Mauro Ferreira no G1

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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Zé Ricardo exibe fôlego curto no pálido '7 vidas', disco de poucos matizes

Resenha de CD
Título: 7 vidas
Artista: Zé Ricardo
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * 1/2

Artista carioca que segue a trilha brasileira de funk e soul aberta e pavimentada nos anos 1970 por pioneiros como Cassiano, Hyldon e Tim Maia (1942 - 1998), Zé Ricardo tem sido notado pela mídia nos últimos anos mais por seu trabalho à frente da escalação do miscigenado Palco Sunset (atração cult do festival Rock in Rio) do que por sua música. Status que vai se manter inalterado com a edição de 7 vidas, quinto álbum do cantor e compositor, recém-lançado pela gravadora Warner Music. Na contramão do vivaz Vários em um (Warner Music, 2011), álbum colorido em que Ricardo se pautou pelo samba, 7 Vidas é disco de poucos matizes, gravado entre Los Angeles (EUA) e Brasil. Formatado com assepsia pelo produtor Moogie Canazio, o repertório quase totalmente autoral enfileira canções assinadas somente pelo artista - Just fly (escolhida para promover o disco nas rádios), Coração giganteVocê fez casa em mim (de imagéticos versos românticos), Com você tudo é mar (feita pelo artista para celebrar sua filha Nina) e Amor e veneno, entre outras - que embutem maior ou menor dose de soul e / ou funk em suas levadas. A tendência natural do artista para o som black também dá outro colorido a Azul (Djavan, 1982), única regravação de um disco pautado pela perfeição técnica do toque de músicos norte-americanos como o baterista Aaron Sterling, o pianista Bill Brendle, o violonista Dean Parks, o baixista Sean Hurley e o guitarrista Tim Pierce, arregimentados pelo produtor Moogie Canazio. 7 vidas - a música-título - é balada de clima bossa-novista envolvida na aura meio muzak do álbum. Única parceria do disco, Na ponta do pé conecta Zé Ricardo a Gabriel O Pensador sem que se note na criação da música a colaboração do rapper carioca. No fim das 10 faixas, o samba Izabella - gravado no Brasil com a guitarra e o cavaquinho de Davi Moraes - exibe alguma brasilidade e um clima carnavalesco que remetem à vibe do álbum anterior de Zé Ricardo, dando um pouco de calor e energia a 7 vidas, disco elegante, só que de fôlego curto.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Artista carioca que segue a trilha brasileira de funk e soul aberta e pavimentada nos anos 1970 por pioneiros como Cassiano, Hyldon e Tim Maia (1942 - 1998), Zé Ricardo tem sido notado pela mídia nos últimos anos mais por seu trabalho à frente da escalação do miscigenado Palco Sunset (atração cult do festival Rock in Rio) do que por sua música. Status que vai se manter inalterado com a edição de 7 vidas, quinto álbum do cantor e compositor, recém-lançado pela gravadora Warner Music. Na contramão do vivaz Vários em um (Warner Music, 2011), álbum colorido em que Ricardo se pautou pelo samba, 7 Vidas é disco de poucos matizes, gravado entre Los Angeles (EUA) e Brasil. Formatado com assepsia pelo produtor Moogie Canazio, o repertório quase totalmente autoral enfileira canções assinadas somente pelo artista - Just fly (escolhida para promover o disco nas rádios), Coração gigante, Você fez casa em mim (de imagéticos versos românticos), Com você tudo é mar (feita pelo artista para celebrar sua filha Nina) e Amor e veneno, entre outras - que embutem maior ou menor dose de soul e / ou funk em suas levadas. A tendência natural do artista para o som black também dá outro colorido a Azul (Djavan, 1982), única regravação de um disco pautado pela perfeição técnica do toque de músicos norte-americanos como o baterista Aaron Sterling, o pianista Bill Brendle, o violonista Dean Parks, o baixista Sean Hurley e o guitarrista Tim Pierce, arregimentados pelo produtor Moogie Canazio. 7 vidas - a música-título - é balada de clima bossa-novista envolvida na aura meio muzak do álbum. Única parceria do disco, Na ponta do pé conecta Zé Ricardo a Gabriel O Pensador sem que se note na criação da música a colaboração do rapper carioca. No fim das 10 faixas, o samba Izabella - gravado no Brasil com a guitarra e o cavaquinho de Davi Moraes - exibe alguma brasilidade e um clima carnavalesco que remetem à vibe do álbum anterior de Zé Ricardo, dando um pouco de calor e energia a 7 vidas, disco elegante, só que de fôlego curto.