Mauro Ferreira no G1

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domingo, 2 de março de 2014

No twitter, Liam pede boicote à edição remasterizada de álbum do Oasis

Via twitter, o cantor e compositor britânico Liam Gallagher pediu aos seus 780 mil seguidores para não comprar a edição remasterizada que celebra os 20 anos de Definitely maybe (1994), o álbum de estreia do grupo inglês Oasis, do qual fez parte com seu irmão Noel Gallagher. Com razão, Liam argumenta que o álbum já foi masterizado. Embora o post desconsidere que a The 20th anniversary edition de Definitely maybe vá chegar ao mercado fonográfico em 19 de maio de 2014 com farto material adicional nos formatos mais alentados, o artista tem lá sua razão na questão da remasterização. A indústria do disco vive atualmente de reciclar material do passado. As edições comemorativas de álbuns clássicos se tornaram produtos cada vez mais rentáveis que contrabalançam a evasão dos lucros corroídos pela pirataria física e digital de CDs. Só que há pouco ou nenhum ganho na remasterização de um álbum que, como Definitely maybe, já chegou ao mundo em CD, na era digital. O post de Gallagher tem valor pela coragem de chamar atenção para detalhe normalmente omitido nas notícias e avaliações de edições comemorativas de álbuns clássicos. Vale refletir sobre a questão levantada por Liam.

7 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Via twitter, o cantor e compositor britânico Liam Gallagher pediu aos seus muitos seguidores para não comprar a edição remasterizada que celebra os 20 anos de Definitely maybe (1994), o álbum de estreia do grupo inglês Oasis, do qual fez parte com seu irmão Noel Gallagher. Com razão, Liam argumenta que o álbum já foi masterizado. Embora o post desconsidere que a The 20th anniversary edition de Definitely maybe vá chegar ao mercado fonográfico em 19 de maio de 2014 com farto material adicional nos formatos mais alentados, o artista tem lá sua razão na questão da remasterização. A indústria do disco vive atualmente de reciclar material do passado. As edições comemorativas de álbuns clássicos se tornaram produtos cada vez mais rentáveis que contrabalançam a evasão dos lucros corroídos pela pirataria física e digital de CDs. Só que há pouco ou nenhum ganho na remasterização de um álbum que, como Definitely maybe, já chegou ao mundo em CD, na era digital. O post de Gallagher tem valor pela coragem de chamar atenção para detalhe normalmente omitido nas notícias e avaliações de edições comemorativas de álbuns clássicos. Vale refletir sobre a questão levantada por Liam.

Felipe dos Santos disse...

Mauro, particularmente, entendo e concordo que faça sentido a crítica de Liam. Até porque remasterizações às vezes fogem injustamente do crivo do artista. Basta citar o CD extra de raridades de "Salve Jorge!", que Ben Jor não autorizou.

Mas aí, olho as caixas daqui e penso: alguns álbuns que já foram lançados na era digital também foram remasterizados, por mais que a masterização inicial fosse defeituosa ou pudesse ser atualizada pelas tecnologias recentes.

Alguns exemplos estão nas caixas de Ney Matogrosso ("Metamorfoses"), Caetano Veloso ("40 anos Caetanos", dos anos 90 por diante) e Gilberto Gil ("Palco").

Os trabalhos dos anos '90 por diante já passaram pelos processos digitais, mas foram remasterizados. Ou não?

Felipe dos Santos Souza

Mauro Ferreira disse...

Felipe, remasterizar discos lançados originalmente em LP é fundamental para a obtenção de um perfeito som em CD. Mas disco já masterizados originalmente para edição em CD em tese não precisam de nova remasterização, a menos que a original tenha sido feita de forma insatisfatória. Abs, MauroF

Pedro Progresso disse...

discordo. basta ouvir discos do box de Caetano citado por Felipe como "Circuladô" ou "Tropicalia 2" para perceber ganho substancial no som.
discos lançados no início do CD merecem remasterização. o primeiro lançamento de Marisa Monte e Daniela Mercury, por exemplo, são baixos demais. "O sorriso do gato de alice" de Gal também, só citando alguns.
até o "Livro" de 1997 é baixo perto dos padrões de hoje. Liam quer encrenca, pra variar.

Pedro Progresso disse...

gostaria que houvesse alguma inovação no formato. Bjork lançou seus discos em dvd-áudio remasterizados em 5.1, ficaram um primor, uma outra experiência de som. mas parece que não rendeu muito, é um processo que gera um produto caro. mas como qualquer relançamento desses é só para fãs (que vao pagar caro de qq forma!), deveriam pensar a respeito.

Mauro Ferreira disse...

Pedro, estes discos ainda foram lançados em vinil no Brasil. Eu me refiro a discos lançados somente em CD. No Brasil, a transição do vinil para o CD foi mais lenta. Nos casos mecionados em seu comentário, você tem razão. Abs, MauroF

Fernando Lima disse...

Concordo com Pedro.
Os CDs lançados nas décadas de 80 e 90, não têm qualidade de som satisfatória, e, entendo que precisam, sim, ser remasterizados. Os dois primeiros de Marisa Monte, por exemplo, lançados em 1989 e 1991, são um abuso de tão baixos.
Liam deve ter falado isso sem ouvir o resultado.
Agora, Pedro, usar o exemplo da caixa "Sorrounded", de Bjork, com os discos lançados em 5.1 é covardia. Esse trabalho é primoroso em termos de som, e não só isso, ela fez da experiência de ouvir os discos em 5.1 algo quase sobrenatural! É impressionante! Cada uma das 6 caixas emite um som distinto e quando todos se juntam, o que se ouve é quase inacreditável em termos de qualidade e experiência sonora. Mas, acredito que Bjork tenha conseguido isso, por ter um ouvido privilegiado e treinado com música clássica. Se todos os artistas fizessem trabalhos parecidos, os fãs iriam à loucura de prazer!!