Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Sapucahy aposta no samba pop de alegria artificial no álbum 'Eu amo a vida'

Resenha de CD
Título: Eu amo a vida
Artista: Leandro Sapucahy
Gravadora: Deck
Cotação: * 1/2

Não é por acaso que o sexto álbum de Leandro Sapucahy ganhou título, Eu amo a vida, que remete ao alto astral do título do disco recentemente lançado por Diogo Nogueira, Porta-voz da alegria (Universal Music / EMI, 2015). Ambos os artistas cariocas estão apostando em samba pop de alegria artificial, produzida em escala industrial. Não é por acaso também que os dois discos têm arranjadores em comum, casos de Boris, Jota Moraes e Wilson Prateado. Projetado como produtor de CDs de grupos de pagode, Sapucahy tem tentado construir discografia respeitosa como cantor de samba. Mas o fato de ele ter transitado por vários estilos do gênero desde seu primeiro álbum - Cotidiano (Warner Music, 2006), lançado há nove anos - tem prejudicado sua trajetória fonográfica. Percussionista que se impôs como produtor musical, Sapucahy já tentou cantar sambas de tonalidade sócio-política e já arriscou até disco em tributo ao repertório do cantor fluminense Roberto Ribeiro (1940 - 1996). Mas nunca lançou um disco tão fraco como Eu amo a vida. Em repertório pautado pela pobreza melódica e poética, evidenciada em faixas como Talismã da sorte (Claudemir, Rosana Silva, Mário Cleide e Ricardo Morais), sobressaem dois sambas, Saudade (Diney e Tico) e Eu amo a vida (André Renato e Ronaldo Barcelos), que se situam acima da média (baixa) do álbum, produzido pelo próprio Leandro Sapucahy. E o fato é que o disco se revela enfadonho ao longo de suas 14 músicas. Seguindo receita de samba industrializado, Sapucahy tenta até repetir a fórmula e o discurso do samba pop de Seu Jorge em A vizinha do vizinho (Claudemir e André Renato) entre temas que remetem aos insossos pagodes românticos dos anos 2000, caso de Tenta a sorte (André Renato e Luiz Cláudio Picolé), samba não por acaso também gravado por Diogo Nogueira em seu CD  Porta-voz da alegria. Sapucahy já provou que pode ir mais fundo no quintal.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Sétimo álbum de Leandro Sapucahy, 'Eu amo a vida', chega às lojas via Deck

Sétimo álbum do cantor e compositor carioca Leandro Sapucahy, Eu amo a vida vai ser lançado em agosto de 2015 pela gravadora Deck. Eleita o primeiro single do álbum, a música-título Eu amo a vida já entrou esta semana em rotação na web. Sapucahy assina  a produção das 14 faixas do CD.  Mas os arranjos das músicas estão divididos entre nomes como Boris, Jota Moraes  e Prateado.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Xande lança primeiro disco solo, 'Perseverança', produzido por Sapucahy

 Com lançamento programado para 28 de outubro de 2014 pela gravadora Universal Music, o primeiro álbum solo de Xande de Pilares se chama Perseverança. No CD produzido por Leandro Sapucahy (com arranjos divididos entre Wilson Prateado, Ivan Paulo, Boris e Valério Brair), o cantor e compositor carioca - em foto de Guto Costa - dá voz a 14 músicas, sendo que nove são de autoria de Xande com parceiros diversos. Mas a música eleita para ser o primeiro single do álbum é de lavra alheia. Já em rotação em rádios dedicadas ao pagode, embora seu lançamento oficial vá ser feito somente em 10 de outubro, Elas estão no controle (André Renato, Rhuan Andre e Lucas Oliveira) foi a faixa escolhida para promover o primeiro álbum de Xande após sua saída do Grupo Revelação, do qual foi vocalista, líder e principal compositor de 1992 - ano da criação do grupo carioca - até o início deste ano de 2014. Outra faixa do álbum Perseverança é A senha, composição de autoria de Xande utilizada como música-tema do ainda inédito filme Made in China, que vai entrar em circuito nos cinemas do Brasil a partir de 6 de novembro. No filme dirigido pelo cineasta Estevão Ciavatta, Xande também aparece como ator. Xande interpreta o malandro Carlos Eduardo, namorado da protagonista Francis, personagem da atriz Regina Casé. O álbum Perseverança vai entrar em pré-venda a partir de 21 de outubro. Já o single Elas estão no poder vai estar disponível a partir de 21 de outubro.

sábado, 21 de junho de 2014

Paula Lima cai mal no samba do bem em álbum produzido por Sapucahy

Resenha de CD
Título: O samba é do bem
Artista: Paula Lima
Gravadora: Radar Records
Cotação: * * 

Paula Lima cai mal no samba do bem. Produzido por Leandro Sapucahy, o quarto álbum de inéditas da artista é o mais fraco de sua carreira solo, iniciada há 13 anos com a edição de CD, É isso aí (Regata Música, 2001), voltado para o soul e o sambalanço. Sexto título da discografia da cantora paulista projetada nos anos 1990 como vocalista do grupo Funk Como Le Gusta, O samba é de bem é o primeiro disco que Paula dedica inteiramente ao samba de raiz carioca. Sucessor da coletânea Outro Esquema - "Inéditas, Remixes e Afins..." (Ape Music / Microservice, 2011), o CD decepciona por reunir repertório pouco inspirado - aquém do histórico de compositores como Arlindo Cruz e Serginho Meriti - e sem matizes, em que sobressaem, pelo confronto com sambas repetitivos, somente Quero o que é meu (Samba do coração) (André Renato, Sereno e Ronaldo Barcellos) e a música-título O samba é do bem (Serginho Meriti e Rodrigo Leite). Repletas de clichês, as letras positivistas volta e meia escorregam em rimas pobres que parecem inspiradas na literatura de autoajuda - casos sobretudo dos versos dos sambas Pro mundo se alegrar (Fred Camacho e Arlindo Cruz) e Clareou (Rodrigo Leite e Serginho Meriti). Os arranjos de Jota Moraes e Wilson Prateado tampouco contribuem para dar mais colorido a um disco esmaecido. Nem as intervenções dos cantores Péricles (em Aliança das marés, de Mario Sergio, Chapinha e Luisinho SP) e Xande de Pilares (em Me prende a você, de André Renato e Luiz Cláudio Picolé) evitam a linearidade d'O samba do bem. E o fato é que um samba como Beija-flor (Arlindo Cruz e Maurição) parece xerox apagada dos melhores títulos do cancioneiro bamba de Arlindo Cruz. Falta calor ao disco, falta inspiração, falta a coragem de escapar do previsível. Está tudo dentro do limite, como se gaba verso de Love affair (Pretinho da Serrinha, Gabriel Moura e Leandro Fab), samba que cai no suingue à moda carioca de Seu Jorge e que tem o mérito de remeter de longe ao balanço do repertório inicial da intérprete. O ponto positivo do disco é o canto de Paula, bem mais depurado, sem os maneirismos vocais dos tempos dos bailes - como pode ser observado na interpretação do samba mais dolente do CD, Um grande amor (Rosana Silva e Claudemir). Mas isso é pouco para redimir O samba do bem, disco apagado, inferior ao talento de Paula Lima.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Sapucahy remonta sua 'Favela Brasil' no Rio para gravar o segundo DVD

Leandro Sapucahy ergueu novamente sua comunidade no Rio de Janeiro (RJ) - desta vez, com alusões à Unidade de Polícia Pacificadora, a popular UPP - para gravar seu segundo DVD, Favela Brasil 2 - Soldado do samba. Sucessor de Favela Brasil (2008), o segundo registro ao vivo de show do cantor, compositor e produtor carioca tem lançamento previsto para este segundo semestre de 2013. A gravação foi feita na Fundição Progresso em 18 de julho em show restrito a convidados da produção e do artista. Circulando pela favela cenográfica construída por Zé Carratu no palco da casa carioca, como visto na foto de Laerte Sapucahy, o artista deu voz a um repertório que misturou músicas inéditas com sucessos do samba. O roteiro foi aberto com pot-pourri em tributo às comunidades que aglutinou Saudação às favelas (Sergio Fernandes e Pedro Butina) - sucesso em 1985 na voz de Bezerra da Silva (1927 - 2005) - e Meu nome é favela (Rafael Delgado, 2008) com A voz do morro (Zé Kétti, 1954). Barracos (entre dois e cinco metros de altura), bares, lajes, becos alojaram os figurantes ao longo da gravação do show de atmosfera teatral. O repertório apresentou inéditas como Comunidade (Xande de Pilares e Fernando Magarça) - tema que alude à nova realidade dos morros pacificados com a instalação das UPPs - e Cuca quente (Serginho Meriti e Renato Milagres). Além de interagir com atores como Douglas Silva, escolhido para encarnar em cena o bêbado retratado em Quem não bebe não vê o mundo girar (Cara cheia) (Serginho Meriti, Claudemir e Adaulto), Sapucahy pegou o Bonde pesado (Serginho Meriti e Rodrigo Leite) na companhia de Xande de Pilares e recebeu Serginho Meriti - compositor predominante no repertório - para dueto em Tião, samba de Meriti. Em Mano (Serginho Meriti), o convidado foi Laerte Sapucahy, irmão do anfitrião. Em Soldado do samba (Renan, Leandro Fab e Di Menor), o elenco trajou farda e coletes policiais, fazendo coreografias. Favela fashion week (Cleitinho Persona / Nego Branco / Manu) encerrou o segundo ato da ópera-samba de Leandro Sapucahy.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Leandro Sapucahy grava DVD 'Favela Brasil II - Soldado do samba' no Rio

O cantor e compositor carioca Leandro Sapucahy grava seu DVD Favela Brasil II - Soldado do samba no Rio de Janeiro (RJ) na noite desta quinta-feira, 18 de julho de 2013. A gravação vai acontecer das 19h às 22h na Fundição Progresso, em show restrito a convidados da produção. O artista concebeu show de carpintaria teatral. O cenógrafo Zé Carratu montou a réplica de uma favela - com lajes, becos, vielas, bar, UPP e igreja - no palco da Fundição. A ideia é fazer Sapucahy circular pela comunidade cenográfica enquanto grava ao vivo as músicas do roteiro.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Paula Lima prepara disco de samba com produção de Leandro Sapucahy

Cantora paulista até então identificada com o soul, o samba-rock e o balanço funk, Paula Lima prepara CD de samba à moda carioca. O quarto álbum de inéditas da artista vai ter produção assinada por Leandro Sapucahy, piloto do Samba Meu (2007) de Maria Rita. Estão previstas participações dos cantores e compositores Arlindo Cruz e Xande de Pilares. O repertório ainda está em fase de seleção, mas Paula guarda desde 2011 músicas como Sai da Geladeira (Seu Jorge, Rogê, Pretinho da Serrinha e Leandro Fab) e O Primeiro Samba (Serginho Meriti e Rodrigo Leite). Paula tem ido muito ao Rio de Janeiro (RJ) garimpar repertório para o álbum.

domingo, 10 de abril de 2011

Obra de Meriti sustenta CD em que Sapucahy adere ao samba romântico

Resenha de CD
Título: Malandro Também Ama
Artista: Leandro Sapucahy
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * 1/2

Em 2009, Leandro Sapucahy prestou reverente tributo à obra de Roberto Ribeiro (1940 - 1996) em disco feito sem o tom de crítica social que pautou os dois primeiros CDs de Sapucahy, Cotidiano (2006) e o ao vivo Favela Brasil (2008). Já havia romantismo no repertório selecionado pelo artista para o disco Cantando Roberto Ribeiro, mas era um romantismo elegante, enraizado nas melhores tradições do samba. Em Malandro Também Ama, o álbum ora lançado pela EMI Music, Sapucahy adere radicalmente ao samba romântico com a experiência de quem entrou no mercado fonográfico pela porta da produção de discos de grupos de pagode. Há no disco o flerte com o romantismo e o samba mais ralo de tais grupos, notadamente em faixas como Militante do Amor (Leandro Fab e André Renato), Vivendo e Aprendendo (Claudemir e Dinei) e Trilha sem Fim (André Renato, Gilson Bernini e Xande de Pilares), sambas infestados de teclados. Contudo, justiça seja feita, Sapucahy também flerta com um romantismo de melhor estirpe, sobretudo quando aposta na produção autoral de Serginho Meriti. Autor de Deixa a Vida me Levar, sucesso de Zeca Pagodinho (a quem Sapucahy dedica Malandro Também Ama), Meriti é autor - sozinho ou com parceiros - de seis das 14 faixas do disco. As melhores, diga-se. Ótimo samba de tom feliz, Ê, Coração (Serginho Meriti, Bruno Meriti e Rodrigo Leite) mostra que amor não necessariamente rima com dor. Ê, Coração poderia figurar no repertório de um disco do grupo Fundo de Quintal - assim como Eu Não Quero Saber de Nada (Serginho Meriti e Mariozinho Lago) e Depois Daquele Adeus (Serginho Meriti e Claudinho Guimarães). Da boa safra de Meriti, vale mencionar também A Que Mais Deixa Saudade - um samba que passou despercebido no repertório irregular gravado por Alcione em seu álbum Faz uma Loucura por Mim (2004) - e Disse me Disse (É Caô), samba em que Meriti e Claudinho Guimarães fazem crônica de costumes à moda do bom pagode carioca projetado nos anos 80. Nessa linha, aliás, a descontraída Favela Fashion Week (Nego Branco, Cleitinho Persona e Manu) sobressai no disco ao encarar e analisar o vaivém das moças das comunidades como um desfile de moda e corpos. Malandro também quer somente se divertir... Enfim, apesar de sinalizar certo retrocesso na carreira de um artista que já tinha tido upgrade no mundo do samba ao produzir discos de Maria Rita (Samba Meu, 2007) e Marcelo D2 (Canta Bezerra da Silva, 2010), Malandro Também Ama alcança bons momentos por conta da ainda subestimada obra do compositor Serginho Meriti. Tal obra valoriza o disco.