Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Discos da fase mais verdadeira de Fábio Jr. são relançados em edição digital

A pré-história musical de Fábio Jr. começa na segunda metade dos anos 1960 - década em que o cantor e compositor paulistano integrou bandas juvenis como Os Colegiais, Os Namorados, Bossa 4 e Arco-Íris - e atravessa toda a primeira metade dos anos 1970, quando o artista (então já em carreira solo) grava em inglês com pseudônimos como Uncle Jack e Mark Davis. Em que pese eventuais hits radiofônicos dessa fase em inglês, a carreira fonográfica de Fábio Jr. deslanchou mesmo a partir de 1979, com seu ingresso na gravadora Som Livre. Na época, o artista já conciliava o ofício de cantor com o trabalho como ator em novelas da TV Globo. Na Som Livre, Fábio - que tinha lançado há três anos um desprezado primeiro álbum solo em português, Fábio Júnior (Philips, 1976), atualmente item de colecionador - gravou e lançou três álbuns que constituem o melhor de sua discografia. Ora relançados pela Som Livre em edição digital, já postos à venda no iTunes simultaneamente com EP de quatro músicas lançado em 1980 como compacto duplo, estes três álbuns - todos intitulados Fábio Jr. - representam a fase mais verdadeira da obra autoral de Fábio, cuja música seria enquadrada nos padrões radiofônicos e perderia essa espontaneidade inicial a partir do ingresso do cantor na gravadora CBS em 1984. Fábio Jr. (1979), o álbum autoral que marcou a estreia do artista na Som Livre, é o disco dos hits Pai e Vinte e poucos anos. Apresentada originalmente por Fábio ainda em 1978, em episódio da série Ciranda cirandinha (TV Globo), na qual ele trabalhava como ator, a sensível canção Pai teve seu estouro impulsionado com sua propagação diária na abertura da novela Pai herói (TV Globo, 1979). Além deste dois hits, o álbum tem músicas - Quero colo e Queria ser, sobretudo - que exemplificam o talento de Fábio como compositor nessa fase inicial. Fábio Jr. - o álbum de 1981 - destaca Muito cacique para pouco índio na safra autoral, mas abre espaço para outros compositores. Tanto que o maior sucesso do disco foi Seu melhor amigo, composição de Guilherme Lamounier que já tinha sido lançada em 1978 na voz do próprio Lamounier, também autor de Enrosca (1977), um dos hits do Fábio Jr. de 1982, álbum que trouxe também O que é que há?, parceria de Fábio com o compositor Sérgio Sá que também fez muito sucesso. Neste disco, Fábio regrava música do compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914 - 1974), Nervos de aço (1947), no rastro da boa repercussão de sua abordagem de Esses moços (Pobres moços) (1948), gravada para a trilha sonora da novela Olhai os lírios do campo (TV Globo, 1980). Rara, já que nunca foi incluída nos álbuns oficiais de Fábio, essa gravação integra o EP lançado pela Som Livre em edição digital juntamente com sucessos Pai e Quero colo. Enfim, quatro discos de sensibilidade artística nunca mais exibida...

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

♪ A pré-história musical de Fábio Jr. começa na segunda metade dos anos 1960 - década em que o cantor e compositor paulistano integrou bandas juvenis como Os Colegiais, Os Namorados, Bossa 4 e Arco-Íris - e atravessa toda a primeira metade dos anos 1970, quando o artista (então já em carreira solo) grava em inglês com pseudônimos como Uncle Jack e Mark Davis. Em que pese eventuais hits radiofônicos dessa fase em inglês, a carreira fonográfica de Fábio Jr. deslanchou mesmo a partir de 1979, com seu ingresso na gravadora Som Livre. Na época, o artista já conciliava o ofício de cantor com o trabalho como ator em novelas da TV Globo. Na Som Livre, Fábio - que tinha lançado há três anos um desprezado primeiro álbum solo em português, Fábio Júnior (Philips, 1976), atualmente item de colecionador - gravou e lançou três álbuns que constituem o melhor de sua discografia. Ora relançados pela Som Livre em edição digital, já postos à venda no iTunes simultaneamente com EP de quatro músicas lançado em 1980 como compacto duplo, estes três álbuns - todos intitulados Fábio Jr. - representam a fase mais verdadeira da obra autoral de Fábio, cuja música seria enquadrada nos padrões radiofônicos e perderia essa espontaneidade inicial a partir do ingresso do cantor na gravadora CBS em 1984. Fábio Jr. (1979), o álbum autoral que marcou a estreia do artista na Som Livre, é o disco dos hits Pai e Vinte e poucos anos. Apresentada originalmente por Fábio ainda em 1978, em episódio da série Ciranda cirandinha (TV Globo), na qual ele trabalhava como ator, a sensível canção Pai teve seu estouro impulsionado com sua propagação diária na abertura da novela Pai herói (TV Globo, 1979). Além deste dois hits, o álbum tem músicas - Quero colo e Queria ser, sobretudo - que exemplificam o talento de Fábio como compositor nessa fase inicial. Fábio Jr. - o álbum de 1981 - destaca Muito cacique para pouco índio na safra autoral, mas abre espaço para outros compositores. Tanto que o maior sucesso do disco foi Seu melhor amigo, composição de Guilherme Lamounier que já tinha sido lançada em 1978 na voz do próprio Lamounier, também autor de Enrosca (1977), um dos hits do Fábio Jr. de 1982, álbum que trouxe também O que é que há?, parceria de Fábio com o compositor Sérgio Sá que também fez muito sucesso. Neste disco, Fábio regrava música do compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914 - 1974), Nervos de aço (1947), no rastro da boa repercussão de sua abordagem de Esses moços (Pobres moços) (1948), gravada para a trilha sonora da novela Olhai os lírios do campo (TV Globo, 1980). Rara, já que nunca foi incluída nos álbuns oficiais de Fábio, essa gravação integra o EP lançado pela Som Livre em edição digital juntamente com sucessos Pai e Quero colo. Enfim, quatro discos de sensibilidade artística nunca mais exibida...