Mauro Ferreira no G1

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domingo, 1 de julho de 2012

Guiado por Ronson, Rufus faz jogo pop em 'Out of the Game' sem trapaça

Resenha de CD
Título: Out of the Game
Artista: Rufus Wainwright
Gravadora: Decca Records / Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Sétimo álbum de estúdio de Rufus Wainwright, Out of the Game mostra que é possível fazer o jogo pop da indústria do disco sem trapacear. Basta ouvir a primeira das 12 músicas autorais do CD - Out of the Game, bela canção na qual o artista norte-americano (criado no Canadá) constata com certa mordacidade que a perda da juventude já lhe tira pontos na competição por amor e sexo - para perceber que a conexão com o produtor Mark Ronson tornou o som de Rufus mais pop, às vezes até mais convencional. Contudo, a boa qualidade da safra de inéditas impede o disco de cair no lugar comum do pop comercial. Gravadas com músicos do grupo Dap-Kings, faixas como Jericho, Montauk e Barbara sinalizam que o cantor e compositor dilui a exuberância operística de sua obra sem apelar para ganhar o jogo das paradas. São temas compostos com maior otimismo e certa alegria, já distantes das sombras que pautaram as canções do álbum anterior do artista, All Days Are Nights (Songs For Lulu) (2010), urdido sob o impacto da morte de sua mãe, a cantora de folk Kate McGarrigle (1946 - 2010) - ainda que Candles, a longa faixa que encerra Out of the Game, exale a mesma fina melancolia do álbum de 2010, no caso pontuada pelo acordeom tocado por Anna McCarrigle, tia de Rufus e irmã de Kate. Se o disco anterior se escorou no piano, o atual foi tecido com suave trama de guitarras e sintetizadores. Hábil, Mark Ronson - para quem não liga o nome à música, o produtor que formatou Back to Black (2006), o consagrador segundo álbum de Amy Winehouse (1983 - 2011) - jamais pesa a mão. O cancioneiro de Out of the Game pode não ser a safra mais inspirada de Rufus, mas soa elegante. Sim, Rufus Wainwright entrou no jogo. Mas joga limpo.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cristian disse...

Eu gostaria, talvez, ter um pouco mais de rock no cd não o estilo de música, mas é um pouco mais otimista. Espero que um dia para estudar para um produtor musical para corrigir as coisas como esta.