Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Sapucahy aposta no samba pop de alegria artificial no álbum 'Eu amo a vida'

Resenha de CD
Título: Eu amo a vida
Artista: Leandro Sapucahy
Gravadora: Deck
Cotação: * 1/2

Não é por acaso que o sexto álbum de Leandro Sapucahy ganhou título, Eu amo a vida, que remete ao alto astral do título do disco recentemente lançado por Diogo Nogueira, Porta-voz da alegria (Universal Music / EMI, 2015). Ambos os artistas cariocas estão apostando em samba pop de alegria artificial, produzida em escala industrial. Não é por acaso também que os dois discos têm arranjadores em comum, casos de Boris, Jota Moraes e Wilson Prateado. Projetado como produtor de CDs de grupos de pagode, Sapucahy tem tentado construir discografia respeitosa como cantor de samba. Mas o fato de ele ter transitado por vários estilos do gênero desde seu primeiro álbum - Cotidiano (Warner Music, 2006), lançado há nove anos - tem prejudicado sua trajetória fonográfica. Percussionista que se impôs como produtor musical, Sapucahy já tentou cantar sambas de tonalidade sócio-política e já arriscou até disco em tributo ao repertório do cantor fluminense Roberto Ribeiro (1940 - 1996). Mas nunca lançou um disco tão fraco como Eu amo a vida. Em repertório pautado pela pobreza melódica e poética, evidenciada em faixas como Talismã da sorte (Claudemir, Rosana Silva, Mário Cleide e Ricardo Morais), sobressaem dois sambas, Saudade (Diney e Tico) e Eu amo a vida (André Renato e Ronaldo Barcelos), que se situam acima da média (baixa) do álbum, produzido pelo próprio Leandro Sapucahy. E o fato é que o disco se revela enfadonho ao longo de suas 14 músicas. Seguindo receita de samba industrializado, Sapucahy tenta até repetir a fórmula e o discurso do samba pop de Seu Jorge em A vizinha do vizinho (Claudemir e André Renato) entre temas que remetem aos insossos pagodes românticos dos anos 2000, caso de Tenta a sorte (André Renato e Luiz Cláudio Picolé), samba não por acaso também gravado por Diogo Nogueira em seu CD  Porta-voz da alegria. Sapucahy já provou que pode ir mais fundo no quintal.

8 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ Não é por acaso que o sexto álbum de Leandro Sapucahy ganhou título, Eu amo a vida, que remete ao alto astral do título do disco recentemente lançado por Diogo Nogueira, Porta-voz da alegria (Universal Music / EMI, 2015). Ambos os artistas cariocas estão apostando em samba pop de alegria artificial, produzida em escala industrial. Não é por acaso também que os dois discos têm arranjadores em comum, casos de Boris, Jota Moraes e Wilson Prateado. Projetado como produtor de CDs de grupos de pagode, Sapucahy tem tentado construir discografia respeitosa como cantor de samba. Mas o fato de ele ter transitado por vários estilos do gênero desde seu primeiro álbum - Cotidiano (Warner Music, 2006), lançado há nove anos - tem prejudicado sua trajetória fonográfica. Percussionista que se impôs como produtor musical, Sapucahy já tentou cantar sambas de tonalidade sócio-política e já arriscou até disco em tributo ao repertório do cantor fluminense Roberto Ribeiro (1940 - 1996). Mas nunca lançou um disco tão fraco como Eu amo a vida. Em repertório pautado pela pobreza melódica e poética, evidenciada em faixas como Talismã da sorte (Claudemir, Rosana Silva, Mário Cleide e Ricardo Morais), sobressaem dois sambas, Saudade (Diney e Tico) e Eu amo a vida (André Renato e Ronaldo Barcelos), que se situam acima da média (baixa) do álbum, produzido pelo próprio Leandro Sapucahy. E o fato é que o disco se revela enfadonho ao longo de suas 14 músicas. Seguindo receita de samba industrializado, Sapucahy tenta até repetir a fórmula e o discurso do samba pop de Seu Jorge em A vizinha do vizinho (Claudemir e André Renato) entre temas que remetem aos insossos pagodes românticos dos anos 2000, caso de Tenta a sorte (André Renato e Luiz Cláudio Picolé), samba não por acaso também gravado por Diogo Nogueira em seu CD Porta-voz da alegria. Sapucahy já provou que pode ir mais fundo no quintal.

Venus disse...

Essa capa, com esse look e esse título, tá mais pra anúncio de funerária haha

Victor Moraes, disse...

E juntou um time bom, mas não entraram bem no jogo. Sapucahy não conseguiu emplacar um sucesso nem como cantor e nem como produtor, depois do Samba Meu (da Maria Rita), claro, e de ter tentado se projetar em cima da vida pessoal da cantora. Nem trabalhando de paquito da Regina Casé emplacou...
Aliás, esse samba pra vender, mais lentinho, pagodinho, redondinho, não vende nada e porque continuam insistindo? A mart'nália ficou insossa, o Diogo ficou de plástico, o Thiaguinho não repetiu o sucesso, o Leandro ficou Leandro mesmo. Por que esse samba radiofônico, Deus?

Roberto de Brito disse...

Para quem estava reclamando da alegria de Fafá, bom proveito!

Rafael disse...

Capinha ridícula, realmente tá parecendo anúncio de funerária... KKKK....

Anônimo disse...

Poderia, mas não quer. É interessante como os cantores que tem mais oportunidades de gravar e divulgar uma obra, simplesmente ignoram os ótimos compositores que temos: Ana Carolina, Céu, Vanessa da Matta, Diogo Nogueira, Alexandre Pires, Seu Jorge, Ivete Sangalo... todos patinando com músicas insossas. Neste ponto acho que Maria Rita, Roberta Sá e Fabiana Cozza se sobressaem, porque fogem dessa preguiça entediante e apresentam um bom repertório.

Marcelo Barbosa disse...

Eu gosto do Leandro e do timbre dele. Fez um belo disco sobre Roberto Ribeiro e acho que ele deveria voltar para a praia do seu primeiro disco e seguir a escola crítica social do Bezerra da Silva.
Acho lastimável essa seara de sambregas e pseudo-pagodes! Fujo disso!

Douglas Carvalho disse...

Cara..... se com essa foto o disco de chama "Eu Amo a Vida",imagina se o disco se chamasse "Eu odeio a vida".