Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 24 de março de 2014

Fiel ao pop de pista, Kylie só pensa naquilo no seu álbum 'Kiss me once'

Resenha de CD
Título: Kiss me once
Artista: Kylie Minogue
Gravadora: Parlophone Records / Warner Music
Cotação: * * *

Kylie Minogue só pensa naquilo. A expressão da artista australiana na foto de seu 12º álbum de estúdio - Kiss me once, lançado neste mês de março de 2014 em edição da Parlophone Records distribuída em escala mundial pela Warner Music - está em sintonia com o tom de um disco que alinha no seu repertório músicas intituladas Sexercize (Sia Furler, Marcus Lomax, Clarence Coffee, Jordan Johnson e Stefan Johnson), Sexy love (Wayne Hector, Autumn Rowe, Peter Wallevik, Mich Hedin Hansen e Daniel Davidsen) e Les sex (Amanda Warner, Peter Wade Keusch e JD Walker), para citar apenas as faixas de teor mais explícito. Sucessor de Aphrodite (2010), Kiss me once mantém a cantora na pista. Em essência, o álbum - o primeiro gravado por Kylie desde que a carreira da cantora passou a ser gerenciada pela empresa Roc Nation - gravita em torno do pop dance, sem grandes variações ou ousadias. Dentro desse universo, Into the blue (Kelly Sheehan, Mike Del Rio e Jacob Kasher) e a música-título Kiss me once (Sia Furler e Jesse Shatkin) se impõem com os destaques do repertório pela sedutora batida pop, pela melodia, pelo refrão, enfim, pelo conjunto das obras. Por falar em refrão, o de Million miles (Chelcee Grimes, Peter Wallevik, Mich Hedin Hansen e Daniel Davidsen) também se revela poderoso. Mas sem diluir a impressão de que Kiss me once é álbum até certo ponto previsível. Nem a conexão de Kylie com o produtor do momento - Pharrell Williams, compositor e mentor da faixa I was gonna cancel, de toque retrô - altera tal sensação. Com ecos das pistas dos anos 1980 e 1990, Kiss me once parece seguir tão somente uma receita. Que inclui, claro, uma balada, Beautiful (Enrique Iglesias e Mark Taylor), tema de bom apelo gravada por Kylie em dueto com o cantor espanhol Enrique Iglesias, coautor do tema. Enfim, Kylie está de novo na pista. Pena que com um som genérico, sintético como o tom da canção Feels so good (Tom Aspual e MNEK). Sim, Kiss me once tem lá seus momentos, mas falta coesão ao álbum.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Kylie Minogue só pensa naquilo. A expressão da artista australiana na foto de seu 12º álbum de estúdio - Kiss me once, lançado neste mês de março de 2014 em edição da Parlophone Records distribuída em escala mundial pela Warner Music - está em sintonia com o tom de um disco que alinha no seu repertório músicas intituladas Sexercize (Sia Furler, Marcus Lomax, Clarence Coffee, Jordan Johnson e Stefan Johnson), Sexy love (Wayne Hector, Autumn Rowe, Peter Wallevik, Mich Hedin Hansen e Daniel Davidsen) e Les sex (Amanda Warner, Peter Wade Keusch e JD Walker), para citar apenas as faixas de teor mais explícito. Sucessor de Aphrodite (2010), Kiss me once mantém a cantora na pista. Em essência, o álbum - o primeiro gravado por Kylie desde que a carreira da cantora passou a ser gerenciada pela empresa Roc Nation - gravita em torno do pop dance, sem grandes variações ou ousadias. Dentro desse universo, Into the blue (Kelly Sheehan, Mike Del Rio e Jacob Kasher) e a música-título Kiss me once (Sia Furler e Jesse Shatkin) se impõem com os destaques do repertório pela sedutora batida pop, pela melodia, pelo refrão, enfim, pelo conjunto das obras. Por falar em refrão, o de Million miles (Chelcee Grimes, Peter Wallevik, Mich Hedin Hansen e Daniel Davidsen) também se revela poderoso. Mas sem diluir a impressão de que Kiss me once é álbum até certo ponto previsível. Nem a conexão de Kylie com o produtor do momento - Pharrell Williams, compositor e mentor da faixa I was gonna cancel, de toque retrô - altera tal sensação. Com ecos das pistas dos anos 1980 e 1990, Kiss me once parece seguir tão somente uma receita. Que inclui, claro, uma balada, Beautiful (Enrique Iglesias e Mark Taylor), tema de bom apelo gravada por Kylie em dueto com o cantor espanhol Enrique Iglesias, coautor do tema. Enfim, Kylie está de novo na pista. Pena que com um som genérico, sintético como o tom da canção Feels so good (Tom Aspual e MNEK). Sim, Kiss me once tem lá seus momentos, mas falta coesão ao álbum.