Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Boyle experimenta leveza e contenção em 'Someone to Watch Over me'

Resenha de CD
Título: Someone to Watch Over me
Artista: Susan Boyle
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * *

Conduzida pelo produtor Steve Mac, Susan Boyle experimenta a leveza e a contenção vocal em seu terceiro álbum, Someone to Watch Over me, recém-lançado pela Sony Music no mercado brasileiro. É fato que a cantora escocesa - projetada mundialmente pela internet em 2009 por conta de arrebatadora interpretação de I Dreamed I Dream, tema do musical Os Miseráveis (1980), no programa inglês de calouros Britain's Got Talent - não abandona de todo a natural grandiloquência que até então caracteriza sua discografia (inclusive no que diz respeito aos arranjos). A cantora de tons superlativos reaparece majestosa em You Have To Be There - lindo tema composto pela metade masculina do extinto quarteto sueco ABBA, Benny Andersson e Björn Ulvaeus, para o musical Katrina (2009) - e na inédita Return, parceria (bem) menos inspirada do produtor Steve Mac com Wayne Hector. Mas essa intérprete de grandiloquência sustentada pela voz límpida - uma das mais belas surgidas nos últimos anos - convive com uma outra Susan Boyle, mais contida ao dar sua visão para músicas como Unchained Melody (Hy Zaret e Alex North), Both Sides Now (tema de Joni Mitchell, levado ao piano), Enjoy the Silence (composição de Martin Gore lançada em 1990 pelo grupo inglês Depeche Mode) e Autumn Leaves (Paolo Nutini e Jim Duguid). Tal contenção - não necessariamente superior à grandiloquência vocal e orquestral, diga-se - está em sintonia com a economia da maior parte dos arranjos do disco. O problema é que, seja cantando Depeche Mode ou um clássico dos irmãos George Gershwin & Ira Gershwin, Someone to Watch Over me (quase uma vinheta, alocada ao fim do disco), Boyle filtra as emoções por sua voz pura e pelo padrão asséptico da produção de seus discos. Tal filtro impede Someone to Watch Over me de ser um álbum à altura do canto límpido da intérprete. Contudo, a cantora é grandiosa, em tons altos ou baixos.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Conduzida pelo produtor Steve Mac, Susan Boyle experimenta a leveza e a contenção vocal em seu terceiro álbum, Someone to Watch Over me, recém-lançado pela Sony Music no mercado brasileiro. É fato que a cantora escocesa - projetada mundialmente pela internet em 2009 por conta de arrebatadora interpretação de I Dreamed I Dream, tema do musical Os Miseráveis (1980), no programa inglês de calouros Britain's Got Talent - não abandona de todo a natural grandiloquência que até então caracteriza sua discografia (inclusive no que diz respeito aos arranjos). A cantora de tons superlativos reaparece majestosa em You Have To Be There - lindo tema composto pela metade masculina do extinto quarteto sueco ABBA, Benny Andersson e Björn Ulvaeus, para o musical Katrina (2009) - e na inédita Return, parceria (bem) menos inspirada do produtor Steve Mac com Wayne Hector. Mas essa intérprete de grandiloquência sustentada pela voz límpida - uma das mais belas surgidas nos últimos anos - convive com uma outra Susan Boyle, mais contida ao dar sua visão para músicas como Unchained Melody (Hy Zaret e Alex North), Both Sides Now (tema de Joni Mitchell, levado ao piano), Enjoy the Silence (composição de Martin Gore lançada em 1990 pelo grupo inglês Depeche Mode) e Autumn Leaves (Paolo Nutini e Jim Duguid). Tal contenção - não necessariamente superior à grandiloquência vocal e orquestral, diga-se - está em sintonia com a economia da maior parte dos arranjos do disco. O problema é que, seja cantando Depeche Mode ou um clássico dos irmãos George Gershwin & Ira Gershwin, Someone to Watch Over me (quase uma vinheta, alocada ao fim do disco), Boyle filtra as emoções por sua voz pura e pelo padrão asséptico da produção de seus discos. Tal filtro impede Someone to Watch Over me de ser um álbum à altura do canto límpido da intérprete. Contudo, a cantora é grandiosa, em tons altos ou baixos.