Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 26 de junho de 2014

Álbum 'Me. I am Mariah' sinaliza que Carey (ainda) peca pelos excessos

Resenha de CD
Título: Me. I am Mariah... The elusive chanteuse
Artista: Mariah Carey
Gravadora: Def Jam Recordings / Universal Music
Cotação: * * *

Mariah Carey sempre pecou pelos excessos. Não é diferente em seu 14º álbum de estúdio, cujo título egoico Me. I am Mariah... The elusive chanteuse já sinaliza a incapacidade da cantora norte-americana de se despir desses excessos de autorreferências, caras e bocas que embaçam por vezes o brilho de suas gravações e de sua voz ainda potente. Sucessor do natalino Merry Christmas II you (Island Def Jam Music / Universal Music, 2010), o disco apaga a má impressão deixada pelo enjoado Memoirs of an imperfect angel (Island / Universal Music, 2009), linear álbum de baladas lançado há cinco anos. Me. I am Mariah... The elusive chanteuse é álbum ligeiramente mais sedutor e equilibrado, embora o excesso de faixas - 17, na Deluxe edition - dilua os bons momentos. A rigor, o melhor deles - The art of letting go, bela balada de alma soul - já tinha sido apresentado ao universo pop em novembro de 2013 na forma de single. O que faz com que a audição de Me. I am Mariah... soe de certa forma como anticlímax, visto que a única outra música que ombreia em beleza com essa balada - Beautiful, canção de aura vintage gravada por Carey em dueto com o cantor e compositor norte-americano Miguel - já tinha sido lançada em single digital em maio de 2013. Ou seja, o teor de (boas) novidades é baixo. Ao longo das 17 faixas, Mariah transita pelo r & b de aura mais pop, como mostram músicas como Faded e Thristy. A habitual proximidade com o universo hip hop se faz notar até pela presença de convidados como o rapper Nas, presente em Dedicated, mas é mais dosada neste álbum que soa até retrô em Make it look good, faixa que poderia figurar em disco da Motown nos anos 1980. Nessa linha, Meteorite cai no álbum e na pista com ecos de disco music que também reverberam em You don't know what to do, faixa gravada com a adesão do rapper Wale. Já You're mine (Eternal) é balada adocicada que enjoa pelo excesso de glicose. A propósito, a regravação reverente de One more try - bela balada lançada na voz de seu compositor George Michael no álbum Faith (Epic Records, 1987) - é veículo para a elevação de tons e evidencia o quanto as baladas atuais do repertório da cantora soam inferiores a petardos como Hero, um dos hits do álbum Music box (Columbia, 1993). Em contrapartida, o resgate de I'ts a wrap em dueto com a colega Mary J. Blige valoriza a música, lançada pela própria Mariah no álbum Memoirs of an imperfect angel.  Enfim, Mariah Carey é... Mariah Carey neste 14º álbum que, dependendo do ponto de vista, oferece munição para quem atacar a cantora, mas também momentos de satisfação para quem reconhece os êxitos da resistente artista. Inútil é esperar mudança de estilo ou rota nessa altura de sua carreira...

9 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Mariah Carey sempre pecou pelos excessos. Não é diferente em seu 14º álbum de estúdio, cujo título egoico Me. I am Mariah... The elusive chanteuse já sinaliza a incapacidade da cantora norte-americana de se despir desses excessos de autorreferências, caras e bocas que embaçam por vezes o brilho de suas gravações e de sua voz ainda potente. Sucessor do natalino Merry Christmas II you (Island Def Jam Music / Universal Music, 2010), o disco apaga a má impressão deixada pelo enjoado Memoirs of an imperfect angel (Island / Universal Music, 2009), linear álbum de baladas lançado há cinco anos. Me. I am Mariah... The elusive chanteuse é álbum ligeiramente mais sedutor e equilibrado, embora o excesso de faixas - 17, na Deluxe edition - dilua os bons momentos. A rigor, o melhor deles - The art of letting go, bela balada de alma soul - já tinha sido apresentado ao universo pop em novembro de 2013 na forma de single. O que faz com que a audição de Me. I am Mariah... soe de certa forma como anticlímax, visto que a única outra música que ombreia em beleza com essa balada - Beautiful, canção de aura vintage gravada por Carey em dueto com o cantor e compositor norte-americano Miguel - já tinha sido lançada em single digital em maio de 2013. Ou seja, o teor de (boas) novidades é baixo. Ao longo das 17 faixas, Mariah transita pelo r & b de aura mais pop, como mostram músicas como Faded e Thristy. A habitual proximidade com o universo hip hop se faz notar até pela presença de convidados como o rapper Nas, presente em Dedicated, mas é mais dosada neste álbum que soa até retrô em Make it look good, faixa que poderia figurar em disco da Motown nos anos 1980. Nessa linha, Meteorite cai no álbum e na pista com ecos de disco music que também reverberam em You don't know what to do, faixa gravada com a adesão do rapper Wale. Já You're mine (Eternal) é balada adocicada que enjoa pelo excesso de glicose. A propósito, a regravação reverente de One more try - bela balada lançada na voz de seu compositor George Michael no álbum Faith (Epic Records, 1987) - é veículo para a elevação de tons e evidencia o quanto as baladas atuais do repertório da cantora soam inferiores a petardos como Hero, um dos hits do álbum Music box (Columbia, 1993). Em contrapartida, o resgate de I'ts a wrap em dueto com a colega Mary J. Blige valoriza a música, lançada pela própria Mariah no álbum Memoirs of an imperfect angel. Enfim, Mariah Carey é... Mariah Carey neste 14º álbum que, dependendo do ponto de vista, oferece munição para quem atacar a cantora, mas também momentos de satisfação para quem reconhece os êxitos da resistente artista. Inútil é esperar mudança de estilo ou rota nessa altura de sua carreira...

Vitor disse...

Resenha péssima e superficial, provavelmente resultado da implicância que o Mauro sempre teve com a artista. O cd está ótimo, provavelmente o melhor da carreira dela desde Butterfly e a crítica mundial já caiu de amores pelo cd.O tom superficial da crítica vida evidente quando nada é mencionado sobre a produção do cd, ou até mesmo alguns detalhes importantes como a participação de Stevie Wonder tocando gaita em Make It Look Good ou de seus filhos de 3 anos dando show de fofura na faixa Supernatural. Uma pena...

Unknown disse...

é o Mauro é um profissional no qual tenho grande admiração, mais realmente acho que ele tem certa implicancia com a artista mesmo assim ainda peço pra ele avaliar pq pra mim é importante. querendo ou não querendo essa foi a melhor resenha que ele já fez de um album dela e a melhor classificação que ele já deu para ela. rsrsrsrs

Douglas Carvalho disse...

A cantora mais chata do MUNDO! E olha que num mundo que tem a Sandy e a Beyoncé, ser a chata das chatas é muita coisa.

Unknown disse...

Mauro. Esperamos mais. Me pareceu demasiadamente superficial seu olhar.Me pareceu um cumprimento obrigatório de trabalho e não de um olhar cuidadoso e de amor a música. Se possível gostaria que recapitula pois suas palavras orientam o quadro musical.

Eduardo Cáffaro disse...

Eu sou fã, tenho todos os albuns, acompanho desde Vision of Love. E fiquei muito decepcionado com esse album. A voz está sempre atrás dos arranjos como se fosse para maquiar o timbre metálico da voz atual. Achei as músicas fraquinhas e as baladas muito longe de baladas anteriores em melodia. O tempo vai mostrar que infelizmente desse álbum não vai ficar nada, igual o album Glitter.

Unknown disse...

Mariah Carey é uma das artistas mais premiadas do planeta e com vendagens exorbitantes, conhecida mundialmente pela voz e afinação impecável e principalmente por escrever as próprias músicas, qualidade para poucas. Acredito que aos 50 anos ela esteja acima do bem e do mal, pouco se importa com o que pensem ou falem dela, afinal, basta uma pequena consulta no youtube para conferir o talento e a quantidade imensa de trabalhos, apresentações e depoimentos espetaculares dessa talentosa DIVA do soul e R&B.

google disse...

Crítica bastante superficial... Aliás essa má impressão que o "Memoirs of an imperfect ange" deixou só existe na sua cabeça! Depois do Emacipation Of Mimi esse foi o trabalho mais interessante dela nos anos 2000, tanto que foi o que mais teve críticas positivas!

Unknown disse...

Por que não colocam críticos formados em música? Pra fazer um vocal range e as notas tanto grave e tanto agudas com afinação e precisão que ela emite ... A glr gosta de julgar , eu quero ver cantar uma música no tom original dela e na MSM precisão que a MSM canta! Não é do falar pontos negativos. Fale os positivos tbm ... Álbum top! Digno de toda a sua extensão .. Um dos melhores de sua carreira!