Mauro Ferreira no G1

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sábado, 9 de julho de 2011

Não é pecado apreciar hits de Sinatra com cantores e arranjos metaleiros

Resenha de CD
Título: Sin-Atra
Artista: Vários Artistas
Gravadora: Armoury Records / Eagle Records / ST2
Cotação: * * *

Com título que faz trocadilho com o nome de Frank Sinatra (1915 - 1998) e a palavra pecado (sin, em inglês), o inusitado tributo Sin-Atra apresenta 12 músicas associadas ao repertório do emblemático cantor norte-americano com arranjos de rock pesado e as vozes de cantores de grupos de metal. E, para quem tem os ouvidos fechados para qualquer tipo de preconceito, não vai ser nenhum pecado ouvir e apreciar o disco produzido pelo guitarrista Bob Kulick com o baterista Brett Chassen. A impressão é positiva já na abertura com Theme from New York, New York, que tem preservada sua grandiosidade no registro de Devin Townsend (do grupo Strapping Young Lad). Mesmo com a inevitável perda de seu suingue, I've Got You Under my Skin também se ajusta bem ao peso da gravação de Glenn Hughers (ex-integrante do Deep Purple). Verdade seja dita: do ponto de vista instrumental, Sin-Atra é disco de peso - com trocadilho. Basta ouvir Witchcraft no registro de Tim Ripper Owens (ex-integrante do Judas Priest) para atestar a competência de riffs à altura de qualquer bom disco de metal. O mesmo podendo ser dito do arranjo de Fly me to the Moon, que certamente nunca ganhou vocais tão rascantes quanto os de Robin Zander (do grupo Cheap Trick). Mas é preciso ter a pré-disposição de aceitar sem pré-conceitos a proposta curiosa de Sin-Atra. Afinal, músicas como Strangers in the Night - a cargo de Joey Belladonna (Anthrax), no registro mais respeitoso do tributo - vão soar no mínimo... estranhas para quem estava habituados a ouvi-las na voz impecavelmente polida de Sinatra. E, acredite se quiser, há até um mínimo de delicadeza na introdução de I've Got The World on a String, tema rebobinado sem brilho especial na voz de dUg Pinnick (King's X). Enfim, o disco recém-editado no Brasil via ST2 tem lá seus encantos, sim. Pecado é não entender que a boa música sempre ultrapassa rótulos e fronteiras estéticas.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Com título que faz trocadilho com o nome de Frank Sinatra (1915 - 1998) e a palavra pecado (sin, em inglês), o inusitado tributo Sin-Atra apresenta 12 músicas associadas ao repertório do emblemático cantor norte-americano com arranjos de rock pesado e as vozes de cantores de grupos de metal. E, para quem tem os ouvidos fechados para qualquer tipo de preconceito, não vai ser nenhum pecado ouvir e apreciar o disco produzido pelo guitarrista Bob Kulick com o baterista Brett Chassen. A impressão é positiva já na abertura com Theme from New York, New York, que tem preservada sua grandiosidade no registro de Devin Townsend (do grupo Strapping Young Lad). Mesmo com a inevitável perda de seu suingue, I've Got You Under my Skin também se ajusta bem ao peso da gravação de Glenn Hughers (ex-integrante do Deep Purple). Verdade seja dita: do ponto de vista instrumental, Sin-Atra é disco de peso - com trocadilho. Basta ouvir Witchcraft no registro de Tim Ripper Owens (ex-integrante do Judas Priest) para atestar a competência de riffs à altura de qualquer bom disco de metal. O mesmo podendo ser dito do arranjo de Fly me to the Moon, que certamente nunca ganhou vocais tão rascantes quanto os de Robin Zander (do grupo Cheap Trick). Mas é preciso ter a pré-disposição de aceitar sem pré-conceitos a proposta curiosa de Sin-Atra. Afinal, músicas como Strangers in the Night - a cargo de Joey Belladonna (Anthrax), no registro mais respeitoso do tributo - vão soar no mínimo... estranhas para quem estava habituados a ouvi-las na voz impecavelmente polida de Sinatra. E, acredite se quiser, há até um mínimo de delicadeza na introdução de I've Got The World on a String, tema rebobinado sem brilho especial na voz de dUg Pinnick (King's X). Enfim, o disco recém-editado no Brasil via ST2 tem lá seus encantos, sim. Pecado é não entender que a boa música sempre ultrapassa rótulos e fronteiras estéticas.