Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Arruda replanta sementes do bom samba carioca em seu primeiro álbum

Resenha de CD
Título: Arruda
Artista: Arruda
Gravadora: Edição independente do grupo
Cotação: * * * 1/2

Embora sem a força mercadológica evidenciada nos anos 1980, década em que a geração diplomada na escola informal da quadra do bloco Cacique de Ramos conquistou o Brasil com seu samba da melhor qualidade, os fundos dos quintais continuam movimentados, atraindo quem não é doente do pé para. Grupo surgido em 2005 em Vila Isabel, bairro carioca que foi o berço do bamba Noel Rosa (1910 - 1937), ícone do seminal samba dos anos 1930, Arruda replanta sementes colhidas nos melhores quintais do Rio de Janeiro (RJ) em seu primeiro álbum, lançado de forma independente neste mês de abril de 2014. Amigos criados na Vila de Noel que deu nome a Martinho José Ferreira a partir do fim dos anos 1960, Armandinho do Cavaco (cavaquinho e voz), Bubba (percussão), Fabão (surdo),  Gustavo Palmito (repique de mão), Marcelinho (tantan), Nego Josy (voz e pandeiro), Popó (percussão) e Vitor Budoia (violão) se juntam à vocalista Maria Menezes - cantora fluminense projetada no circuito de samba da Lapa - para apresentar repertório essencialmente inédito que inclui músicas de autoria do próprio grupo como Arriba saia (Nego Josy, Armandinho do Cavaco e Jorgynho Chinna) - um dos sambas mais animados do repertório - e Guerreiros do bem (Nego Josy, Armandinho do Cavaco e Márcio Braz), tema que abre o disco com o alto astral que caracteriza o repertório do CD Arruda, produzido por Milton Manhães com arranjos de Ivan Paulo (maestro do próximo DVD de Beth Carvalho). A única regravação é Corrente do samba (Altay Veloso e Paulo César Feital, 2000), música lançada pela cantora Leny Andrade, em tom mais jazzístico, no irregular CD em que deu sua privilegiada voz ao repertório de Altay Veloso. Mesmo quando canta sambas românticos, como Loucuras de amor (Xande de Pilares e Helinho do Salgueiro) e o bonito Bem te vi (Claudinho Guimarães), Arruda evita o melodrama sem cair na trivialidade do diluído gênero rotulado como pagode romântico. Autorreferente em Batucada do Arruda (Jorgynho Chinna), o grupo alinha no disco um repertório de bom nível que também destaca Estamos aê (Rafael de Moraes e Bill Rait), Meu samba não perde o compasso (Moisés Santiago e Marcus do Cavaco) - partido de alta qualidade -  e Remetente Nordeste (Tom Dias), tema que sobressai no CD Arruda pelos toques de música nordestina inseridos no quintal do grupo. Enfim, 85 anos após o aparecimento de Noel, Vila Isabel continua dando bom samba. A semente plantada pelo Arruda em seu álbum merece germinar, já que o grupo carioca fortalece a corrente do samba.

7 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Embora sem a força mercadológica evidenciada nos anos 1980, década em que a geração diplomada na escola informal da quadra do bloco Cacique de Ramos conquistou o Brasil com seu samba da melhor qualidade, os fundos dos quintais continuam movimentados, atraindo quem não é doente do pé para. Grupo surgido em 2005 em Vila Isabel, bairro carioca que foi o berço do bamba Noel Rosa (1910 - 1937), ícone do seminal samba dos anos 1930, Arruda replanta sementes colhidas nos melhores quintais do Rio de Janeiro (RJ) em seu primeiro álbum, lançado de forma independente neste mês de abril de 2014. Amigos criados na Vila de Noel que deu nome a Martinho José Ferreira a partir do fim dos anos 1960, Armandinho do Cavaco (cavaquinho e voz), Bubba (percussão), Fabão (surdo), Gustavo Palmito (repique de mão), Marcelinho (tantan), Nego Josy (voz e pandeiro), Popó (percussão) e Vitor Budoia (violão) se juntam à vocalista Maria Menezes - cantora fluminense projetada no circuito de samba da Lapa - para apresentar repertório essencialmente inédito que inclui músicas de autoria do próprio grupo como Arriba saia (Nego Josy, Armandinho do Cavaco e Jorgynho Chinna) - um dos sambas mais animados do repertório - e Guerreiros do bem (Nego Josy, Armandinho do Cavaco e Márcio Braz), tema que abre o disco com o alto astral que caracteriza o repertório do CD Arruda. A única regravação é Corrente do samba (Altay Veloso e Paulo César Feital, 2000), música lançada pela cantora Leny Andrade, em tom mais jazzístico, no irregular álbum em que deu sua privilegiada voz ao repertório de Altay Veloso. Mesmo quando canta sambas românticos, como Loucuras de amor (Xande de Pilares e Helinho do Salgueiro) e o bonito Bem te vi (Claudinho Guimarães), Arruda evita o melodrama sem cair na trivialidade do diluído gênero rotulado como pagode romântico. Autorreferente em Batucada do Arruda (Jorgynho Chinna), o grupo alinha no disco um repertório de bom nível que também destaca Estamos aê (Rafael de Moraes e Bill Rait), Meu samba não perde o compasso (Moisés Santiago e Marcus do Cavaco) - partido de alta qualidade - e Remetente Nordeste (Tom Dias), tema que sobressai no CD Arruda pelos toques de música nordestina inseridos no quintal do grupo. Enfim, 85 anos após o aparecimento de Noel, Vila Isabel continua dando bom samba. A semente plantada pelo Arruda em seu álbum merece germinar, já que o grupo carioca fortalece a corrente do samba.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Mauro sabe onde podemos encontrar esse disco? Abracos..

Mauro Ferreira disse...

Não, Rodrigo, não sei onde o disco pode ser adquirido. Abs, MauroF

Anônimo disse...

Nas Bancas Lobianco no Centro do Rio, os endereços são Avenida 13 de maio 13 e 33 e Avenida Nilo Peçanha 50.

Anônimo disse...

Os cds estão sendo vendidos nas Bancas Lobianco, nos endereços Avenida 13 de maio n°13 e n° 33 e Avenida Nilo Peçanha n° 50.

Anônimo disse...

Nas Bancas Lobianco no Centro do Rio, os endereços são Avenida 13 de maio 13 e 33 e Avenida Nilo Peçanha 50.