Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 10 de março de 2014

Capa do sexto álbum de Maria Rita contraria tom do título 'Coração a batucar'

 EDITORIAL - Um disco de samba não precisa necessariamente expor na capa símbolos e/ou signos óbvios do gênero, como um tamborim, por exemplo. Contudo, se esse disco se chama Coração a batucar, título que denota movimento contínuo, essa capa deveria em tese traduzir em imagem esse movimento e, de quebra, o sugerir o clima expansivo de um ritmo que geralmente significa alegria, risos, festa, união - ainda que, sim, o samba também seja paradoxalmente "a tristeza que balança", como definiu de forma lapidar o compositor e poeta carioca Vinicius de Moraes (1913 - 1980) em verso do Samba da benção (Baden Powel e Vinicius de Moraes, 1966). Mas não há balanço e tampouco alegria na capa do segundo disco de samba da cantora paulista Maria Rita. A capa do sexto álbum da artista - que chega ao mercado fonográfico ainda neste mês de março de 2014 pela gravadora Universal Music - contraria expectativas, ficando distante do que se espera ver na capa de um disco de samba. A capa de Coração a batucar não se alinha com o que sugere o título do disco, ainda que as cores verde e roxo (ou rosa, vá lá...) ao fundo da foto sóbria possam simbolizar o amor da (ótima) cantora pela escola de samba carioca Mangueira. Independentemente do valor estético da foto escolhida para a capa do álbum, tal capa causa estranheza. De todo modo, embora contrarie o título do disco, ela pode estar alinhada com o som do álbum, já que, a julgar pelo pouco que foi revelado do repertório, parece que Maria Rita optou por ambientar o samba dela em atmosfera musical similar à do álbum Segundo (Warner Music, 2005), longe do clima dos quintais. Por isso, é preciso esperar pelo disco e ouvi-lo para fazer o julgamento definitivo dessa capa que, à primeira vista, causa estranheza.

16 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Editorial - Um disco de samba não precisa necessariamente expor na capa símbolos e/ou signos óbvios do gênero, como um tamborim, por exemplo. Contudo, se esse disco se chama Coração a batucar, título que denota movimento contínuo, essa capa deveria em tese traduzir em imagem esse movimento e, de quebra, o sugerir o clima expansivo de um ritmo que geralmente significa alegria, risos, festa, união - ainda que, sim, o samba também seja paradoxalmente "a tristeza que balança", como definiu de forma lapidar o compositor e poeta carioca Vinicius de Moraes (1913 - 1980) em verso do Samba da benção (Baden Powel e Vinicius de Moraes, 1966). Mas não há balanço e tampouco alegria na capa do segundo disco de samba da cantora paulista Maria Rita. A capa do sexto álbum da artista - que chega ao mercado fonográfico ainda neste mês de março de 2014 pela gravadora Universal Music - contraria expectativas, ficando distante do que se espera ver na capa de um disco de samba. A capa de Coração a batucar não se alinha com o que sugere o título do disco, ainda que as cores verde e roxo (ou rosa, vá lá...) ao fundo da foto sóbria possam simbolizar o amor da (ótima) cantora pela escola de samba carioca Mangueira. Independentemente do valor estético da foto escolhida para a capa do álbum, tal capa causa estranheza. De todo modo, embora contrarie o título do disco, ela pode estar alinhada com o som do álbum, já que, a julgar pelo pouco que foi revelado do repertório, parece que Maria Rita optou por ambientar seu samba em atmosfera musical similar à de seu álbum Segundo (Warner Music, 2005), longe do clima dos quintais. Por isso, é preciso esperar pelo disco para fazer o julgamento definitivo da capa.

Raffa disse...

A contradição em forma de artista.

Psicólogo Jansen Sarmento disse...

A capa define bem Maria Rita: chata, chata e chata!

Victor Moraes, disse...

Mauro, o coração batuca também pra tristeza, pra maturidade imposta, pra seriedade... "Abre o peito e chora"!
Acho que tem lógica sua observação, sim. Mas é um pouco precoce.
Tanto a capa pode ser provisórias (os fãs estavam cobrando a pré-venda no twitter da cantora) tanto quanto pode exprimir, talvez, o conceito do disco (que ainda não escutamos).
Não é por ser samba que acho a obrigação de movimento (já dado na escolha do "redescobrir" em foto desfoca). E, até agora, a expressão da foto não se distanciou de elementos que já sabemos conter no disco como: Rumo Ao Infinito, Mainha Me Ensinou (trecho) e títulos como Abre o Peito e Chora, Bola pra Frente ...

Não quero desmerecer sua opinião, só mostrar que pode ser equivocada dada a situação (uma delas é a cantora ter feito essas fotos há tempos atrás e agora estar de pós operatório sem poder levantar da cama).

Então, vá lá. Contamos sempre com o excelente e imitado conteúdo da "Eme Erre" num país repleto de embalagens vazias.

Mauro Ferreira disse...

Victor, eu entendo o que vc diz e, de certa forma, concordo. Tanto que concluo o texto dizendo que é preciso esperar pelo disco para avaliar a capa que, sim, pode nem ser essa, afinal. De todo modo, tal capa me causa estranheza por ir contra o que sugere o título. Afinal, pelo pouco que ouvimos, a sonoridade é 'cool', mas as letras não são depressivas, tristes. Enfim, vou ouvir o disco de alma e coração abertos para gostar dele. Apenas registrei neste texto uma estranheza que, pelo que pude perceber, não é só minha. Abs, grato pela participação, MauroF

Victor Moraes, disse...

Mauro
Percebi, logicamente, o que foi dito no final. Mas é que até lá a outra ideia já fica fixada na minha cabeça como leitor e de outros também. E eu confesso minha surpresa com a capa, ué. Afinal, a vez que ela fez um trabalho de samba não foi nada parecido com isso. Aí, logo pensei que o meu conceito estava baseado no conceito de outros trabalhos que não esse.
Olhando pelo título e não pelo gênero musical, realmente, coração e batuque - de cara - passam uma ideia diferente de seriedade ou "chatisse" como proferido nos comentários acima. E quanto ao meu comentário em relação a esse tópico eu não quis definir tudo no quesito "tristeza", de forma alguma.
Mas é muito pano pra manga essa capa, heim!? haha!
Mas tenho certeza que a foto não foi escolhida só por que ela está linda.
Mas, deixa quieto. Vou espero pelo batuque.
Abraços

EDELWEISS1948 disse...

ACHEI A CAPA BONITA, MAS CANTORA DE SAMBA? SEI.

EDELWEISS1948 disse...

ACEU A CAPA BONITA! MAS CANTORA DE SAMBA? SEI.

noca disse...

MR,pode cantar um samba bem alegre,divertido,debochado,irônico...pode dançar,sambar,requebrar,estrebuchar até cair e até sorrir bastante mas carrega muita melancolia e tristeza na voz,na alma.Deveria ter coragem de cantar letras e melodias tristes mas adequadas a sua voz e interpretação.Chuta o balde do mercado MR,honra o pedigree.

Daniel disse...

Gente quanto drama por uma capa. Antes assim, linda e sóbria - mesmo que contraditória - do que previsível como tantas outras vestidas de baiana com sorrisos forçados e cheias de pulseiras e afrocoisas. Viva a liberdade de ser o que der vontade.

Luiz Fernando disse...

Pois é, com o advento das músicas baixadas pela internet, a pirataria de cds perdeu força e surpreendentemente assistimos, aos poucos, à "volta" do consumo de cds e LPs originais. As famosas capas de disco agora ganham destaque novamente... eis aí novas possibilidades para criação desse tipo de arte! Criatividade é fundamental, o conceito do álbum deveria envolver, inclusive, a parte gráfica. O novo álbum da Fernanda Takai é um ótimo exemplo disso!

Fabio disse...

Chama o Elifas Andreato!!! Por que ele não faz mais capas como antigamente? Recentemente ele fez a capa do CD do Martinho da Vila.

Rhenan Soares disse...

Adorei a publicação do editorial, Mauro! E tbm não gostei da capa do disco, a despeito da linda foto. Espero que o conteúdo do disco seja superior e neutralize a imagem...

meirivaldo disse...

Tanta polêmica por conta de uma capa. E se o objetivo da Maria Rita for realmente causar toda esta sensação? A capa é o que menos importa, claro que faz parte, porém não há como ficar discutindo sobre uma foto da capa de uma cantora do nível da Maria Rita. Com tanta música ruim por ai, meus ouvidos agradecem a melodiosa e afinadíssima voz da Maria Rita.
Estou ansioso por este show, DVD e tudo mais que pintar.

Maria Rita é diva, é maravilhosa. Quem não gosta, paciência!

Unknown disse...

adoro maria rita mais a capa tá parecendo a noiva cadaver

O fantástico mundo de Maycon disse...

Eu, se visse essa foto na capa de um CD, jamais iria pensar que se trata de um CD de samba. Mas pra mim, nesse momento isso é o que menos importa, uma vez que o cd ainda não foi lançado. O que me incomoda na verdade, é que é uma capa feia... morta. Já vi fotos em que MR estava muito mais bonita.