Mauro Ferreira no G1

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sábado, 2 de junho de 2012

Marisa dá show ao unir música e artes plásticas em 'Verdade Uma Ilusão'

Resenha de show
Título: Verdade Uma Ilusão Tour 2012 / 2013
Artista: Marisa Monte (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Guaíra (Curitiba, PR)
Data: 1º de junho de 2012
Cotação: * * * * *

O maior encanto de Verdade Uma Ilusão – requintado show estreado por Marisa Monte no Teatro Guaíra, em Curitiba (PR), neste primeiro fim de semana de junho de 2012 - reside na concepção audiovisual do espetáculo. A interação entre música e artes plásticas resulta real, perfeita, inebriante, incomum. A beleza plástica do show é algo raro se ver na cena nacional. Quinze das 25 músicas do ágil roteiro são ilustradas com obras diversas - assinadas por artistas plásticos contemporâneos - que se ajustam às letras das canções. Projetadas nos telões em imagens que ocupam toda a dimensão do palco, tais obras dão a impressão – ilusão? – de que extrapolam os limites cênicos, envolvendo artista, músicos e plateia numa aura de sedução que reitera o excelente gosto de Marisa Monte. Musicalmente, Verdade Uma Ilusão reproduz a sonoridade light do álbum solar que lhe serve de base, O Que Você Quer Saber de Verdade (Phonomotor, EMI Music, 2011). Tal como no disco, a presença na banda de três músicos da Nação Zumbi – Dengue (baixo), Lúcio Maia (guitarra, violões e sitar) e Pupillo (bateria) – jamais altera o som geralmente suave do show, embora da cozinha da Nação se faça notar o tempero suingante de números como Eu Sei (Na Mira) (Marisa Monte). Desde a abertura do show, com Marisa atrás de uma tela interpretando a capella Blanco (Marisa Monte, Octavio Paes e Haroldo de Campos), a classe de Verdade Uma Ilusão já se insinua em cena. A direção de Arte – assinada por Batman Zavareze – contribui para a sedução da atmosfera multimídia que pauta o show. Quase todos os números propõem uma experiência audiovisual particular que envolve em aura de sofisticação uma música simples em sua essência. Mas nem por isso menor ou menos cativante, como provam em cena Depois (Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown) – a resignada balada propagada em rede nacional pela novela Avenida Brasil (TV Globo, 2012) – e Ainda Bem (Marisa Monte e Carlinhos Brown), exemplo da perfeição pop romântica muitas vezes atingida por Marisa com seus parceiros. Boa surpresa, condizente com o título da turnê que vai durar até 2013, Ilusão (Julieta Venegas, Marisa Monte e Arnaldo Antunes) – versão em português de Ilussión, delicada música gravada por Marisa no Acústico MTV de Julieta Venegas, estrela do pop mexicano – é cantada no show com reverência ao arranjo do registro de Venegas. Em sintonia com o som harmonioso de O Que Você Quer Saber de Verdade, disco que foca o amor e a vida sob ótica positivista, Marisa canta no show em tons suaves que já nada lembram a cantora de tintas fortes que despontou retumbante na cena nacional nos fins dos anos 80. Diariamente (Nando Reis), música de 1991 em que se fazem ouvir os sutis timbres eletrônicos da banda, se encaixa bem nessa linha delicada de interpretação. Na estreia internacional do show no Teatro Guaíra, em 1º de junho de 2012, a artista tropeçou num dos versos da letra – ilustrados com gestuais delicados pela cantora – sem perder a pose e a classe. Lembrança de Cássia Eller (1962 – 2001), intérprete original do tema, E.C.T. (Marisa Monte, Nando Reis e Carlinhos Brown) é número em que Marisa esboça tons ligeiramente mais intensos sem fugir do clima light do show. Que alcança picos de sedução no samba De Mais Ninguém (Marisa Monte e Arnaldo Antunes) – lindo de doer, ambientado em melancólico clima seresteiro – e em Verdade, Uma Ilusão (Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes), valsa que propicia o clima de baile romântico dos idos anos dourados. Beija Eu (Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Arto Lindsay) é renovada por trama de violões ao passo que Sono Come Tu Mi Vuoi (Antonio Amurri, Bruno Canfora e Maurizio Jurgens) – sucesso da veterana cantora italiana Mina Mazzini – linka o show à vivência italiana de Marisa, que – cabe lembrar – despontou no Brasil em 1989 com Bem que Se Quis, versão de Nelson Motta para canção napolitana de Pino Daniele, E Po Che Fa. Dentro de um show em que o aparato cênico se situa no mesmo nível de importância da música, A Sua (Marisa Monte) é talvez o maior exemplo da habilidade de Marisa para refinar no palco uma canção simples que roça o trivial pop romântico. Destaque do roteiro, Gentileza (Marisa Monte) sensibiliza e comove com tal simplicidade. Com quarteto de cordas na banda, o show procura reproduzir a sonoridade do CD O Que Você Quer Saber de Verdade, mas O Que se Quer – primeira parceria de Marisa com Rodrigo Amarante – perde o clima forrozeiro do disco. No fim, Não Vá Embora (Carlinhos Brown e Marisa Monte) e Carnavália (Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte) arrematam show, cujo bis é iniciado com abordagem despojada de Amor, I Love You (Marisa Monte e Carlinhos Brown), puxada por Marisa somente na voz e no ukelele. Vem então Velha Infância (Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte), o sucesso tribalista de apelo irresistível para o público habituado a falar a língua pop da música de Marisa Monte. Mesmo que seu roteiro tenha uma ou outra música dispensável, casos de Arrepio (Carlinhos Brown) e de Tema de Amor (Carlinhos Brown e Marisa Monte, número de falso final e dono uma das mais belas imagens (da obra Hypinosis, de Cao Guimarães), Verdade Uma Ilusão está entre os melhores shows já feitos no Brasil pela fina sintonia entre música, arranjos (de Marisa com a banda, que traz Dadi na guitarra), cenário (de Marcelo Lipiani), luz (de Zeluis Joes) e figurino (de Rita Murtinho). Um potencializa a beleza do outro. Enfim, sob a direção de Leonardo Netto e Claudio Torres, Marisa Monte apresenta espetáculo que cria a ilusão de que sua música é mais sofisticada quando - na verdade - trata-se apenas de canções que rebobinam (com inspiração) triviais memórias, crônicas e declarações de amor do mercado comum da música.

44 comentários:

Mauro Ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mauro Ferreira disse...
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Limonada do Brasil disse...

Confesso que não estava muito empolgada pra ver esse show, mas depois da resenha e dessa foto deslumbrante estou muito curiosa para assisti-lo!
E veja como os gostos musicais variam de pessoa para pessoa, acho a música Arrepio completamente indispensável!
Parabéns pelo texto, até mais!

Anônimo disse...

Parabés Mauro por nos dar, sempre em primeira māo, as noticias musicais que todos queremos ler. Salve Marisa !

Luca disse...

alguém tinha dúvida que o Mauro ia babar nesse show de sua protegida Marisa? Não confio, prefiro esperar outras críticas mais isentas...

André disse...

Marisa une o talento nato do belo canto a aparatos visuais de alta qualidade. Não precisava, pois sua bela voz já seria suficiente, mas sempre foi assim, Marisa é uma artista completa e representa muito na música brasileira! Esperando a chegada em Sampa!

Anônimo disse...

Eu não queria ir, mas agora deu vontade!!!

Anônimo disse...

Certa vez conversando com um amigo que não é lá muito chegado em música, ele disse: "Esses shows aí, cara. Se vc tirar a produção deles - luz, cenário... sobra pouca coisa"
Eu respondi: "Por isso dá-se o nome de Show"
Quanto a Marisa, quando a vejo assim tão bonita e soberana, como nessa foto de vestido preto, eu fico mais lamentoso ainda pelo abobalhamento de suas músicas.
Que desperdício!
Não se pode confundir ser positivo com ser bobo(a).

PS: Os caras da Nação Zumbi chegaram dez anos atrasado(Que nem a música do Erasmo) na banda dela.
Ahh, tb acho os vocalises de Arrepio lindões.

André Luís disse...

"Ainda bem", perfeição pop romântica?! Ah, tenha paciência, né?! Na minha terra essa música seria outra coisa, mas se é Marisa Monte, a crítica elogia horrores gratuitamente!

Unknown disse...

Estive no show e fiquei extasiado do começo ao fim. Uma verdadeira viagem musical e visual. Marisa Monte já tem ( há muito tempo) o seu nome eternizado no cenário artístico nacional.

P.S: Mauro, acho que houve um erro de digitação nessa sua frase:

"Carlinhos Brown e Marisa Monte, número de falso final e domo uma das mais belas imagens"

E "está entre os melhores show já feitos no Brasil..." show não deve ir para o plural?

Abraços.

André Lima

falsobrilhante disse...

Até que gostaria de ver esse show prá ver se apaga um pouco dessa impressão de abobalhamento, a que se referiu outro comentarista, das músicas da MM de uns tempos prá cá.

falsobrilhante disse...

É tudo uma ilusão, parece que é bom, mas não é. A impressão que tenho que o autor do texto bem poderia acrescentar uma frase conclusiva assim: ou seja, uma bosta.

Alfredo disse...

Parabéns pelo texto Mauro!!! Show hoje é isso, pensar no todo, criar em cima do repertório, envolver o público, trazer o novo, surpreender, proporcionando experiências diferenciadas. Marisa possui um carreira artística, pois tem talento e sabe gerir tudo na medida certa. Ansioso para assistir!

Mauro Ferreira disse...

André Lima, grato pelo toque dos erros de digitação. Na verdade, me espanta que tenham sido somente dois. Trabalhei em condições adversas - o wi fi do hotel falha toda hora, a minha conexão particular estava sem a potência habitual - na hora de postar resenha e roteiro. Mas, enfim, estão aí. Abs, MauroF

tavares disse...

Cara, esse show está incrível! O que é Marisa cantando Sono Como Tu Mi Vuoi??? Linda e com uma voz impecável.
Aos que querem desmerecer Marisa... não é desta vez...

Nívea disse...

Gostei do que li.

Apenas um detalhe: "sob a ótica positivista" se refere a Auguste Comte?

Parabéns pelo texto.

Nívea Gracio

André disse...

Falou tudo Tavares! Falem o que quiser a mulher reina absolutamente no cenário musical!

Mauro Ferreira disse...

Não, Nívea. Nada ver. Quis dizer 'Sob ótica positivista, otimista'. Abs, MauroF

Anônimo disse...

Tinha me passado despercebido a música de abertura. Blanco é certeira e bela.
"Me vejo no que vejo... Sou a criatura do que vejo"
São os parâmetros basicamente que norteiam desnorteando as discussões sobre música, teatro, cinema...
Marisa, mulher de altos parâmetros, quis fazer música popular - embora da aura sofisticada ela não abra mão, mas não teve a manha.
Virou um arremedo boboca dos ídolos dela, e meus, Roberto, Tim e Ben.
Enfim, como diria outro ídolo dela, e meu, Paulinho da Viola:
Coisas do mundo, minha nêga.

PS: Ainda tenho fé que no futuro ela deixe a tatibitati music de lado. Vai saber.

Rhenan Soares disse...

Comovente a admiração que o Mauro tem pela Marisa. Texto deslumbrado, dá gosto de ler.

Quero muito ver o show!

Quero muito ler a primeira crítica sobre o show, também.

Gustavo disse...

O show foi ótimo, concordo com a resenha do Mauro. Mesmo apesar do nervosismo da estréia, Marisa estava plena, cantando como nunca e comunicativa com a plateia.

Eduardo disse...

Parabéns pela resenha e, por tabela, pelos serviços prestados do blog, sempre na ponta das informações.

Correção: O nome da música com o Amarante é O QUE SE QUER. E o fim da música não é clima forrozeiro, mas de frevo, não é?

Abraços.

Mauro Ferreira disse...

Grato, Valente, pelo toque do erro de digitação no nome da música. Pensei uma coisa e escrevi outra. Abs, MauroF

Jorge Reis disse...

Marisa é ótima cantora, mas a muito tempo que seu repertório é nada!...
Temos uma safra de novos e bons compositores, não há ncessidade de se gravar o memo "nã, nã, nã..." a todo momento...
Desperdício.

noca disse...

Gosto de Marisa,gosto de seu último trabalho,mas é fato que ela muito poupada mesmo.Essa coisa de inserir as artes plasticas em seu trabalho não e novidade alguma.Qualquer outra cantora da envergadura dela e das pretensões dela,já teria sido massacrada por tudo e por todos por não ser mais arriscada e surpreendente.Pesa sobremaneira nela o fato de representar de certa forma uma veia neo-tropicalista e varias seguidoras dessa escola.É tacanha,timido por demais seus desdobramentos como criadora e ainda se reserva de forma rigida por demais ao não se permitir por ex. tocar em obras de gigantes de nossa musica.Gostaria muito de ouvi-la cantar um Ivan Lins,um Dori Caymmi,um Lo Borges,entre tantos que Nelson Motta cachava muito chato quando ela cantava na Italia.Existe coisa mais chaaaaaaaaaata que musica italiana?O universo dela é muito particular.Por demais!

Maria disse...

Noca concordo em partes com você sonho em ver Marisa gravar um disco só atuando como intérprete que nem o primeiro porém só com compositores que ela nunca gravou como Djavan, Lenine, Noel Rosa, Dori Caymmi, Paulinho Moska, Zeca Baleiro, Marcelo Camelo enfim... se arriscar mais nesse ponto.

Vladimir disse...

Quinta-feira vou assistir ao show da Marisa Monte aqui em Porto Alegre e embora seja a primeira vez que assisto a um show dela, acredito plenamente na resenha feita pelo Mauro!!

Tenho ouvido o CD e gostado bastante.

Gosto é gosto, diz o velho ditado, mas sinto um certo exagero quando falam mal da Marisa Monte!!

Será que essas pretensas cantoras que muito a imitam seriam melhores que ela? Talvez sim, talvez não!!

Gosto é gosto, não se discute, mas não vamos falar (escrever) com originalidade e imparcialidade.

Anônimo disse...

Só pra finalizar. Ao menos de minha parte porque os fãs dela são mais chatos que os do Los Hermanos e me enchem o saco no email.
Acho essa história de que "gosto não se discute", da maneira como na maioria das vezes é colocada, bem zé mané.
O gosto em si de fato não se discute, mas a qualidade de uma obra sim. Se não o Mauro não teria trabalho e nós não teríamos o que comentar aqui.
O próprio Mauro, fã juramentado da moça, diz que ela tem feito "canções triviais do mercado comum da música".
Penso que a Marisa podia fazer mais que isso, né?
Canções triviais do mercado comum da música é coisa pra belezinha da Paula Fernandes.

PS: Mary, gravar esses caras manjados está longe de ser um risco. Se arriscar é mudar o som, fazer diferente mantendo uma unidade, claro. Como Céu.

noca disse...

Ze Henrique,no caso da carreira dela gravar "esses caras manjados" seriam fator de risco sim.Céu é o que ha de melhor,mas seu repertório e muito fraco em relação ao seu talento.

Unknown disse...

Marisa Monte foi a minha "banda de rock" na adolescência. Aprendi muita coisa de música através dela e das referências (e inspirações)musicais dela, as declaradas e as não tão óbvias.
Mas concordo com todos os comentários do Zé Henrique a respeito desse novo disco, e mesmo não tendo visto o novo show, sou de acordo com o Mauro quando ele encerra o texto dizendo que tudo não passa de um show com "inspirações nas triviais memórias, crônicas e declarações de amor do mercado comum" (achei, aliás, GENIAL, essa afirmação).
Sensação de que o nome da turnê deveria ser: (N)A verdade é uma ilusão.
Uma pena. Mesmo assim, quando ela vier para o Nordeste em Janeiro, irei vê-la.

Anônimo disse...

Noca, realmente, tudo depende das circunstâncias. Já dizia meu xará Ortega y Gasset.
Sendo assim, no marasmo em que se encontra a música da moça vai ver que até gravar artistas manjados possa ser considerado se arriscar.
Veja o ponto que Marisa chegou. :-)

PS: Verdade, Unknown, Marisa tem esse baita mérito de ter sido a porta de entrada de muita gente pra muitos artistas bons.
O que é do homem o bicho não come.

Maria disse...

"Mesmo assim, quando ela vier para o Nordeste em Janeiro, irei vê-la." Acho melhor nem ir! rsrsrs

noca disse...

Ze,não conseguiria jamais excluir a Marisa de um momento politico e econômico do pais e do mundo quando ela surgiu,o neoliberalismo drástico de Collor incendiando tudo que não tivesse retorno financeiro e não se bancasse sozinho.Num pais de cultura rica,mais fragilíssima,isso teve consequencias avassaladoras.Desde la ela era a ecletíssima que cantava de tudo,até Gretchen,menos a MPB dita de qualidade,tachada de chata pelos modernos da época.Era um anacronismo neotropicalista.A ruptura de Marisa com esse conceito ainda não aconteceu.

Anônimo disse...

Então, Noca, a conjuntura política - crises, momentos abastados, ascensão de classes sociais, ideologias/valores reinantes... realmente tem uma grande influência na música que é feita mundo afora. Aqui no Brasil a Bossa Nova com Juscelino, a Tropicália em 68 quando o mundo fervia política e ideologicamente, o Rock BR pós ditadura...
Mas, cara, discordo de duas colocações suas.
Marizete surgiu antes do narigudo corrupto - os anos Collor foram marcados pelo sertanejo fake de Zeze di Camargo, Leandro e Leonardo(gostava desses), Chitão... e ela SEMPRE cantou MPB de qualidade.
Desde os medalhões mais tradicionais(Mano Caetano - De Noite na cama, Chico Buarque - Samba e Amor, Luiz Gonzaga - Xote das Meninas... a Candeia, Cartola, Tim Maia.
Quando ela era neotropicalista eu achava ótimo - as melhores coisas surgidas na música brasileira dos anos 90 pra cá são filhos direta ou indiretamente dos tropicalistas - o problema é que ela virou tribalista.
O tombo foi/é feio de ver/ouvir.

PS: Hummmmm, Mary, tira onda do cara, porém tem as mesmas ressalvas e quando ela baixar na Boa Terra tb vai ver, né?
Engraçadinha vc, hein? :-)
Pois eu não vou nem "de gratis".

Anônimo disse...

Ahh, faltou dizer.
Sem querer ser preconceituoso e já sendo. Ela cobra ingresso para classe A, mas tem feito música classe C.
Como, segundo Mano Caetano e eu concordo, nada é mais Z que a classe A nesse aspecto eu nem acho ruim.
Uma sopa de letrinhas ideologicamente contraditória.
Mas assim é a vida.

noca disse...

Ze,na boa MM quando cantou MPB,cantou,medalhoes(ai sim,os "manjados",Tim Maia,Chico,Caetano,Jorge Ben Jor)nunca se enveredou a fundo,de corpo e alma na MPB.E sem querer ser leviano,me parece que canta e prestigia o samba tradicional,muito pelo seu pai.Mas o certo é que ela vem repetindo as mesmas formulas a anos e é pouco questionada e poupad por isso.E não acho que os tropicalistas sejam melhores que os Mpbistas não.Muito menos quanto a geração dos bossanovistas.Marisa surgiu na era Collor sim.E Nelson Motta,seu produtor,foi um do que abraçaram aquelas ideias.Eram enxurradas de artistas sendo demitidos de gravadoras.Um rompante equivocado que abalou definitivamente toda cultura nacional.

rcvsiqueira disse...

Quem deprecia MM é fã de Gabi Amarantos, Luan Santana, João Lucas e Marcelo e outras pérolas (pra não dizer outra coisa) da música...

rcvsiqueira disse...

Quem deprecia MM é fã de Gabi Amarantos, Luan Santana, João Lucas e Marcelo e outras pérolas (pra não dizer outra coisa) da música...

Anônimo disse...

Noca, os tropicalistas não são melhores que os Mpbistas. É mais uma questão de valores, posicionamento. Em termos de qualidade os dois são imensos.
Tom Jombim, Chico, Elis, Edu Lobo versus Caetano, Gil, Gal, Melodia é empate técnico. Ou melhor, poético.
Como gosto pessoal e no campo das idéias eu tendo bem mais para os tropicalistas.
Quando disse acima que as melhores coisas surgidas nos últimos 20 anos são herdeiras do tropicalismo eu quis dizer dentro da seara pop/rock e mpb/pop - que a qual Marisa se econtra.

PS: Pô, Siqueira. Gaby Amarantos é cult e o Luan Santana não.
São artistas mais ou menos iguais, mas embalados de forma diferente.
Marisa deve gostar da Gaby. Aposto.

Bora virar a página que o livro segue.

Abraço

Tasiana disse...

Na foto Marisa aparece junto com o Dadi. Este para mim é um dos maiores instrumentistas do Brasil. Sua performance no palco é sensacional, mesmo com tantos instrumentos seus acordes no violão se destacam com uma naturalidade que nunca havia visto ao vivo. Ainda tive a sorte de encontra-lo saindo a pé do teatro Guaíra no domingo e poder tirar uma foto com ele.

Vladimir disse...

Gente!! Quanta opinião ortodoxa!! Quantos donos da "verdade"!!

"O que você quer saber de verdade"!! haha

Ah, sejamos mais benevolentes!! Tudo bem que o CD da Marisa não seja lá tão original quanto se esperava, mas será que não se está exigindo tanto de uma cantora que compõe, toca vários instrumentos e apresenta um show que é um verdadeiro espetáculo?? Sem falar no seu carisma e simpatia, coisas que outras "intérpretes", bem mais elogiadas aqui não fazem nem a metade!!

Marisa Monte está perfeita no show que está apresentado e que eu assiti. Mesmo não sendo seu fã, tenho que reconhecer que seu "posto" de grande cantora continua sendo seu.
Sua criação não começa e nem termina em um CD. E o show mostra que ela continua reinando como grande cantora!

Vão assitir ao show!! Vai fazer bem para a alma!!

Unknown disse...

Vladimir disse tudo:
" Quanta opinião ortodoxa!! Quantos donos da verdade!!"

Dá até vontade de rir, por que queiram ou não, gostem ou não, Marisa Monte fez e ainda faz escola e ela, muito provavelmente, não está "nem aí" para o que vão pensar os "donos da verdade".

Ela sabe o que faz e faz sempre muito bem feito.

E o show é muito lindo.

Sorry para quem não viu. rsrs

KL disse...

a culpa é de Nelson Motta: excelente letrista, péssimo caça-talentos.

dani disse...

Oi Mauro, tudo bom? Adorei seu texto e o show, que fui ver ontem aqui em Paris. Vc sabe onde posso achar qual artisa plasrico que fez a imagem de cada musica?