Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Com classe, Costello vai do country ao vaudeville em 'National Ransom'

Resenha de CD
Título: National Ransom
Artista: Elvis Costello
Gravadora: Hear Music / Universal Music
Cotação: * * * *

National Ransom, o álbum de Elvis Costello que a Universal Music está lançando no mercado brasileiro, deve ser entendido como uma sequência de seu antecessor, Secret, Profane & Sugarcane, editado em 2009. E não somente pelo fato de ter sido produzido por T Bone Burnett. Como no disco do ano passado, Costello desencava em National Ransom as raízes da música caipira dos Estados Unidos em repertório que explicita a falência do sonho norte-americano. Gravado entre Los Angeles e Nashville, meca do country, o CD reitera a incessante inspiração de Costello como compositor. Ele assina todas os 16 temas do álbum, sendo 13 sem parceiros. Musicalmente, National Ransom transita por country, blues, folk, rock e jazz de New Orleans num mix marcado pela elegância do repertório autoral e pela competência técnica dos músicos dos grupos The Imposters e The Sugarcanes. A Voice in the Dark, faixa em clima de vaudeville, é  um instante de beleza em álbum aberto em grande estilo pela faixa-título, National Ransom, blues de pegada roqueira. Há outros momentos de beleza - e a delicada You Hung the Moon é um deles. Costello deixa boa impressão tanto em folks à moda antiga, casos de A Slow Drag with Josephine e do poético Bullets for the New-Born King, quanto num country quase convencional como Five Small Words. Nada, afinal, tão surpreendente para um artista camaleônico que vai do country ao erudito - passando pelo rock - com a mesma classe.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

National Ransom, o álbum de Elvis Costello que a Universal Music está lançando no mercado brasileiro, deve ser entendido como uma sequência de seu antecessor, Secret, Profane & Sugarcane, editado em 2009. E não somente pelo fato de ter sido produzido por T Bone Burnett. Como no disco do ano passado, Costello desencava em National Ransom as raízes da música caipira dos Estados Unidos em repertório que explicita a falência do sonho norte-americano. Gravado entre Los Angeles e Nashville, meca do country, o CD reitera a incessante inspiração de Costello como compositor. Ele assina todas os 16 temas do álbum, sendo 13 sem parceiros. Musicalmente, National Ranson transita por country, blues, folk, rock e jazz de New Orleans num mix marcado pela elegância do repertório autoral e pela competência técnica dos músicos dos grupos The Imposters e The Sugarcanes. A Voice in the Dark, faixa em clima de vaudeville, é um instante de beleza em álbum aberto em grande estilo pela faixa-título, National Ransom, blues de pegada roqueira. Há outros momentos de beleza - e a delicada You Hung the Moon é um deles. Costello deixa boa impressão tanto em folks à moda antiga, casos de A Slow Drag with Josephine e do poético Bullets for the New-Born King, quanto num country quase convencional como Five Small Words. Nada, afinal, tão surpreendente para um artista camaleônico que vai do country ao erudito - passando pelo rock - com a mesma classe.