, uma ilusão (Phonomotor Records / EMI / Universal 

   Music), de Marisa Monte
* Melhor álbum pop contemporâneo brasileiro - Multishow ao vivo - Ivete Sangalo 20 anos
  (Universal Music), de Ivete Sangalo
* Melhor álbum de rock brasileiro - Gigante Gentil (Coqueiro Verde Records), de Erasmo
   Carlos
* Melhor álbum de samba / pagode - Coração a batucar (Universal Music), de Maria Rita
* Melhor álbum de música sertaneja - Questão de tempo (Radar Records), de Sérgio Reis
* Melhor álbum de raízes brasileiras - Amigo velho (Radar Records), do grupo Falamansa

* Melhor álbum cristão - Graça (MK Music), de Aline Barros
* Melhor canção brasileira - A bossa nova é foda (Caetano Veloso, 2012)

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ Editorial - Sexto álbum de Maria Rita, Coração a batucar (Universal Music, 2014) foi eleito no 15º Grammy Latino o Melhor álbum de samba / pagode. Parece um feito, mas não é. Realizada na MGM Gran Garden Arena de Las Vegas (EUA) na noite de ontem, 20 de novembro de 2014, a cerimônia de premiação do 15º Grammy Latino ignorou o Brasil em todas as categorias principais e gerais - categorias em que uma vitória poderia ter algum real significado. Pela lista de indicados, a produção fonográfica do Brasil já havia sido minimizada ao extremo nessas categorias. Apenas Caetano Veloso tinha chance de conquistar o 15º Grammy Latino de Canção do Ano com A bossa nova é foda (Caetano Veloso, 2012). Mas perdeu o prêmio para o guitarrista e compositor espanhol Paco de Lucía (1947 - 2014), morto em fevereiro deste ano, mas postumamente vitorioso por sua Cancíon andaluza. Já seu filho, Moreno Veloso, perdeu o troféu de produtor do ano para o norte-americano Sergio George. O Brasil perdeu até na única categoria geral - Melhor álbum instrumental - no qual a produção fonográfica nacional estava bem representada, com três das cinco indicações, dadas para os álbuns Caprichos (do bandolinista carioca Hamilton de Holanda), Continente (do violonista gaúcho Yamandú Costa) e O piano de Antonio Adolfo (do pianista carioca Antonio Adolfo). O vencedor foi Final night at birdland, de Arturo O'Farrill & The Chico O'Farrill Afro-Cuban Jazz Orchestra. Ou seja, o Brasil sai de mãos abandando, embora as vitórias nas categorias dedicadas exclusivamente à música brasileira deem a falsa impressão de que o 15º Grammy Latino valorizou a música do Brasil. Certamente, os artistas vencedores destas categorias nacionais vão alardear suas vitórias. Mas elas representam muito pouco diante de uma premiação que inferioriza a produção fonográfica do Brasil diante da música gravada em espanhol nos outros países da América Latina e na Espanha. Não é o caso de defender a supremacia de uma música sobre outra, ainda que a música brasileira seja de fato uma das melhores do mundo em âmbito mundial, mas de reivindicar maior igualdade na premiação para o que Brasil passe a ser mais valorizado no Grammy Latino, já que o resultado da 15º edição é similar à de edições anteriores. Do jeito que está, mais do que frustrante, a premiação resulta injusta, mesmo que os brasileiros vencedores divulguem suas vitórias no 15º Grammy Latino na mídia e em redes sociais.

Vencedores dos 15º Grammy Latino nas categorias brasileiras:
* Melhor álbum de MPB - Verdade, uma ilusão (Phonomotor Records / EMI / Universal
Music), de Marisa Monte
* Melhor álbum cristão - Graça (MK Music), de Aline Barros
* Melhor álbum pop contemporâneo brasileiro - Multishow ao vivo - Ivete Sangalo 20 anos
(Universal Music), de Ivete Sangalo
* Melhor álbum de rock brasileiro - Gigante Gentil (Coqueiro Verde Records), de Erasmo
Carlos
* Melhor álbum de samba / pagode - Coração a batucar (Universal Music), de Maria Rita
* Melhor álbum de música sertaneja - Questão de tempo (Radar Records), de Sérgio Reis
* Melhor álbum de raiz brasileiras - Amigo velho (Radar Records), do grupo Falamansa
* Melhor álbum cristão - Graça (MK Music), de Aline Barros
* Melhor canção brasileira - A bossa nova é foda (Caetano Veloso, 2012)

ADEMAR AMANCIO disse...

Eu nunca entendi esse excesso de categorias.