Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


terça-feira, 19 de maio de 2015

Festejada festa de Gal, 'Estratosférica' abre e clareia recantos para a cantora

Resenha de CD
Título: Estratosférica
Artista: Gal Costa
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * * *

Havia entre os admiradores de Gal Costa a incerteza se a cantora daria outro passo adiante após Recanto (Universal Music, 2011) - revigorante álbum articulado por Caetano Veloso que repôs a cantora baiana na linha de frente da música brasileira - ou se, de olho no retrovisor, Gal acionaria novamente o piloto automático em disco pautado por regravações. Com edição física em CD posta nas lojas a partir de hoje, 19 de maio de 2015, Estratosférica dissipa a dúvida. Gal dá outro passo firme para frente. No lugar de Caetano, há Marcus Preto, diretor artístico do disco - produzido por Alexandre Kassin e Moreno Veloso - e articulador das conexões de Gal com compositores de uma geração contemporânea que, em sua maioria, eram até então inéditos na voz ainda cristalina da intérprete. Menos radical e eletrônico do que Recanto na questão dos arranjos, Estratosférica se ilumina pela grandeza do repertório inédito selecionado por Gal entre cerca de 150 músicas recolhidas por Preto. Estratosférica é um disco moderno, de sons contemporâneos, que amplia o diálogo com a cena musical atual sem negar o passado pop de Gal. Estratosférica é tudo o que Aquele frevo axé (BMG, 1998) quase foi e o que Hoje (Trama, 2005) poderia ter sido se a produção e os arranjos deste disco que tentou arejar o som de Gal não tivessem sido confiados a César Camargo Mariano, extraordinário músico mais identificado com o ontem do que com o hoje. Nesse sentido, Estratosférica soa como um disco de carreira como Fantasia (Philips, 1981), mas filtrado, aí sim, pelos sons dos dias de hoje. Porque produtores, diretor artístico, compositores e músicos da antenada banda arregimentada para o disco - André Lima (teclados), Guilherme Monteiro (guitarra), Pupillo (bateria) e o próprio Kassin (baixo e programações) - se afinam e olham para a mesma direção. Estratosférica é um disco enraizado no momento presente, saudado já no estupendo rock, Sem medo nem esperança (Arthur Nogueira e Antonio Cícero), que abre sintomaticamente o disco, iluminando a obra autoral do compositor paraense Arthur Nogueira e vislumbrando o futuro através de versos ("Nada do que fiz / Por mais feliz / Está à altura / Do que que há por fazer") que servem como carta de princípios da artista. Diferentemente de Recanto, disco que encantou mais pela sonoridade seca e compacta do que pelo (inspirado) conjunto de canções inéditas de seu mentor Caetano Veloso, Estratosférica é álbum que alinha grandes canções na voz monumental de sua intérprete, soando como um disco de carreira de tempos em que a música parecia mais importante do que conceitos e propostas. Tanto que abre espaço para uma balada como Jabitacá (Junio Barreto, José Paes Lira e Bactéria), cuja leve psicodelia - sublinhada pelo órgão de André Lima e o lap steel de Kassin - não encobre o romantismo latente nos versos. Entre os autores de Jabitacá, música batizada com nome de serra situada na divisa entre Pernambuco e Paraíba, há o pernambucano Junio Barreto, único compositor duplamente presente no repertório selecionado para as 14 faixas do CD e as 12 do vinil ainda indisponível no mercado fonográfico. Junio é parceiro de Céu e de Pupillo na vivaz música-título Estratosférica, espécie de refazenda de uma festa do interior perfumada por um regionalismo pop latino que o ouvido sagaz de Gal intuiu que pediria metais orquestrados por Lincoln Olivetti (1935 - 2014), no que acabou se transformando no último arranjo do maestro fluminense. Genial como arranjador, mas compositor irregular, Olivetti também comparece nos créditos de Estratosférica como parceiro do carioca Rogê em Muita sorte, outra música banhada em regionalismo pop - no caso, nas águas eternamente límpidas do compositor baiano Dorival Caymmi (1914 - 2008), cujo universo inspirou a letra de música que harmoniza no arranjo o primitivismo do ritmo do samba de roda - marcado na percussão de Armando Marçal e nas palmas das mãos de Moreno Veloso (também no ukelele) e de Kassin - com a eletrônica up to date do produtor carioca Diogo Strausz, criador de algumas programações da faixa. Estratosférica olha para o futuro sem renegar sons referenciais do passado glorioso de Gal. Ecstasy (Thalma de Freitas e João Donato) - música e letra criadas por Thalma a partir de harmonia deixada pelo parceiro em seu laptop - tem a levada donatiana do pianista acriano, piloto de seu teclado rhodes na faixa pautada por leveza e também pelo suingue dos metais orquestrados por Marlon Sette. Entre o balanço de Ecstasy e a pacificidade amorosa da lírica canção Espelho d'água (Marcelo Camelo e Thiago Camelo), única das 15 músicas inéditas já previamente cantada por Gal antes da gravação do disco no estúdio RootSans (SP), Estratosférica apresenta a afinada primeira parceria de Milton Nascimento com Criolo. Dez anjos contabiliza perdas e danos de um mundo sem esperança, esculpido pelo aço duro da dor e do medo. Impressiona a sintonia da melodia de Milton com o universo tenso no qual está entranhado o cancioneiro do rapper paulistano, porta-voz das quebradas. Contribuição da compositora paulistana Mallu Magalhães ao repertório, Quando você olha pra ela - música lançada em single no iTunes para promover o álbum - se situa na temperatura amena em que os produtores Kassin e Moreno aclimataram Estratosférica. Nessa canção que concilia toques de samba e da obra de Jorge Ben Jor, mas que não é uma coisa nem outra, Gal encarna a outra sem grandes dramas, apesar de ameaças que parecem que jamais serão cumpridas ("Eu  vou fugir de casa / Você vai ter saudade"). Música cheia de verve e erotismo, Por baixo mostra que Tom Zé ainda é um compositor cheio de tesão e graça. Encorpada por sons sintetizados por Kassin, Casca (Alberto Continentino e Jonas Sá, 2010) joga para a galera da eletrônica, espalhando no ar o perfume da paixão. Acalanto romântico dos tribalistas Arnaldo Antunes, Cezar Mendes e Marisa Monte, Amor, se acalme baixa novamente a onda e propõe o amor em paz já vivenciado em Espelho d'água. Mas Anuviar (Moreno Veloso e Domenico Lancellotti) - canção cortada por pausas intencionais cujo arranjo evoca aquelas baladas de alma soul dos anos 1970 ouvidas nos programas de flashbacks das FMs  - pesa o tempo, com sons de progressiva intensidade em que sobressaem tanto a eletrônica quanto a guitarra heavy de Guilherme Monteiro. Único registro da presença no disco de Caetano Veloso, autor da letra, Você me deu apresenta melodia terna de Zeca Veloso, filho de Caetano. É uma das faixas de tom mais eletrônico que exemplifica a habilidade dos produtores para irmanar elementos do passado e do presente sem que Estratosférica soe retrô ou futurista. Música exclusiva da edição digital, mas que somente vai estar disponível daqui a alguns meses, Vou buscar você pra mim é um sambalada que tem a bossa e a habilidade pop de Guilherme Arantes, compositor até nunca gravado por Gal. Outra faixa-bônus da edição digital que ainda está indisponível, Átimo de som (Arnaldo Antunes e Zé Miguel Wisnik) mostra que os computadores também podem fazer arte em torno da deusa música, mas que tudo começa mesmo com o som, com o brilho natural de uma voz como a de Gal, de movimentos precisos como uma hélice no centro. "Um átimo de som / Num átomo de ar / Pode ser capaz de disparar  / O que sente o pensamento / O que pensa a sensação / Antes mesmo de virar canção", canta Gal, do túnel seco de uma garganta única que tem produzido sensações estratosféricas ao longo de 50 anos de carreira festejados com este retumbante Estratosférica, festejada festa que abre e clareia recantos ainda a serem explorados por essa grande cantora hoje a caminho dos 70 anos. Disco à altura dos melhores álbuns de Gal, pela atitude rocker e pela pegada jovial que persiste até em canções de amor que poderiam soar triviais (mas que estão cheias de frescor), Estratosférica sinaliza que ainda há muito por fazer.  E Gal está aí para fazer.

44 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ Havia entre os admiradores de Gal Costa a incerteza se a cantora daria outro passo adiante após Recanto (Universal Music, 2011) - revigorante álbum articulado por Caetano Veloso que repôs a cantora baiana na linha de frente da música brasileira - ou se, de olho no retrovisor, Gal acionaria novamente o piloto automático em disco pautado por regravações. Com edição física em CD posta nas lojas a partir de hoje, 19 de maio de 2015, Estratosférica dissipa a dúvida. Gal dá outro passo firme para frente. No lugar de Caetano, há Marcus Preto, diretor artístico do disco - produzido por Alexandre Kassin e Moreno Veloso - e articulador das conexões de Gal com compositores de uma geração contemporânea que, em sua maioria, eram até então inéditos na voz ainda cristalina da intérprete. Menos radical e eletrônico do que Recanto na questão dos arranjos, Estratosférica se ilumina pela grandeza do repertório inédito selecionado por Gal entre cerca de 150 músicas recolhidas por Preto. Estratosférica é um disco moderno, de sons contemporâneos, que amplia o diálogo com a cena musical atual sem negar o passado pop de Gal. Estratosférica é tudo o que Aquele frevo axé (BMG, 1998) quase foi e o que Hoje (Trama, 2005) poderia ter sido se a produção e os arranjos deste disco que tentou arejar o som de Gal não tivessem sido confiados a César Camargo Mariano, extraordinário músico mais identificado com o ontem do que com o hoje. Nesse sentido, Estratosférica soa como um disco de carreira como Fantasia (Philips, 1981), mas filtrado, aí sim, pelos sons dos dias de hoje. Porque produtores, diretor artístico, compositores e músicos da antenada banda arregimentada para o disco - André Lima (teclados), Guilherme Monteiro (guitarra), Pupillo (bateria) e o próprio Kassin (baixo e programações) - se afinam e olham para a mesma direção. Estratosférica é um disco enraizado no momento presente, saudado já no estupendo rock, Sem medo nem esperança (Arthur Nogueira e Antonio Cícero), que abre sintomaticamente o disco, iluminando a obra autoral do compositor paulistano Arthur Nogueira e vislumbrando o futuro através de versos ("Nada do que fiz / Por mais feliz / Está à altura / Do que que há por fazer") que servem como carta de princípios da artista. Diferentemente de Recanto, disco que encantou mais pela sonoridade seca e compacta do que pelo (inspirado) conjunto de canções inéditas de seu mentor Caetano Veloso, Estratosférica é álbum que alinha grandes canções na voz monumental de sua intérprete, soando como um disco de carreira de tempos em que a música parecia mais importante do que conceitos e propostas. Tanto que abre espaço para uma balada como Jabitacá (Junio Barreto, José Paes Lira e Bactéria), cuja leve psicodelia - sublinhada pelo órgão de André Lima e o lap steel de Kassin - não encobre o romantismo latente nos versos. Entre os autores de Jabitacá, música batizada com nome de serra situada na divisa entre Pernambuco e Paraíba, há o pernambucano Junio Barreto, único compositor duplamente presente no repertório selecionado para as 14 faixas do CD e as 12 do vinil ainda indisponível no mercado fonográfico. Junio é parceiro de Céu e de Pupillo na vivaz música-título Estratosférica, espécie de refazenda de uma festa do interior perfumada por um regionalismo pop latino que o ouvido sagaz de Gal intuiu que pediria metais orquestrados por Lincoln Olivetti (1935 - 2014), no que acabou se transformando no último arranjo do maestro fluminense. Genial como arranjador, mas compositor irregular, Olivetti também comparece nos créditos de Estratosférica como parceiro do carioca Rogê em Muita sorte, outra música banhada em regionalismo pop - no caso, nas águas eternamente límpidas do compositor baiano Dorival Caymmi (1914 - 2008), cujo universo inspirou a letra de música que harmoniza no arranjo o primitivismo do ritmo do samba de roda - marcado na percussão de Armando Marçal e nas palmas das mãos de Moreno Veloso (também no ukelele) e de Kassin - com a eletrônica up to date do produtor carioca Diogo Strausz, criador de algumas programações da faixa.

Mauro Ferreira disse...

Estratosférica olha para o futuro sem renegar sons referenciais do passado glorioso de Gal. Ecstasy (Thalma de Freitas e João Donato) - música e letra criadas por Thalma a partir de harmonia deixada pelo parceiro em seu laptop - tem a levada donatiana do pianista acriano, piloto de seu teclado rhodes na faixa pautada por leveza e também pelo suingue dos metais orquestrados por Marlon Sette. Entre o balanço de Ecstasy e a pacificidade amorosa da lírica canção Espelho d'água (Marcelo Camelo e Thiago Camelo), única das 15 músicas inéditas já previamente cantada por Gal antes da gravação do disco no estúdio RootSans (SP), Estratosférica apresenta a afinada primeira parceria de Milton Nascimento com Criolo. Dez anjos contabiliza perdas e danos de um mundo sem esperança, esculpido pelo aço duro da dor e do medo. Impressiona a sintonia da melodia de Milton com o universo tenso no qual está entranhado o cancioneiro do rapper paulistano, porta-voz das quebradas. Contribuição da compositora paulistana Mallu Magalhães ao repertório, Quando você olha pra ela - música lançada em single no iTunes para promover o álbum - se situa na temperatura amena em que os produtores Kassin e Moreno aclimataram Estratosférica. Nessa canção que concilia toques de samba e da obra de Jorge Ben Jor, mas que não é uma coisa nem outra, Gal encarna a outra sem grandes dramas, apesar de ameaças que parecem que jamais serão cumpridas ("Eu vou fugir de casa / Você vai ter saudade"). Música cheia de verve e erotismo, Por baixo mostra que Tom Zé ainda é um compositor cheio de tesão e graça. Encorpada por sons sintetizados por Kassin, Casca (Alberto Continentino e Jonas Sá) joga para a galera da eletrônica, espalhando no ar o perfume da paixão. Acalanto romântico dos tribalistas Arnaldo Antunes, Cezar Mendes e Marisa Monte, Amor, se acalme baixa novamente a onda e propõe o amor em paz já vivenciado em Espelho d'água. Mas Anuviar (Moreno Veloso e Domenico Lancellotti) - canção cortada por pausas intencionais cujo arranjo evoca aquelas baladas de alma soul dos anos 1970 ouvidas nos programas de flashbacks das FMs - pesa o tempo, com sons de progressiva intensidade em que sobressaem tanto a eletrônica quanto a guitarra heavy de Guilherme Monteiro. Único registro da presença no disco de Caetano Veloso, autor da letra, Você me deu apresenta melodia terna de Zeca Veloso, filho de Caetano. É uma das faixas de tom mais eletrônico que exemplifica a habilidade dos produtores para irmanar elementos do passado e do presente sem que Estratosférica soe retrô ou futurista. Música exclusiva da edição digital, mas que somente vai estar disponível daqui a alguns meses, Vou buscar você pra mim é um sambalada que tem a bossa e a habilidade pop de Guilherme Arantes, compositor até nunca gravado por Gal. Outra faixa-bônus da edição digital que ainda está indisponível, Átimo de som (Arnaldo Antunes e Zé Miguel Wisnik) mostra que os computadores também podem fazer arte em torno da deusa música, mas que tudo começa mesmo com o som, com o brilho natural de uma voz como a de Gal, de movimentos precisos como uma hélice no centro. "Um átimo de som / Num átomo de ar / Pode ser capaz de disparar / O que sente o pensamento / O que pensa a sensação / Antes mesmo de virar canção", canta Gal, do túnel seco de uma garganta única que tem produzido sensações estratosféricas ao longo de 50 anos de carreira festejados com este retumbante Estratosférica, festejada festa que abre e clareia recantos ainda a serem explorados por essa grande cantora hoje a caminho dos 70 anos. Disco à altura dos melhores álbuns de Gal, pela atitude rocker e pela pegada jovial que persiste até em canções de amor que poderiam soar triviais (mas que estão cheias de frescor), Estratosférica sinaliza que ainda há muito por fazer. E Gal está aí para fazer.

Rafael disse...

Contando as horas e os dias para ouvir esse disco de Gal... Pena que ele ainda não está em pré-venda em loja nenhuma...

Rafael disse...

Darei uma opinião mais precisa quando lançarem o álbum...

Fabio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rafael disse...

Comprei o meu já na Saraiva... Agora contando os minutos para chegar aqui...

Marcos Lúcio disse...

Considero seus comentários além de inteligentes e sensíveis, bem fundamentados.Adorei este.Como a cantora em questão é a eterna "musadivafatal", a maGALnífica, não tenho dúvidas de que é um discaço.Depois de comprá-lo e ouvi-lo (em êxtase rs), darei meu singelo pitaco.

Douglas Carvalho disse...

Qual cantora no mundo continua aos 70 anos e 50 de carreira sendo lançadora de novidades, porta voz da música moderna de seu país?

Nem Bethânia, que com todo seu imenso talento é a Bethânia de sempre, maravilhosa, mas sem grandes revoluções. Muito menos as grandes cantoras anglófonas, como Diana Ross, Tina Turner, Dionne Warwick, Carole King ou Barbra Straisand todas mais ou menos aposentadas.

Gal Costa é uma das poucas. Se não for a única!

É a maior!

Pedro Progresso disse...

o disco está incrível! nossa, que alívio... não sabia o que esperar, mas veio coisa da melhor qualidade.
realmente, lembra os grandes discos de carreira de Gal, os muitos timbres, o universo plural de andamentos, de possibilidades sonoras. lindo! nada deixou a voz de Gal pra trás e nem apagou o brilho das canções. acertaram nos compositores (até Espelho d'água no disco o arranjo encorpou, deu um realce e não ficou chata como foi no show) e na produção. Gal voltou, agora é fato.

Flavimar Dïniz disse...

O disco já chegou às lojas? Porque a versão digital só estará disponível dia 26.

Mauro Ferreira disse...

Chegou ontem a algumas lojas de SP. abs

noca disse...

Feliz por Gal e o Marcus Preto terem alcançado o objetivo deles.Sua crítica esta ótima.Dá vontade de correr e ouvir.Apenas não concordo que César Camargo seja do passado e responsável pelo Hoje deles parecer ontem.Houve falta de afinidades e sintonia.Por isso me preocupava no risco da preocupação demasiada com os tempos.Mas está provado aí nesse trabalho onde praticamente todos os realizadores e autores já estão com muito tempo de estrada.Não ha ninguém inédito.Não é mesmo?Mas uma vez:Valeu Gal e Marcus Preto!!!!

Marcelo disse...

Gal realmente surpreende com o novo disco, inteligente a comparação com os discos "Aquele Frexo Axé" (1998) e "Hoje" (2005), um não aconteceu e o outro faltou alguma coisa. "Estratosférica" está na medida exata: compositores experientes e novatos, arranjos convencionais e ousados, acústico e eletrônico e a voz, claro! Gal Costa continua sendo a mais afinada das nossas grandes cantoras; agora é curtir o novo disco e acariciar os ouvidos com a voz da Gal Estratosférica!

Felipe dos Santos disse...

Impressionante como "Recanto" fez bem à Maria da Graça. Devolveu a ela a fome de bola, ela acordou plenamente do "sono artístico". Sorte nossa

E pelo que se diz, o trabalho é "moderno sem ser modernoso". Ponto para Marcus Preto - muito embora eu tenha lá minhas reservas quanto a jornalistas que passam para "o lado de lá" do trabalho com música. Mas como a própria profissão de jornalista está mudando... por que não?

Enfim, a melhora de Gal não é perigosa. É divina, maravilhosa.

Felipe dos Santos Souza

Unknown disse...

O cd GAL ESTRASTOFÉRICA já está à venda Na Livraria Cultura.Ansioso para ouvi-lo.Que bom que a Gal que está comigo desde Domingo (1967) ainda consegue me emocionar tanto pela beleza do canto quanto pelo repertório.

Marcello disse...

Guilherme Araujo e Waly Salomão não eram músicos nem necessariamente do mundo da musica antes de se tornarem diretores artísticos de Gal. Guilherme começou no teatro depois foi produzir tv. Waly era poeta e escritor. Porque Marcus Preto que é jornalista nao pode?

Unknown disse...

Trabalho irretocável !!!

Unknown disse...

Trabalho irretocável !!!

Unknown disse...

Trabalho irretocável !!!

Unknown disse...

Muito se falou, muito se esperou deste trabalho e pelo que dis a resenha apesar de saber que Mauro baba pela Gal e não vejo nada de mal nisso não vejo a hora também de ouvir o disco realmente por suas palavras o disco esta instigante. Única coisa que não gosto é das pessoas ficarem virando passado tipo " aah parece um disco de carreira" todo artista muda, se renova, insiste em caminhos já percorridos e sempre traduz os.sentimentos daquele momento de sua vida e carreira e se o disco esta ótimo é sinal que a cantora esta em.um ótimo momento e os Deuses conspiram a seu favor para botar pra fora toda genialidade da cantora e do grupo permitindo explorarem o maximo do potencial de cada um. Parabéns pela critica Mauro

Fabio disse...

É engraçado as pessoas fazerem a crítica da crítica sem terem de fato ouvido o álbum. Interessante isso.

ADEMAR AMANCIO disse...

Pelo tempo de carreira,até que a Gal gravou poucos discos,ponto pra ela.

Rafael disse...

Acabo de ouvir o disco e confesso que fiquei meio que decepcionado com ele... Esperava vir algo como o extraordinário "Recanto"... A única faixa que eu achei realmente interessante foi "Quando Você Olha Pra Ela". Não consigo entender como ganhou 5 estrelas do Mauro...

noca disse...

Fabio,a critica é sim um 'ser' independente do criticado.Aliás quanto mais independente melhor.

Anônimo disse...

Tirando os "barulhinhos" irritantes, muito bacana esse novo cd da Gal.

Marcello disse...

Rafael, nao é só o Mauro Ferreira que esta elogiando o disco. Todos estão. Olha o que escreveu o jornalista Sergio Martins da Veja:

"_Gal Estratosférica é de causar inveja tanto em seus companheiros de geração quanto nas jovens cantoras admiradoras de Gal Costa.
_A Cantora completa 50 anos de carreira com um disco de repertorio renovado e pop, com a marca de uma grande artista, uma prova que ainda é dela a voz mais bonita e ousada da musica brasileira
_#Estratosférica é um dialogo de Gal com os criadores da nova geração. A cantora não estacionou na bossa nova ou em qualquer outro estilo. A única constante de sua carreira é a beleza de sua voz, que não se dobra sob o peso dos anos. Gal esta cantando como nunca.
_Em Gal Estratosférica aparece a inquietude de uma grande cantora cuja carreira acompanhou e impulsionou as melhores inovações da música brasileira ao longo de 50 anos. O produtor Kassin define o talento dela como uma colorida expressão popular: Gal esculacha."

Fabio disse...

Uma única crítica negativa a ser feita: que encarte pobre!

Unknown disse...

Recebi ontem o meu CD e passei o dia ouvindo Gal. Confesso que todos os meus receios se dissiparam na primeira audição. O CD "Gal Estratosférica" é ótimo, digno de figurar entre os melhores de sua carreira. Os arranjos são impecáveis, ao mesmo tempo que remetem a um passado de Gal, a trazem para o presente e a projetam para o futuro. Viva Gal!!! Sempre Diva.

PS: Na minha opinão, o ponto alto do CD "Hoje" são os arranjos do Cesar Mariano, que não tem nada de retrógrados ou tradicionalista, vide os arranjos vocais de Santana. O que não funcionou, foi a escolha do repertório, que apesar de ter algumas belas canções, ficou irregular.

Raffa disse...

Pra ser ouvido numa relax, numa tranquila, numa boa!

Unknown disse...

FABULOSO. Disco delicioso, moderno, gostoso. Gal é Gal. Ela consegue de tempos em tempos nos maravilhar.

noca disse...

Boa reflexão,também concordo q o problema do HOJE foi o repertório.Dai a importância do Marcus Preto aí.César não é do tipo que influi muito na escolha de repertório.Músicos geralmente não fazem esse trabalho.O Dori Caymmi,por ex.,quando era diretor artístico de Nana,ajudava bem na seleção de musicas.Essa orientação resultou nos melhores discos dela.Faltou ele pontuando e a qualidade dos discos baixaram sobremaneira.

Flavimar Dïniz disse...

O disco já está disponível para audição no Rdio.

Unknown disse...

Album lindooooooooo. Essa "Jabitacá" é maravilhosa. Viva Estratosférica.

lurian disse...

Ouvi algumas vezes o disco. A principio não me comoveu... após algumas audições percebi melhor algumas músicas, algumas propostas. Me impressiona muito minha discordância da maior parte dos críticos em vários aspectos: é um disco bom, tem um frescor, uma jovialidade inegável, mas não considero, nem de longe um disco 5 estrelas. Acho um disco inferior em quase todos os aspectos a Recanto, que de cara produziu músicas impactantes, cruas, com fortes letras e sons. Gostei das músicas do casal Camello, de Jabuticabá... das outras pouco lembro, mas enfim... É um disco bom, nada excepcional... Gal já fez muitas obras primas que em muito se distanciam do que ora produziu.

Victor Moraes, disse...

Ainda não ouvi, mas já estou na ansiedade de quem quer escutar o CD do ano! Só vou ter uma dúvida em escolher entre esse e o de Elba.
Acho que só terei oportunidade de ouvir dia 26, mas estou na expectativa - já que amei o single da mpusica Mallu que dá pra notar a velha e a nova Gal juntas e sem perder a linha.

"eu viro areeeeeiaa..."

ADEMAR AMANCIO disse...

Como a Gal rende comentários,ponto mais uma vez pra ela.

ADEMAR AMANCIO disse...

Acabo de ouvir o novo trabalho de Gal,sua voz apesar de boa,tá um pouco gasta e cansada.Também pudera,tua mãe disse que ela começou cantar antes de falar.Portanto,são 70 anos,incompletos,cantando.

Fabio disse...

É impressão minha ou ela fala Jabutacá em vez de Jabitacá??

Guga disse...

Achei esse álbum fraco. A voz da Gal parece remixada em um armário, de um grave apagado. O meu álbum preferido da Gal no novo milênio é exatamente o Hoje, com arranjos interessantes, sofisticados, e com a voz da Gal viva. Nele ela está interpretando as músicas sem ser monocórdica.

noca disse...

Gal nunca é monocórdica.Nunca!É linear,mas com muito vigor,muito ritmo,muita expressão.Fiquei encantado com o resultado do disco.Uma Gal com garra,coragem,uma integridade e segurança de estar muito consciente da elaboração e do resultado do trabalho.E o melhor,se apropriou novamente e se adequou a atual condição de sua(maravilhosa) voz.Esta divina.É daqueles discos que a gente gosta e se surpreende mais quanto mais escuta.Gal esta a mil....

Dan Peder disse...

Disco bom, mas não é tudo isso aí nao!

Nem a voz nem os cabelos continuam os mesmos...

Ponto pra Mallu que fez uma excelente letra.

Céu e sua trupe abusam do weed e fazem letras chapadas e viajandonas...

Tom zé, genial, dá pra sentir o cheiro da vagina da cantora pela letra.

Caetano, que letrinha mixuruca!

Jabitaca, bela letra arranjo tudo... Muito boa!

Marcelo disse...

Uma grande pena o que fizeram na mixagem.... Colocaram a voz lá pra trás...

Unknown disse...

Eu adorei o cd. Não acho que essa obra prima toda, mas é muito bom. Acho o cd Aquele frevo axé muito injustiçado e o Hoje, apesar da irregularidade, tem coisas lindas. Aliáa, acho que Hoje é um dos cds em que a voz da Gal aparece mais bonita, neste a voz está meio cansada, mas me parece natural isso acontecer, haja vista que a cantora já está na casa dos 70...

William disse...

Mauro, nesta resenha, voce deu 5 estrelas ao CD,; na Rolling Stone, 4 estreas. O que o motivou a diferenca entre as duas cotacöes?