Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 14 de outubro de 2014

Cumplicidade romântica de Camelo e Mallu pauta show da Banda do Mar

Resenha de show
Título: Banda do Mar
Artista: Banda do Mar (em foto de Rodrigo Goffredo)
Local: Circo Voador (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 12 de outubro de 2014
Cotação: * * * *

Trio formado em Portugal pelo cantor e compositor carioca Marcelo Camelo com a paulistana Mallu Magalhães e com o baterista lusitano Fred Pinto Ferreira, a Banda do Mar lançou em agosto de 2014 um primeiro álbum explicitamente pop e solar que evidencia a cumplicidade romântica entre Camelo e Mallu. A sintonia fina entre o casal 20 do pop luso-brasileiro fica ainda mais clara no show que promove o (ótimo) disco. Com canções e olhares apaixonados, a turnê nacional do show Banda do Mar estreou em Porto Alegre (RS) em 10 de outubro e, na imediata sequência, chegou ao Rio de Janeiro (RJ) em duas apresentações que lotaram o Circo Voador em 11 e 12 de outubro. Em cena, Camelo e Mallu se portam como um casal. É essa química entre os dois protagonistas absolutos do trio que azeita o show. No palco, aliás, a Banda do Mar mais parece uma dupla, já que o competente Fred Ferreira atua em cena com o mesmo peso do que os dois músicos convidados (o baixista Marcos Gerez e o guitarrista Gabriel Mayall) para a turnê nacional que vai percorrer o Brasil até o fim deste ano de 2014. O roteiro segue a trilha da love story de Camelo e Mallu, com direito a mútuas declarações de amor - feitas por ele através dos versos de canções como Faz tempo (Marcelo Camelo, 2014) e por ela através das letras de músicas como Seja como for (Mallu Magalhães, 2014). A propósito, não foi por acaso que, na apresentação de 12 de outubro de 2014, Mallu solou na guitarra a melodia da canção (Where do I begin?) (Love story) (Francis Lai e Carl Sigman, 1970), música-tema de Love story, o melodramático filme norte-americano de 1970. Só que, ao vivo, o romantismo do casal tem pegada. Já no primeiro dos 22 números do roteiro, Cidade nova (Marcelo Camelo, 2014), a pulsação roqueira do show salta aos ouvidos. Tanto que Hey Nana (Marcelo Camelo, 2014) abre espaço para um solo da guitarra do hermano carioca. Contudo, mesmo quando faz rock, a Banda do Mar cai eventualmente no suingue, como mostra Mais ninguém (Mallu Magalhães, 2014), e faz pulsar veia pop melódica, até porque o cancioneiro autoral de Camelo - que fica sozinho no palco para solar Além do que se vê (Marcelo Camelo, 2003), música do repertório da ora desativada banda carioca Los Hermanos - está entranhado nas artérias da música brasileira. Filho do baterista Fred Ferreira, Sebastião põe sua bossa na percussão que ajuda a dar o ritmo leve do Sambinha bom (Mallu Magalhães, 2011). Tal como no disco, Camelo e Mallu se revezam em cena na cantoria do repertório. Mas o casal divide os versos de Janta (Marcelo Camelo, 2008), rebobinando dueto repetido nos últimos seis anos. O coro do público - que canta todas as músicas (as do álbum da Banda do Mar e as canções de discos anteriores de Camelo e Mallu) - é o tempero forte da ceia. A harmonia do casal passa para a plateia, cuja presença calorosa e receptiva valoriza o apaixonado show da Banda do Mar.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

♪ Trio formado em Portugal pelo cantor e compositor carioca Marcelo Camelo com a paulistana Mallu Magalhães e com o baterista lusitano Fred Pinto Ferreira, a Banda do Mar lançou em agosto de 2014 um primeiro álbum explicitamente pop e solar que evidencia a cumplicidade romântica entre Camelo e Mallu. A sintonia fina entre o casal 20 do pop luso-brasileiro fica ainda mais clara no show que promove o (ótimo) disco. Com canções e olhares apaixonados, a turnê nacional do show Banda do Mar estreou em Porto Alegre (RS) em 10 de outubro e, na imediata sequência, chegou ao Rio de Janeiro (RJ) em duas apresentações que lotaram o Circo Voador em 11 e 12 de outubro. Em cena, Camelo e Mallu se portam como um casal. É essa química entre os dois protagonistas absolutos do trio que azeita o show. No palco, aliás, a Banda do Mar mais parece uma dupla, já que o competente Fred Ferreira atua em cena com o mesmo peso do que os dois músicos convidados (o baixista Marcos Gerez e o guitarrista Gabriel Mayall) para a turnê nacional que vai percorrer o Brasil até o fim deste ano de 2014. O roteiro segue a trilha da love story de Camelo e Mallu, com direito a mútuas declarações de amor - feitas por ele através dos versos de canções como Faz tempo (Marcelo Camelo, 2014) e por ela através das letras de músicas como Seja como for (Mallu Magalhães, 2014). A propósito, não foi por acaso que, na apresentação de 12 de outubro de 2014, Mallu solou na guitarra a melodia da canção (Where do I begin?) (Love story) (Francis Lai e Carl Sigman, 1970), música-tema de Love story, o melodramático filme norte-americano de 1970. Só que, ao vivo, o romantismo do casal tem pegada. Já no primeiro dos 22 números do roteiro, Cidade nova (Marcelo Camelo, 2014), a pulsação roqueira do show salta aos ouvidos. Tanto que Hey Nana (Marcelo Camelo, 2014) abre espaço para um solo da guitarra do hermano carioca. Contudo, mesmo quando faz rock, a Banda do Mar cai eventualmente no suingue, como mostra Mais ninguém (Mallu Magalhães, 2014), e faz pulsar veia pop melódica, até porque o cancioneiro autoral de Camelo - que fica sozinho no palco para solar Além do que se vê (Marcelo Camelo, 2003), música do repertório da ora desativada banda carioca Los Hermanos - está entranhado nas artérias da música brasileira. Filho do baterista Fred Ferreira, Sebastião põe sua bossa na percussão que ajuda a dar o ritmo leve do Sambinha bom (Mallu Magalhães, 2011). Tal como no disco, Camelo e Mallu se revezam em cena na cantoria do repertório. Mas o casal divide os versos de Janta (Marcelo Camelo, 2008), rebobinando dueto repetido nos últimos seis anos. O coro do público - que canta todas as músicas (as do álbum da Banda do Mar e as canções de discos anteriores de Camelo e Mallu) - é o tempero forte da ceia. A harmonia do casal passa para a plateia, cuja presença calorosa e receptiva valoriza o apaixonado show da Banda do Mar.