Mauro Ferreira no G1

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sábado, 16 de agosto de 2014

Caixa d'Os Mutantes é para quem não comprou as reedições avulsas de 2006

Resenha de caixa de CDs
Título: Os Mutantes
Artista: Os Mutantes
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * *

 Em 2005, o pesquisador musical Marcelo Fróes produziu reedições remasterizadas dos álbuns do grupo paulista Os Mutantes. Postas nas lojas no início de 2006 pela gravadora Universal Music, tais reedições - vendidas de forma avulsa - ofereceram substancial ganho em relação às primeiras reedições em CD do catálogo do grupo (lançadas em 1992) por conta da remasterização de Luigi Hoffer. De certa forma, as reedições de 2006 já cumpriram seu papel de transpor para o formato digital, com capricho, os álbuns dessa banda que deu identidade brasileira para o rock, que até então era produzido no Brasil com fidelidade à matriz norte-americana e/ou ao som dos grupos ingleses dos anos 1960. Por isso mesmo, a caixa Os Mutantes - posta nas lojas pela mesma Universal Music neste mês de agosto de 2014 - é indicada somente para quem não adquiriu as reedições avulsas lançadas há oito anos. Cinco dos seis álbuns passaram por novo processo de remasterização - a cargo de Luigi Hoffer e Carlos Savalla - mas o ganho na qualidade do som é irrelevante e jamais justifica a compra da caixa no caso de quem já possui as reedições anteriores. Para quem não as tem, a caixa produzida com esmero pelo pesquisador Rodrigo Faour é item de colecionador, até porque embala coletânea, Mande um abraço pra velha, com 13 gravações avulsas da discografia do grupo, gestado a partir do encontro dos irmãos Arnaldo Dias Baptista e Sergio Dias Baptista com Rita Lee nos idos de 1965. Isca para colecionadores de discos, a compilação é inédita e pode ser adquirida isoladamente via iTunes. Já os seis álbuns oficiais gravados pelos Mutantes com Rita Lee são o supra-sumo da obra do trio. Foram encaixotados Os Mutantes (1968), Mutantes (1969), A divina comédia ou ando meio desligado (1970), Jardim elétrico (1971) e Mutantes e seus cometas no país dos baurets (1972), além de Tecnicolor, álbum poliglota gravado pelo grupo em Paris, em 1970, mas arquivado e somente tirado do baú em 1999, ano em que foi produzida sua primeira reedição em disco, posta nas lojas em 2000 (e não em 1999 como informa erroneamente Faour no texto do libreto encartado na caixa). A propósito, a edição de Tecnicolor embalada na caixa é a mesma de 2000, não tendo sido feita nova masterização deste disco em que o grupo deu voz a quatro músicas então inéditas entre versões em inglês de seus sucessos. Quanto aos cinco discos brasileiros, a supremacia de Os Mutantes (1968), Mutantes (1969), A divina comédia ou ando meio desligado (1970) em relação a Jardim elétrico (1971) e a Mutantes e seus cometas no país dos baurets (1972) não dilui a coesão e a coerência da fase áurea da obra fonográfica do grupo, que - sem Rita Lee, cuja saída ainda é alvo de controvérsias mais de 40 anos depois - seguiu trilha progressiva em discos cultuados por séquitos de fervorosos admiradores do gênero. Para quem nunca ouviu os discos iniciais do grupo, a caixa Os Mutantes oferece nova oportunidade de mergulhar em obra criativa e provocativa que virou a página do (então nascente) rock brasileiro entre o fim dos anos 1960 e o início da década de 1970.

6 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Em 2005, o pesquisador musical Marcelo Fróes produziu reedições remasterizadas dos álbuns do grupo paulista Os Mutantes. Postas nas lojas no início de 2006 pela gravadora Universal Music, tais reedições - vendidas de forma avulsa - ofereceram substancial ganho em relação às primeiras reedições em CD do catálogo do grupo (lançadas em 1992) por conta da remasterização de Luigi Hoffer. De certa forma, as reedições de 2006 já cumpriram seu papel de transpor para o formato digital, com capricho, os álbuns dessa banda que deu identidade brasileira para o rock, que até então era produzido no Brasil com fidelidade à matriz norte-americana e/ou ao som dos grupos ingleses dos anos 1960. Por isso mesmo, a caixa Os Mutantes - posta nas lojas pela mesma Universal Music neste mês de agosto de 2014 - é indicada somente para quem não adquiriu as reedições avulsas lançadas há oito anos. Cinco dos seis álbuns passaram por novo processo de remasterização - a cargo de Luigi Hoffer e Carlos Savalla - mas o ganho na qualidade do som é irrelevante e jamais justifica a compra da caixa no caso de quem já possui as reedições anteriores. Para quem não as tem, a caixa produzida com esmero pelo pesquisador Rodrigo Faour é item de colecionador, até porque embala coletânea, Mande um abraço pra velha, com 13 gravações avulsas da discografia do grupo, gestado a partir do encontro dos irmãos Arnaldo Dias Baptista e Sergio Dias Baptista com Rita Lee nos idos de 1965. Isca para colecionadores de discos, a compilação é inédita e pode ser adquirida isoladamente via iTunes. Já os seis álbuns oficiais gravados pelos Mutantes com Rita Lee são o supra-sumo da obra do trio. Foram encaixotados Os Mutantes (1968), Mutantes (1969), A divina comédia ou ando meio desligado (1970), Jardim elétrico (1971) e Mutantes e seus cometas no país dos baurets (1972), além de Tecnicolor, álbum poliglota gravado pelo grupo em Paris, em 1970, mas arquivado e somente tirado do baú em 1999, ano em que foi produzida sua primeira reedição em disco, posta nas lojas em 2000 (e não em 1999 como informa erroneamente Faour no texto do libreto encartado na caixa). A propósito, a edição de Tecnicolor embalada na caixa é a mesma de 2000, não tendo sido feita nova masterização deste disco em que o grupo deu voz a quatro músicas então inéditas entre versões em inglês de seus sucessos. Quanto aos cinco discos brasileiros, a supremacia de Os Mutantes (1968), Mutantes (1969), A divina comédia ou ando meio desligado (1970) em relação a Jardim elétrico (1971) e a Mutantes e seus cometas no país dos baurets (1972) não dilui a coesão e a coerência da fase áurea da obra fonográfica do grupo, que - sem Rita Lee, cuja saída ainda é alvo de controvérsias mais de 40 anos depois - seguiu trilha progressiva em discos cultuados por séquitos de fervorosos admiradores do gênero. Para quem nunca ouviu os discos iniciais do grupo, a caixa Os Mutantes oferece nova oportunidade de mergulhar em obra que virou a página do rock brasileiro entre fim dos anos 1960 e início da década de 1970.

Unknown disse...

Quando e quais discos sairão na caixa da Rita, Mauro?

Mauro Ferreira disse...

Maurício, a caixa de Rita vai compreender a fase 1970 / 2000 - até onde sei. Abs, MauroF

Unknown disse...

Esses cd´s do box do Mutantes são digipack ?

Mauro Ferreira disse...

Não, os CDs vem nas embalagens convencionais de vidro. Abs, MauroF

Bernardo Barroso Neto disse...

Eu tenho todos os cds do box, valeria a pena só pela coletânea.