Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Scandurra suinga com Arnaldo no toque afro da kora de Toumani Diabaté

Resenha de CD / DVD
Título: Especial MTV A Curva da Cintura Mali-Brasil
Artistas: Arnaldo Antunes, Edgard Scandurra e Toumani Diabaté
Gravadora: Rosa Celeste
Cotação: * * * 1/2

A Curva da Cintura é projeto fonográfico nascido dos shows que reuniram Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra a partir de 2009. O que seria um trabalho em dupla ganhou a adesão do músico malinês Toumani Diabaté, virtuose da kora, espécie de harpa africana. Desdobramento do show feito pelo trio na edição de 2010 do festival Back 2 Black, A Curva da Cintura é CD marcado pela kora. O instrumento de Diabaté pontua os registros das 18 músicas reunidas no disco gravado entre Bamako - capital do Mali, país da África - e São Paulo (SP) em abril e maio de 2011. A viagem musical do trio foi captada em vídeo por Dora Jobim para documentário exibido no DVD vendido separadamente ou embalado em box que junta CD e DVD. Também comercializado de forma avulsa, o CD produzido por Gustavo Lenza é o supra-sumo do projeto. Em sintonia com o toque afro da kora de Diabaté, Scandurra pilota violões e guitarra com suingue nem sempre perceptível no toque magistral de sua guitarra. Pena que o repertório - dominado por parcerias de Antunes com Scandurra, embora Diabaté assine sozinho Kaira (tema que ganhou versos adicionais de Antunes), Rio Seco e Yacine - não esteja à altura da produção recente mostrada pelo ex-Titã em seus últimos álbuns individuais. Ainda assim, trata-se de repertório com alguns ótimos momentos. Faixa de pegada roqueira, Um Senhor (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) evoca até a melhor fase dos Titãs. Que me Continua (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) é canção amorosa de beleza tribalista que pode até virar hit se ganhar a voz de uma cantora como Marisa Monte. Cara (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) é outro destaque do cancioneiro da dupla, valorizado pelos vocais de Antunes. A propósito, as faixas dominadas pelos vocais de Scandurra - casos de Coração de Mãe (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra), Muito Além (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) e da roqueira Se Você (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) - saem em desvantagem porque o guitarrista se exercita mal na arte de cantar. Já  Ir, Mão (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) se diferencia pelo jogo de palavras da letra que reitera a habilidade de Antunes de flertar com a poesia concreta. No todo, A Curva da Cintura é disco pautado por sons acústicos e delicados (extraídos sobretudo da bela kora de Diabaté), embora o pulso roqueiro ainda pulse em alguns momentos.

7 comentários:

Mauro Ferreira disse...

A Curva da Cintura é projeto fonográfico nascido dos shows que reuniram Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra a partir de 2009. O que seria um trabalho em dupla ganhou a adesão do músico malinês Toumani Diabaté, virtuose da kora, espécie de harpa africana. Desdobramento do show feito pelo trio na edição de 2010 do festival Back 2 Black, A Curva da Cintura é CD marcado pela kora. O instrumento de Diabaté pontua os registros das 18 músicas reunidas no disco gravado entre Bamako - capital do Mali, país da África - e São Paulo (SP) em abril e maio de 2011. A viagem musical do trio foi captada em vídeo por Dora Jobim para documentário exibido no DVD vendido separadamente ou embalado em box que junta CD e DVD. Também comercializado de forma avulsa, o CD produzido por Gustavo Lenza é o supra-sumo do projeto. Em sintonia com o toque afro da kora de Diabaté, Scandurra pilota violões e guitarra com suingue nem sempre perceptível no toque magistral de sua guitarra. Pena que o repertório - dominado por parcerias de Antunes com Scandurra, embora Diabaté assine sozinho Kaira (tema que ganhou versos adicionais de Antunes), Rio Seco e Yacine - não esteja à altura da produção recente mostrada pelo ex-Titã em seus últimos álbuns individuais. Ainda assim, trata-se de repertório com alguns ótimos momentos. Faixa de pegada roqueira, Um Senhor (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) evoca até a melhor fase dos Titãs. Que me Continua (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) é canção amorosa de beleza tribalista que pode até virar hit se ganhar a voz de uma cantora como Marisa Monte. Cara (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) é outro destaque do cancioneiro da dupla, valorizado pelos vocais de Antunes. A propósito, as faixas dominadas pelos vocais de Scandurra - casos de Coração de Mãe (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra), Muito Além (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) e da roqueira Se Você (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) - saem em desvantagem porque o guitarrista se exercita mal na arte de cantar. Já Ir, Mão (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) se diferencia pelo jogo de palavras da letra que reitera a habilidade de Antunes de flertar com a poesia concreta. No todo, A Curva da Cintura é disco pautado por sons acústicos e delicados (extraídos sobretudo da bela kora de Diabaté), embora o pulso roqueiro ainda pulse em alguns momentos.

Maria disse...

Só consigo gostar de Arnaldo Antunes através de Marisa Monte mesmo, jamais compraria um Cd dele pra ouvi-lo cantar.

André disse...

Arnaldo é o cara...sempre gostei dele, desde a época dos Titãs. Depois em carreira solo, a eterna parceria com Marisa e seus projetos especiais como este novo, o Pequeno cidadão, trilhas sonoras de filmes e to ansioso pelo Acústico MTV em março.

Anônimo disse...

Sou fanzaço, mas esse cd não desperta meu interesse.
Arnaldo impressiona pela quantidade e qualidade.

PS: Mary, via Marisa vai complicar.
Ela antigamente pegava as melhores dele, agora escolhe as piores.

Maria disse...

Pois é, Zé Henrique! Marisa ultimamente anda com um mau gosto de escolha do repertório absurdo! me refiro as músicas mais antigas, como "Alta Noite", "Bem Leve" por exemplo aprendi a gostar dele só através dela.

Anônimo disse...

Mary, experimente os primeiros discos dele.
- Ninguém
- O Silêncio
- O Som
Lembra um pouco a fase boa dos Titãs.
Depois ele enveredou pelo caminho mais pop, mas com a mesma competência. Ao contrário dos colegas da antiga banda.
O cara é bonzão!

Maria disse...

Valeu, Zé Henrique! agradeço suas sugestões vou atrás.