Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Com ecos de Jackson 5 e Fela Kuti, '4' é o álbum mais coeso de Beyoncé

Resenha de CD
Título: 4
Artista: Beyoncé Knowles
Gravadora: Columbia / Sony Music
Cotação: * * * *

Beyoncé Knowles tinha razão ao afirmar que seu quarto álbum de estúdio, 4, carregava influências de nomes tão díspares quanto o conjunto norte-americano Jackson 5, o artista nigeriano Fela Kuti (1938 - 1997) e a cantora britânica Adele. Basta ouvir uma das 12 músicas do disco, Rather Die Young, para detectar na faixa a influência do balanço do grupo dos irmãos Jackson. Menos nítidos, os ecos do afrobeat de Fela Kuti também são identificáveis entre os sopros e as percussões de End of Time, outra música do álbum, enquanto o tom visceral das canções doídas de Adele parece ter pautado boa parte das baladas de 4 - e há muitas no disco, sobretudo em seu início. Com essas boas referências, entre outras, Beyoncé apresenta seu melhor disco solo de estúdio. Diferentemente do duplo I Am... Sasha Fierce (2008), que soou irregular apesar de conter singles irresistíveis como Halo e Single Ladies (Put a Ring on It), 4 é disco coeso que distancia Beyoncé das batidas estéreis que imperam na atual produção fonográfica norte-americana. Sem deixar de soar contemporâneo, mérito do time de produtores que inclui nomes como The-Dream e Symbolyc One, 4 resulta mais verdadeiro e menos artificial. "Make love to me", suplica Beyoncé em 1 + 1, a balada embebida em soul que abre o álbum. 1 + 1 expõe logo de cara a força do canto de Beyoncé, que dispara sua artilharia vocal em baladas como I Care (com pegada de r & b), Start OverI Miss You - em que a intérprete expressa a saudade do homem amado como um sentimento real - e a mais trivial I Was Here, que tem a assinatura já previsível da compositora e hitmaker norte-americana Diane Warren. Por soar tão déjà vuI Was Here soa até dispensável em disco que tem um petardo como Best Thing I Never Had, grandioso tema que explode no refrão. Faixa já lançada como single, Best Thing I Never Had é exemplo dos sons e emoções reais que pautam este quarto álbum de Beyoncé. Já Party - faixa que reúne os rappers Andre 3000 (metade do duo Outkast) e Kanye West - evoca a batida do som do Destiny's Child, o trio que projetou Beyoncé nos anos 90. Entre flerte com a velha escola do r & b (Love on Top, outra faixa em que a influência de Jackson 5 é detectável) e música de tom mais padronizado e artificial (Countdown), 4 flagra Beyoncé Knowles em real evolução. Talvez por isso seu impacto nas paradas não tenha ainda surtido o efeito desejado pela Columbia Records desde o lançamento do primeiro single, Run the World (Girls). Entretanto, qualquer que venha a ser o desempenho comercial do álbum (e há rumores de que a gravadora pressiona Beyoncé para regravar o disco), 4 evidencia a personalidade cada vez mais forte da artista. Parece que a era de Sasha Fierce está chegando ao fim para abrir passagem para a verdadeira Beyoncé Knowles. 

5 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Beyoncé Knowles tinha razão ao afirmar que seu quarto álbum de estúdio, 4, carregava influências de nomes tão díspares quanto o conjunto norte-americano Jackson 5, o artista nigeriano Fela Kuti (1938 - 1997) e a cantora britânica Adele. Basta ouvir uma das 12 músicas do disco, Rather Die Young, para detectar na faixa a influência do balanço do grupo dos irmãos Jackson. Menos nítidos, os ecos do afrobeat de Fela Kuti também são identificáveis entre os sopros e as percussões de End of Time, outra música do álbum, enquanto o tom visceral das canções doídas de Adele parece ter pautado boa parte das baladas de 4 - e há muitas no disco, sobretudo em seu início. Com essas boas referências, entre outras, Beyoncé apresenta seu melhor disco solo de estúdio. Diferentemente do duplo I Am... Sasha Fierce (2008), que soou irregular apesar de conter singles irresistíveis como Halo e Single Ladies (Put a Ring on It), 4 é disco coeso que distancia Beyoncé das batidas estéreis que imperam na atual produção fonográfica norte-americana. Sem deixar de soar contemporâneo, mérito do time de produtores que inclui nomes como The-Dream e Symbolyc One, 4 resulta mais verdadeiro e menos artificial. "Make love to me", suplica Beyoncé em 1 + 1, a balada embebida em soul que abre o álbum. 1 + 1 expõe logo de cara a força do canto de Beyoncé, que dispara sua artilharia vocal em baladas como I Care (com pegada de r & b), Start Over, I Miss You - em que a intérprete expressa a saudade do homem amado como um sentimento real - e a mais trivial I Was Here, que tem a assinatura já previsível da compositora e hitmaker norte-americana Diane Warren. Por soar tão déjà vu, I Was Here soa até dispensável em disco que tem um petardo como Best Thing I Never Had, grandioso tema que explode no refrão. Faixa já lançada como single, Best Thing I Never Had é exemplo dos sons e emoções reais que pautam este quarto álbum de Beyoncé. Já Party - faixa que reúne os rappers Andre 3000 (metade do duo Outkast) e Kanye West - evoca a batida do som do Destiny's Child, o trio que projetou Beyoncé nos anos 90. Entre flerte com a velha escola do r & b (Love on Top, outra faixa em que a influência de Jackson 5 é detectável) e música de tom mais padronizado e artificial (Countdown), 4 flagra Beyoncé Knowles em real evolução. Talvez por isso seu impacto nas paradas não tenha ainda surtido o efeito desejado pela Columbia Records desde o lançamento do primeiro single, Run the World (Girls). Entretanto, qualquer que venha a ser o desempenho comercial do álbum (e há rumores de que a gravadora pressiona Beyoncé para regravar o disco), 4 evidencia a personalidade cada vez mais forte da artista. Parece que a era de Sasha Fierce está chegando ao fim para abrir passagem para a verdadeira Beyoncé Knowles.

Vitor disse...

Um dos piores discos dos últimos tempos. Flop merecidíssimo. Espero que ela realmente regrave tudo e venha com algo melhor, só 4 músicas se salvam

Vitor Marques disse...

Pessoas que se acostumaram com a Beyoncé comercial de 2008-2010 se perderam quando essa relíquia apareceu! Essa sim é a verdadeira Beyoncé desde 1997. Quiseram jogar ela no mundo POP, deu certo! Mas nem por isso ela deixou de mostrar sua origem no R&B! Poder maravilhoso, com conteúdo e que irá trazer mais e mais Grammy's!

pedro disse...

Realmente uma pessoa que ta acostumado com letras idiotas (me incluindo nesse meio) ira estranhar, de inicio, esse album. Com o tempo vai-se notando a profundeza da melodia e da letra ate que possa, enfim, enxergar a realidade de que esse album e uma coisa que nao se faz por ai. Nenhuma outra cantora e capaz de fazer algo assim e tao bem feito. Me desculpem as demais cantoras (eu gosto de todas), mas a Beyonce alcancou outro nivel!

Leo Lenderly disse...

Nossa precisava comentar dpois de ler os comments... adorei a forma q foi falado faixa a faixa do album e adorei alguns coments tb... mais enfim vou me expressar dizendo q este sim é um album da Beyoncé sem grandes seu grande alter ego Sasha Fierce 100% Beyoncé pra mim 4 é o melhor album da carreira da Beyoncé e Deus a bençoe por ela não ter se rendido ao som eletro pop que esta bombando e eu adooro. Mais tb preciso de um album cool calmo e viceral como só B' sab fazer. Só descordo de uma coisa sobre a matéria I was here pra mim é a segunda melhor faixa do album perdendo apenas para I miss you mais gosto não se descute sim respeita! Espero do fundo do meu coração que ela não regrave este album pq I am Sasha Fierce teve tantas edições que até hoje não consegui saber qual o que eu tnho rsrs!