Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

'Flor do Sol' e registro do show 'Luz do Solo' iluminam 50 anos de Cássia

Lançado hoje no iTunes, o single Flor do Sol ilumina os 50 anos que Cássia Rejane Eller (1962 - 2001) completaria nesta segunda-feira, 10 de dezembro de 2012. Inédita, a gravação de Flor do Sol joga luz sobre uma das poucas músicas assinadas pela cantora e (bissexta) compositora carioca. Também inédita, a canção Flor do Sol foi composta por Cássia em parceria com Simone Saback. Caseiro, o registro da música foi feito em Brasília (DF) quando a artista tinha 19 anos, ou seja, em algum momento de 1982, oito anos antes de Cássia começar a ganhar projeção nacional. A gravação foi finalizada pelo músico Francisco Eller - o Chicão, filho da cantora - com a participação de músicos e vocalistas convidados como a cantora Jussara Silveira. Além do lançamento do single digital via iTunes, a gravadora Universal Music põe nas lojas - ainda neste ano de 2012 - CD e DVD Do Lado do Avesso com o inédito registro ao vivo do show de voz & violão feito por Cássia no Rio de Janeiro (RJ), em 2001, dentro do projeto A Luz do Solo. Nesta gravação, a cantora dá voz a músicas que nunca havia registrado em disco, casos de Espaço - música de Vitor Ramil que o compositor gaúcho gravara no ano anterior em seu álbum Tambong (2000) - e de Diamante Verdadeiro, choro de Caetano Veloso lançado por Maria Bethânia no álbum Álibi (1978). Mesmo que tais lançamentos tenham intenções primordialmente comerciais, estes produtos reavivam uma das vozes mais interessantes do universo pop rock brasileiro de todos os tempos. Intérprete visceral, de natureza por vezes selvagem que contrastava com sua doçura fora de cena, Cássia teve postura indomada nos palcos. Nos discos, a gravadora conseguiu por vezes domesticar a artista para enquadrar seu canto e seu repertório - bem indie nos primeiros dois álbuns, Cássia Eller (1990) e O Marginal (1992) -  na moldura pop assimilada com mais facilidade pelo mercado comum da música. Em qualquer tom, Cássia Rejane Eller mostrou talento incomum e personalidade forte. Uma voz rascante, original, intensa, que nem sua inesperada saída de cena foi capaz de calar.

14 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Lançado hoje no iTunes, o single Flor do Sol ilumina os 50 anos que Cássia Rejane Eller (1962 - 2001) completaria nesta segunda-feira, 10 de dezembro de 2012. Inédita, a gravação de Flor do Sol joga luz sobre uma das poucas músicas assinadas pela cantora e (bissexta) compositora carioca. Também inédita, a canção Flor do Sol foi composta por Cássia em parceria com Simone Saback. Caseiro, o registro da música foi feito em Brasília (DF) quando a artista tinha 19 anos, ou seja, em algum momento de 1982, oito anos antes de Cássia começar a ganhar projeção nacional. A gravação foi finalizada pelo músico Francisco Eller - o Chicão, filho da cantora - com a participação de músicos e vocalistas convidados como a cantora Jussara Silveira. Além do lançamento do single digital via iTunes, a gravadora Universal Music põe nas lojas - ainda neste ano de 2012 - CD e DVD Do Lado do Avesso com o inédito registro ao vivo do show de voz & violão feito por Cássia no Rio de Janeiro (RJ), em 2001, dentro do projeto A Luz do Solo. Nesta gravação, a cantora dá voz a músicas que nunca havia registrado em disco, casos de Espaço - música de Vitor Ramil que o compositor gaúcho gravara no ano anterior em seu álbum Tambong (2000) - e de Diamante Verdadeiro, choro de Caetano Veloso lançado por Maria Bethânia no álbum Álibi (1978). Mesmo que tais lançamentos tenham intenções primordialmente comerciais, estes produtos reavivam uma das vozes mais interessantes do universo pop rock brasileiro de todos os tempos. Intérprete visceral, de natureza por vezes selvagem que contrastava com sua doçura fora de cena, Cássia teve postura indomada nos palcos. Nos discos, a gravadora conseguiu por vezes domesticar a artista para enquadrar seu canto e seu repertório - bem indie nos primeiros dois álbuns, Cássia Eller (1990) e O Marginal (1992) - na moldura pop assimilada com mais facilidade pelo mercado comum da música. Em qualquer tom, Cássia Rejane Eller mostrou talento incomum e personalidade forte. Uma voz rascante, original, intensa, que nem sua inesperada saída de cena foi capaz de calar.

Rhenan Soares disse...

Música linda! Belos versos em tupi-guarani! Voz maravilhosa!
Puts! Como faz falta... Espero que documentário que o Paulo Fontenelle começa a gravar em fevereiro próximo fique a altura do talento de Cássia. Eterna!

Rafael disse...

Realmente Cássia faz muita falta no universo musical. Adorava aquela voz grave e rouca dela. Ao menos lançaram a faixa como single no Itunes. Quem quiser compra somente a faixa, e não precisa comprar mais uma coletânea em CD somente por conta de uma única faixa.

Rafael disse...

Ao menos também lançaram um disco ao vivo como material inédito da Cássia. Bom ver que o Chicão participou da finalização da faixa.

Rafael disse...

Bem que neste disco ao vivo, poderiam incluir uns raros takes de Cássia, como o cover belíssimo que ela fez de "O Espírito do Som", que está disponível no You tube, canção anteriormente já gravada pela Rosa Maria. É de doer de lindo a interpretação da Cássia para essa música.

Anônimo disse...

Lindo, Lindo isso !
Eternas saudades da Cássia.
Uma canção realmente linda.

Fabio disse...

Tenho 35 anos. Lembro de ouvir o primeiro vinil dela na casa da mãe de um amigo. Achei estranha a versão de Eleanor Rigby na primeira audição, mas depois de um tempo já sabia todas as músicas. Adorava "O Dedo de Deus", "Rubens"...quando "O Marginal" foi lançado eu perguntava aos vendedores de discos se eles tinham o novo da Cássia e eles nem sabiam quem ela era, pediam pra eu repetir o nome da cantora e diziam que o disco estava esgotado!
Achava o máximo a capa do Marginal que é meu disco preferido e taxado como o mais alternativo da carreira e o menos vendido.
Naquela época ela ia de vez em quando aos programas de TV Metrópolis e Programa Livre e foi neste último em que ela anunciou sua gravidez. Memorável sua apresentação no Prêmio Sharp cantando Angela Maria.
Depois saiu o disco com "Malandragem" e aí ela ficou mais conhecida. Tive a oportunidade de vê-la estrear no extinto Palace (a casa nem cheia estava) a turnê cantando músicas do Cazuza e depois no show do "Com Você...".
Ainda prefiro a Cássia mais alternativa dos dois primeiros discos. Depois que ela se popularizou nunca mais cantou as músicas desses 2, salvo "Por Enquanto".
To saudosista hoje.

Anônimo disse...

Sorte a sua Fábio!!!

Déa Trancoso disse...

a melhor de todas!!! a mais verdadeira!!! a minha preferida!!! viva cássia!!!

Insensato Mundo disse...

O único show de Cássia Eller que tive o prazer de assistir foi na ocasião do lançamento do álbum "O Marginal". Inesquecível!

Maria disse...

Massa! Estava gostando mais do direcionamento que Cássia estava dando a sua carreira perto de falecer.
O Acústico dela e de Gilberto Gil, foram os melhores já feitos.
PS: Além de Palavras ao Vento e ECT, ambas composições de Marisa Monte com seus parceiros habituais ela também tem uma ótima interpretação de Um Branco, Um Xis, Um Zero música muito boa de Marisa em parceria com Arnaldo e Pepeu Gomes

Unknown disse...

A amo, ontem hj e eternamente. Uma das perdas mais marcantes de toda a minha vida. Infelizmente não pude vê-la em nenhum show, mas meu olhos ainda marejam quando vejo antigos shows dela.
Viva Cássia.

Anônimo disse...

Tb acho esses dois acústicos os melhores, Maria.
Aliás, acho que são os únicos acústicos, da infindável série, nacionais que tenho.
Dos gringos os balas são: O do Nirvana, o de Clapton e o de Neil Young.

PS: Só pra desafinar o coro dos contentes. É SEMPRE válido.
Há algum tempo falando de música com uma amiga, ela disse: "O que será que a Cássia Eller estaria fazendo?"
Eu disse: "Fácil, pô. Ou estaria gravando O Segundo Sol pela décima vez ou então estaria cantando Zé Augusto dentro do Bailão do Ruivão.
Das duas uma. :-)

Maria disse...

Zé Henrique, bom saber que gosta do Neil Young sou fã do cara e o acústico é sim, muito bom mesmo.
Cássia Eller foi boa cantora sem dúvida, mas a melhor pra mim do Rock Nacional apesar dos pesares continua sendo Rita Lee Jones.