Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Exposição emociona ao armar 'circo' que revive imensidão da voz de Elis

Resenha de exposição
Título: Viva Elis
Curadoria: Allen Guimarães
Foto: Rubens Cerqueira
Cotação: * * * * *
Agenda da exposição itinerante Nivea Viva Elis:
De 9 de junho a 8 de julho de 2012 - Usina do Gasometro (Porto Alegre, RS)
De 9 de agosto a 23 de setembro de 2012 - CCBB (Rio de Janeiro, RJ)

A exposição itinerante sobre Elis Regina (1945 - 1982) - parte do projeto multimídia patrocinado pela Nivea para celebrar a cantora no ano em que se completam três décadas de sua saída de cena - está à altura da importância da artista. Farto, o material organizado e selecionado pelo curador Allen Guimarães consegue ser revelador até para conhecedores da trajetória da intérprete. Há cerca de 200 fotos, várias inéditas e outras quase nunca expostas publicamente. Da abrangente seleção audiovisual, que inclui entrevistas e números musicais de programas de TV, vale ressaltar o vídeo em que Elis canta Deixa (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1965) e Upa Neguinho (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri, 1967) em janeiro de 1968, em sua primeira apresentação em Cannes (França), transmitida pelo Eurochannel para a Europa. Há também imagens até então raríssimas de apresentação da cantora na Alemanha, em 1972. Nessas cenas, Elis rebobina Upa Neguinho ao lado de crianças alemãs. Como de praxe em exposições de cantores, os álbuns estão disponibilizados para audição, com suas capas originais, mas sem adição de fonogramas que faça com que a seção desperte maior interesse diante de objetos pessoais como a carteira de trabalho de Elis, das réplicas de figurinos de shows - em especial, os do espetáculo Falso Brilhante (1975 / 1976) - e do vídeo-instalação apelidado de Circo. É quando entra no Circo que toda a exposição faz sentido - sobretudo para quem não viveu a época de Elis - e que todo o material adquire vida. É nesse momento que no escuro, diante de uma tela circular de dimensões cinematográficas, à sós com o canto emblemático da intérprete, o espectador - emocionado - se dá real conta da imensidão da voz de Elis ao vê-la e ouvi-la interpretar músicas como a Canção do Sal (1966) - um tema menor de Milton Nascimento que a cantora tornou grande com sua interpretação - e Como Nossos Pais (Belchior, 1976). Ao fim, quando a imagem se apaga e fica somente o áudio de Fascinação (F. Marchetti e Maurice Feraudy em versão de Armando Louzada gravada pela cantora em 1976), a emoção é total. Assim como a certeza naquele momento de que Elis Regina Carvalho Costa foi - e continua sendo, pois vive na sua obra  - a maior cantora do Brasil.

7 comentários:

Mauro Ferreira disse...

A exposição itinerante sobre Elis Regina (1945 - 1982) - parte do projeto multimídia patrocinado pela Nivea para celebrar a cantora no ano em que se completam três décadas de sua saída de cena - está à altura da importância da artista. Farto, o material organizado e selecionado pelo curador Allen Guimarães consegue ser revelador até para conhecedores da trajetória da intérprete. Há cerca de 200 fotos, várias inéditas e outras quase nunca expostas publicamente. Da abrangente seleção audiovisual, que inclui entrevistas e números musicais de programas de TV, vale ressaltar o vídeo em que Elis canta Deixa (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1965) e Upa Neguinho (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri, 1968) em janeiro de 1968, em sua primeira apresentação em Cannes (França), transmitida pelo Eurochannel para a Europa. Há também imagens até então raríssimas de apresentação da cantora na Alemanha, em 1972. Nessas cenas, Elis rebobina Upa Neguinho ao lado de crianças alemãs. Como de praxe em exposições de cantores, os álbuns estão disponibilizados para audição, com suas capas originais, mas sem adição de fonogramas que faça com que a seção desperte maior interesse diante de objetos pessoais como a carteira de trabalho de Elis, das réplicas de figurinos de shows - em especial, os do espetáculo Falso Brilhante (1975 / 1976) - e do vídeo-instalação apelidado de Circo. É quando entra no Circo que toda a exposição faz sentido - sobretudo para quem não viveu a época de Elis - e que todo o material adquire vida. É nesse momento que no escuro, diante de uma tela circular de dimensões cinematográficas, à sós com o canto emblemático da intérprete, o espectador - emocionado - se dá real conta da imensidão da voz de Elis ao vê-la e ouvi-la interpretar músicas como a Canção do Sal (1966) - um tema menor de Milton Nascimento que a cantora tornou grande com sua interpretação - e Como Nossos Pais (Belchior, 1976). Ao fim, quando a imagem se apaga e fica somente o áudio de Fascinação (F. Marchetti e Maurice Feraudy em versão de Armando Louzada gravada pela cantora em 1976), a emoção é total. Assim como a certeza naquele momento de que Elis Regina Carvalho Costa foi - e continua sendo, pois vive na sua obra - a maior cantora do Brasil.

Felipe dos Santos disse...

Para se ver como opiniões podem mudar: me considero um conhecedor razoável da obra de Elis, e não fiquei tão impressionado quanto achei que ficaria.

Óbvio que a exposição merece as cinco estrelas. Bem cuidada, deixa clara a enorme importância que Elis teve. Mas ainda saí com a impressão de que faltava algo...

Talvez seja pela falta de material farto a respeito da fase que acho mais interessante, na obra da dita cuja: a fase "Trem Azul". Reconheço que não é a melhor, que ali Elis não fez História, como em "Elis & Tom", nos irretocáveis discos de 1973 e 1974, em "Falso Brilhante"... mas é gosto. Dele se faz parte da música, não?

Tirando essa ranhetice minha, fecho com Mauro.

Felipe dos Santos Souza

André Morais disse...

Canção do Sal tema menor de Milton? Nossa, esses críticos realmente se acham, só por uma questão de opinião pessoal, eles falam de forma determinante sobre a qualidade de uma canção.Discordo plenamente, é uma canção das mais inspiradas do Milton, e Elis soube disso desde o início, como incrível pescadora de pérolas que foi.

Anônimo disse...

Putzzz, Mauro, concordo com o André!
Canção do Sal é uma música belíssima, com ou sem Elis, e importante na carreira do Milton.
Fala da labuta diária de maneira bem peculiar.

Káyon disse...

Canção do Sal é mesmo belíssima. Principalmente COM Elis.

Eduardo Cáffaro disse...

Quando visitei a exposição a música que encerrou a parte do Circo com a tela apagada foi: Se eu Quiser falar com Deus. Sera que foi substituida por Fascinação ?

ADEMAR AMANCIO disse...

Adoro milton e elis,mas canção do sal é uma obra e interpretação menor de elis.