Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


terça-feira, 26 de abril de 2016

'Coleção' de Marisa reitera padrão de cantora de voz suavizada com o tempo

Resenha de álbum
Título: Coleção
Artista: Marisa Monte
Gravadora: Phonomotor Records / EMI / Universal Music
Cotação: * * * * *

A Marisa Monte de Coleção - a criteriosa compilação que chega ao mercado fonográfico brasileiro a partir da próxima sexta-feira, 29 de abril de 2016 - é uma cantora diferente da intérprete que impôs padrões e dividiu águas na música brasileira ao irromper com força a partir de janeiro de 1989, consolidando instantaneamente carreira estrategicamente articulada a partir de 1987 com cultuados shows na cidade natal do Rio de Janeiro (RJ). A voz potente e vibrante de tempos idos adquiriu progressivamente tonalidades mais suaves. Lançados originalmente entre 1993 e 2014, os 13 fonogramas selecionados pela cantora e compositora carioca para a primeira coletânea da discografia estão enquadrados neste tempo de delicadeza. Nem pior e tampouco melhor do que a Marisa de outrora, mas tão somente diferente, a Marisa dos dias de hoje conserva o mesmo rigor estético do canto e tem apresentado grandes álbuns, ainda que estes álbuns já não causem no mercado fonográfico brasileiro o impacto de antes. Toda uma geração de cantoras surgidas na contemporânea cena musical do Brasil -  vindas no rasto do bem-sucedido lançamento da paulistana Céu em 2005 - diluiu a força de Marisa como a voz-guia do país. De todo modo, Marisa Monte ainda é - e sempre vai ser - referência e padrão de canto feminino no Brasil. Com capa que expõe a artista em tela do pintor italiano Francesco Clemente, criada em 2010, Coleção é compilação que agrega valor à discografia da artista pelo fato de alinhar 13 fonogramas ausentes da obra fonográfica solo de Marisa. A coletânea faz mais sentido na edição física em CD por reunir gravações dispersas em álbuns alheios, em trilhas sonoras de filmes, em projetos coletivos e até em EP ao vivo da cantora lançado somente em edição digital, iTunes live from São Paulo (2011), disco do qual Coleção rebobina os registros de A primeira pedra (Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, 2006) - canção belíssima reavivada por Marisa com a voz (sutil) e o violão do músico argentino Gustavo Santaolalla em show feito no evento que celebrou a chegada do iTunes ao Brasil - e de Ilusão, a versão em português (escrita por Marisa com Arnaldo Antunes) de Ilusión, a canção de Julieta Venegas gravada originalmente por Marisa com a estrela da música mexicana no CD e DVD Julieta Venegas Unplugged MTV (Sony Music, 2008). Na gravação ao vivo, a ordem dos versos em português e em espanhol é invertida, pois Venegas é a convidada de Marisa, e não o contrário, como no disco acústico de Venegas. Em outra conexão da cantora com a música de outro país da América Latina, Coleção apresenta registro ao vivo de tango argentino de 1922, Fumando espero (Juan Viladomat Masanas e Félix Garzo), ouvido na versão em português (de Eugênio Paes) lançada em 1955 pela cantora paulista Dalva de Oliveira (1917 - 1972). Inédita em disco, a gravação de Fumando espero por Marisa é número de show feito pela artista em 2009 com o grupo argentino Café de los Maestros. Outra boa novidade da seleção é Cama (Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, 2008), música gravada para a trilha sonora do filme Era uma vez (Brasil, 2008), nunca editada em disco. Berna Ceppas e Gustavo Santaolalla assinam a produção da gravação da música de espírito tribalista, originalmente intitulada Uma palavra. Fonograma mais antigo de Coleção, Alta noite (Arnaldo Antunes, 1993) - ouvida na gravação original feita para o primeiro álbum solo do ex-Titãs Arnaldo Antunes, Nome (BMG, 1993), e não na regravação do terceiro álbum de Marisa, Verde, anil, amarelo, cor-de-rosa e carvão (EMI-Odeon, 1994) - reaparece com outra mixagem, feita por Daniel Carvalho em 2015, como informado no encarte do CD. A diferença está no maior equilíbrio entre as vozes de Arnaldo e Marisa (na gravação original, a voz dele vinha mais à frente em determinados trechos da música). Alta noite soa mais límpida em Coleção por ser a faixa que mais se beneficiou da masterização de todos os fonogramas, feita por Ricardo Garcia. Goste-se ou não do canto de Marisa Monte, a coleção de gravações é irretocável como atesta a gravação do choro-canção Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro, 1937) feita com o violão chorão e o vocal discreto de Paulinho da Viola para documentário de 2003 sobre o artista carioca. Canção lançada em 1981 na voz do compositor, Nu com a minha música tem toda a beleza e poesia valorizadas na gravação feita por Marisa com o hermano carioca Rodrigo Amarante e com o cantor norte-americano Devendra Banhart para o álbum beneficente Red hot + Rio 2 (E1 Entertainment, 2011). Reapresentado como o primeiro single da compilação, o fonograma abre Coleção, fechada com outra gravação feita por Marisa para o projeto. No caso, Waters of march, a versão bilíngue do samba Águas de março (Antonio Carlos Jobim, 1972), gravada por Marisa Monte em tom cosmopolita com David Byrne. Arto Lindsay, Andres Levin e Camus Celli produziram o fonograma há 20 anos para o projeto Red hot + Rio (Antilles / Verve Records, 1996). Dentro do território brasileiro, Marisa produziu a gravação que uniu a voz da artista à da cantora de Cabo Verde Cesária Évora (1941 - 2011) nas águas do compositor baiano Dorival Caymmi (1914 - 2008). Feita para álbum de Cesária, Café Atlântico (Lusafrica, 1999), o registro de É doce morrer no mar (Dorival Caymmi e Jorge Amado, 1941) jamais se afoga na melancolia do tema. A Marisa de Coleção é cantora que depura excessos, evitando o melodrama juvenil quando canta Esqueça (Forget him) (Mark Anthony, 1963, em versão de Roberto Corte Real, 1966) - em gravação feita para a trilha sonora do filme Casseta & Planeta - A taça do mundo é nossa (Brasil, 2003) - e evidenciando toda a nobreza do samba ao interpretar dois títulos do cancioneiro da Velha Guarda da Portela. Os bambas da tradicional escola de samba armam a cama em que se acomoda Volta, meu amor (Manacéa e Áurea Maria, 1972), fonograma de álbum da Velha Guarda da Portela, Tudo azul (Phonomotor Records / EMI Music, 2000), produzido por Marisa Monte em 1999 e lançado no seguinte. Sem pecar pelo excesso, Marisa evidencia a dor de amor em gravação que se mantém altiva com a entrada das vozes dos cantores portelenses na segunda parte. Da mesma cepa nobre, Dizem que o amor (Francisco Santana e Argemiro Patrocínio, 2002) é gravação de álbum solo do bamba carioca Argemiro Patrocínio (1923 - 2003), disco produzido por Marisa, solista da faixa rebobinada em Coleção. Por fim, a compilação reaviva recente incursão além-mar da artista brasileira. Música gravada por Marisa para álbum da cantora portuguesa Carminho, Canto (Warner Music, 2014), Chuva no mar (Marisa Monte e Arnaldo Antunes) confirmou a perene inspiração da tribo tribalista. Coleção é luxo só e reitera padrões desta cantora que dividiu águas na música brasileira e, após três décadas, ainda mantém a elegância, ainda que em tons bem mais prudentes.

42 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ A Marisa Monte de Coleção - a criteriosa compilação que chega ao mercado fonográfico brasileiro a partir da próxima sexta-feira, 29 de abril de 2016 - é uma cantora diferente da intérprete que impôs padrões e dividiu águas na música brasileira ao irromper com força a partir de janeiro de 1989, consolidando instantaneamente carreira estrategicamente articulada a partir de 1987 com cultuados shows na cidade natal do Rio de Janeiro (RJ). A voz potente e vibrante de tempos idos adquiriu progressivamente tonalidades mais suaves. Lançados originalmente entre 1993 e 2014, os 13 fonogramas selecionados pela cantora e compositora carioca para a primeira coletânea da discografia estão enquadrados neste tempo de delicadeza. Nem pior e tampouco melhor do que a Marisa de outrora, mas tão somente diferente, a Marisa dos dias de hoje conserva o mesmo rigor estético do canto e tem apresentado grandes álbuns, ainda que estes álbuns já não causem no mercado fonográfico brasileiro o impacto de antes. Toda uma geração de cantoras surgidas na contemporânea cena musical do Brasil - vindas no rasto do bem-sucedido lançamento da paulistana Céu em 2005 - diluiu a força de Marisa como a voz-guia do país. De todo modo, Marisa Monte ainda é - e sempre vai ser - referência e padrão de canto feminino no Brasil. Com capa que expõe a artista em tela do pintor italiano Francesco Clemente, criada em 2010, Coleção é compilação que agrega valor à discografia da artista pelo fato de alinhar 13 fonogramas ausentes da obra fonográfica solo de Marisa. A coletânea faz mais sentido na edição física em CD por reunir gravações dispersas em álbuns alheios, em trilhas sonoras de filmes, em projetos coletivos e até em EP ao vivo da cantora lançado somente em edição digital, iTunes live from São Paulo (2011), disco do qual Coleção rebobina os registros de A primeira pedra (Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, 2006) - canção belíssima reavivada por Marisa com a voz (sutil) e o violão do músico argentino Gustavo Santaolalla em show feito no evento que celebrou a chegada do iTunes ao Brasil - e de Ilusão, a versão em português (escrita por Marisa com Arnaldo Antunes) de Ilusión, a canção de Julieta Venegas gravada originalmente por Marisa com a estrela da música mexicana no CD e DVD Julieta Venegas Unplugged MTV (Sony Music, 2008). Na gravação ao vivo, a ordem dos versos em português e em espanhol é invertida, pois Venegas é a convidada de Marisa, e não o contrário, como no disco acústico de Venegas. Em outra conexão da cantora com a música de outro país da América Latina, Coleção apresenta registro ao vivo de tango argentino de 1922, Fumando espero (Juan Viladomat Masanas e Félix Garzo), ouvido na versão em português (de Eugênio Paes) lançada em 1955 pela cantora paulista Dalva de Oliveira (1917 - 1972). Inédita em disco, a gravação de Fumando espero por Marisa é número de show feito pela artista em 2009 com o grupo argentino Café de los Maestros. Outra boa novidade da seleção é Cama (Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, 2008), música gravada para a trilha sonora do filme Era uma vez (Brasil, 2008), nunca editada em disco. Berna Ceppas e Gustavo Santaolalla assinam a produção da gravação da música de espírito tribalista, originalmente intitulada Uma palavra. Fonograma mais antigo de Coleção, Alta noite (Arnaldo Antunes, 1993) - ouvida na gravação original feita para o primeiro álbum solo do ex-Titãs Arnaldo Antunes, Nome (BMG, 1993), e não na regravação do terceiro álbum de Marisa, Verde, anil, amarelo, cor-de-rosa e carvão (EMI-Odeon, 1994) - reaparece com outra mixagem, feita por Daniel Carvalho em 2015, como informado no encarte do CD. A diferença está no maior equilíbrio entre as vozes de Arnaldo e Marisa (na gravação original, a voz dele vinha mais à frente em determinados trechos da música). Alta noite soa mais límpida em Coleção por ser a faixa que mais se beneficiou da masterização de todos os fonogramas, feita por Ricardo Garcia. Goste-se ou não do canto de Marisa Monte, a coleção de gravações é irretocável.

Mauro Ferreira disse...

Canção lançada em 1981 na voz do compositor, Nu com a minha música tem toda a beleza e poesia valorizadas na gravação feita por Marisa com o hermano carioca Rodrigo Amarante e com o cantor norte-americano Devendra Banhart para o álbum beneficente Red hot + Rio 2 (E1 Entertainment, 2011). Reapresentado como o primeiro single da compilação, o fonograma abre Coleção, fechada com outra gravação feita por Marisa para o projeto. No caso, Waters of march, a versão bilíngue do samba Águas de março (Antonio Carlos Jobim, 1972), gravada por Marisa Monte em tom cosmopolita com David Byrne. Arto Lindsay, Andres Levin e Camus Celli produziram o fonograma há 20 anos para o projeto Red hot + Rio (Antilles / Verve Records, 1996). Dentro do território brasileiro, Marisa produziu a gravação que uniu a voz da artista à da cantora de Cabo Verde Cesária Évora (1941 - 2011) nas águas do compositor baiano Dorival Caymmi (1914 - 2008). Feita para álbum de Cesária, Café Atlântico (Lusafrica, 1999), o registro de É doce morrer no mar (Dorival Caymmi e Jorge Amado, 1941) jamais se afoga na melancolia do tema. A Marisa de Coleção é cantora que depura excessos, evitando o melodrama juvenil quando canta Esqueça (Forget him) (Mark Anthony, 1963, em versão de Roberto Corte Real, 1966) - em gravação feita para a trilha sonora do filme Casseta & Planeta - A taça do mundo é nossa (Brasil, 2003) - e evidenciando toda a nobreza do samba ao interpretar dois títulos do cancioneiro da Velha Guarda da Portela. Os bambas da tradicional escola de samba armam a cama em que se acomoda Volta, meu amor (Manacéa e Áurea Maria, 1972), fonograma de álbum da Velha Guarda da Portela, Tudo azul (Phonomotor Records / EMI Music, 2000), produzido por Marisa Monte em 1999 e lançado no seguinte. Sem pecar pelo excesso, Marisa evidencia a dor de amor em gravação que se mantém altiva com a entrada das vozes dos cantores portelenses na segunda parte. Da mesma cepa nobre, Dizem que o amor (Francisco Santana e Argemiro Patrocínio, 2002) é gravação de álbum solo do bamba carioca Argemiro Patrocínio (1923 - 2003), disco produzido por Marisa, solista da faixa rebobinada em Coleção. Por fim, a compilação reaviva recente incursão além-mar da artista brasileira. Música gravada por Marisa para álbum da cantora portuguesa Carminho, Canto (Warner Music, 2014), Chuva no mar (Marisa Monte e Arnaldo Antunes) confirmou a perene inspiração da tribo tribalista. Coleção é luxo só e reitera padrões desta cantora que dividiu águas na música brasileira e, após três décadas, ainda mantém a elegância, ainda que em tons bem mais prudentes.

Daทilo disse...

"A voz potente e vibrante de tempos idos adquiriu progressivamente tonalidades mais suaves"

Questão central do post à parte, infelizmente me parece que o que aconteceu com a voz de Marisa é perda prematura de potência mesmo.Tônus! Um bom exemplo é aquele dueto de Preciso Me Encontrar com Zeca Pagodinho, se compararmos com o registro da mesma música no álbum de 1989. Parece que está fazendo um certo esforço pra alcançar as notas. Bem ao contrário da gravação, onde ela parece bem mais confortável e segura .

Anônimo disse...

Marisa Monte é de uma qualidade inigualável. Fantástica! Ela se adapta bem à evolução, ou mesmo ao desgaste, da sua voz. Perfeita! Tão perfeita, que Marisa Monte deveria ser até elogio: "você está tão Marisa Monte hoje".

Rafael disse...

Marisa Monte é ótima, mas ainda continuo achando essa sua "coleção" de participações muito fraquinha... Deveria ter colocado todas as músicas num disco duplo ou triplo, daí todos comprariam e seriam mais felizes... Bola fora dela!

Marcos Henrique disse...

Danilo, infelizmente já é bastante notável a perda de potência vocal. Com certeza, escutando essa coleção vai dar pra perceber facilmente a Marisa quando tinha até 20 anos de carreira, com a cantora já mãe, fato que me arrisco a dar um palpite que foi o principal motivo para a falta de fôlego e cordas vocais fragilizadas que se fizeram tão presentes nos últimos 10 anos. Era uma cantora magnífica e por isso o público acaba sendo exigente. A idade também deve influenciar bastante. Essa é uma profissão ingrata nesse sentido, impossível manter a qualidade vocal com o passar do tempo. Até hoje não sei de nenhuma cantora que conseguiu manter a excelência na maturidade,principalmente as sopranos e mezzo.

leonardo barcelos disse...

Que belo disco! Marisa consegue fazer algo novo, diferente e relevante até numa compilação que poderia juntar facilmente seus sucessos e lançar. Acho fantástico o seu jeito de trabalhar, de ser. Quanto a voz, o tempo passa e as coisas mudam, porém a qualidade, beleza e sofisticação estão lá, brilhantes! É o tipo de artista que nos orgulha.

leonardo barcelos disse...

Importante pensar também que não é só questão de voz, Marisa foi se encontrando em caminhos mais leves, seu estilo próprio foi se formando em sutilezas, e a voz acompanhou. Há quem goste, há que prefira a de antes, isso é natural. O inegável é seu talento.

Pedro Progresso disse...

uma observação, Mauro. acredito que a causa original do boom de cantoras em 2005 (Roberta, Céu, Mariana...) seja muito mais pelo sucesso que Maria Rita teve em público/crítica/vendas desde 2003. vejo Céu como uma consequência desse sucesso com as gravadoras investindo mais em novas vozes femininas. embora ela não tenha relação de sonoridade, foi um grande abre alas, assim como Marisa o foi em 88.

Mauro Ferreira disse...

Pedro, discordo de você. Céu não surgiu com investimento de nenhuma grande gravadora. Depois que fez sucesso é que Warner (a primeira), a Universal (depois) e a Som Livre (atualmente, via selo Slap) é que se interessaram por ele. Céu abre uma janela no mercado independente, em 2005, por onde passaram todas as outras. Em certo sentido, guardadas as devidas proporções, Céu tem a mesma importância para a geração dela (Tiê, Tulipa e cia.) que Marisa teve para a de 1990. Abs, MauroF

Mauro Ferreira disse...

Quanto à questão da voz de Marisa, não vejo potência como uma qualidade superior à delicadeza. Abs, grato a todos pela participação, MauroF

Vitor disse...

Não concordo em nada na comparação da Marisa com Céu. Marisa foi provavelmente a principal cantora da década de 90, vendendo milhões de discos, sendo reverenciada por público e crítica e criando um estilo único que tentou ser copiado por muitas. Céu é praticamente uma desconhecida do público, sendo cultuada somente entre alguns críticos que a elegeram como a bola da vez, mas só faz discos cansativos e pretensiosos, mas que não atingem nenhum público significativo. Inclusive, arrisco dizer, as cantoras citadas, como Tiê, Tulipa,Roberta e tantas outras são muito mais relevantes para o cenário atual do que essa Céu.

Mauro Ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mauro Ferreira disse...

Vitor, sorry, mas Céu não é "cultuada somente entre alguns críticos que a elegeram como a bola da vez". Tanto que os ingressos para os três dias do show de lançamento do álbum 'Tropix' - em maio, em SP - se esgotaram apenas um dia após a abertura das vendas. Marisa vem de uma outra época onde cantoras ainda tinham fama nacional. Atualmente, o mercado está estruturado em nichos. Abs, MauroF

Marcos Henrique disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marcos Henrique disse...

Também não disse que potência é melhor que a delicadeza. Até porque ela sempre cantou essas canções mais delicadas, femininas e doces. O problema é a qualidade mesmo. A voz falha nos agudos, há uma "nasalação" excessiva, mesma técnica utilizada pela Gal quando já não tinha aquele cristal na garganta. E há músicas em que a Marisa ainda tenta buscar as notas altas e simplesmente não consegue. Se não consegue, pra quê cantar uma música como "arrepio"? Fica inevitável a comparação.

Unknown disse...

Mauro não citou "Carinhoso", gravação tão linda feita com Paulinho da Viola...apesar de durar menos que 2 minutos.

Luis Felipe Cavalcanti disse...

Continuo achando desnecessário! É realmente impressionante como o que tudo que a MM faz tem o argumento "tudo que ela faz é ótimo". Não penso assim! Gosto da cantora, mas considero inegável a apatia de seus últimos CD´s e apresentações! Se ela faz um show atualmente a set na list tem... Carnavália, velha infância, ilusão... Tudo o que faz sempre! E isso é uma chatice! São músicas ótimas, mas soa preguiçoso para uma artista com tanto prestígio. Deve existir inúmeros registros mais interessantes e desconhecidos pelo grande público da cantora, mas a seleção da coleção acaba sendo tão previsível e decepcionante que você inevitavelmente passa a questionar a coerência disso! Até acredito que seja por esperteza mesmo! Qual o motivo de gravar um CD se "ninguém" mais compra? Muito mais interessante ficar fazendo show pela Europa cantando os grandes sucessos e juntar tudo o que já foi gravado e chamar de coleção! Até nas raras apresentações que tem feito por aqui é do mesmo jeito! As mesmas músicas...Tem como errar? Claro que não! Temo até que a mesma siga a corrente robertocarliana representada por um cantor que artisticamente está morto há décadas! As músicas tem ficado mais leves?Eu diria simplórias e não leves! Alguém me explica o que é essa letra da música cama? "Cama garganta e água/Gargalo e lábio/Batom e língua/Flama, Lama/Como quem ama/Uma palavra/Beijo e gengiva/Ar e saliva/Riso e comida
Chama, clama/Como quem ama/Uma palavra". Acho que a falta de criatividade e o desinteresse do mercado consumidor por cd´s foram os reais argumentos para essa compilação. Por isso que defendo a CEU, artista inovadora, que não teme em se arriscar mesmo permanecendo criteriosa no que faz, sobretudo no arrebatador TROPIX! Marisinha, sinto muito, mas não me convenceu!

- Gravadora: Marisa, não tem como lucrar vendendo cd barato! O que faremos então?
- Marisa: Bota um brilho por cima, um papel diferente que o povo vai achar chique e diferenciado!

Eduardo disse...

Maravilhosa, sempre!

Rhenan Soares disse...

Eu amo Marisa, ouço sempre, conheço muitos fãs dela e respeito imensamente.

Dito isto,

eu poderia ter ganhado algum dinheiro apostando na cotação do Mauro para o disco (não poderia deixar passar). Não vejo nada de sensacional no projeto desta coletânea. É só uma coletânea, afinal, e Marisa não inventou a pólvora, não. Há muito tempo existe esse tipo de material -- por mais que a maioria esteja nas edições de caixas, como bônus. Foi uma boa estratégia? Sim. Mais da mídia do que da própria cantora, certamente. Vendeu-se o produto como a Polishop vende os produtos dela (tudo muito inovador). Quando, na verdade, até onde sei, o disco é o pagamento de uma "dívida" com a gravadora. Assim como o "Elo" da Maria Rita.

Agora, negócio inaceitável é essa comparação de Marisa com qualquer cantora que veio depois dela. Inaceitável e injusto. Céu é de outro tempo, não tem nada de Marisa (no máximo o dito cuidado com que conduz a carreira). Assim como Céu também não saiu abrindo portas pra ninguém. Isso pode fazer sentido nas pontas dos lápis dos executivos de gravadora (sempre achando que sabem a receita do bolo), mas não é real. Não me convence. Como é que ligam Céu a Tulipa, gente? Como é que colocam Tiê no mesmo palco de Roberta Sá? Tiê tem o público de uma música. Uma música de ontem. Sinceramente, não consigo encontrar a menor lógica. Para mim, o único encontro entre Céu e Marisa é o fato de as duas serem Filhas de Alguém -- coisa que a maioria desses novos artistas é, inclusive. E considero desrespeito com todas as envolvidas essas comparações (absurdas de excessivas).

Por que ninguém fala desse balaio de cantautores imitadores de Marcelo Camelo, por exemplo? Da arrogância dos novos Caetanos? Da pretensão dos novos Neys? Todo mundo se achando muito vanguarda, quando na verdade é só reprodução. Não que isso seja pecado, muito pelo contrário. Só é legal ser honesto, né? Deixem as cantoras um pouco em paz.

Voltando a Céu, não noto nenhum público extraordinário. Os ingressos de SP acabaram rápido por que são a preços populares e o SESC não disponibiliza toda a plateia para o público pagante. Não dá pra tomar por base. Vamos ter que aguardar o desenrolar da turnê para ver a quantas anda esse público. Aliás, Céu precisa estar atenta à imagem dela, se de fato estiver tomando Marisa como referência. Na era das "linhas do tempo" de cada minuto nas mídias sociais, pra ser menos lembrada não custa muito.

Tem uma discussão muito longa aqui e não quero me estender tanto, mas defendo que Marisa faça shows com seus sucessos. Uma cantora faz o quê? Canta, oras! E isso inclui cantar o que já fez e o que já conquistou as pessoas. Não tem nada de pejorativo nisso, se for de vontade dela. Essa é a vida dos artistas populares (que ela diz ser e gostar de ser). Melhor do que forçar a barra com trabalhos regulares como o último álbum de estúdio. Concordo com o Mauro sobre a discussão de potência vocal. Marisa é muito maior que a própria voz.

Victor Moraes, disse...

Concordo com Mauro na discussão acima sobre Céu. Eu era fã enlouquecido (afinal, em 90, quando Marisa teve seu "Boom" eu ainda usava fraldas)e não sabia da força de Céu - mesmo sendo fã - até, em Salvador, num festival com 3 atrações, sendo uma internacional, o público - looootado - gritar tanto por Céu que a atração abandonou o palco com direito a palavrões.

Quanto a voz de Marisa eu também gosto da delicadeza. Por vezes eu achava que havia muita técnica na nova Marisa e, consequentemente, menos verdades/emoções. Mas me acostumei à isso. Uma perfeição meio autotune.

Durante as perguntas que Marisa respondeu no site, no lançamento de "OQVQSDV?", um fã questionou essa mudança tão citada aqui. Ela respondeu, mais ou menos, com uma comparação à uma criança que grita pra se expressar quando quer as coisas e que com a maturidade aprende a falar do jeito certo. Assim era carreira dela.


(Salvo engano, a entrevista ainda está no site, se ainda não mudou para o tema desse lançamento novo.)

_____________
E outra, os lançamentos de Marisa são beeeem salgados sim. Esse disco, com ou sem luva, esta muito acima do preço. Comprei um com luva e pacote de polaroids, quase 20 faixas, por R$32. A "luva" não justifica o preço. Lembro de que, quando 50 reais era dinheiro, esse era o preço do Infinito Particular nas lojas aqui.


Mauro Ferreira disse...

Caros comentaristas, Marisa é uma cantora que conduz a carreira com estratégia. Assim como faz Madonna e como fizeram Sinatra, Beatles e Elvis Presley em seus respectivos tempos áureos (leiam uma boa biografia dos dois últimos e verão a importância de empresários e assessores de imprensa na condução da carreira). O que em nada diminui o talento de Marisa e dos outros citados. Quanto à cotação, é simples: não detectei equívocos em nenhuma das 13 gravações. Abs, grato a todos pelos comentários, MauroF

Unknown disse...

É impressionante como algo tão claro e evidente provoque comentários relacionados a "voz enfraquecida", "desgaste da voz" e "perda de potência vocal". Basta ouvir com atenção e perceber que o único disco em que a Marisa canta com a voz "pra fora" é o disco ao vivo, de estréia. A mudança aconteceu já a partir do segundo disco. Gravações como Beija eu, De noite na cama, Rosa e Maria de verdade, para citar algumas, mostram uma outra abordagem no modo de cantar, com as notas agudas moldadas mais na garganta do que no diafragma, com a respiração bem marcada e evidente, que alguns detratores, diriam, ofegante. Quando ouço "O que você quer saber de verdade" percebo uma cantora muito diferente daquela do disco ao vivo de 1989 e praticamente a mesma dos discos a partir de 1991. Uma cantora cerebral, com timbre de voz belíssimo, sempre controladora, que nunca se deixa levar completamente pela emoção. Este é o estilo MM que tanto nos fascina. Se algo aconteceu com "a voz" foi no distante início dos anos 90. Portanto, toda a carreira de Marisa Monte foi construída com esta "voz debilitada". O que vocês acham?

Marcos Henrique disse...

Luiz Felipe Calvacanti,

"Cama garganta e água/Gargalo e lábio/Batom e língua/Flama, Lama/Como quem ama/Uma palavra/Beijo e gengiva/Ar e saliva/Riso e comida
Chama, clama/Como quem ama/Uma palavra"

Análise: Esse música muito provavelmente teve sua melodia feita antes da letra, que aliás, é bastante agradável e perfeita pro estilo Marisa. Agora a letra é uma ode às palavras mesmo e ao nosso instrumento corporal que a possibilita, a boca e muita coisa relacionada a ela, apesar de não conseguir ver muita relação com algumas palavras que parecem ter sido colocadas por questão de rima e melodia, como "cama", "chama" e "lama". Se bem que para os namoradeiros, com as palavras "língua" e "beijo", chama e cama são consequência. kkkkk ;)

Marcos Henrique disse...

Luiz Felipe Calvacanti,

"Cama garganta e água/Gargalo e lábio/Batom e língua/Flama, Lama/Como quem ama/Uma palavra/Beijo e gengiva/Ar e saliva/Riso e comida
Chama, clama/Como quem ama/Uma palavra"

Análise: Esse música muito provavelmente teve sua melodia feita antes da letra, que aliás, é bastante agradável e perfeita pro estilo Marisa. Agora a letra é uma ode às palavras mesmo e ao nosso instrumento corporal que a possibilita, a boca e muita coisa relacionada a ela, apesar de não conseguir ver muita relação com algumas palavras que parecem ter sido colocadas por questão de rima e melodia, como "cama", "chama" e "lama". Se bem que para os namoradeiros, com as palavras "língua" e "beijo", chama e cama são consequência. kkkkk ;)

Marcos Henrique disse...

Val Js,

Não sei como funciona seu aparelho auditivo, mas não comparei versão ao vivo com de estúdio. Comparo versões de estúdio com versões de estúdio e versões ao vivo com versões ao vivo. Já escutei várias e várias vezes os CDs e apresentações da Marisa - bem mais a de antigamente, confesso. Interesso-me por canto há muito tempo, apesar de não ser um especialista (e precisa mesmo?) e admiro vários artistas da música. Jamais faria uma análise sobre a voz sem conhecimento prévio. Definitivamente não sou detrator, muito menos da Marisa, que foi por muito tempo minha artista n° 1. O fato é que a voz de "OQVQSDV" está aquém da qualidade de "Mais", simples assim. Não é pela respiração, o que importa a respiração estar presente se a nota sai limpa e irretocável até o fim? O problema é quando a nota não está limpa, quando as transições estão mais titubeantes. Ouvidos mais treinados logo percebem a diferença. As versões ao vivo então nem se fala. Escute, com calma e com bastante atenção "Maria de verdade" do DVD "Barulhinho bom", já com a voz “de fala”, sem berros (apesar de achar que esse não deveriam ter sido totalmente exilados), e a versão dos últimos shows feitos por ela, que tem aos montes na internet, depois a gente conversa.
Sim, Marisa é mais que voz, mas o que fazer quando voz e inspiração declinam? A sempre competente empresária ainda está presente, mas seria suficiente pra manter o interesse inflamado do público e mídia que sempre a acompanhou?

Mauro Ferreira disse...

Val, concordo com Marcos. Quem viu o show 'Mais' sabe que, no palco, a voz de Marisa era outra. Maristela, alertado por seu comentário, incluí comentário sobre 'Carinhoso' na resenha. Grato a todos, abs, MauroF

Breno Alves disse...

Essa discussão toda a respeito das mudanças na voz e no repertório de Marisa me faz lembrar as palavras de Nelson Motta, seu primeiro mentor: "Nada do que foi será / De novo do jeito que já foi um dia / Tudo passa, tudo sempre passará". Mesmo que a voz não seja a mesma, Marisa soube retrabalhá-la, dar a ela novas nuances, apostar na suavidade, na delicadeza. Isso como fruto não só das limitações físicas (naturais, vide o exemplo de Milton), mas de opções estéticas (principalmente depois dos Tribalistas). Marisa assimilou sua história e opta hoje pela serenidade, com foco na autoralidade do discurso, sem arroubos. Sem demérito algum, no meu ponto de vista. Pois mudanças são naturais na carreira de todo artista. Tudo passa, tudo sempre passará. A beleza, essa senhora, sempre permanece...

Breno Alves disse...

Essa discussão toda a respeito das mudanças na voz e no repertório de Marisa me faz lembrar as palavras de Nelson Motta, seu primeiro mentor: "Nada do que foi será / De novo do jeito que já foi um dia / Tudo passa, tudo sempre passará". Mesmo que a voz não seja a mesma, Marisa soube retrabalhá-la, dar a ela novas nuances, apostar na suavidade, na delicadeza. Isso como fruto não só das limitações físicas (naturais, vide o exemplo de Milton), mas de opções estéticas (principalmente depois dos Tribalistas). Marisa assimilou sua história e opta hoje pela serenidade, com foco na autoralidade do discurso, sem arroubos. Sem demérito algum, no meu ponto de vista. Pois mudanças são naturais na carreira de todo artista. Tudo passa, tudo sempre passará. A beleza, essa senhora, sempre permanece...

Unknown disse...

as pessoas que comentaram realmente tem uma ótima percepção musical,
parabéns!!
mas não teria toda essa "discussão", (prefiro chamar de resenha!)se o album se chamasse (por exemplo)"Lados-B" ou nome semelhante!! rsrsrs...

ADEMAR AMANCIO disse...

Eu concordo com Val Js,a cantora de timbre quase negroide,e que cantava quase pra fora e quase pra cima morreu no segundo disco.De lá pra cá,eu não vi mudança,mas é claro que o viço da voz se perde com o tempo.
Sobre potência vocal,o grande cantor precisa sim,suavizar e potencializar tua voz de acordo com a necessidade da música e do texto.Quem já ouviu 'Como nossos pais'e entendeu a intenção do autor,entende muito bem o que eu estou querendo dizer.Ninguém interpreta a frustração de toda uma geração sussurando.

Damião Costa disse...

Muito caro o menor valor que encontrei foi 35,00

Unknown disse...

Assisti a todos os shows da Marisa, inclusive aquele no MASP, antes do lançamento do primeiro disco e também o mais recente "O que você quer saber de verdade" e expus minha opinião baseado naquilo que ouvi ao vivo nos shows e nas gravações dos discos ao vivo e de estúdio. As pessoas tem percepções diversas sobre temas que despertam grandes paixões e mexem com nossas emoções, e a música sempre mexe com nossas mais profundas sensações. Aceito as opiniões divergentes, apenas acho que a grande mudança vocal, a mais significativa, aconteceu logo no início da carreira.

PS:
É curioso como as pessoas vestem a carapuça, não é Marcos? Achei desnecessário os seus comentários "Não sei como funciona seu aparelho auditivo" e "Ouvidos mais treinados logo percebem a diferença" (meu aparelho auditivo funciona muito bem e considero meu ouvido treinado; sim, estudei música, toco violão, já estudei canto, cantei em coral, em banda....) e achei contraditórios os outros comentários "Interesso-me por canto há muito tempo, apesar de não ser um especialista" e "Jamais faria uma análise sobre a voz sem conhecimento prévio".

Marcelo disse...

Concordo com a mudança vocal de Marisa. Acho que é coisa recente. Mas o que mais me chama a atenção é o não tão longo tempo de carreira assim e já dando esses sinais. Tenho como exemplo a Gal Costa. Hoje em dia nota-se sua voz sem brilho e uma sombra do que já foi um dia. E olha o tempo de carreira de Gal comparada ao de Marisa. As duas são grandes cantoras mas o tempo é mais cruel pra umas do que pra outras.

Victor Moraes, disse...

Acompanhando os últimos comentários não posso deixar de retornar para lembrá-los que as vozes das mulheres mudam muito com a idade, isso é normal, e tem relação hormonal etc. O "auge" da voz acontece por volta 32-34 anos, depois daí, junto com outras coisas, o potencial vocal começa a sofrer a influência do tempo.
Não sou especialista mas já ouvi falar sobre o assunto, e também sobre cantoras que procuram especialistas para minimizar esses efeitos naturais do corpo.

Marcos Henrique disse...

Val Js,
Claro que vesti a carapuça. Você poderia ter indicado pra quem você estava mandando o recado. Em todo caso, não me sinto impelido a fazer mea culpa, pois usei de certa arrogância como devolução numa medida que pra mim pareceu equivalente.

Continuo achando realmente intrigante sua colocação e sua percepção sobre a voz da Marisa. Talvez você e o Ademar pensem somente na certa "emulação" de cantoras negras do primeiro CD. Não falo disso exatamente. Sério mesmo que canções como: "Você não serve pra mim", "Não quero dinheiro", "I can see clearly now", "Give me love", "Panis et circences"; bem como versões em estúdio de nível altíssimo de exigência vocal como: "Rosa", "Dança da solidão", "Água também é mar" e "Sou sua sabiá"; são momentos que estão num nível técnico/interpretativo, ou seja lá o que for que vocês estão tentando dizer, inferior aos do primeiro disco só pelo motivo de serem mais "cantadas” do que “berradas"? Você não leu o que escrevi e se ateve ao lado pessoal.

Marcelo,
Ainda aposto na questão gravidez sobre o processo mais acelerado de desgaste, mas existe também o fato de a Marisa sempre ter sido mais “rouca”, principalmente ao falar. Como ela disse em entrevista no final dos anos 90: “Eu fico mais rouca de falar do que de cantar”.

Voltando ao novo CD, creio que não conseguirá um sucesso comercial expressivo. Aliás, eu já nem sei como se constata o êxito comercial, já que as vendagens são cada vez mais insignificantes e as músicas parecem ter prazo de validade curtíssimo, somem das rádios em poucas semanas.

ADEMAR AMANCIO disse...

Até onde eu sei as pregas vocais é um tecido muscular que envelhece com o tempo,em homens e mulheres.No quesito berro, cantar baixinho é mais cômodo,arriscar é pra poucos.No mais,a Marisa Monte é apenas uma cantora-pop.
É no máximo,uma super-Wanderléa,ou uma Paula Toller melhorada.

Bentley's IT 101 disse...

Oi, sempre leio o Notas, mas nunca fiz um comentario.
Moro nos EUA desde de 2001, eh um pouco dificil para mim saber quem eh a "voz guia" do Brasil.
Porem, acho errado colocar na lista Ceu, e Marisa apenas.
Pior ainda quando se tenta justificar a inclusao de uma ou outra de acordo com a popularidade das duas cantoras.
Mencionar apenas Marisa e Ceu, na minha opiniao, eh um pouca eletista e de visao curta.
Roubo uma ideia do Mauro: os tempos sao outros.
Nos tempos anos 70/80 as cantoras guias amadas pelos criticos (Gal,Elis, Bethania, Nara, Clara) tambem eram populares. Vendendo muito e com muito espaco na midia. Mas isso foi num tempo unico.
Me parece que em geral as criticas no Brasil, esquecem os cantores polulares equanto ele sao novos e os inclui quando eles ficam velhos.
Por muito tempo a Angela e a Dalva nao entravam na lista das cantoras "guia" de uma epoca, mas incluiam a Elizeth... Soh de uns tempos pra ca, elas comecaram a aparecer nas listas.
Pare que a critica - nao me refiro ao Mauro, mas a midia em geral, pula periodos para poder ignorar alguns artistas. Vamos de Gal, Bethania, Elis para Marisa, Ceu, Cassia(?), Maria Rita(?). Cade a Simone e a Rosana nos anos 80? Por bem e por mal, elas marcaram epoca e a producao musical do Brasil. Simone entao, teve copias. Gravadoras tentavam emoldurar outras cantoras no mesmo estilo - que diga as capas de disco da Joana....
Pular de Marisa pra Ceu, eh esquecer da Daniela, Ivete e Ana Carolina por exemplo. Quantos artistas foram emoldurados pelas gravadoras pra parecer com elas? Depois da Ana um monte de cantoras de voz similares apareceram. Sem falar do problema Sangalo/Leitte que as vezes lembram a coisas da Marlene/Emilinha. Na minha opiniao, entra as cantoras guias do Brasil, a Simone, Ivete, Ana, Daniela deveriam ser comentadas, mesmo que pra falar mal. Elas mudaram o mercado musical do pais.
Posso estar errado. Esse eh um olhar de Alguem que vive em Nova York, nao no Rio. Mas achei que dessa vez deveria expressar minha opiniao.

Roberto de Brito disse...

Desnecessário e deselegante o comentário "No máximo, uma super-Wanderléa"! Cada cantora tem o seu valor e um significado diferente para sua geração!

Rhenan Soares disse...

Voltei para dizer que o álbum é realmente maravilhoso. Tem uma unidade qualquer que o faz se distanciar de uma simples coletânea. Delicioso do início ao fim.

Bernardo Barroso Neto disse...

O disco está realmente espetacular, ouvi pelo spotify. Minha única reclamação continua que poderia ser lançado um álbum duplo ou triplo.

Unknown disse...

Roberto de Brito, tem gente que não consegue engolir o despeito que tem com Marisa. Não entendo porque se incomodam tanto. Qual o problema de ser pop? By the way, Wanderléa e Paula Toller são maravilhosas, cada uma em seu quadrado.
Me parece complexo de fã de Elis, que sempre acha que só existe ela e acabou.
Preguiça, muita preguiça disso.