Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Zoli celebra dias de prazer romântico com inéditas de 'Amar amanhecer'

Resenha de CD
Título: Amar amanhecer
Artista: Claudio Zoli
Gravadora: Lab 344
Cotação: * * *

Em 1983, como vocalista do grupo Brylho, Claudio Zoli despontou nas paradas com o irresistível pop hedonista Noite do prazer (Arnaldo Brandão, Claudio Zoli e Paulo Zdanowsky). Decorridos 31 anos, o cantor e compositor fluminense reaparece em cena com solar disco de inéditas que celebra os dias de prazer romântico ao lado de sua mulher, Carol, a quem o álbum - produzido e arranjado pelo próprio Zoli - é dedicado. Inteiramente autoral, o primeiro CD de inéditas do artista desde Sem limite no paraíso (Trama, 2003) é disco romântico e diurno, como já sinaliza seu título Amar amanhecer, nome também de uma das onze músicas inéditas do repertório. Alheio às evoluções e aos modismos da música brasileira, Zoli volta ao mercado fonográfico com álbum fiel ao soul de tonalidade pop. Músicas como Clima de romance (Claudio Zoli) poderiam ter figurado em disco lançado há dez anos por Ed Motta ou pelo próprio Zoli. Dia de jogo (Claudio Zoli) abre o álbum em tom festivo com azeitado mix de sambalanço, pop e soul. A guitarra, a voz e o vocal de Zoli na faixa reiteram a assinatura do artista, reforçada ao longo do disco. Convite ao amor, Me faz feliz (Claudio Zoli) cai em suingue similar. A questão é que, como gira em torno da celebração da felicidade romântica, o disco acaba soando linear e por vezes repetitivo ao longo das onze faixas. Afinal, Amar amanhecer é, em última instância, declaração de amor de Zoli à mulher. "Meu segredo é estar ao seu lado / Em Paris ou em São Paulo", repete o refrão apaixonado de Paris a São Paulo (Claudio Zoli), destaque do repertório. No mesmo clima de romance, Chuva e jazz (Claudio Zoli) contraria seu título, estando mais para festa e sol como diz verso da letra. Contudo, de modo geral, os títulos de músicas como Bem vinda vida (Claudio Zoli) já explicitam o tom positivista de um disco coerente com a trajetória de seu criador. Como seu colega de geração Ed Motta, surgido em 1988, Zoli jamais recorreu a repertório brega para ampliar seu público, tendo permanecido ao soul decalcado no mercado fonográfico brasileiro por pioneiros como Cassiano, Hyldon e Tim Maia (1942 - 1998). Nesse sentido, Amar amanhecer - álbum coproduzido pelo tecladista Hiroshi Mizutani - vai manter inalterados o status e o público do artista. Fãs dos discos anteriores de Zoli vão se identificar com baladas de alma soul como Olhos verdes (Claudio Zoli) e Amor sem fim (Claudio Zoli). Por falar em canções, Sem pressa (Claudio Zoli e Ronaldo Lobato Santos) é balada que logo cai no suingue. No fim do disco, a humanista Somos um só pede mais amor no mundo sem sair da vibe positivista de Amar amanhecer. Claudio Zoli vive dias de prazer...

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

♪ Em 1983, como vocalista do grupo Brylho, Claudio Zoli despontou nas paradas com o irresistível pop hedonista Noite do prazer (Arnaldo Brandão, Claudio Zoli e Paulo Zdanowsky). Decorridos 31 anos, o cantor e compositor fluminense reaparece em cena com solar disco de inéditas que celebra os dias de prazer romântico ao lado de sua mulher, Carol, a quem o álbum - produzido e arranjado pelo próprio Zoli - é dedicado. Inteiramente autoral, o primeiro CD de inéditas do artista desde Sem limite no paraíso (Trama, 2003) é disco romântico e diurno, como já sinaliza seu título Amar amanhecer, nome também de uma das onze inéditas do repertório. Alheio às evoluções e aos modismos da música brasileira, Zoli volta ao mercado fonográfico com álbum fiel ao soul de tonalidade pop. Músicas como Clima de romance (Claudio Zoli) poderiam ter figurado em disco lançado há dez anos por Ed Motta ou pelo próprio Zoli. Dia de jogo (Claudio Zoli) abre o álbum em tom festivo com azeitado mix de sambalanço, pop e soul. A guitarra, a voz e o vocal de Zoli na faixa reiteram a assinatura do artista, reforçada ao longo do disco. Convite ao amor, Me faz feliz (Claudio Zoli) cai em suingue similar. A questão é que, como gira em torno da celebração da felicidade romântica, o disco acaba soando linear e por vezes repetitivo ao longo das onze faixas. Afinal, Amar amanhecer é, em última instância, declaração de amor de Zoli à mulher. "Meu segredo é estar ao seu lado / Em Paris ou em São Paulo", repete o refrão apaixonado de Paris a São Paulo (Claudio Zoli), destaque do repertório. No mesmo clima de romance, Chuva e jazz (Claudio Zoli) contraria seu título, estando mais para festa e sol como diz verso da letra. Contudo, de modo geral, os títulos de músicas como Bem vinda vida (Claudio Zoli) já explicitam o tom positivista de um disco coerente com a trajetória de seu criador. Como seu colega de geração Ed Motta, surgido em 1988, Zoli jamais recorreu a repertório brega para ampliar seu público, tendo permanecido ao soul decalcado no mercado fonográfico brasileiro por pioneiros como Cassiano, Hyldon e Tim Maia (1942 - 1998). Nesse sentido, Amar amanhecer - álbum coproduzido pelo tecladista Hiroshi Mizutani - vai manter inalterados o status e o público do artista. Fãs dos discos anteriores de Zoli vão se identificar com baladas de alma soul como Olhos verdes (Claudio Zoli) e Amor sem fim (Claudio Zoli). Por falar em canções, Sem pressa (Claudio Zoli e Ronaldo Lobato Santos) é balada que logo cai no suingue. No fim do disco, a humanista Somos um só pede mais amor no mundo sem sair da vibe positivista de Amar amanhecer. Claudio Zoli vive dias de prazer...