Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Em 'Living Things', Linkin Park roça o peso (e a pegada) de tempos idos

Resenha de CD
Título: Living Things
Artista: Linkin Park
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * 1/2

Fãs do Linkin Park que esperam encontrar no quinto álbum de estúdio do grupo norte-americano um disco do alto quilate de Hybrid Theory (2000) ou um novo Meteora (2003) certamente vão se decepcionar com Living Things. A banda anunciou uma volta às origens de seu nü-metal neste disco produzido por Rick Rubin com Mike Shinoda. Em essência, tal retorno às raízes se concretiza, mas não com a força perceptível naqueles dois álbuns iniciais. De todo modo, Living Things se distancia da psicodelia conceitual de seu antecessor - o experimental A Thousand Suns (2010) - e supera com facilidade o descartável Minutes to Midnight (2007), álbum no qual o grupo diluiu seu som em soluções triviais de pop. Em Living Things, o Linkin Park roça (mas não atinge) o peso, a energia e a pegada de tempos idos - qualidades detectadas em faixas grandiosas como Lost in the Echo, destaque entre as 12 inéditas alinhadas no álbum. Victimized, a propósito, figura entre as músicas mais pesadas e virulentas da discografia da banda. Lies Greed Misery é hard rock aditivado com rap e eletrônica (mais especialmente, com batidas de dubstep) que sinaliza a intenção do grupo de voltar a seguir sua receita básica. Single incendiário, Burn It Down reitera a opção por se afastar das experimentações que descaracterizaram progressivamente o som do Linkin Park. I'll Be Gone é power balada que se conecta a outras canções mais ou menos calmas como Castle of Glass (faixa em cujos versos Shinoda expõe certa vulnerabilidade diante das perdas). In My Remains se diferencia pela percussão quase marcial. Faixa dominada pelo rap, Until It Breaks ostenta a agitação e os ruídos típicos do universo do hip hop, mas tem passagens próprias de baladas. Ponto fraco do repertório, Skin to Bone sinaliza - já na segunda metade do álbum - que, não, Living Things não tem no todo o mesmo peso dos dois primeiros álbuns do Linkin Park. Mas nem por isso deixa de redirecionar a banda para suas origens em caminho que parece o certo.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Fãs do Linkin Park que esperam encontrar no quinto álbum de estúdio do grupo norte-americano um disco do alto quilate de Hybrid Theory (2000) ou um novo Meteora (2003) certamente vão se decepcionar com Living Things. A banda anunciou uma volta às origens de seu nü-metal neste disco produzido por Rick Rubin com Mike Shinoda. Em essência, tal retorno às raízes se concretiza, mas não com a força perceptível naqueles dois álbuns iniciais. De todo modo, Living Things se distancia da psicodelia conceitual de seu antecessor - o experimental A Thousand Suns (2010) - e supera com facilidade o descartável Minutes to Midnight (2007), álbum no qual o grupo diluiu seu som em soluções triviais de pop. Em Living Things, o Linkin Park roça (mas não atinge) o peso, a energia e a pegada de tempos idos - qualidades detectadas em faixas grandiosas como Lost in the Echo, destaque entre as 12 inéditas alinhadas no álbum. Victimized, a propósito, figura entre as músicas mais pesadas e virulentas da discografia da banda. Lies Greed Misery é hard rock aditivado com rap e eletrônica (mais especialmente, com batidas de dubstep) que sinaliza a intenção do grupo de voltar a seguir sua receita básica. Single incendiário, Burn It Down reitera a opção por se afastar das experimentações que descaracterizaram progressivamente o som do Linkin Park. I'll Be Gone é power balada que se conecta a outras canções mais ou menos calmas como Castle of Glass (faixa em cujos versos Shinoda expõe certa vulnerabilidade diante das perdas). In My Remains se diferencia pela percussão quase marcial. Faixa dominada pelo rap, Until It Breaks ostenta a agitação e os ruídos típicos do universo do hip hop, mas tem passagens próprias de baladas. Ponto fraco do repertório, Skin to Bone sinaliza - já na segunda metade do álbum - que, não, Living Things não tem no todo o mesmo peso dos dois primeiros álbuns do Linkin Park. Mas nem por isso deixa de redirecionar a banda para suas origens em caminho que parece o certo.

Daniel disse...

Tem algumas musicas mais pesadas mesmo e disseram que foi uma volta as origens mas pra mim tá bem parecido com o Thousand Suns, algumas baladas, algumas no estilo mais metal e outras mais puxadas pro rap, eletronicas. Até a quantidade de musicas que gostei de verdade é a mesma em relaçao ao album anterior, umas 5.