Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Leve, Mundo Livre persegue Ben em Novas Lendas da Etnia Toshi Babaa

Resenha de CD
Título: Novas Lendas da Etnida Toshi Babba
Artista: Mundo Livre S/A
Gravadora: Coqueiro Verde Records
Cotação: * * * 1/2

Grupo emergido em escala nacional em meio a lama do Mangue Beat que sacudiu a cena musical brasileira a partir de 1994, o Mundo Livre S/A chega ao sexto álbum, Novas Lendas da Etnia Babaa, produzido de forma independente e distribuído pela Coqueiro Verde Records. No disco, a banda de Pernambuco se permite o exercício da alegria, do bom humor e da leveza - ainda que as distorções sombrias do Soneto do Envelhecido Sem Pretexto levem Fred 04 e Cia. momentamente para a direção contrária. Com azeitada combinação de sons eletrônicos e orgânicos, Novas Lendas da Etnia Babaa explicita mostra que o grupo ainda pede bençãos a Jorge Ben Jor em temas como Ela É Indie (samba de humor sarcástico), A Fumaça do Pajé Miti Subitxxiii e Constelação Carinhoca 7324, faixas que perseguem descaradamente o suingue seminal do Zé Pretinho. De cadência mais própria, Eduarda Fissura do Átomo é exemplo da leveza que pontua a maior parte da safra de 11 inéditas da lavra dos músicos da banda. Com verve, O Mundo Livre S/A põe seu bloco na rua na carnavalizante O Velho James Browse Já Dizia. "Carnaval é fantasia", concluem Fred 04 e Silvia Machete no verso final de O Varão e a Fadinha, faixa na qual figura a voz suave de Machete. Já perto do fim do álbum, em Nenhum Cristão na Via Láctea, o Mundo Livre exercita a arte de ser romântico sem muita sedução. Apesar de a influência de Jorge Ben Jor passar da conta, Novas Lendas da Etnia Babaa é álbum que gravita em torno do universo particular do Mundo Livre.

4 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Grupo emergido em escala nacional em meio a lama do Mangue Beat que sacudiu a cena musical brasileira a partir de 1994, o Mundo Livre S/A chega ao sexto álbum, Novas Lendas da Etnia Babaa, produzido de forma independente e distribuído pela Coqueiro Verde Records. No disco, a banda de Pernambuco se permite o exercício da alegria, do bom humor e da leveza - ainda que as distorções sombrias do Soneto do Envelhecido Sem Pretexto levem Fred 04 e Cia. momentamente para a direção contrária. Com azeitada combinação de sons eletrônicos e orgânicos, Novas Lendas da Etnia Babaa explicita mostra que o grupo ainda pede bençãos a Jorge Ben Jor em temas como Ela É Indie (samba de humor sarcástico), A Fumaça do Pajé Miti Subitxxiii e Constelação Carinhoca 7324, faixas que perseguem descaradamente o suingue seminal do Zé Pretinho. De cadência mais própria, Eduarda Fissura do Átomo é exemplo da leveza que pontua a maior parte da safra de 11 inéditas da lavra dos músicos da banda. Com verve, O Mundo Livre S/A põe seu bloco na rua na carnavalizante O Velho James Browse Já Dizia. "Carnaval é fantasia", concluem Fred 04 e Silvia Machete no verso final de O Varão e a Fadinha, faixa na qual figura a voz suave de Machete. Já perto do fim do álbum, em Nenhum Cristão na Via Láctea, o Mundo Livre exercita a arte de ser romântico sem muita sedução. Apesar de a influência de Jorge Ben Jor passar da conta, Novas Lendas da Etnia Babaa é álbum que gravita em torno do universo particular do Mundo Livre.

KL disse...

até agora, eles só produziram um clássico: a linda e inebriante canção jorgebeniana jazzy-lounge "Meu Esquema". Mas, se esse novo álbum estiver no mesmo nível da capa, então merece 5 estrelas. Será? Só ouvindo para crer.

Anônimo disse...

Foi com muita alegria que ouvi esse disco. O Mundo Livre S/A junto com a Chico Science & Nação Zumbi foram os dois pilares do Manguebeat.
A Nação, mesmo sem Chico, seguiu firme, forte e com prestígio inabalado.
Já a trupe de 04 afundou nos últimos anos numa espécie de limbo - muito em razão de um radicalismo político expresso no seu som.
Em outras palavras, os caras tinham perdido a ternura.
Novas Lendas de Toshi Babaa, apesar do nome, é a volta da instigação com suingue.
Sem malice - um abraço KL, talvez goste.
Pra mim junto com o do Criolo são os discos do ano.
Pra chacoalhar nossos neurônios.
Cinco estrelas.
É leve porém à léguas de ser boboca - coisa BEM rara no nosso pop.

KL disse...

Zé Henrique,

Ouvirei com atenção torcendo para que seja bom. Á capa é marcante, lembra uma gravura de folheto cordelista. Abraço!