Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Com Crazy Horse, Young revolve com crueza raiz do folk em 'Americana'

Resenha de CD
Título: Americana
Artista: Neil Young
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * *

Escorado no grupo Crazy Horse, Neil Young revolve com crueza as raízes do folk dos Estados Unidos em Americana, disco de covers de temas antigos, em sua maioria lançados no século XIX. Em clima sujo, o artista canadense e seu grupo - com o qual Young não gravava um álbum desde Greendale (2003) - realçam as sombras de Clementine, evocam o harmonioso vocal do doo-wop em Get a Job, transitam pelo universo country em This Land Is Your Land e expõem as origens da música da América em Travel On, azeitada e longa faixa na qual saltam aos ouvidos o tom cru do disco e a total sintonia de Young com o baixista Billy Talbot, o guitarrista Frank Poncho Sampedro e o baterista Ralph Molina. O cantor e o trio imprimem com tanta força sua personalidade roqueira neste cancioneiro folk - sobretudo em temas como o blues High Flying Bird - que jamais deixam Americanficar com ranço folclórico. Ainda que a rigor o álbum (produzido por Young com John Hanlon e Mark Humphreys) reviva uma série de canções ligadas ao folclore da música norte-americana e, por isso mesmo, sem tanta ligação afetiva com o Brasil. A única exceção é Oh Susannah, tema propagado em solo nacional em 1943 pelo cantor paulista Bob Nelson (1918 - 2009) em versão em português adaptada pelo caubói brazuca. No fim, abordagem de God Save The Queen - o hino da Grã-Bretanha - arremata Americancom coro infantil e o vigor que pauta este álbum em que Neil Young com Crazy Horse olham para seu próprio umbigo ao revisitar as origens da música norte-americana.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Escorado no grupo Crazy Horse, Neil Young revolve com crueza as raízes do folk dos Estados Unidos em Americana, disco de covers de temas antigos, em sua maioria lançados no século XIX. Em clima sujo, o artista canadense e seu grupo - com o qual Young não gravava um álbum desde Greendale (2003) - realçam as sombras de Clementine, evocam o harmonioso vocal do doo-wop em Get a Job, transitam pelo universo country em This Land Is Your Land e expõem as origens da música da América em Travel On, azeitada e longa faixa na qual saltam aos ouvidos o tom cru do disco e a total sintonia de Young com o baixista Billy Talbot, o guitarrista Frank Poncho Sampedro e o baterista Ralph Molina. O cantor e o trio imprimem com tanta força sua personalidade roqueira neste cancioneiro folk - sobretudo em temas como o blues High Flying Bird - que jamais deixam Americana ficar com ranço folclórico. Ainda que a rigor o álbum (produzido por Young com John Hanlon e Mark Humphreys) reviva uma série de canções ligadas ao folclore da música norte-americana e, por isso mesmo, sem tanta ligação afetiva com o Brasil. A única exceção é Oh Susannah, tema propagado em solo nacional em 1943 pelo cantor paulista Bob Nelson (1918 - 2009) em versão em português adaptada pelo caubói brazuca. No fim, abordagem de God Save The Queen - o hino da Grã-Bretanha - arremata Americana com coro infantil e o vigor que pauta este álbum em que Neil Young com Crazy Horse olham para seu próprio umbigo ao revisitar as origens da música norte-americana.

Anônimo disse...

Neil Young junto com o Crazy Horse é sinal de faísca no ar.
Capaz até, como atesta o Mauro, dessas músicas xaropes terem ficados mesmo boas.
Mas esse eu vou deixar para os filhos do Tio Sam.