Mauro Ferreira no G1

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sábado, 12 de abril de 2014

'Candeia branca' ilumina canto eficaz de Luciana Rabello no tom do Brasil

Resenha de CD
Título: Candeia branca
Artista: Luciana Rabello
Gravadora: Acari Records
Cotação: * * *

Compositora e cavaquinista carioca, Luciana Rabello se assume cantora em seu segundo álbum autoral. Candeia branca ilumina o canto eficaz da artista, que dá sua voz pequena - mas sempre colocada de forma correta - a repertório formado por 14 músicas da lavra de Rabello. Treze são parcerias com o compositor e poeta carioca Paulo César Pinheiro, marido da artista. A exceção é Teu amor, samba-choro assinado somente pela compositora. O samba dá o tom brasileiro do disco, seja na cadência serena da composição que abre o CD produzido por Maurício Carrilho com a própria Luciana Rabello, De onde veio o samba, seja na pegada afro de Canto guerreiro - tema de inevitável associação com os afro-sambas de Baden Powell (1937 - 2000) e Vinicius de Moraes (1913 - 1980) - ou mesmo no instrumental típico do choro que adorna Em cada mágoa existe um samba. Sambas em tons menores, como o íntimo Luz fria, iluminam uma produção autoral que, mesmo sem jamais empolgar, se revela de bom nível. Há beleza atemporal em composições como Sem pedir licença. Fora da roda do samba e do choro (gênero ao qual Luciana Rabello se devota há 37 anos e que está entranhando na atmosfera musical do CD), o disco passeia por ritmos como maculelê (Seu Catirino, destaque da safra autoral), baião (Queda de braço) e ciranda (Candeia branca, a música-título do álbum editado pela gravadora carioca Acari Records). Flor d'água desabrocha no tom doce e profundo da voz do convidado Dori Caymmi, um dos parceiros mais fiéis de Paulo César Pinheiro. Única música já gravada da safra essencialmente inédita do CD, Estigma já tem registro da cantora Amelia Rabello (irmã de Luciana), feito no álbum A delicadeza que vem desses sons (Acari Records, 2011). Delicados, aliás, também são os familiares sons ouvidos em Candeia branca. Luciana Rabello está em casa quando transita pelo samba como se estivesse em roda de choro.

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Compositora e cavaquinista carioca, Luciana Rabello se assume cantora em seu segundo álbum autoral. Candeia branca ilumina o canto eficaz da artista, que dá sua voz pequena - mas sempre colocada de forma correta - a repertório formado por 14 músicas da lavra de Rabello. Treze são parcerias com o compositor e poeta carioca Paulo César Pinheiro, marido da artista. A exceção é Teu amor, samba-choro assinado somente pela compositora. O samba dá o tom brasileiro do disco, seja na cadência serena da composição que abre o CD produzido por Maurício Carrilho com a própria Luciana Rabello, De onde veio o samba, seja na pegada afro de Canto guerreiro - tema de inevitável associação com os afro-sambas de Baden Powell (1937 - 2000) e Vinicius de Moraes (1913 - 2000) - ou mesmo no instrumental típico do choro que adorna Em cada mágoa existe um samba. Sambas em tons menores, como o íntimo Luz fria, iluminam uma produção autoral que, mesmo sem jamais empolgar, se revela de bom nível. Há beleza atemporal em composições como Sem pedir licença. Fora da roda do samba e do choro (gênero ao qual Luciana Rabello se devota há 37 anos e que está entranhando na atmosfera musical do CD), o disco passeia por ritmos como maculelê (Seu Catirino, destaque da safra autoral), baião (Queda de braço) e ciranda (Candeia branca, a música-título do álbum editado pela gravadora carioca Acari Records). Flor d'água desabrocha no tom doce e profundo da voz do convidado Dori Caymmi, um dos parceiros mais fiéis de Paulo César Pinheiro. Única música já gravada da safra essencialmente inédita do CD, Estigma já tem registro da cantora Amelia Rabello (irmã de Luciana), feito no álbum A delicadeza que vem desses sons (Acari Records, 2011). Delicados, aliás, também são os familiares sons ouvidos em Candeia branca. Luciana Rabello está em casa quando transita pelo samba como se estivesse em roda de choro.

Unknown disse...

Prezado Mauro, erro de digitação na data da morte de Vinicius! Parabéns pelo blog. Acompanhando sempre. Abs!

Mauro Ferreira disse...

Obrigado, Carol, pelo toque do erro de digitação, já corrigido. Abs, MauroF