Título: Eu amo a vida
Artista: Leandro Sapucahy
Gravadora: Deck
Cotação: * 1/2
♪ Não é por acaso que o sexto álbum de Leandro Sapucahy ganhou título, Eu amo a vida, que remete ao alto astral do título do disco recentemente lançado por Diogo Nogueira, Porta-voz da alegria (Universal Music / EMI, 2015). Ambos os artistas cariocas estão apostando em samba pop de alegria artificial, produzida em escala industrial. Não é por acaso também que os dois discos têm arranjadores em comum, casos de Boris, Jota Moraes e Wilson Prateado. Projetado como produtor de CDs de grupos de pagode, Sapucahy tem tentado construir discografia respeitosa como cantor de samba. Mas o fato de ele ter transitado por vários estilos do gênero desde seu primeiro álbum - Cotidiano (Warner Music, 2006), lançado há nove anos - tem prejudicado sua trajetória fonográfica. Percussionista que se impôs como produtor musical, Sapucahy já tentou cantar sambas de tonalidade sócio-política e já arriscou até disco em tributo ao repertório do cantor fluminense Roberto Ribeiro (1940 - 1996). Mas nunca lançou um disco tão fraco como Eu amo a vida. Em repertório pautado pela pobreza melódica e poética, evidenciada em faixas como Talismã da sorte (Claudemir, Rosana Silva, Mário Cleide e Ricardo Morais), sobressaem dois sambas, Saudade (Diney e Tico) e Eu amo a vida (André Renato e Ronaldo Barcelos), que se situam acima da média (baixa) do álbum, produzido pelo próprio Leandro Sapucahy. E o fato é que o disco se revela enfadonho ao longo de suas 14 músicas. Seguindo receita de samba industrializado, Sapucahy tenta até repetir a fórmula e o discurso do samba pop de Seu Jorge em A vizinha do vizinho (Claudemir e André Renato) entre temas que remetem aos insossos pagodes românticos dos anos 2000, caso de Tenta a sorte (André Renato e Luiz Cláudio Picolé), samba não por acaso também gravado por Diogo Nogueira em seu CD Porta-voz da alegria. Sapucahy já provou que pode ir mais fundo no quintal.