Mauro Ferreira no G1

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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

'The Union' revitaliza Elton e Russell sem ser (especialmente) marcante

Resenha de CD
Título: The Union
Artista: Elton John e Leon Russell
Gravadora: Mercury / Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Conta Elton John - em texto escrito para o encarte do CD The Union - que o pianista e compositor Leon Russell foi sua maior influência musical entre o fim dos anos 60 e início dos 70. Quarenta anos após dividir o palco com Russell em alguns shows realizados nos Estados Unidos em 1970, Elton tomou a iniciativa de gravar um disco com seu mestre. Produzido por T Bone Burnett com respeito aos históricos dos artistas, The Union é o resultado desse reencontro que injeta vitalidade nas carreiras fonográficas de Elton e de Russell sem soar especialmente marcante ou antológico. A rigor, The Union soa mais como um disco de Elton do que de Russell, talvez pelo fato de o autor de Daniel assinar a maior parte do repertório com seu fiel parceiro letrista Bernie Taupin. Embora menos presente nos créditos das músicas, o nome de Russell se impõe no country A Dream Come True - faixa cujo final soa quase como uma jam, raro momento em que o álbum sai dos trilhos mais formais - e em If It Wasn't for Bad, tema que abre o disco com introdução de vozes que, mais tarde, vão ser ouvidas à moda gospel em In the Hand of Angels, em There's No Tomorrow e no blues Hearts Have Turned to Stone. (exemplo da afinidade entre Russell e Bernie Taupin). Entre blues (Monkey Suit) e country (Jimmie Rodgers's Dream), The Union apresenta uma série de baladas. Da safra de baladas, Eight Hundred Dollar Shoes é o destaque, seguida de perto por Never Too Old (To Hold Somebody) - belo libelo em favor do amor maduro - e de mais longe por When Love Is Dying. Já The Best Part of the Day soa aquém do padrão da dupla Elton John & Bernie Taupin, mas é exemplo da importância que o piano tem no disco e na construção dos arranjos - mesmo quando uma guitarra se faz ouvir com mais pegada, como em I Should Have Sent Roses. Harmoniosa, a união das vozes de Elton e Leon reitera a boa impressão deixada pelo CD.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Conta Elton John - em texto escrito para o encarte do CD The Union - que o pianista e compositor Leon Russell foi sua maior influência musical entre o fim dos anos 60 e início dos 70. Quarenta anos após dividir o palco com Russell em alguns shows realizados nos Estados Unidos em 1970, Elton tomou a iniciativa de gravar um disco com seu mestre. Produzido por T Bone Burnett com respeito aos históricos dos artistas, The Union é o resultado desse reencontro que injeta vitalidade nas carreiras fonográficas de Elton e Russell sem soar especialmente marcante ou antológico. A rigor, The Union soa mais como um disco de Elton do que de Russell, talvez pelo fato de o autor de Daniel assinar a maior parte do repertório com seu fiel parceiro letrista Bernie Taupin. Embora menos presente nos créditos das músicas, o nome de Russell se impõe no country A Dream Come True - faixa cujo final soa quase como uma jam, raro momento em que o álbum sai dos trilhos mais formais - e em If It Wasn't for Bad, tema que abre o disco com introdução de vozes que, mais tarde, vão ser ouvidas à moda gospel em In the Hand of Angels, em There's no Tomorrow e no blues Hearts Have Turned to Stone. (exemplo da afinidade entre Russell e Bernie Taupin). Entre blues (Monkey Suit) e country (Jimmie Rodgers's Dream), The Union apresenta uma série de baladas. Da safra de baladas, Eight Hundred Dollar Shoes é o destaque, seguida de perto por Never Too Old (To Hold Somebody) - belo libelo em favor do amor maduro - e de mais longe por When Love Is Dying. Já The Best Part of the Day soa aquém do padrão da dupla Elton John & Bernie Taupin, mas é exemplo da importância que o piano tem no disco e na construção dos arranjos - mesmo quando uma guitarra se faz ouvir com mais pegada, como em I Should Have Sent Roses. Harmoniosa, a união das vozes de Elton e Leon reitera a boa impressão deixada pelo CD.