Mauro Ferreira no G1

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domingo, 24 de junho de 2012

Bieber cresce em 'Believe' sem deixar de ser barato conquistador 'teen'

Resenha de CD
Título: Believe
Artista: Justin Bieber
Gravadora: Island Records / Universal Music
Cotação: * * 1/2

Justin Bieber cresceu. Aos 18 anos, o ídolo teen faz pose à moda de James Dean (1931 - 1955) na capa de seu terceiro álbum de estúdio, Believe, lançado em escala mundial na última terça-feira, 19 de junho de 2012. O crescimento - inclusive o artístico - do rapaz é perceptível ao longo das 16 faixas do disco. Mas Bieber evolui sem deixar de encarnar o conquistador barato de adolescentes, como já sinalizara o primeiro single do álbum, Boyfriend, editado em março. Por mais que faixas turbinadas com batidas de pop dance como All Around The World (tema repleto de autotune no qual figura o rapper Ludacris) mirem um público mais adulto, o alvo preferencial de Bieber continua sendo as meninas febris que o idolatram. É para elas e por elas que Believe vem com dois encartes, sendo um somente com fotos do cantor-galã. É para elas que Bieber canta baladas mais ou menos melosas como Be AlrightCatching Feelings - a melhor da safra, com ecos de Michael Jackson (1958 - 2009) - e Fall, exercitando tons mais graves no canto para se distanciar da voz aguda de menino. E por falar no autoproclamado Rei do Pop, Die in Your Arms - um dos poucos momentos realmente bacanas de Believe - ostenta sample de We Got a Good Thing Going na gravação de Jackson. Entre músicas ginasiais (Take You e One Love, sobretudo) e ligeiros flertes adolescentes como o dubstep (As Long As You Love Me, faixa aditivada com rap de Big Sean), Believe jamais deixa de acenar para as paradas, recorrendo à receita pop seguida à exaustão pela indústria fonográfica norte-americana. Basta ouvir Beauty and a Beat - faixa de tom pop dance gravada com a adesão da rapper Nicki Minaj (que cita marotamente Selena Gomez, namorada de Bieber, em discurso mais contido do que seu falatório habitual) - para perceber o caráter industrializado do álbum. No fim, ecos de Michael Jackson ressoam novamente em Maria, música na qual Bieber alfineta a fã que tentou lhe aplicar o golpe da barriga. Sim, como mostram também temas mais adultos como Out of Town Girl, Justin Bieber cresceu. E Believe sinaliza que, quando o astro adolescente conseguir se livrar do papel de conquistador barato, tal crescimento vai ser maior.

4 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Justin Bieber cresceu. Aos 18 anos, o ídolo teen faz pose à moda de James Dean (1931 - 1955) na capa de seu terceiro álbum de estúdio, Believe, lançado em escala mundial na última terça-feira, 19 de junho de 2012. O crescimento - inclusive o artístico - do rapaz é perceptível ao longo das 16 faixas do disco. Mas Bieber evolui sem deixar de encarnar o conquistador barato de adolescentes, como já sinalizara o primeiro single do álbum, Boyfriend, editado em março. Por mais que faixas turbinadas com batidas de pop dance como All Around The World (tema cheio de autotune no qual figura o rapper Ludacris) mirem público mais adulto, o alvo preferencial de Bieber continua sendo as meninas febris que o idolatram. É para elas e por elas que Believe vem com dois encartes, sendo um somente com fotos do cantor-galã. É para elas que Bieber canta baladas mais ou menos melosas como Be Alright, Catching Feelings - a melhor da safra, com ecos de Michael Jackson (1958 - 2009) - e Fall, exercitando tons mais graves no canto para se distanciar da voz aguda de menino. E por falar no autoproclamado Rei do Pop, Die in Your Arms - um dos poucos momentos realmente bacanas de Believe - ostenta sample de We Got a Good Thing Going na gravação de Jackson. Entre músicas ginasiais (Take You e One Love, sobretudo) e ligeiros flertes adolescentes como o dubstep (As Long As You Love Me, faixa aditivada com rap de Big Sean), Believe jamais deixa de acenar para as paradas, recorrendo à receita pop seguida à exaustão pela indústria fonográfica norte-americana. Basta ouvir Beauty and a Beat - faixa de tom pop dance gravada com a adesão da rapper Nicki Minaj (que cita marotamente Selena Gomez, namorada de Bieber, em discurso mais contido do que seu falatório habitual) - para perceber o caráter industrializado do álbum. No fim, ecos de Michael Jackson ressoam novamente em Maria, música na qual Bieber alfineta a fã que tentou lhe aplicar o golpe da barriga. Sim, como mostram também temas mais adultos como Out of Town Girl, Justin Bieber cresceu. E Believe sinaliza que, quando o astro adolescente conseguir se livrar do papel de conquistador barato, tal crescimento vai ser maior.

Maria disse...

Lixo puro!

Daniel disse...

A sonoridade do cantor evoluiu assim como o timbre vocal, mas infelizmente ele não consegue reproduzir o timbre modificado em estúdio para os palcos. A maior parte das apresentações é em playback. E a mensagem das canções (letras) continuam as mesmas. Quero ser seu namorado, te dar tudo que tenho, você é minha garota, todos vao nos invejar, lhe darei milhoes de anéis e etc. rs. Além disso, na propria sonoridade, houve uma melhora mas ainda muito rasa e pasteurizada, haja vista a necessidade do acréscimo de previsíveis batidas eletrônicas e rappers (fora o já dito anteriormente). Ele tem talento (sabe tocar vários instrumentos, tem carisma e canta e dança razoavelmente bem) mas deveria ter melhores mentores que lhe dessem as cançoes e direçoes certas (como a Britney e Rihanna por exemplo).

Anônimo disse...

O Justin não quer ser mais um "conquistador de adolescentes", ele tá se voltando ao público adulto agora.