Mauro Ferreira no G1

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domingo, 8 de julho de 2012

Tecladista do Azymuth, José Roberto Bertrami sai de cena aos 66 anos

Um dos mais importantes tecladistas e arranjadores brasileiros, José Roberto Bertrami (21 de fevereiro de 1946 - 8 de julho de 2012) saiu de cena neste domingo, no Rio de Janeiro (RJ), aos 66 anos, vítima de complicações decorrentes de uma cirrose hepática. Natural de Tatuí, cidade do interior do Estado de São Paulo, Bertrami integrou nos anos 60 o movimento musical conhecido como Pilantragem. Mas foi ao fundar o trio Azymuth em 1972 - com o baixista Alex Malheiros e o baterista Ivan Conti, o Mamão - que Bertrami conseguiria fama no Brasil e no exterior por conta da original fusão de jazz com funk e ritmos brasileiros como o samba. Ao longo da década de 70, Bertrami conciliou os trabalhos como músico de estúdio - requisitado pelos maiores nomes da MPB para tocar em seus discos - com a agenda do Azymuth, com o qual gravou álbuns ainda hoje cultuados como Linha do Horizonte (1975) e Águia Não Come Mosca (1977). Ao deixar o Azymuth, em 1988, Bertrami já havia feito seu nome na cena jazzística da Europa e dos Estados Unidos, tendo gravado discos individuais para o mercado externo. Mas voltou para o grupo em meados dos anos 90. O suingante teclado de Bertrami marcou época, tendo sido muito mais valorizado no Exterior do que no Brasil nos últimos anos.

17 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Um dos mais importantes tecladistas e arranjadores brasileiros, José Roberto Bertrami (21 de fevereiro de 1946 - 8 de julho de 2012) saiu de cena neste domingo, no Rio de Janeiro (RJ), aos 66 anos, vítima de complicações decorrentes de uma cirrose hepática. Natural de Tatuí, cidade do interior do Estado de São Paulo, Bertrami integrou nos anos 60 o movimento musical conhecido como Pilantragem. Mas foi ao fundar o trio Azymuth em 1972 - com o baixista Alex Malheiros e o percussionista Ivan Conti - que Bertrami conseguiria fama no Brasil e no exterior por conta da original fusão de jazz com funk e ritmos brasileiros como o samba. Ao longo da década de 70, Bertrami conciliou os trabalhos como músico de estúdio - requisitado pelos maiores nomes da MPB para tocar em seus discos - com a agenda do Azymuth, com o qual gravou álbuns ainda hoje cultuados como Linha do Horizonte (1975) e Águia Não Come Mosca (1977). Ao deixar o Azymuth, em 1988, Bertrami já havia feito seu nome na cena jazzística da Europa e dos Estados Unidos, tendo gravado bons discos individuais para o mercado externo.

Luca disse...

Acho que ele gravou com Elis, não? isso já diz tudo sobre o talento dele

Anônimo disse...

Azymuth é das melhores coisas instrumentais já feitas no Brasil.
Valeu, Bertrami.
Até a próxima.

lurian disse...

Poxa Mauro que péssima notícia. Era fã do Bertrami/Azymuth, ele era supercultuado em Londres. Acabou de tocar no ultimo disco da Ithamara Koorax. Fez várias participações em discos da Bethânia ao piano. Era superswingado...
Uma grande perda do instrumental brasileiro.

Márcio disse...

Perda irreparável! Dá para contar nos dedos de uma só mão os grupos instrumentais brasileiros que rivalizam/rivalizaram em importância com o Azymuth. A escolha perfeita dos timbres por Bertrami e seus solos na medida certa casaram com perfeição com a cozinha de Mamão e Malheiros (a melhor que já vi tocar ao vivo). Que descanse em paz!

Musico Misterioso disse...

Poxa, não saiu NADA na imprensa sobre a passagem de Bertrami! (Pelo menos, não que eu tivesse visto ou lido.)
Um dos maiores músicos do Brasil. Mestre dos teclados! Não pode ser, jamais, esquecido. RIP!

Mauro Ferreira disse...

Músico Misterioso, a morte de Bertrami só foi divulgada em redes sociais por volta das 22h30m de domingo, ou seja, os jornais já estavam fechados. Vai sair na edição de amanhã, terça. abs, MauroF

Maria disse...

Zé Henrique,até a próxima como? Só se morre uma vez viu?

André Queiroz disse...

No final o que fica é a musica e no caso de JR Bertrami, sólida e inquestionável.Obrigado e descanse em paz.

Denilson Santos disse...

Eu sempre idenfitiquei muito o som do Azymuth pelo som do Bertrami.

Fará muita falta...

PS: os jornais de hoje já estão noticiando com bastante destaque

abração,
Denilson

Felipe dos Santos disse...

Estragou-me a segunda-feira, essa notícia.

Vou ouvir "Tamborim, cuíca, ganzá, berimbau". Ou "Melô dos dois bicudos". Ou "Voo sobre o horizonte". Ou arranjos feitos pelo cidadão com os colegas Mamão e Malheiros, como "Reis e rainhas do maracatu".

Bertrami merece todas as homenagens.

Felipe dos Santos Souza

Anônimo disse...

Hummmm, ok, Maria.
Um momento filosófico-existêncial.
Pra mim se morre e se vive várias vezes. Inclusive dentro de uma mesma vida. :-)

"Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você"

Carl Sagan

Maria disse...

Certo,Zé Henrique! gostei do seu lado filósofo você crê em reencarnação?

Toninho Lima disse...

Grande perda! José Roberto Bertrami foi um dos grandes instrumentistas da MPB e o som do Azymuth é atemporal.

Uma das músicas que mais curto dele em sua carreira solo é "Mamão Com Açúcar", do disco "Things Are Different".

Anônimo disse...

Não é bem em reencarnação que creio, Maria. E sim na continuidade.
Como? Aonde?
Aí seria bem sem graça saber, né?
Se não me engano vc, assim como eu, escolheu Se Eu Quiser Falar com Deus como uma das cinco preferidas do Gil.
Pois então, o final da música é um golpe de mestre.
Ele canta: No final dessa estrada que não vai dar em nada, nada, nada, nada... - todo mundo pensa que a música vai acabar nisso - aí ele manda a frase certeira: Do que eu pensava encontrar.
Se encontrará algo.
É nisso que creio.

PS: Não sabia que meu amigo Felipe era tão fã assim do grande Azymuth.
Jô Soares certa vez disse que no dia que morreu Monteiro Lobato ele, criança na época, deixou de almoçar.
Segundo o próprio: Luto extremo.:-)

Maria disse...

Então, Zé Henrique de acordo com a minha crença a alma do falecido vai para o Inferno, o Purgatório ou o Paraíso, segundo a sua carga de pecados cometidos em vida.
Do Inferno nunca mais sai e irá padecer nas chamas pelo resto da eternidade.
Do Purgatório sairá após cumprir o castigo temporário e de acordo com seus pecados.
Quem vai pro Paraíso está livre de percalços e alcança "a luz", isto é, a proximidade com Deus.

Existe ainda o Julgamento final, quando todos os mortos ressuscitarão e serão definitivamente julgados e, é claro, os bons ganharão o Paraíso e os outros o Inferno.

Anônimo disse...

Pois é, Maria, tenho a ligeira impressão que, como cantou o Gil, vc não vai encontrar nada disso.
Agora, dentre essas três possibilidades que listou eu me agradei mais do inferno.
Já pensou ir para o céu e encontrar toda sorte de "beatos" por lá. Eu pulo! rsrsrs
E tem também que sem pecados não tem graça e já que Deus tá em todo lugar... :-)
Falando um pouco menos sério, eu acredito piamente que pra cada pecado tem um perdão.
Basta(não é pouca coisa, já que não é uma questão de querer e sim de sentir) se arrepender de coração.
O grande escritor argentino Jorge Luis Borges dizia, e eu concordo, que a crença no inferno é na verdade uma irreligiosidade.
Pense nisso.

PS: Foi mal o off-topic, Mauro.
Nem tanto assim. Mas...