Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


terça-feira, 27 de março de 2012

Com jovialidade retrô, Starr vai do rock ao 'samba' no coeso 'Ringo 2012'

Resenha de CD
Título: Ringo 2012
Artista: Ringo Starr
Gravadora: Hip-O / Ume / Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Em seu 17º álbum solo, Ringo 2012, o baterista dos Beatles parece brincar com o conceito de tempo, inclusive ao enfatizar no título do disco o ano de seu lançamento. Ao mesmo tempo em que aborda antiga canção folk, Rock Island Line, com o espírito jovial do rock'n'roll dos anos 50, Starr faz cover de Think It Over (Buddy Holly e Norman Perry) como se ainda estivesse nos Beatles e como se ainda fosse a primeira metade da década de 60. Contudo, Ringo Starr jamais soa velho neste jovem álbum retrô que soa coeso pelo fato de totalizar somente nove músicas, apresentadas em meros 28 minutos e 54 segundos. Ao fazer seu rock temperado com pitadas de pop e blues, o baterista - que se tornou cantor por questão de sobrevivência artística - parece em casa. Da curta safra de cinco inéditas, o rock Anthem (Ringo Starr e Glen Ballard) é o destaque. Mas In Liverpool - com sua justificada dose de nostalgia dos tempos dos Fab Four - também merece registro por se ajustar com perfeição ao espírito saudosista de álbum no qual Starr se permite até reviver duas músicas - Wings (Ringo Starr e Vince Poncia) e Step Lightly (Ringo Starr) - já gravadas por ele nos anos 70, na fase inicial de sua carreira solo. Que soam mais interessantes do que Samba (Ringo Starr e Van Dyke Parks), faixa que - ao contrário do que faz supor seu nome - é um rock de pseudolatinidade. Enfim, por sua saudável despretensão, o breve Ringo 2012 se revela sedutor e jamais cansa o ouvinte.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Em seu 17º álbum solo, Ringo 2012, o baterista dos Beatles parece brincar com o conceito de tempo, inclusive ao enfatizar no título do disco o ano de seu lançamento. Ao mesmo tempo em que aborda antiga canção folk, Rock Island Line, com o espírito jovial do rock'n'roll dos anos 50, Starr faz cover de Think It Over (Buddy Holly e Norman Perry) como se ainda estivesse nos Beatles e como se ainda fosse a primeira metade da década de 60. Contudo, Ringo Starr jamais soa velho neste jovem álbum retrô que soa coeso pelo fato de totalizar somente nove músicas, apresentadas em meros 28 minutos e 54 segundos. Ao fazer seu rock temperado com pitadas de pop e blues, o baterista - que se tornou cantor por questão de sobrevivência artística - parece em casa. Da curta safra de cinco inéditas, o rock Anthem (Ringo Starr e Glen Ballard) é o destaque. Mas In Liverpool - com sua justificada dose de nostalgia dos tempos dos Fab Four - também merece registro por se ajustar com perfeição ao espírito saudosista de álbum no qual Starr se permite até reviver duas músicas - Wings (Ringo Starr e Vince Poncia) e Step Lightly (Ringo Starr) - já gravadas por ele nos anos 70, na fase inicial de sua carreira solo. Que soam mais interessantes do que Samba (Ringo Starr e Van Dyke Parks), faixa que - ao contrário do que faz supor seu nome - é um rock de pseudolatinidade. Enfim, por sua saudável despretensão, o breve Ringo 2012 se revela sedutor e jamais cansa o ouvinte.