Mauro Ferreira no G1

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sábado, 30 de julho de 2011

Devotos do iê iê iê, Filhos da Judith debutam em disco com fôlego juvenil

Resenha de CD
Título: Filhos da Judith
Artista: Filhos de Judith
Gravadora: Coqueiro Verde Records
Cotação: * * * 1/2

Trio carioca que caiu nas graças e nos discos de Erasmo Carlos, Filhos da Judith debuta no mercado fonográfico com álbum editado pela Coqueiro Verde Records, a gravadora do Tremendão. O CD Filhos da Judith apresenta 17 músicas em menos de 40 minutos, indício do fôlego e da urgência juvenis que ditam o ritmo deste disco que desencava as raízes do rock dos anos 60, evocando influências como The Beatles e The Who. Drive N' Beat (Pedro Dias e Luiz Lopez) é puro iê-iê-iê. "Eu quero olhar o céu com óculos 3D / E achar o "z" na máquina de escrever / Sintonizar o rádio e ouvir o yeah-yeah-yeah", entregam os versos iniciais de Technicolor Love (Pedro Dias), explicitando a fonte do rock dos Filhos da Judith. Nem precisava. Basta ouvir a balada Sha La La (Pedro Dias, Luiz Lopes e Liminha) - faixa letrada por Liminha, produtor escalado para formatar o disco - para identificar o toque sessentista que dá o tom retrô do álbum, situando temas como Quase Esqueci de mim (Luiz Lopez) e Deixe Eu Dizer (Pedro Dias) em algum lugar desse passado glorioso do rock. O problema de Filhos da Judith, o CD, é que nem todo o repertório autoral da banda está à altura da pegada azeitada do trio. À medida que o disco avança, as músicas vão ficando menos sedutoras, ressaltando os vocais deficientes do baixista Pedro Dias e do guitarrista Luiz Lopes, que formam o trio com o baterista Alan Fontenele. Nada tão grave assim no universo do rock, em que a atitude conta mais do que uma voz límpida e rigorosamente afinada. Entre rocks (Tupi N' Guarani, de Pedro Dias) e baladas (Baby Sempre Assim, do mesmo Pedro Dias), o álbum se afasta uma única vez da rota autoral para apresentar canção inédita de Samuel Rosa e Chico Amaral, Parque Imaginário, ajustada ao tom retrô do simpático disco. Os Filhos da Judith são netos da turma do iê-iê-iê e seriam naturalmente convidados para a festa de arromba dos 60.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Trio carioca que caiu nas graças e nos discos de Erasmo Carlos, Filhos da Judith debuta no mercado fonográfico com álbum editado pela Coqueiro Verde Records, a gravadora do Tremendão. O CD Filhos da Judith apresenta 17 músicas em menos de 40 minutos, indício do fôlego e da urgência juvenis que ditam o ritmo deste disco que desencava as raízes do rock dos anos 60, evocando influências como The Beatles e The Who. Drive N' Beat (Pedro Dias e Luiz Lopez) é puro iê-iê-iê. "Eu quero olhar o céu com óculos 3D / E achar o "z" na máquina de escrever / Sintonizar o rádio e ouvir o yeah-yeah-yeah", entregam os versos iniciais de Technicolor Love (Pedro Dias), explicitando a fonte do rock dos Filhos da Judith. Nem precisava. Basta ouvir a balada Sha La La (Pedro Dias, Luiz Lopes e Liminha) - faixa letrada por Liminha, produtor escalado para formatar o disco - para identificar o toque sessentista que dá o tom retrô do álbum, situando temas como Quase Esqueci de mim (Luiz Lopez) e Deixe Eu Dizer (Pedro Dias) em algum lugar desse passado glorioso do rock. O problema de Filhos da Judith, o CD, é que nem todo o repertório autoral da banda está à altura da pegada azeitada do trio. À medida que o disco avança, as músicas vão ficando menos sedutoras, ressaltando os vocais deficientes do baixista Pedro Dias e do guitarrista Luiz Lopes, que formam o trio com o baterista Alan Fontenele. Nada tão grave assim no universo do rock, em que a atitude conta mais do que uma voz límpida e rigorosamente afinada. Entre rocks (Tupi N' Guarani, de Pedro Dias) e baladas (Baby Sempre Assim, do mesmo Pedro Dias), o álbum se afasta uma única vez da rota autoral para apresentar canção inédita de Samuel Rosa e Chico Amaral, Parque Imaginário, ajustada ao tom retrô do simpático disco. Os Filhos da Judith são netos da turma do iê-iê-iê e seriam naturalmente convidados para a festa de arromba dos 60.