Mauro Ferreira no G1

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domingo, 22 de março de 2015

Ulhoa programa fofura pop de Érika em CD para crianças dos oito aos 80

Resenha de CD
Título: Superultramegafluu
Artista: Érika Machado
Gravadora: Edição independente da artista
Cotação: * * * 1/2

Quarto título da discografia da cantora e compositora mineira Érika Machado se contabilizado o obscuro disco de estreia da artista, O baratinho (Independente, 2003), Superultramegafluu é em tese um álbum infantil. Mas é um daqueles discos infantis indicados para crianças dos oito aos 80 anos, como os CDs de Adriana Partimpim. É disco para gente que vai entender o recado de O relógio (Érika Machado e Filipa Bastos), cuja letra gira em torno das sensações causadas pelo tempo, que pode andar veloz ou parecer estacionado, dependendo do estado de espírito de quem olha (ou esquece) o relógio. Érika assina todas as 12 canções do disco patrocinado pelo projeto Natura Musical, sendo três em parceria com Filipa Bastos, parceira também no projeto gráfico e nas ilustrações que povoam o encarte lúdico. Dentre essas composições inéditas, há canções de leveza pop como O melhor da vida (Érika Machado e Filipa Bastos), de refrão sedutor nos versos "E o amor é o melhor da vida / Onde eu posso ser tão querida". E, se o disco seduz, muito se deve à produção afinada de John Ulhoa, piloto dos dois álbuns anteriores da artista, No cimento (Indie Records, 2006) e Bem me quer, mal me quer (Independente, 2009). Ulhoa gravou, produziu e mixou Superultramegafluu de agosto a novembro de 2014 em seu estúdio 128 Japs, situado em Belo Horizonte (MG). Calcada em programações eletrônicas, a produção de Ulhoa deixou o disco contemporâneo, repleto de barulhinhos bons que reforçam o tom lúdico e fofo do cancioneiro de Érika. Sons de videogames, por exemplos, revestem Por quê? (Érika Machado e Filipa Bastos) - um destaque do repertório - e Pra variar (Érika Machado). Só que o tom cibernético de faixas como a robótica Toda palavra (Érika Machado) jamais endurece a ternura posta por Érika em músicas como Versinho sem rima (Érika Machado) e Com você (Érika Machado). E tampouco dilui o toque roqueiro da guitarra de Daniel Saavedra em O lobo é legal (Érika Machado). É certo que talvez somente os altinhos entendam para valer o toque dado por Programa de índio (Érika Machado) através dos versos "Com o olhar perdido na TV / E o domingo acontece lá fora / Se a gente não pagar pra ver / Vem o tempo atropela e devora". Ainda que a inspiração da compositora oscile ao longo das 12 músicas de Superultramegafluu, Érika Machado fez um álbum alegre, fofo como seus dois discos anteriores. Ulhoa soube programar essa fofura pop para crianças e adultos.

4 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ Quarto título da discografia da cantora e compositora mineira Érika Machado se contabilizado o obscuro disco de estreia da artista, O baratinho (Independente, 2003), Superultramegafluu é em tese um álbum infantil. Mas é um daqueles discos infantis indicados para crianças dos oito aos 80 anos, como os CDs de Adriana Partimpim. É disco para gente que vai entender o recado de O relógio (Érika Machado e Filipa Bastos), cuja letra gira em torno das sensações causadas pelo tempo, que pode andar veloz ou parecer estacionado, dependendo do estado de espírito de quem olha (ou esquece) o relógio. Érika assina todas as 12 canções do disco patrocinado pelo projeto Natura Musical, sendo três em parceria com Filipa Bastos, parceira também no projeto gráfico e nas ilustrações que povoam o encarte lúdico. Dentre essas composições inéditas, há canções de leveza pop como O melhor da vida (Érika Machado e Filipa Bastos), de refrão sedutor nos versos "E o amor é o melhor da vida / Onde eu posso ser tão querida". E, se o disco seduz, muito se deve à produção afinada de John Ulhoa, piloto dos dois álbuns anteriores da artista, No cimento (Indie Records, 2006) e Bem me quer, mal me quer (Independente, 2009). Ulhoa gravou, produziu e mixou Superultramegafluu de agosto a novembro de 2014 em seu estúdio 128 Japs, situado em Belo Horizonte (MG). Calcada em programações eletrônicas, a produção de Ulhoa deixou o disco contemporâneo, repleto de barulhinhos bons que reforçam o tom lúdico e fofo do cancioneiro de Érika. Sons de videogames, por exemplos, revestem Por quê? (Érika Machado e Filipa Bastos) - um destaque do repertório - e Pra variar (Érika Machado). Só que o tom cibernético de faixas como a robótica Toda palavra (Érika Machado) jamais endurece a ternura posta por Érika em músicas como Versinho sem rima (Érika Machado) e Com você (Érika Machado). E tampouco dilui o toque roqueiro da guitarra de Daniel Saavedra em O lobo é legal (Érika Machado). É certo que talvez somente os altinhos entendam para valer o toque dado por Programa de índio (Érika Machado) através dos versos "Com o olhar perdido na TV / E o domingo acontece lá fora / Se a gente não pagar pra ver / Vem o tempo atropela e devora". Ainda que a inspiração da compositora oscile ao longo das 12 músicas de Superultramegafluu, Érika Machado fez um álbum alegre, fofo como seus dois discos anteriores. Ulhoa soube programar essa fofura pop para crianças e adultos.

Unknown disse...

Oi Mauro!
Bem legal, obrigada pelo destaque :)
Só queria fazer uma observação; é que eu também programei muitas coisas para este CD e contribuí com os barulhinhos, tinha que ter aprendido alguma coisa depois dos dois primeiros discos com o Mestre John, ói na ficha técnica das músicas para você ver?
Um abraço apertado
Érika Machado.

Mauro Ferreira disse...

ok, Érika. Grato pela informação. Vou acrescentá-la ao texto. MauroF

Rafael disse...

Segue a relação de faixas e os nomes dos compositores das mesmas:


1. Por Quê? (Érika Machado/Filipa Bastos)
2. O Relógio (Érika Machado/Filipa Bastos)
3. Superultramegafluuu (Érika Machado)
4. A Nossa Sombra (Érika Machado)
5. O Melhor da Vida (Érika Machado/Filipa Bastos)
6. Toda Palavra (Érika Machado)
7. O Lobo É Legal (Érika Machado)
8. Pra Variar (Érika Machado)
9. Programa de Índio (Érika Machado)
10. Elefante Amarelo (Érika Machado)
11. Com Você (Érika Machado)
12. Versinho Sem Rima (Érika Machado)