Mauro Ferreira no G1

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sábado, 25 de maio de 2013

'Arrastão da alegria' cai no suingue ao artificializar euforia do Monobloco

Resenha de CD
Título: Arrastão da alegria
Artista: Monobloco
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * *

Atrás do Monobloco só não vai quem entende que Carnaval é para ser brincado apenas ao som de sambas e marchas. Bloco que arrasta multidões no Rio de Janeiro (RJ), nas ruas e em casas de shows, o coletivo  carioca criado em 2000 por C.A Ferrari, Celso Alvim, Mario Moura, Sidon Silva e Pedro Luís faz seu Carnaval com mix de ritmos brasileiros. Segundo álbum de estúdio do Monobloco, Arrastão da alegria - nas lojas em junho de 2013, em edição da gravadora Som Livre - reitera e louva a diversidade do repertório do grupo. "Tem samba, charme e rock’n'roll / Xote, baião e ijexá / Tem samba-enredo, funk e soul", relaciona de cara o Monobloco no autorreferente samba que batiza e abre o disco, Arrastão da alegria  (Rogê, Fred Camacho e Marcelinho Moreira), uma das quatro músicas inéditas do álbum. O toque  da guitarra de Davi Moraes pontua o tema com suingue já em si miscigenado. Como todo disco de espírito carnavalesco gravado em estúdio, Arrastão da alegria artificializa a animação da folia, mas cai no suingue. Os cantores Alexandre Momo, Fábio Allman, Pedro Luís, Pedro Quental e Renato Biguli se revezam na interpretação de repertório que carnavaliza sucessos de Gal Costa (Um dia de domingo, em inadequado clima de pagode que dilui a atmosfera romântica da balada de Michael Sullivan e Paulo Massadas), Ney Matogrosso (Homem com H, em registro sem toda a malícia inerente ao tema forrozeiro de Antônio Barros), O Rappa (Me deixa, música de Marcelo Yuka, Falcão, Xandão, Marcelo Lobato e Lauro Farias que o Monobloco já toca em shows) e Skank (Garota nacional, mais animada com o grupo mineiro). O Arrastão da alegria se revela mais sedutor quando entram na folia os convidados que seguem o Monobloco no disco. Diogo Nogueira aquece o clima de sedução do caloroso e inédito samba Nasci pra morrer de amor (Arlindo Cruz, Franco e Maurição). Os metais arranjados por Serginho Trombone contribuem para manter elevada a temperatura da faixa. Do alto de quem comanda trios no Carnaval da Bahia, Ivete Sangalo rebobina Caio no suingue (Pedro Luís) sem escorregar no balanço deste sucesso do grupo carioca Pedro Luís e a Parede. Roberta Sá cai no Samba de arerê (Xande de Pilares, Arlindo Cruz e Mauro Jr.) com a habitual leveza e com reverência a Beth Carvalho, intérprete original do tema, saudada por Roberta na introdução da faixa. Já Preta Gil pede dengo e colo em Tu quer?, inédita bem-humorada de Lenine que é arranjada na cadência da ciranda, por sugestão do compositor pernambucano, mas que ganha velocidade no final. Completando o naipe de inéditas do CD, o funk pacifista Balança geral (Ailton Assumpção e Alexandre Nascimento) prega bons modos e dá peso ao baile-show do Monobloco, turbinado pelo toque carnavalizante da guitarra de Pepeu Gomes em Chove chuva (Jorge Ben Jor). Até Fagner segue o Monobloco em Maneiras (Sylvio Silva), tema fora do tom animado do disco. Maneiras é música gravada tanto pelo grupo O Rappa quanto por Zeca Pagodinho, de cujo vasto repertório o Monobloco também pinça Pra São Jorge (Paulo César Pinheiro), samba pouco ouvido que louva o Santo Guerreiro. No pique dos shows do grupo, Das maravilhas do mar fez-se o esplendor de uma noite (David Correa e Jorge Macedo) - samba-enredo eternizado pela Portela no Carnaval de 1981 - é outro bom momento de CD que anima o ouvinte, mesmo sem reproduzir a euforia incandescente dos desfiles e shows do Monobloco.

4 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Atrás do Monobloco só não vai quem entende que Carnaval é para ser brincado apenas ao som de sambas e marchas. Bloco que arrasta multidões no Rio de Janeiro (RJ), nas ruas e em casas de shows, o coletivo carioca criado em 2000 por C.A Ferrari, Celso Alvim, Mario Moura, Sidon Silva e Pedro Luís faz seu Carnaval com mix de ritmos brasileiros. Segundo álbum de estúdio do Monobloco, Arrastão da alegria - nas lojas em junho de 2013, em edição da gravadora Som Livre - reitera e louva a diversidade do repertório do grupo. "Tem samba, charme e rock’n'roll / Xote, baião e ijexá / Tem samba-enredo, funk e soul", relaciona de cara o Monobloco no autorreferente samba que batiza e abre o disco, Arrastão da alegria (Rogê, Fred Camacho e Marcelinho Moreira), uma das quatro músicas inéditas do álbum. O toque da guitarra de Davi Moraes pontua o tema com suingue já em si miscigenado. Como todo disco de espírito carnavalesco gravado em estúdio, Arrastão da alegria artificializa a animação da folia, mas cai no suingue. Os cantores Alexandre Momo, Fábio Allman, Pedro Luís, Pedro Quental e Renato Biguli se revezam na interpretação de repertório que carnavaliza sucessos de Gal Costa (Um dia de domingo, em inadequado clima de pagode que dilui a atmosfera romântica da balada de Michael Sullivan e Paulo Massadas), Ney Matogrosso (Homem com H, em registro sem toda a malícia inerente ao tema forrozeiro de Antônio Barros), O Rappa (Me deixa, música de Marcelo Yuka, Falcão, Xandão, Marcelo Lobato e Lauro Farias que o Monobloco já toca em shows) e Skank (Garota nacional, mais animada com o grupo mineiro). O Arrastão da alegria se revela mais sedutor quando entram na folia os convidados que seguem o Monobloco no disco. Diogo Nogueira aquece o clima de sedução do caloroso e inédito samba Nasci pra morrer de amor (Arlindo Cruz, Franco e Maurição). Os metais arranjados por Serginho Trombone contribuem para manter elevada a temperatura da faixa. Do alto de quem comanda trios no Carnaval da Bahia, Ivete Sangalo rebobina Caio no suingue (Pedro Luís) sem escorregar no balanço deste sucesso do grupo carioca Pedro Luís e a Parede. Roberta Sá cai no Samba de arerê (Xande de Pilares, Arlindo Cruz e Mauro Jr.) com a habitual leveza e com reverência a Beth Carvalho, intérprete original do tema, saudada por Roberta na introdução da faixa. Já Preta Gil pede dengo e colo em Tu quer?, inédita bem-humorada de Lenine que é arranjada na cadência da ciranda, por sugestão do compositor pernambucano, mas que ganha velocidade no final. Completando o naipe de inéditas do CD, o funk pacifista Balança geral (Ailton Assumpção e Alexandre Nascimento) prega bons modos e dá peso ao baile-show do Monobloco, turbinado pelo toque carnavalizante da guitarra de Pepeu Gomes em Chove chuva (Jorge Ben Jor). Até Fagner segue o Monobloco em Maneiras (Sylvio Silva), tema fora do tom animado do disco. Maneiras é música gravada tanto pelo grupo O Rappa quanto por Zeca Pagodinho, de cujo vasto repertório o Monobloco também pinça Pra São Jorge (Paulo César Pinheiro), samba pouco ouvido que louva o Santo Guerreiro. No pique dos shows do grupo, Das maravilhas do mar fez-se o esplendor de uma noite (David Correa e Jorge Macedo) - samba-enredo eternizado pela Portela no Carnaval de 1981 - é outro bom momento de CD que anima o ouvinte, mesmo sem reproduzir a euforia incandescente dos desfiles e shows do Monobloco.

Rafael disse...

Achei dispensável a participação de Preta Gil nesse disco. Ouvi ele e não achei tão interessante. Não é o melhor disco do Monobloco, sem sombra de dúvida.

Marcelo Barbosa disse...

Eu já amava a Roberta com essa reverência agora então. rs
O problema é que o meu cd não chega e eu já comprei.

Marcelo Barbosa disse...

retificando: a Roberta, com essa reverência .....