Mauro Ferreira no G1

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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Com o calor da voz de Ayodele, 'Sol' ilumina o reggae pop roqueiro da Sinara

Resenha de EP digital
Título: Sol
Artista: Sinara
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * 1/2

Nas plataformas digitais desde a última sexta-feira, 13 de novembro de 2015, o primeiro disco da Sinara - Sol, EP com quatro músicas autorais lançado somente em edição digital via Sony Music - mostra que a banda banda carioca formada em 2014 tem méritos para aparecer na mídia não somente pelo fato de o quinteto trazer na atual formação - já sem o tecladista Leo Israel - um filho de Gilberto Gil (José Gil, no posto de baterista) e dois netos do genial artista baiano (João Gil e Francisco Gil, nas guitarras). Sol ilumina som calcado no reggae, mas com veia pop roqueira e um toque de rap. O cruzamento da praia do reggae com a garagem do rock é exemplificada por Marchando, uma das três músicas inéditas do EP gravado com a voz de Luthuli Ayodele, cantor e um dos principais compositores da Sinara. Marchando é um reggae, mas as guitarras põem a pressão do rock em gravação que ainda inclui passagem com o canto falado do rap. O pop rock Favela também flerta com o rap, rebobinando discurso social ("Favela sou eu / Favela é você", martela o refrão) escrito sob ótica das leis próprias que regem as comunidades. Já Antes que eu morra é power balada romântica que reaviva a alma roqueira do som da Sinara - formatado com o toque do baixo de Magno Brito - enquanto Floresta se embrenha pelo universo de um típico reggae, inclusive nos versos que põem fé em Deus e que propõem fuga da mítica Babylon, termo que, na ideologia Rastafari, alude atualmente aos caos da corrente civilização, marcada por injustiças e desigualdades sociais. Alvo de clipe já em rotação no YouTubeFloresta é a única música que já estava disponível na web antes da chegada de Sol nas plataformas digitais. EP que soa coeso, Sol também expõe o calor do canto do vocalista Luthuli Ayodele. Enfim, mesmo sem fazer um som original, a Sinara abre caminho com EP que mergulha numa praia já populosa e desbravada no Brasil com pioneirismo pelo patriarca Gilberto Gil na década de 1970. Como Gil sempre assimilou o som de Bob Marley (1945 - 1981) sem deixar de expor sua (forte) personalidade musical, a Sinara (ainda) precisa encontrar um caminho musical próprio para que o brilho de Sol não seja passageiro.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

♪ Nas plataformas digitais desde a última sexta-feira, 13 de novembro de 2015, o primeiro disco da Sinara - Sol, EP com quatro músicas autorais lançado somente em edição digital via Sony Music - mostra que a banda banda carioca formada em 2014 tem méritos para aparecer na mídia não somente pelo fato de o quinteto trazer na atual formação - já sem o tecladista Leo Israel - um filho de Gilberto Gil (José Gil, no posto de baterista) e dois netos do genial artista baiano (João Gil e Francisco Gil, nas guitarras). Sol ilumina som calcado no reggae, mas com veia pop roqueira e um toque de rap. O cruzamento da praia do reggae com a garagem do rock é exemplificada por Marchando, uma das três músicas inéditas do EP gravado com a voz de Luthuli Ayodele, cantor e um dos principais compositores da Sinara. Marchando é um reggae, mas as guitarras põem a pressão do rock em gravação que ainda inclui passagem com o canto falado do rap. O pop rock Favela também flerta com o rap, rebobinando discurso social ("Favela sou eu / Favela é você", martela o refrão) escrito sob ótica das leis próprias que regem as comunidades. Já Antes que eu morra é power balada romântica que reaviva a alma roqueira do som da Sinara - formatado com o toque do baixo de Magno Brito - enquanto Floresta se embrenha pelo universo de um típico reggae, inclusive nos versos que põem fé em Deus e que propõem fuga da mítica Babylon, termo que, na ideologia Rastafari, alude atualmente aos caos da corrente civilização, marcada por injustiças e desigualdades sociais. Alvo de clipe já em rotação no YouTube, Floresta é a única música que já estava disponível na web antes da chegada de Sol nas plataformas digitais. EP que soa coeso, Sol também expõe o calor do canto do vocalista Luthuli Ayodele. Enfim, mesmo sem fazer um som original, a Sinara abre caminho com EP que mergulha numa praia já populosa e desbravada no Brasil com pioneirismo pelo patriarca Gilberto Gil na década de 1970. Como Gil sempre assimilou o som de Bob Marley (1945 - 1981) sem deixar de expor sua (forte) personalidade musical, a Sinara ainda precisa encontrar um caminho musical próprio para que o brilho de Sol não seja passageiro.