Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 12 de agosto de 2014

Único álbum da lendária banda Ave Sangria ganha reedição em CD e vinil

 Vinte anos antes de Chico Science (1966 - 1997) e Nação Zumbi revolverem a lama dos mangues do Recife (PE) para entrelaçar guitarras e tambores na antenada fusão de maracatu, rock e eletrônica que gerou em 1994 o movimento rotulado como Mangue Beat, o cantor e compositor pernambucano Marco Polo e o guitarrista Ivson Wanderley, o Ivinho, agitaram a cena roqueira de Recife (PE) à frente da Ave Sangria - lendária banda glitter formada também por Paulo Raphael (guitarra base, sintetizador, violão e vocal), Almir de Oliveira (baixo), Israel Semente (bateria) e Agrício Noya (percussão). De vida efêmera, Ave Sangria alçou voo curto - mas influente - e lançou somente um único álbum, Ave Sangria (Continental), título cult de 1974 que ganha reedição em CD e vinil neste ano de 2014 - via selo Ripohlandya - para festejar os 40 anos do nascimento deste disco libertário que triturou rock, MPB, blues e pop em caldeirão de sabor psicodélico. O álbum já tinha sido relançado em vinil, em 1990, pelo selo paulistano Baratos Afins, mas nunca tinha merecido reedição em CD. Com 12 músicas, nove compostas sem parceiros por Marco Polo, o álbum Ave Sangria atiçou a ira da censura da época e o protesto da parcela mais conservadora do público por conta da alusão de paixão homossexual feita nos versos do samba Seu Waldir (Marco Polo), cuja letra endereçava - na voz masculina do vocalista Marco Polo - mensagem de amor à personagem-título da música, regravada por Ney Matogrosso em raro registro lançado em compacto de 1981. Celeuma à parte, o libertário disco Ave Sangria capta a efervescência e as neuras de sua época em músicas como Cidade grande, Corpo em chamas, Hei! man, Lá fora, O pirata e Três margaridas - todas assinadas pelo vocalista Marco Polo, parceiro do baixista Almir Oliveira em Momento na praça. Sozinho, Almir assina Dois navegantes, música que abre o disco. Já o guitarrista Ivson Wanderley é o autor de Sob o sol de Satã, composição que encerra disco quente que, 40 anos após seu atribulado lançamento, volta a iluminar a ainda pouco conhecida cena rock do Recife (PE) da década de 1970. A reedição vai ser lançada em setembro de 2014.

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ Vinte anos antes de Chico Science (1966 - 1997) e Nação Zumbi revolverem a lama dos mangues do Recife (PE) para entrelaçar guitarras e tambores na antenada fusão de maracatu, rock e eletrônica que gerou em 1994 o movimento rotulado como Mangue Beat, o cantor e compositor pernambucano Marco Polo e o guitarrista Ivson Wanderley, o Ivinho, agitaram a cena roqueira de Recife (PE) à frente da Ave Sangria - lendária banda glitter formada também por Paulo Raphael (guitarra base, sintetizador, violão e vocal), Almir de Oliveira (baixo), Israel Semente (bateria) e Agrício Noya (percussão). De vida efêmera, Ave Sangria alçou voo curto - mas influente - e lançou somente um único álbum, Ave Sangria (Continental), título cult de 1974 que ganha reedição em CD e vinil neste ano de 2014 - via selo Ripohlandya - para festejar os 40 anos do nascimento deste disco libertário que triturou rock, MPB, blues e pop em caldeirão de sabor psicodélico. O álbum já tinha sido relançado em vinil, em 1990, pelo selo paulistano Baratos Afins, mas nunca tinha merecido reedição em CD. Com 12 músicas, nove compostas sem parceiros por Marco Polo, o álbum Ave Sangria atiçou a ira da censura da época e o protesto da parcela mais conservadora do público por conta da alusão de paixão homossexual feita nos versos do samba Seu Waldir (Marco Polo), cuja letra endereçava - na voz masculina do vocalista Marco Polo - mensagem de amor à personagem-título da música, regravada por Ney Matogrosso em raro registro lançado em compacto de 1981. Celeuma à parte, o libertário disco Ave Sangria capta a efervescência e as neuras de sua época em músicas como Cidade grande, Corpo em chamas, Hei! man, Lá fora, O pirata e Três margaridas - todas assinadas pelo vocalista Marco Polo, parceiro do baixista Almir Oliveira em Momento na praça. Sozinho, Almir assina Dois navegantes, música que abre o disco. Já o guitarrista Ivson Wanderley é o autor de Sob o sol de Satã, composição que encerra disco quente que, 40 anos após seu atribulado lançamento, volta a iluminar a ainda pouco conhecida cena pop do Recife (PE) da década de 1970. A reedição vai ser lançada em setembro de 2014.

ZHenrique Miranda disse...

Grande notícia!
Lendária Ave Sangria!

maroca disse...

Augusto Flávio (Petrolina-Pe/Juazeiro Bahia)

Zé Henrique, nós Pernambucanos é que sabemos esse tesouro precioso que temos. A Banda se foi, mas a obra prima está aí pra sempre!