Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 20 de março de 2012

Segura, Maria Rita celebra Elis entre reverência absoluta e autoafirmação

Resenha de show
Título: Viva Elis
Artista: Maria Rita (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Vivo Rio (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 19 de março de 2012
Cotação: * * * * *
Agenda dos shows do projeto Nivea Viva Elis:
24 de março de 2012 - Anfiteatro Pôr-do-Sol (Porto Alegre - RS)
1º de abril de 2012 - Parque Dona Lindu (Recife - PE)
8 de abril de 2012 - Parque das Mangabeiras (Belo Horizonte - MG)
22 de abril de 2012 - Auditório do Ibirapuera (São Paulo - SP)
29 de abril de 2012 - Aterro do Flamengo (Rio de Janeiro - RJ)

Maria Rita encara o exercício de celebrar vida e obra de Elis Regina (1945 - 1982) com o cordão umbilical já devidamente cortado. Ao longo de seus dez anos de carreira, a filha da Pimenta soube impor ao Brasil seu próprio tempero vocal, a despeito da genética semelhança de timbres. Viva Elis - belo espetáculo do projeto multimídia patrocinado pela Nivea para reverenciar a cantora no ano em que se completam três décadas de sua precoce saída de cena - é show perfeito pela nobreza do repertório e pela presença e técnica exuberantes de Maria Rita, cantora que já apareceu pronta para a mídia. A segurança com que Rita encara 28 músicas ouvidas na voz de sua mãe é espantosa. A tal ponto que a necessidade de recorrer a um papel para ler os vocábulos regionais da letra caudalosa de Querelas do Brasil (Maurício Tapajós e Aldir Blanc) se torna insignificante diante da magnitude da cantora. Mesmo porque Rita celebra Elis entre a reverência quase absoluta - perceptível, por exemplo, nas divisões dos sambas Agora Tá (Tunai e Sérgio Natureza), Águas de Março (Antonio Carlos Jobim) e Madalena (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza) - e a autoafirmação como cantora de personalidade, voz, luz e intenções próprias. A abordagem da marota Alô, Alô, Marciano (Rita Lee e Roberto de Carvalho) - para citar o exemplo da capacidade de Maria Rita cantar Elis Regina sem se anular em cena - é incrementada com ênfases, inflexões e gestos particulares. De modo geral, os arranjos - executados pelo quarteto formado por Tiago Costa (piano e teclados), Sylvinho Mazzuca (contrabaixo), Davi Moraes (guitarra) e Cuca Teixeira (bateria) - também são reverentes às orquestrações originais sem fidelidade cega. A guitarra de Davi Moraes dá consistência roqueira a Doce de Pimenta (Rita Lee e Roberto de Carvalho) - única música não gravada por Elis, mas cantada no especial exibido pela TV Bandeirantes em 1979 - com liberdade estética. E o fato é que o show transcorre sem tropeços, em clima de emoção, em especial para quem viveu a era de Elis. Até porque músicas como O Bêbado e a Equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc) e Como Nossos Pais (Belchior) já estão impregnadas de alta carga emocional no (in)consciente coletivo de tal geração. O canto de Elis Regina Carvalho Costa marcou época e transcendeu o universo musical. Volta e meia, tal canto se confundiu com a História e com os sentimentos do Brasil, em comunhão com o povo no sentido imaginado por Ronaldo Bôscoli (1928 - 1994) nos versos escritos para Imagem, música de Luiz Eça (1936 - 1992) eleita sintomaticanente para abrir o roteiro. Por isso, o show Viva Elis já chega à cena imerso nessa carga de emoção e significados extramusicais. Sequência do número de abertura, Arrastão (Edu Lobo e Vinicius de Moraes) carrega esse emblema nos vocais e nos abraços abertos de Maria Rita. Que entra no mundo de Adoniran Barbosa (1910 - 1982) com ênfase na melodia de Saudosa Maloca, sobe e desce serelepe pelas quebradas de Ladeira da Preguiça (Gilberto Gil), deita e rola com gestual lúdico na verve de Vou Deitar e Rolar (Quaraquaquá) (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), adensa sua interpretação na dobradinha Menino (Milton Nascimento e Fernando Brant) / Onze Fitas (Fátima Guedes) - número herdado do show Saudade do Brasil (1980) que exemplifica a face social do canto de Elis - e realça toda a sensualidade latente no bolero Me Deixas Louca (Armando Manzanero em versão de Paulo Coelho) e em Tatuagem (Chico Buarque e Ruy Guerra). Como a própria Maria Rita enfatiza numa das várias falas do show, há pontos de contato entre o seu universo particular e o de Elis. Retrato da sensibilidade que envolve o canto feminino, Essa Mulher (Joyce) estreita laços entre mãe e filha que também já se tornou mãe. E é Maria Rita, essa mulher cantora, que soa expansiva e feliz ao interpretar com suingue todo próprio Zazueira (Jorge Ben Jor), uma das músicas do roteiro não associadas de imediato a Elis - assim como Vida de Bailarina (Américo Seixas e Dorival Silva), samba-canção dos anos 50, gravado por Elis em 1972 e incluído no roteiro para ilustrar a devoção de uma doce Pimenta a Ângela Maria. Em registro mais interiorizado, Morro Velho (Milton Nascimento e Fernando Brant) é um dos picos do show por reiterar a grandeza de Maria Rita como cantora. Elis Regina sempre foi e vai continuar sendo única por conta de interpretações definitivas como a do Bolero de Satã (Guinga e Paulo César Pinheiro), revivido no roteiro de alta costura. Mas Maria Rita também já é única e grande a seu modo. Por isso, quando volta para o bis e inicia a capella o registro terno de Fascinação (Fermo Marchetti e Maurice de Feraudy em versão de Armando Louzada), um arrepio percorre a alma do espectador que viveu o tempo de Elis, essa mulher ora magistralmente revivida por Maria Rita em seu próprio belo tempo, entre a justa reverência e a necessária autoafirmação.

40 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Maria Rita encara o exercício de celebrar vida e obra de Elis Regina (1945 - 1982) com o cordão umbilical já devidamente cortado. Ao longo de seus dez anos de carreira, a filha da Pimenta soube impor ao Brasil seu próprio tempero vocal, a despeito da genética semelhança de timbres. Viva Elis! - belo espetáculo do projeto multimídia patrocinado pela Nivea para reverenciar a cantora no ano em que se completam três décadas de sua precoce saída de cena - é show perfeito pela nobreza do repertório e pela presença e técnica exuberantes de Maria Rita, cantora que já apareceu pronta para a mídia. A segurança com que Rita encara 28 músicas ouvidas na voz de sua mãe é espantosa. A tal ponto que a necessidade de recorrer a um papel para ler os vocábulos regionais da letra caudalosa de Querelas do Brasil (Maurício Tapajós e Aldir Blanc) se torna insignificante diante da magnitude da cantora. Mesmo porque Rita celebra Elis entre a reverência quase absoluta - perceptível, por exemplo, nas divisões dos sambas Agora Tá (Tunai e Sérgio Natureza), Águas de Março (Antonio Carlos Jobim) e Madalena (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza) - e a autoafirmação como cantora de personalidade, voz, luz e intenções próprias. A abordagem da marota Alô, Alô, Marciano (Rita Lee e Roberto de Carvalho) - para citar o exemplo da capacidade de Maria Rita cantar Elis Regina sem se anular em cena - é incrementada com ênfases, inflexões e gestos particulares. De modo geral, os arranjos - executados pelo quarteto formado por Tiago Costa (piano e teclados), Sylvinho Mazzuca (contrabaixo), Davi Moraes (guitarra) e Cuca Teixeira (bateria) - também são reverentes às orquestrações originais sem fidelidade cega. A guitarra de Davi Moraes dá consistência roqueira a Doce de Pimenta (Rita Lee e Roberto de Carvalho) - única música não gravada por Elis, mas cantada no especial exibido pela TV Bandeirantes em 1979 - com liberdade estética. E o fato é o que show transcorre sem tropeços, em clima de emoção, em especial para quem viveu a era de Elis. Até porque músicas como O Bêbado e a Equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc) e Como Nossos Pais (Belchior) já estão impregnadas de alta carga emocional no (in)consciente coletivo de tal geração.

Mauro Ferreira disse...

O canto de Elis Regina Carvalho Costa marcou época e transcendeu o universo musical. Volta e meia, tal canto se confundiu com a História e os sentimentos do Brasil, em comunhão com o povo no sentido imaginado por Ronaldo Bôscoli (1928 - 1994) nos versos escritos para Imagem, música de Luiz Eça (1936 - 1992) eleita sintomaticanente para abrir o roteiro. Por isso, o show Viva Elis! já chega à cena imerso nessa carga de emoção e significados extramusicais. Sequência do número de abertura, Arrastão (Edu Lobo e Vinicius de Moraes) carrega esse emblema nos vocais e nos abraços abertos de Maria Rita. Que cai no samba de Adoniran Barbosa (1910 - 1982) com ênfase na melodia de Saudosa Maloca, sobe e desce serelepe pelas quebradas de Ladeira da Preguiça (Gilberto Gil), deita e rola com gestual lúdico na verve de Vou Deitar e Rolar (Quaraquaquá) (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), adensa sua interpretação na dobradinha Menino (Milton Nascimento e Fernando Brant) / Onze Fitas (Fátima Guedes) - número herdado do show Saudade do Brasil (1980) que exemplifica a face social do canto de Elis - e realça a sensualidade latente no bolero Me Deixas Louca (Armando Manzanero em versão de Paulo Coelho) e em Tatuagem (Chico Buarque e Ruy Guerra). Como a própria Maria Rita enfatiza numa das várias falas do show, há pontos de contato entre o seu universo particular e o de Elis. Retrato da sensibilidade que envolve o canto feminino, Essa Mulher (Joyce) estreita laços entre mãe e filha que também já se tornou mãe. E é Maria Rita, essa mulher cantora, que soa expansiva e feliz ao interpretar com suingue todo próprio Zazueira (Jorge Ben Jor), uma das músicas do roteiro não associadas de imediato a Elis - assim como Vida de Bailarina (Américo Seixas e Dorival Silva), samba-canção dos anos 50, gravado por Elis em 1972 e incluído no roteiro para ilustrar a devoção de uma doce Pimenta a Ângela Maria. Em registro mais interiorizado, Morro Velho (Milton Nascimento e Fernando Brant) é um dos picos do show por reiterar a grandeza de Maria Rita como cantora. Elis Regina sempre foi e vai continuar sendo única por conta de interpretações definitivas como a do Bolero de Satã (Guinga e Paulo César Pinheiro), revivido no roteiro de alta costura. Mas Maria Rita também já é única e grande a seu modo. Por isso, quando volta para o bis e inicia a capella o registro terno de Fascinação (Fermo Marchetti e Maurice de Feraudy em versão de Armando Louzada), um arrepio percorre a alma do espectador que viveu o tempo de Elis, essa mulher ora magistralmente revivida por Maria Rita em seu próprio belo tempo, entre a justa reverência e a necessária autoafirmação.

Denilson Santos disse...

Maria Rita cantou "Saudosa Maloca" em ritmo de samba? É isso mesmo?

Isso vai totalmente contra à intenção da Elis ao interpretar essa música, em um andamento super lento, enfatizando a letra triste e denunciadora do Adoniran, o qual, aliás, aprovou enfaticamente a interpretação da Elis.

Se foi assim mesmo que a MR cantou, é um furo enorme no roteiro e quase um desrespeito à Elis.

abraço,
Denilson

ADEMAR AMANCIO disse...

Adoraria gostar de Maria rita.

Mauro Ferreira disse...

Não Denilson, ela seguiu a linha da interpretação de Elis. Talvez não tenha me expressado bem nessa parte do texto. Abs, MauroF

Maria disse...

Não consigo gostar da Maria Rita acho ela forçada demais! mas de qualquer forma eu como fã de sua mãe Elis Regina agradeço a homenagem.

Marcelo disse...

E mesmo se MR tivesse interpretado Saudosa Maloca em ritmo de samba não haveria nenhum problema. Cada artista interpreta como acha. A gente pode até não gostar...mas querer q o artista siga exatamente a mesma linha de interpretação de outro aí já é demais...

Anônimo disse...

Eu não vejo a hora dessa super homenagem chegar a SP....sem contar na exposição que terá sobre a Pimentinha.

Pura emoção...

Felipe dos Santos disse...

Já disse que não vou ao show exatamente por isso que Mauro disse ser comum: o clima de emoção, absolutamente compreensível para quem viveu o tempo de Elis. De mais a mais, eu não gosto de ouvir nada gravado por ela que não seja na própria voz.

Agora, o show deve ser bem interessante. Porque aponta até mudanças na estética da própria Maria Rita. É a primeira vez, por exemplo, que ela usa guitarra em sua banda.

E eu gostei muito do set list. Ousado e conservador na medida certa.

Além disso, acho que MR é uma das sujeitas mais injustamente perseguidas e faladas de sua geração. Incrível como se dão a liberdade de falar o que quer que seja a respeito dela. Se segue o estilo mais conservador, mais jazzístico de "Maria Rita" e "Segundo", dizem que está "copiando a mãe". Se faz algo mais agitado, como "Samba meu", "faz escolhas erradas", "fica muito 'pão com ovo' e 'barriga de fora'". Se faz algo mais relaxado e retrospectivo, como "Elo", "é preguiçosa, faz disco apenas para cumprir contrato".

Deixem a cidadã seguir o rumo que quiser! Aliás, ela felizmente está fazendo isso. É o que todo artista digno do nome faz. Se gostam, muito bem. Se não, paciência.

Felipe dos Santos Souza

Denilson Santos disse...

Marcelo,
Parece-me que você não sabe o quanto a elis foi criticada e perseguida por causa da interpretação que ela fez dessa música. Tanto que o próprio adoniran partiu em defesa dela.
Penso que no caso desse show, as intenções da elis devem ser respeitadas.

O ideal, a meu ver, seria que cada música cantada tivesse uma pequena contextualização histórica, para que os mais novos pudessem entender melhor a importância da elis na história recente do brasil.

abraço, denilson

Rafael disse...

Acho que esse show será um belo tributo a obra de sua mãe! Não vejo a hora de chegar aqui a BH! E o melhor: de graça! Pena que a grande maioria de artistas consagrados como Caetano, Roberto Carlos e tantos outros artistas não fazem praticamente nenhum show de graça... Seus shows infelizmente são sempre na base do "tanto e lá vai pedrada". Vamos ficar na torcida para que saia em CD e DVD! Vamos pedir isso a Universal ou outra gravadora que se interesse a lançá-lo no formato digital!!!

lurian disse...

Eu acho lindo quando uma intérprete diz descaradamente que faz algo pra homenagear outra. Lembro bem da Fátima Guedes dizendo que queria cantar igualzinho à Sylvinha Telles quando gravou "Foi a noite" as duas interpretações são lindas! parecem, guardadas as diferenças de timbre. Não vejo nenhum problema com isso quando se quer homenagear. Muitas vezes, melhor do que descaracterizar em nome da novidade.

Rafael disse...

Logicamente que como este é um espetáculo em tributo a memória de Elis que as canções serão cantadas no mesmo ritmo das originais. Maria Rita não pensaria em cantar as canções em outro ritmo justamente por isso, pois ela saberia que muita gente não gostaria disso... Relaxem, pessoal, tomem seus assentos, peguem o balde de pipoca e curtam o show! Que é de graça!!! Melhor do que isso, só injeção na testa, já dizia o velho ditado!

Rafael disse...

Bem que ela poderia incluir nesse repertório a bela "Se Eu Quiser Falar Com Deus". Acho uma das maiores e melhores interpretações de Elis dessa canção.

Anônimo disse...

Só digo uma coisa. Maria Rita tem a voz mais bonita que a mãe.

PS: Concordo com o Marcelo em relação a interpretação assim ou assado e com o Felipe em relação a mocinha ser perseguida.

Marcelo disse...

Sim Denilson...sei bem sobre esse assunto. Até em um programa de entrevistas Elis justifica a carga dramática q ela colocou na interpretação, já q ela não achava graça alguma na letra da canção. Mas isso não tira o mérito e o valor da interpretação da MR caso ela tivesse cantado em ritmo de samba. Na minha opinião, as interpretações não precisam ser "copiadas". Já bastam o que falam dela.

Jorge Reis disse...

ESTOU CONTANDO OS DIAS PARA QUE CHEGUE LOGO O 29 DE ABRIL, NO ATERRO DO FLAMENGO.
ELIS MERECE!

Maria disse...

Maria Rita nem de longe tem a extensão vocal de sua mãe Elis Regina graças a deus!

Ju Oliveira disse...

Como sempre, valeu pela resenha, Mauro.

Dia 22 de abril estarei lá com certeza!

EDELWEISS1948 disse...

MUITO OPORTUNISTA ESSA " HOMENAGEM " DE MR PARA ELIS REGINA.
A FALSA SAMBISTA ESTÁ ATACANDO DE TODOS OS LADOS. ALÉM DE NÃO TER A EXTENÇÃO VOCAL DE ELIS,. BELEZA NA SUA VOZ É BRINCADEIRA. (ALGUEM DISSE). NÃO SABE SE CANTA OU SAMBA. RSRSRSRSRSR. É UMA AFRONTA A ELZA SOARES. E TEM GENTE QUE EMBARCA NESSA.

Luca disse...

Maria Rita já pode fazer essa homenagem, não precisa provar mais nada pra ninguém, seus shows lotam de gente que quer vê-la cantar, e não Elis.

Rafael disse...

Maria Rita não precisa ter a mesma extensão vocal que Elis, e não precisa provar também provar nada pra ninguém, ela já passou disso do teste de aceitação ou não do público e está em seu quarto álbum. Não é porque ela seja filha de Elis que ela tenha obrigação de tentar querer fazer tudo melhor do que a mãe já fez. Isso é idiotice e seria como dar tiro n'água... Cada qual é cada qual, e cada uma tem o seu valor, cada qual a sua época. O show é apenas uma homenagem ao que sua mãe foi e ainda significa para a música brasileira, pela visão de sua filha, e não tem que ser necessariamente um show onde ela tem que dar o sangue para para que agrade a todos.

André disse...

Uma pena eu não poder assistir este show em Sampa dia 22.
Mauro teria alguma notícia sobre a estréia da turnê do show "O que vc quer saber de verdade" da Marisa Monte? Estava prevista pra maio, mas até agora nada... Abraço
André Luiz

KL disse...

EDELWISS1948,

Você só errou ao escrever extensão com ç. Mas eu faço questão de assistir a esse show para escrever aqui, com sinceridade, uma crítica. Mas essa de 'voz mais bonita do que a mãe', de Zé Henrique, é realmente hilário. Realmente, Elis não tinha uma voz bonita (como a de Gal até 81, por exemplo) mas compensava tudo com técnica, emoção, sinceridade, carisma, entrega, finesse, organicidade, versatilidade, swing, presença, enfim, está no mesmo patamar de uma Ella Fitzgerald, uma Sarah Vaughan, uma Edith Piaf. Comparações com quem quer que seja só fazem Elis cada vez melhor.

Rhenan Soares disse...

Me emocionei com a resenha, Mauro.
Não vejo a hora de ver o show. Me programei para assistí-lo em SP mas já sei que não será suficiente.
Tudo parece estar perfeitamente coerente: figurino, roteiro...

EDELWEISS1948 disse...

KL VC É PROFESSOR DE PORTUGUES? VOU TOMAR UMAS AULAS COM VC. RSRSRSRSRSRSRSRSRSRSRSR. CHEGA. FOI ERRO DE TC.
AUTOAFIRMAÇÃO EM CIMA DO NOME DA MÃE É RUIM HEIN! NUNCA VAI PASSAR DE UMA COPIA PIORRADA DA MAIOR DE TODAS. " E ELA QUER SER SAMBISTA AGORA " DEIXA A ELZA SOARES SABER DISSO.

Johnny Cesar disse...

Belo texto Mauro! Apesar de achar que a Maria Rita é apenas o cover oficial da Elis eu quero muito ver o show.

Fabiana disse...

Felipe dos Santos


Onde é q eu assino???


Acho Elis a melhor de todos os tempos!!! Uma DIVINDADE cantando!!!

E, admiro mto a Maria Rita, além de sua arte, admiro mto sua coragem em querer ser CANTORA, sendo filha de quem é.

Já vi MR no palco, a baixinha se agiganta!!!

29 de abril!!! Tô dentro!!!


Mauro, bela resenha! Quando tiver mais próximo, você bem q poderia colocar o horário aí!!! Seria querer demais??? rsrsr

As marcas que ganhei... disse...

Ihhh, ainda tem gente que insiste nessas comparações...isso é tão démodé. Maria é uma honra para o nome Elis Regina. Se estivesse viva, imagino que estaria muito orgulhosa.
Tem gente que acha que pode falar tudo e não acrescenta nada a ninguém.

As marcas que ganhei... disse...

Parabéns Mauro. Muito linda a sua resenha. Análise super criteriosa e emocionante. Acho a Maria Rita impecável em suas escolhas. Na verdade, creio que o público da Elis (sobretudo a ala mais radical)é que tem que amadurecer para aceitá-la como ela é. Evidente que o público de Elis não precisa gostar de Maria Rita, mas deve aceitá-la e respeitá-la. Ela é uma cantora séria, que ama o que faz e respeita muito a história da música a que pertence. Onde quer que eu esteja e que esse é o assunto, exijo respeito a ela e acho que aqueles que a atacam despudoradamente, como muitos que frequentam esse excelente espaço, deveriam se envergonhar.

Jorge Reis disse...

EDELWEISS1948

1948...
pelo visto se vc assistisse Maria Rita andar sobre as águas diria que é porque ela não sabe nadar...
Quanta amargura...
Se oportunismo fosse semente de felicidade acho que vc deveria experimentar...
Deixa a menina, já aturamos até hoje coisas bem piores vindas do seu tempo.
Forte Abraço.

KL disse...

EDELWAISS1948,

Foi só um brincadeira para falar de coisa séria, e você tem muito senso de humor, achei o máximo, por exemplo, o seguinte: "E ela quer ser sambista agora; deixa Elza Soares saber disso". E, por falar em Elza - outra gigante inimitável - tenho um sonho: quando uma dessas 'cantoras' da nova geração estivessem fazendo um show de 'samba', eu faria soar no ambiente, num volume um pouco mais alto, por exemplo, a gravação de "Saltei de Banda", com Elza, só para sentir a reação do público....rs que Na minha opinião, a mídia pós-1982 conseguiu alienar toda uma geração, que perdeu completamente a noção das coisas e continua comprando, orgulhosamente, 'gato por lebre'. E ai de quem disser que não gostou.

Coisas do Sertão disse...

Emanuel Andrade,
Mauro valeu pela excelente cobertura cara, texto muito coerente pra quem sabe o que vc alinha entre Maria Rita e Elies. Nao me interessa essa realçao entre mãe e filha, interessa a música em toda sua conjuntura e a proposta do show. Não vejo a hora de chegar em Recife vou pra lá uma dia antes. Mas...... acho engraçado a postura patética de gente que posta comentários pra dizer que não gosta ou não consegue gostar de fulano e começa a comparar. Se eu não gosto de música sertaneja não leio e nem comento meu gosto. Maria Rita pelas fotos, tá um violão!!! VIVA ELIS!!

KL disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maria disse...

Rafael ficou nervosinho foi? rsrsrs tem algum problema eu preferir a mãe do que a filha?

As marcas que ganhei... disse...

Só quero saber onde querem chegar esses amargurados com esses comentários. Deve ser um monte de pseudocantores ou pseudocríticos frustrados com sua própria carreira. Deveriam olhar os próprios umbigos, isso sim. Talvez vendo o seu tamanho (medíocre pelo que dizem) veriam as asneiras que cometem ao atingir uma artista, simplesmente pelo fato de ser quem é. Ela é filha da Elis, gostem vocês ou não. Isso terão que engolir, todos os que a atacam, enquanto ela estiver por aqui. E espero que esteja sempre, pouquíssimas cantoras nesse país tem o talento da Maria Rita.

Gabriel Silveira disse...

Quem foram os músicos que a acompanharam no show?

RURIK VARDA disse...

Maria Rita não tem a extensão vocal, nem o volume, tampouco a densidade, o swing, o temperamento cênico e a inquietação artística da mãe. Ainda bem. Afinal, são duas pessoas diferentes, e quanto mais Maria Rita buscar ser ela mesma, amadurecendo e se apropriando das suas qualidades e limitações como intérprete e cantora, mais honesto e verdadeiro será o seu trabalho.

Não vejo oportunismo na idealização deste show. Maria Rita não é primeira, nem será a última filha ou parente de um artista famoso que homenageia seus entes queridos. Ataulfo Alves Júnior, Pery Ribeiro, Maria Bravo (filha do Zé Rodrix), Diogo Nogueira, Cris Aflalo (no caso o avô, Xerêm), também já fizeram isso (só para citar alguns cantores de diferentes gerações). Sem contar os artistas de outras áreas. Confesso que se fosse filho de um artista destacado e talentoso como aqueles que relacionei, não hesitaria em fazer o mesmo. Ocorre que Maria Rita é filha de uma figura mítica, e seria comparada à mãe mesmo se fosse sapateadora ou dançarina do ventre.

Acompanhei Maria Rita com mais atenção e curiosidade nos primórdios. Vi show, comprei CD, mas mesmo àquela época, nunca fui muito apaixonado por ela. Não porque houvesse aí uma expectativa frustrada pela comparação com a mãe, mas porque o seu trabalho nunca me arrebatou de verdade. Ela é dona de um timbre bonito, boa técnica, mas penso que não há nada nela que a destaque tanto assim de seus pares como sugerem alguns.

Torço para que o tempo confira uma maior identidade ao seu trabalho, que ela cresça ainda mais como intérprete, que seus shows sejam avaliados pela sua trajetória e que as “estrelinhas” sejam verdadeiramente desassociadas da atmosfera encantada que envolve a sua herança musical.

Káyon disse...

Ainda bem que a Clara Becker resolveu ser cantora. Fosse atriz, não poderia nem sonhar com um Beckett.

As marcas que ganhei... disse...

Gabriel Silveira, foram
Cuca Teixeira (bateria), Thiago Costa (piano), Sylvinho Mazzuca (baixo) e Davi Moraes (Guitarra e violões).