Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 28 de junho de 2012

'4.5 Atual' soa como museu das grandes novidades do Martinho de 1969

Resenha de CD
Título: 4.5 Atual
Artista: Martinho da Vila
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * 

Alinhadas na contracapa de 4.5 Atual, as 19 músicas do 43º álbum de Martinho da Vila bem poderiam  formar a seleção de repertório de coletânea do artista. Mas 15 delas são músicas lançadas pelo cantor e compositor de Duas Barras (RJ) em seu primeiro álbum, Martinho da Vila, posto nas lojas em 1969 pela RCA com estrondoso sucesso popular. Seguindo a tendência revisionista do mercado fonográfico, o sambista revisita - sob a batuta de Rildo Hora, produtor de seus melhores discos - o repertório antológico daquele LP de 1969. O título 4.5. Atual alude aos 45 anos de carreira de Martinho, que despontou nacionalmente em 1967 ao defender o partido alto Menina Moça no III Festival de Música Popular Brasileira, exibido pela TV Record. É por isso que Menina Moça abre o CD de 2012 antes de 4.5. Atual começar a rebobinar o repertório do LP de 1969 com produção luxuosa que - embora encorpe os sambas com cordas, coros e metais - nada acrescenta de relevante aos registros originais. Turbinado com três faixas-bônus (Samba dos Passarinhos, Pãozinho de Açúcar e Partido-Alto de Roda), 4.5. Atual marca o retorno de Martinho à Sony Music dez anos após sua saída da gravadora que, ao herdar o acervo da RCA / BMG Ariola, passou a deter a expressiva produção fonográfica gravada pelo artista entre 1969 e 2002. Discografia iniciada justamente com o histórico álbum de 1969 ora revisitado. Com sucessos como Casa de Bamba e O Pequeno Burguês, o LP marcou época no mundo do samba, expondo ao Brasil o jeito próprio de composição e canto de Martinho. O sambista tem o mérito de ter feito o partido alto ser consumido por um público de classe média - em um tempo em que o gênero era cultuado somente nos quintais de gente humilde e nos morros - e de ter apresentado nova modalidade de samba-enredo, de ritmo mais ágil e versos mais coloquiais, menos pomposos. Yayá do Cais Dourado e Quatro Séculos de Modas e Costumes são sambas-enredos do álbum de 1969 que deram lufada de ar fresco no gênero. Se a manemolência do canto de Martinho dita o ritmo particular de sambas como Pra Que Dinheiro? e Quem É do Mar Não Enjoa,  Tom Maior e Amor, Pra Que Nasceu? são temas em que Martinho esboçou tom mais interiorizado, já atestando sua versatilidade como compositor. Enfim, para quem não tem o álbum de 1969, 4.5 Atual pode (até) surpreender, mas, na real, o CD soa como museu de grandes novidades.

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Alinhadas na contracapa de 4.5 Atual, as 19 músicas do 43º álbum de Martinho da Vila bem poderiam formar a seleção de repertório de coletânea do artista. Mas 15 delas são músicas lançadas pelo cantor e compositor de Duas Barras (RJ) em seu primeiro álbum, Martinho da Vila, posto nas lojas em 1969 pela RCA com estrondoso sucesso popular. Seguindo a tendência revisionista do mercado fonográfico, o sambista revisita - sob a batuta de Rildo Hora, produtor de seus melhores discos - o repertório antológico daquele LP de 1969. O título 4.5. Atual alude aos 45 anos de carreira de Martinho, que despontou nacionalmente em 1967 ao defender o partido alto Menina Moça no III Festival de Música Popular Brasileira, exibido pela TV Record. É por isso que Menina Moça abre o CD de 2012 antes de 4.5. Atual começar a rebobinar o repertório do LP de 1969 com produção luxuosa que - embora encorpe os sambas com cordas, coros e metais - nada acrescenta de relevante aos registros originais. Turbinado com três faixas-bônus (Samba dos Passarinhos, Pãozinho de Açúcar e Partido-Alto de Roda), 4.5. Atual marca o retorno de Martinho à Sony Music dez anos após sua saída da gravadora que, ao herdar o acervo da RCA / BMG Ariola, passou a deter a expressiva produção fonográfica gravada pelo artista entre 1969 e 2002. Discografia iniciada justamente com o histórico álbum de 1969 ora revisitado. Com sucessos como Casa de Bamba e O Pequeno Burguês, o LP marcou época no mundo do samba, expondo ao Brasil o jeito próprio de composição e canto de Martinho. O sambista tem o mérito de ter feito o partido alto ser consumido por um público de classe média - em um tempo em que o gênero era cultuado somente nos quintais de gente humilde e nos morros - e de ter apresentado nova modalidade de samba-enredo, de ritmo mais ágil e versos mais coloquiais, menos pomposos. Yayá do Cais Dourado e Quatro Séculos de Modas e Costumes são sambas-enredos do álbum de 1969 que deram lufada de ar fresco no gênero. Se a manemolência do canto de Martinho dita o ritmo particular de sambas como Pra Que Dinheiro? e Quem É do Mar Não Enjoa, Tom Maior e Amor, Pra Que Nasceu? são temas em que Martinho esboçou tom mais interiorizado, já atestando sua versatilidade como compositor. Enfim, para quem não tem o álbum de 1969, 4.5 Atual pode (até) surpreender, mas, na real, o CD soa como museu de grandes novidades.

Maria disse...

Chatíssimo! Tanto ele como o Zeca Pagodinho! Paulinho Da Viola, Cartola, Nelson Cavaquinho, Roque Ferreira reinam.

Jordão disse...

Bom fiz um comentaruio sobre o que esta moça falou e ñ saiu!! é censura.