Mauro Ferreira no G1

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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Primeira das duas caixas de Miltinho traz discos do início solo do cantor

A rigor, o supra-sumo da discografia do cantor carioca Milton Santos de Almeida, o Miltinho, reside no acervo da gravadora EMI Music. São os discos gravados pelo artista na Odeon entre 1966 e 1976. Contudo, essa supremacia da fase Odeon na obra fonográfica deste cantor reverenciado pelo suingue e pela divisão não desmerece a edição simultânea de duas caixas do selo Discobertas com 12 álbuns de Miltinho, lançados entre 1960 e 1965 pelas gravadoras Sideral, RCA e RGE. A primeira caixa, Miltinho Anos 60 Vol. 1 (1960 - 1962), embala os seis primeiros discos individuais deste craque do ritmo, atualmente com 85 anos e já aposentado no Rio de Janeiro (RJ). Miltinho começou sua carreira de cantor nos anos 40 como integrante de grupos vocais como Anjos do Inferno, Namorados da Lua e Quatro Ases e um Coringa.  Foi somente em 1960 que o intérprete debutou na carreira solo. A caixa Miltinho Anos 60 Vol. 1 (1960 - 1962) reúne os álbuns Um novo astro (Sideral, 1960), O diploma do astro (Sideral, 1960), Miltinho (RCA, 1961), Poema do adeus (RGE, 1961), Miltinho é samba (RGE, 1962) e Poema do olhar (RGE, 1962). Os repertórios destes discos misturaram os sambas sincopados - com os quais Miltinho fazia a festa nas divisões espertas - com lacrimosos sambas-canções, ainda em voga no mercado, apesar do advento da Bossa Nova. Um novo astro trouxe a gravação original de Mulher de trinta (Luis Antônio), um dos grandes sucessos do cantor. O diploma do astro se diferenciou pelas gravações feitas por Miltinho com ritmistas de escolas de samba como a Unidos da Tijuca e a Unidos de Vila Isabel. Turbinado com as faixas-bônus Cheiro de saudade (Djalma Ferreira e Luis Antônio) e Devaneio (Djalma Ferreira e Luis Antônio), Miltinho destacou no (bom) repertório Eu quero um samba (Haroldo Barbosa e Janet de Almeida) e Rosa Morena (Dorival Caymmi). Já Poema do adeus tem como trunfo um registro de Palhaçada (Haroldo Barbosa e Luis Reis). Reeditado com quatro faixas-bônus gravadas em espanhol, Miltinho é samba reitera a relevância dos compositores Haroldo Barbosa (1915 - 1979) e Luis Reis (1926 - 1980) - autores neste disco de Só vou de mulher, Lamento bebop, Babá de mulher e de O velho e a moça - na discografia solo de Miltinho, rei do sambalanço. Nessa obra de cheia de suingue, a dupla rivalizou em importância somente com o compositor carioca Luis Antônio (1921 - 1996), autor de Fio de canção em Poema do olhar, último disco da caixa Miltinho Anos 60 Vol. 1 (1960 - 1962). É o disco que traz o Samba do balanço (Jair Amorim e Evaldo Gouveia), revivido por Roberta Sá com Marcelo D2 em 2009 no primeiro registro ao vivo de show da cantora. Sim, Miltinho era samba - do balanço - na época em que gravou estes seis discos ora reeditados pelo produtor Marcelo Fróes.

5 comentários:

Mauro Ferreira disse...

A rigor, o supra-sumo da discografia do cantor carioca Milton Santos de Almeida, o Miltinho, reside no acervo da gravadora EMI Music. São os discos gravados pelo artista na Odeon entre 1966 e 1976. Contudo, essa supremacia da fase Odeon na obra fonográfica deste cantor reverenciado pelo suingue e pela divisão não desmerece a edição simultânea de duas caixas do selo Discobertas com 12 álbuns de Miltinho, lançados entre 1960 e 1965 pelas gravadoras Sideral, RCA e RGE. A primeira caixa, Miltinho Anos 60 Vol. 1 (1960 - 1962), embala os seis primeiros discos individuais deste craque do ritmo, atualmente com 85 anos e já aposentado no Rio de Janeiro (RJ). Miltinho começou sua carreira de cantor nos anos 40 como integrante de grupos vocais como Anjos do Inferno, Namorados da Lua e Quatro Ases e um Coringa. Foi somente em 1960 que o intérprete debutou na carreira solo. A caixa Miltinho Anos 60 Vol. 1 (1960 - 1962) reúne os álbuns Um novo astro (Sideral, 1960), O diploma do astro (Sideral, 1960), Miltinho (RCA, 1961), Poema do adeus (RGE, 1961), Miltinho é samba (RGE, 1962) e Poema do olhar (RGE, 1963). Os repertórios destes discos misturaram os sambas sincopados - com os quais Miltinho fazia a festa nas divisões espertas - com lacrimosos sambas-canções, ainda em voga no mercado, apesar do advento da Bossa Nova. Um novo astro trouxe a gravação original de Mulher de trinta (Luis Antônio), um dos grandes sucessos do cantor. O diploma do astro se diferenciou pelas gravações feitas por Miltinho com ritmistas de escolas de samba como a Unidos da Tijuca e a Unidos de Vila Isabel. Turbinado com as faixas-bônus Cheiro de saudade (Djalma Ferreira e Luis Antônio) e Devaneio (Djalma Ferreira e Luis Antônio), Miltinho destacou no (bom) repertório Eu quero um samba (Haroldo Barbosa e Janet de Almeida) e Rosa Morena (Dorival Caymmi). Já Poema do adeus tem como trunfo um registro de Palhaçada (Haroldo Barbosa e Luis Reis). Reeditado com quatro faixas-bônus gravadas em espanhol, Miltinho é samba reitera a relevância dos compositores Haroldo Barbosa (1915 - 1979) e Luis Reis (1926 - 1980) - autores neste disco de Só vou de mulher, Lamento bebop, Babá de mulher e de O velho e a moça - na discografia solo de Miltinho, rei do sambalanço. Nessa obra de cheia de suingue, a dupla rivalizou em importância somente com o compositor carioca Luis Antônio (1921 - 1996), autor de Fio de canção em Poema do olhar, último disco da caixa Miltinho Anos 60 Vol. 1 (1960 - 1962). É o disco que traz o Samba do balanço (Jair Amorim e Evaldo Gouveia), revivido por Roberta Sá com Marcelo D2 em 2009 no primeiro registro ao vivo de show da cantora. Sim, Miltinho era samba - do balanço - na época em que gravou estes seis discos ora reeditados pelo produtor Marcelo Fróes.

KL disse...

aguardamos também a fase anos 1970, tão boa quanto a 60, que inclui os discos em dueto com Elza Soares e Doris Monteiro. O mesmo vale para Pery Ribeiro.

Marcelo Barbosa disse...

Simplesmente maravilhoso! Obrigado por existir o Discobertas e o Fróes!

PS: Tópico com pouco ibope, talvez pelo desconhecimento deste grande cantor.

André Queiroz disse...

Maravilhoso lançamento e excelente oportunidade pra conhecer,na minha modesta opinião,um dos 3 melhores cantores de samba,ao lado de Roberto Ribeiro e João Nogueira.Nota 1000 para Discobertas!!!!!

Nossa ,Mauro,fase de menor expressão??Os principais sucessos estão estão nestas 2 caixas.

Vinicius de Mesquita disse...

Maravilhoso, já encomendei os meus.