Mauro Ferreira no G1

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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Bethânia interpreta Chico com roteiro de músicas já ouvidas em sua voz

Dos três inéditos espetáculos idealizados para a atual edição do Circuito Cultural, projeto itinerante do Banco do Brasil, Maria Bethânia Interpreta Chico Buarque é o de conceito mais óbvio. Como a cantora sempre interpretou músicas do compositor, esperava-se um roteiro mais surpreendente. No entanto, surpresa é tudo o que o repertório selecionado por Bethânia não oferece. A rigor, o roteiro faz um apanhado das músicas de Chico cantadas pela intérprete ao longo de sua carreira. Até então inéditas na voz de Bethânia, a marchinha A Banda (1966), o samba A Rita (1966) - em que se detecta a influência inicial de Noel Rosa (1910 - 1937) na obra de Chico - e o samba Vai Trabalhar, Vagabundo (1976) eram as únicas novidades do roteiro original (ao lado do samba-enredo Chico Buarque de Mangueira, apresentado pela escola de samba carioca Mangueira no Carnaval de 1998). Só que o samba de 1976 saiu do roteiro já na segunda das cinco apresentações do show no Circuito Cultural, cujo ponto final é em Olinda (PE), cidade onde Bethânia apresentou o show na noite de 19 de janeiro de 2012 para o público embevecido que ocupou todas as 2.450 poltronas do Teatro Guararapes. Eis o roteiro seguido com alegria pela cantora baiana - vista em foto de Mauro Ferreira - na quinta e última (sedutora) apresentação do show Maria Bethânia Interpreta Chico Buarque.

1. Rosa dos Ventos (Chico Buarque, 1971)
2. Baioque (Chico Buarque, 1972)
3. Maninha (Chico Buarque, 1977)
4. Roda Viva (Chico Buarque, 1968)
5. Cala a Boca, Bárbara (Chico Buarque e Ruy Guerra, 1973) 
6. Tire as Mãos de Mim (Chico Buarque e Ruy Guerra, 1973)
7. Cálice (Chico Buarque e Gilberto Gil, 1973)
8. Gente Humilde (Chico Buarque, Vinicius de Moraes e Garoto, 1970)
9. Apesar de Você (Chico Buarque, 1970)
10. Gota d'Água (Chico Buarque, 1975)
11. Sonho Impossível (The Impossible Dream) (J. Darion e M. Leigh em versão de Chico Buarque e Ruy Guerra, 1975)
12. Minha História (Gesubambino) (Lucio Dalla e Paola Palotino em versão de Chico Buarque, 1971)
13. Beatriz (Chico Buarque e Edu Lobo, 1983) - instrumental
14. Terezinha (Chico Buarque, 1977)
15. Cotidiano (Chico Buarque, 1972) 
16. Sem Açúcar (Chico Buarque, 1975)
17. Valsinha (Chico Buarque e Vinicius de Moraes, 1971)
18. João e Maria (Chico Buarque e Sivuca, 1977)
19. Quem te Viu, Quem te Vê (Chico Buarque, 1966) 
20. Noite dos Mascarados (Chico Buarque, 1967)
21. A Rita (Chico Buarque, 1966)
22. Olhos nos Olhos (Chico Buarque, 1976)
23. Tatuagem (Chico Buarque e Ruy Guerra, 1973)
24. Vida (Chico Buarque, 1980)
25. Olê, Olá (Chico Buarque, 1966)
26. Sem Fantasia (Chico Buarque, 1968) - no telão, com Chico Buarque em gravação de 2001
27. Todo o Sentimento (Chico Buarque e Cristóvão Bastos, 1987)
28. Não Existe Pecado ao Sul do Equador (Chico Buarque e Ruy Guerra, 1973)
Bis:
29. A Banda (Chico Buarque, 1966)
30. Chico Buarque de Mangueira (samba-enredo da Mangueira, 1998)

11 comentários:

Maria disse...

Baita repertório! porém eu tiraria "João e Maria" e "Sem Acúçar" e colocaria "Construção" e "Mulheres de Atenas".

Marcelo Barbosa disse...

Mauro,

O samba-enredo do Chico é do ano de 1998 e a verde e rosa foi a campeã junto com a Beija-Flor. Abs

Danilo disse...

Requentando o requentado, Dessa vez nem a Banda ficou de fora. Gosto tanto do Chico quanto de Bethânia, mas realmente: "Lobão tem razão".

Anônimo disse...

Danilo, vc tb tem razão.
Me daria uma profunda tristeza ir a um show desses hoje em dia.
Agora, daqui há uns trinta anos um show como esse cairia bem.
O tempo é o senhor da razão, já dizia o outro de triste memória.

PS: Tb sou muito fã do Chico e do Lobão tb! Aliás, o livro do Lobo(li semana passada) é muito bom!

Gill Sampaio Ominirò disse...

Hoje eu discordo de (quase) todo mundo aqui. Do Mauro, pois pelo que sei não é só A Banda que é inédita com Bethânia. Ela já gravou Gota d'Água, Cotidiano, Valsinha, A Rita, Não Existe Pecado ao Sul do Equador e Chico Buarque de Mangueira? Ainda que tenha feito parte do roteiro de algum show antigo da década de 80, poucos conheciam. Discordo da Mary, pois "Sem Açúcar" não poderia faltar e "Construção" não é música para Bethânia, para mim só Chico pode cantá-la. Discordo muito do Danilo que creio que não deve ter assistido ao show assim como Zé. O qual por prconceito perde de assistir um show emocionante. Há muito anos que não me emociono num show de Bethânia como neste. Gota D'água me levou às lágrimas.

Obs. Lobão nunca tem razão.

Marcelo disse...

Adorei esse repertório! Adoraria q virasse cd/dvd. Me daria uma profunda alegria assistir a esse show. Como podem reclamar de um repertório desse quilate???

Anônimo disse...

Gill, música, vc sabe, tem TUDO a ver com estado de espírito.
Nossas opiniões tem um pouco a ver com ele tb.
As vezes a gente tá mais combativo outras vezes mais contemplativo.
Enfim...
Eu tenho TOTAL respeito pelo Chico e pela Bethânia, que fique bem claro.

PS: Leia o livro do Lobão. É inteligente, divertido e informativo. Vai gostar.

Gill Sampaio Ominirò disse...

Marcelo, as pessoas querem novidade! Já falei isso aqui uma vez. As pessoas não se dão conta de que permitem que o capitalismo e sua cultura descartável os invadam. As pessoas querem mais. Revisitar clássicos no Brasil é pecado, quase um crime.

santana disse...

Assisti ao show em SP e, apesar de uns pesares, gostei bastante. Eu também dispensaria canções como João e Maria, Apesar de Você, Maninha, que, embora bonitas, estão por demais batidas pela própria Bethânia - até no CD de Joana ela cantou Maninha. Mas concordo com Gill que há momentos de rara emoção. Gota Dágua e Tatuagem foram de arrepiar. E Minha História é sempre um torpedo.

Agora, Gill, Cotidiano e Valsinha ela gravou em compacto complementando o LP Drama III Ato. E existe em CD numa coletânea onde ela canta apenas Chico. Mas concordo, são gravações raras e nada 'surradas', totalmente à vontade no roteiro do show.

Daทilo disse...

Tem razão, Zé Henrique, o livro do Xurupito é ótimo. Lobão é um provocador fundamental e de inteligência acima da média. Se o rock errou não foi por culpa dele. Realmente, vale a leitura.

Mauro Ferreira disse...

Grato, Marcelo Barbosa, por me alertar que o samba da Mangueira é do Carnaval de 1998, não de 1997. Já corrigi o texto. Abs, MauroF