Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Em 'MDNA', Madonna expressa na pista a dor e a delícia de ser Madonna

Resenha de CD
Título: MDNA
Artista: Madonna
Gravadora: Interscope Records / Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Após flerte controvertido com o hip-hop em Hard Candy (2008), álbum no qual seguiu os padrões da música norte-americana para reconquistar o terreno perdido nas rádios dos Estados Unidos, Madonna volta a se jogar na pista com MDNA, seu recém-lançado 12º álbum de estúdio, o primeiro previsto no contrato milionário assinado com a Interscope Records. Mas Madonna se joga novamente na pista sem todo o brilho e poder de sedução de Confessions on a Dance Floor (2005), como mostram faixas como Beautiful Killer e  Some Girls e como já sinalizara o single Girl Gone Wild, cuja letra cita o título de hit da outrora rival Cyndi Lauper. Para formatar MDNA, Madonna recrutou hypado exército de produtores capitaneado por William Orbit (piloto do aclamado Ray of Light, álbum de 1998), Martin Solveig, The Demolition Crew e os irmãos Benny & Alle Benassi. Esse time leva Madonna a oscilar entre a experimentação e a manutenção de sua fórmula dance. Em Give Me All  Your Luvin', Madonna consegue até conectar MDNA a Hard Candy pela presença das rappers M.I.A. e Nicky Minaj. Contudo, MDNA se revela interessante sem de fato contagiar. O momento mais inspirador e arrojado é Gang Bang, faixa em que uma antenada Madonna recorre ao dubstep - atual tendência nas pistas europeias - em clima de Kill Bill. Contudo, é no refrão irresistivelmente pop de Superstar - faixa urdida com vocais de Lourdes Maria, a filha adolescente da estrela e musa da faixa - que Madonna mostra que continua sendo Madonna. A batida house de Turn Up the Radio também é capaz de fazer ferver a písta, mais até do que I'm Addicted, tema quente cuja letra provoca a associação do título MDNA com a droga conhecida como MDMA. Em I Don't Give A, o flerte com o hip hop se refaz através da conexão com a rapper Nicki Minaj. Nesta música, Madonna faz suas confissões na pista de dança ao se referir ao fracasso de seu casamento com o cineasta inglês Guy Ritchie, de quem se divorciou em 2008 após oito anos de união e dois filhos. A falência afetiva é também o assunto de Love Spent (tema de arquitetura mais inusitada que mostra que, quando quer, Madonna sabe experimentar e até ousar dentro do universo dance) e da balada confessional I Fucked Up, faixa da Deluxe Edition de MDNA em que Madonna assume sua parcela de culpa no divórcio. De todo modo, a estrela exorciza na pista eventuais culpas - inclusive a católica - na batida de I'm a Sinner. No fim, Masterpiece - a melodiosa balada composta por Madonna para turbinar a trilha sonora de seu filme W.E. - e a melancólica Falling Free encerram MDNA em clima de chill out, mas com o diferencial de a climática Falling Free flagrar Madonna em introspectivo momento de revisão de vida e de exposição de perdas, ganhos e valores. É fecho coerente para um álbum igualmente coerente porque, em essência, em MDNA Madonna expressa na pista a dor e a delícia de ser...Madonna.

9 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Após flerte controvertido com o hip-hop em Hard Candy (2008), álbum no qual seguiu os padrões da música norte-americana para reconquistar o terreno perdido nas rádios dos Estados Unidos, Madonna volta a se jogar na pista com MDNA, seu recém-lançado 12º álbum de estúdio, o primeiro previsto no contrato milionário assinado com a Interscope Records. Mas Madonna se joga novamente na pista sem todo o brilho e poder de sedução de Confessions on a Dance Floor (2005), como mostram faixas como Beatiful Killer e Some Girls e como já sinalizara o single Girl Gone Wild, cuja letra cita verso de hit da outrora rival Cyndi Lauper. Para formatar MDNA, Madonna recrutou hypado exército de produtores capitaneado por William Orbit (piloto do aclamado Ray of Light, álbum de 1998), Martin Solveig, The Demolition Crew e os irmãos Benny & Alle Benassi. Esse time leva Madonna a oscilar entre a experimentação e a manutenção de sua fórmula dance. Em Give Me All Your Luvin', Madonna consegue até conectar MDNA a Hard Candy pela presença das rappers M.I.A. e Nicky Minaj. Contudo, MDNA se revela interessante sem de fato contagiar. O momento mais inspirador e arrojado é Gang Bang, faixa em que uma antenada Madonna recorre ao dubstep - atual tendência nas pistas europeias - em clima de Kill Bill. Contudo, é no refrão irresistivelmente pop de Superstar - faixa urdida com vocais de Lourdes Maria, a filha adolescente da estrela e musa da faixa - que Madonna mostra que continua sendo Madonna. A batida house de Turn Up the Radio também é capaz de fazer ferver a písta, mais até do que I'm Addicted, tema quente cuja letra provoca a associação do título MDNA com a droga conhecida como MDMA. Em I Don't Give A, o flerte com o hip hop se refaz através da conexão com a rapper Nicki Minaj. Nesta música, Madonna faz suas confissões na pista de dança ao se referir ao fracasso de seu casamento com o cineasta inglês Guy Ritchie, de quem se divorciou em 2008 após oito anos de união e dois filhos. A falência afetiva é também o assunto de Love Spent (tema de arquitetura mais inusitada que mostra que, quando quer, Madonna sabe experimentar e até ousar dentro do universo dance) e da balada confessional I Fucked Up, faixa da Deluxe Edition de MDNA em que Madonna assume sua parcela de culpa no divórcio. De todo modo, a estrela exorciza na pista eventuais culpas - inclusive a católica - na batida de I'm a Sinner. No fim, Masterpiece - a melodiosa balada composta por Madonna para turbinar a trilha sonora de seu filme W.E. - e a melancólica Falling Free encerram MDNA em clima de chill out, mas com o diferencial de a climática Falling Free flagrar Madonna em introspectivo momento de revisão de vida e de exposição de perdas, ganhos e valores. É fecho coerente para um álbum igualmente coerente porque, em essência, em MDNA Madonna expressa na pista a dor e a delícia de ser...Madonna.

Luca disse...

Gang band e i'm addicted valem o cd, bem melhores que muitas músicas do Confessions

Anônimo disse...

A músida dela aos meus ouvidos sempre foi fajuta, mas admiro a condução da carreira dela.
Não é fácil se manter décadas em evidencia no segmento musical que ela pertence.
Ahh, e suas entrevistas são bem boas. Com sua inteligência não rara vezes tripudia dos jornalistas.
Uma vez vi o pimpão Zeca Camargo falar que o cara que estava a sua frente pra fazer uma entrevista com ela simplesmente desmaiou de nervosismo. Leia-se medo. rsrsrsr

Rafael disse...

Não gosto dessa Madonna atual, excessivamente eletrônica e vazia... Os primeiros discos dela são ótimos, porém hoje em dia não tem produzido coisas tão interessantes como no início de sua carreira.

Pedro Progresso disse...

Love Spent, I'm addicted, Turn up the radio, Superstar, Gang Bang, I'm a sinner, Masterpiece e Falling free valem o disco. O que não é pouca coisa.

Achei melhor que Hard Candy e melhor que Confessions on a dancefloor. É menos Cabala, menos conceito, menos Europa, mais batida, mais... POP.

Merecia 4 estrelinhas.

Daniel disse...

Não tem nada de chocante, inovador, que vá revolucionar a indústria da música, tampouco algum single com cara de hit instantaneo, mas é um bom album. É coeso do inicio ao fim, não enjoa e tem algumas boas faixas dançantes e algumas outras mais lentas com letras superiores ao que ouvimos hoje na música pop. Bem melhor que o Hard Candy mas nada que seja tão bom a ponto de marcar a carreira dela.

Eduardo Cáffaro disse...

Tb achei bem melhor que o hard Candy, e mais gostoso de ouvir que o Confessions !

Unknown disse...

Como extremado fa fela so tenho a dizer que:
Nao tem folego pra se manter no top de vendas por muito tempo. Muito inferior ao confessions. Coeso definitivamente e sua maior caracteristica e sua unica qualidade.

mmmleos disse...

Achei um álbum quase por inteiro muito bom. Mil vezes melhor que "Hard Candy". Especialmente "Turn up the radio", "Gang Bang", "Love spent" e "I fucked up", esperando ansiosamente pelo show em julho próximo.
Porem, definitivamente não entendi a existência de "B-day song", faixa completamente sem graça e desnecessária, alias juntamente com o primeiro single "Give me all your luvin" desperdiçam a boa artista que é a cantora M.I.A, que pena!