Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Boas melodias de 'Strangeland' alicerçam volta do Keane ao pop básico

Resenha de CD
Título: Strangeland
Artista: Keane
Gravadora: Island Records / Universal Music
Cotação: * * * *

Quarto álbum de estúdio do Keane, Strangeland simboliza outra mudança de rota na trajetória fonográfica do grupo inglês - agora um quarteto com a incorporação do baixista Jesse Quin. No caso, a banda engata a marcha ré e retornar em direção a um som pop e simples que reconecta o Keane ao seu álbum de estreia, Hopes and Fears (2004). No dançante álbum anterior, Perfect Symmetry (2009), o então trio apostou em som marcado por guitarras e eletricidade jovial - trilha seguida com menos inspiração no posterior EP Night Train (2010). Em Strangeland, o grupo descarta as experimentações e volta a apostar num pop redondo com algum teor de melancolia, mas não na dose extrema de seu segundo álbum, Under The Iron Sea (2006). Com essa volta ao básico, o Keane corre o risco de novamente ser encarado no universo pop como um Coldplay genérico - e de fato há ecos do som da banda de Chris Martin em temas (sedutores) como You Are Young e Silenced By The Night. De todo modo, a exuberância do repertório inédito e autoral do quarteto faz com que Strangeland se imponha acima de rótulos e comparações. Músicas como Disconnected, Sovereign Light Café, Day Will Come e On the Road são envolventes, vocacionadas para as paradas e os estádios. Já Watch How You Go é bela balada que reitera a inspiração melódica da safra 2012 de inéditas do Keane. Por mais que haja eventuais experimentações ao longo de Strangeland, em especial em Black Rain (faixa de vocais quase mântricos e clima meio Radiohead), o álbum cativa e se revela coeso. O produtor Dan Grech-Marguerat parece ter entendido que a ordem, ao contrário do que apregoa o desconexo título Strangeland, é soar o menos estranho possível. Com os teclados de Tim Rice-Oxley novamente à frente do som do bom grupo, o Keane dispara munição certeira rumo ao mainstream. O Coldplay que se cuide...

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Quarto álbum de estúdio do Keane, Strangeland simboliza outra mudança de rota na trajetória fonográfica do grupo inglês - agora um quarteto com a incorporação do baixista Jesse Quin. No caso, a banda engata a marcha ré e retornar em direção a um som pop e simples que reconecta o Keane ao seu álbum de estreia, Hopes and Fears (2004). No dançante álbum anterior, Perfect Symmetry (2009), o então trio apostou em som marcado por guitarras e eletricidade jovial - trilha seguida com menos inspiração no posterior EP Night Train (2010). Em Strangeland, o grupo descarta as experimentações e volta a apostar num pop redondo com algum teor de melancolia, mas não na dose extrema de seu segundo álbum, Under The Iron Sea (2006). Com essa volta ao básico, o Keane corre o risco de novamente ser encarado no universo pop como um Coldplay genérico - e de fato há ecos do som da banda de Chris Martin em temas (sedutores) como You Are Young e Silenced By The Night. De todo modo, a exuberância do repertório inédito e autoral do quarteto faz com que Strangeland se imponha acima de rótulos e comparações. Músicas como Disconnected, Sovereign Light Café, Day Will Come e On the Road são envolventes, vocacionadas para as paradas e os estádios. Já Watch How You Go é bela balada que reitera a inspiração melódica da safra 2012 de inéditas do Keane. Por mais que haja eventuais experimentações ao longo de Strangeland, em especial em Black Rain (faixa de vocais quase mântricos e clima meio Radiohead), o álbum cativa e se revela coeso. O produtor Dan Grech-Marguerat parece ter entendido que a ordem, ao contrário do que apregoa o desconexo título Strangeland, é soar o menos estranho possível. Com os teclados de Tim Rice-Oxley novamente à frente do som do bom grupo, o Keane dispara munição certeira rumo ao mainstream. O Coldplay que se cuide...

Daniel disse...

O álbum é bom mas enjoa muito rápido. Os arranjos e melodias são muito parecidos. Coldplay não precisa se preocupar nem um pouco. Seu último álbum conseguiu ao mesmo tempo ser experimental sem fugir da essência da banda. Uniu vários ritmos (hip hop, rock, folk, country, tecno) sem perder a coesão em torno do eixo conceitual do Mylo Xyloto. E já gerou alguns hits cantados por multidões nos estádios mundo afora, sem que esse tenha sido o objetivo do álbum. Pois, para isso seria mais cômodo uma simples volta ap básico e trivial como fez o Keane. E mesmo tendo mirado esse sucesso fácil, não acredito muito que o Strangeland repercuta muito. De qualquer forma, é um album bom, bem melhor que o anterior. Antes soar repetitivo que deslocado (Keane nao combina com sonzinhos alegres). Mas ainda fico aguardando a banda fazer outra pérola como Somewhere Only We Know...

Chabacano disse...

Para os meus ouvidos, eles são superiores ao Coldplay, que tem a sorte de ter um vocalista muito carismático, bonito, talentoso e simpático, mas musicalmente falando os álbuns do Keane são mais atraentes.