Mauro Ferreira no G1

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sábado, 14 de março de 2015

Apesar de Camelo, Nena segue viagem em 'Soyo' no bloco do eu sozinho

Resenha de CD
Título: Soyo
Artista: Dom La Nena
Gravadora: Six Degrees Records / Slap (Som Livre)
Cotação: * * * 1/2

Dominique Pinto - a cantora, compositora e violoncelista gaúcha conhecida no universo pop pelo nome artístico de Dom La Nena - nasceu em Porto Alegre (RS), viveu a infância em Paris (França) e migrou para Buenos Aires (Argentina) aos 13 anos. A rota intercontinental da vida da artista - atualmente radicada em Paris - explica o sotaque globalizado de seu segundo álbum, Soyo, lançado neste mês de março de 2015 pela independente gravadora norte-americana Six Degrees Records e já disponível no Brasil nas plataformas digitais de streaming através do selo Slap. Gravado entre México, Lisboa (Portugal) e Paris, mixado em São Paulo (SP) e masterizado em Miami (EUA), Soyo alinha 11 músicas cantadas em espanhol, português, inglês e francês. A produção de Marcelo Camelo faz sentido quando músicas como a contemplativa Lisboa e como Menino reverberam ecos da obra solo do hermano brasileiro. Mas o fato é que, apesar da boa companhia de Camelo, Nena segue viagem em Soyo no bloco do eu sozinho. Sem sair do tempo da delicadeza, o álbum soa quase como um suave diário de viagem em rota que começa pela apresentação quase formal da autobiográfica La Nena soy yo (música de refrão bem marcado), passa pela melancolia solitária de Llegaré, cai no samba cool de Carnaval (faixa cantada em inglês) e desemboca na introspecção de El silencio. No meio do caminho, há músicas que misturam sotaques como a sinalizar que Nena e Soyo são cidadãos de um mundo conectado por cliques. Vivo na Maré evoca as mornas do repertório da cantora cabo-verdiana Cesaria Évora (1941 - 2011). Juste une chanson começa em português até que surgem versos em francês quando a canção já contabiliza um minuto e meio. Sucessor de Ela (Six Degrees Records, 2013), disco acústico que projetou Nena em escala mundial, Soyo é produto das viagens feitas por Nena pelo mundo para divulgar seu primeiro álbum. O encontro com Camelo soa harmonioso pelas afinidades naturais entre os artistas, mas, no fundo, parece que Nena seguiu sozinha na estrada que a conduziu a Soyo, o que somente reforça a personalidade artística dessa globalizada gaúcha.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ Dominique Pinto - a cantora, compositora e violoncelista gaúcha conhecida no universo pop pelo nome artístico de Dom La Nena - nasceu em Porto Alegre (RS), viveu a infância em Paris (França) e migrou para Buenos Aires (Argentina) aos 13 anos. A rota intercontinental da vida da artista - atualmente radicada em Paris - explica o sotaque globalizado de seu segundo álbum, Soyo, lançado neste mês de março de 2015 pela independente gravadora norte-americana Six Degrees Records e já disponível no Brasil nas plataformas digitais de streaming através do selo Slap. Gravado entre México, Lisboa (Portugal) e Paris, mixado em São Paulo (SP) e masterizado em Miami (EUA), Soyo alinha 11 músicas cantadas em espanhol, português, inglês e francês. A produção de Marcelo Camelo faz sentido quando músicas como a contemplativa Lisboa e como Menino reverberam ecos da obra solo do hermano brasileiro. Mas o fato é que, apesar da boa companhia de Camelo, Nena segue viagem em Soyo no bloco do eu sozinho. Sem sair do tempo da delicadeza, o álbum soa quase como um suave diário de viagem em rota que começa pela apresentação quase formal da autobiográfica La Nena soy yo (música de refrão bem marcado), passa pela melancolia solitária de Llegaré, cai no samba cool de Carnaval (faixa cantada em inglês) e desemboca na introspecção de El silencio. No meio do caminho, há músicas que misturam sotaques como a sinalizar que Nena e Soyo são cidadãos de um mundo conectado por cliques. Vivo na Maré evoca as mornas do repertório da cantora cabo-verdiana Cesaria Évora (1941 - 2011). Juste une chanson começa em português até que surgem versos em francês quando a canção já contabiliza um minuto e meio. Sucessor de Ela (Six Degrees Records, 2013), disco acústico que projetou Nena em escala mundial, Soyo é produto das viagens feitas por Nena pelo mundo para divulgar seu primeiro álbum. O encontro com Camelo soa harmonioso pelas afinidades naturais entre os artistas, mas, no fundo, parece que Nena seguiu sozinha na estrada que a conduziu a Soyo, o que somente reforça a personalidade artística dessa globalizada gaúcha.

Luca disse...

gostei mas não entendo esse sucesso todo lá fora