Mauro Ferreira no G1

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sábado, 5 de janeiro de 2013

Sem perder a bossa, Krall segue trilha de cabaré retrô em 'Glad rag doll'

Resenha de CD
Título: Glad rag doll
Artista: Diana Krall
Gravadora: Verve / Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Glad rag doll representa salutar ruptura na discografia de Diana Krall. Em seu 10º álbum de estúdio, a cantora, compositora e pianista canadense rompe com a fórmula que pautava seus CDs de pop jazz, gravados com um toque quase invariável de Bossa Nova. Em Glad rag doll, o universo musical é outro. Guiada pelo produtor T Bone Burnett, especialista em desencavar as raízes da música norte-americana, Krall segue a trilha sonora retrô de um cabaré dos anos 20 e 30. É dessas décadas que vem a quase totalidade do repertório gravado pela cantora em tom vintage, com músicos como o guitarrista Marc Ribot, o baixista Dennis Crouch, o baterista Jay Bellerose e o tecladista Keefus Green. Glad rag doll mixa country, blues e até jazz em clima eventualmente dançante sem ser exatamente um álbum de jazz - pelo menos tal como o jazz é entendido pelos admiradores da artista. E, justiça seja feita, Krall jamais perde a bossa, necessária para encarar um charleston como There ain't no sweet man that's worth the salt of my tears (Fred Fisher) e um tema do porte do pop jazz We just couldn't say goodbye (Harry Woods). A canção Prairie lullaby (Billy Hill), a balada-título Glad rag doll (Milton Ager, Dan Dougherty e Jack Yellen) - pérola de 1929, lapidada por Krall em tom minimalista com a guitarra de Marc Ribot - e a bela canção Let it rain (James Kendis e Hal Dyson) são boas faixas ambientadas em clima de maior intimidade que se ajustam bem ao canto requintado de Krall. Falta, todavia, alma à cantora para encarar um blues como I'm a little mixed up (Betty James e Eddie Johnson). Em contrapartida, a grande familiaridade do produtor T Bone Burnett com o universo country mais tradicional fica evidente na embalagem de Wide river to cross (Buddy Miller e Jullie Miller). Enfim, Glad rag doll é passo ousado - e acertado - que areja discografia que, embora bem refinada, precisava justamente de outros ares. Vale ouvir a Diana Krall retrô.

5 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Glad rag doll representa salutar ruptura na discografia de Diana Krall. Em seu 10º álbum de estúdio, a cantora, compositora e pianista canadense rompe com a fórmula que pautava seus CDs de pop jazz, gravados com um toque quase invariável de Bossa Nova. Em Glad rag doll, o universo musical é outro. Guiada pelo produtor T Bone Burnett, especialista em desencavar as raízes da música norte-americana, Krall segue a trilha sonora retrô de um cabaré dos anos 20 e 30. É dessas décadas que vem a quase totalidade do repertório gravado pela cantora em tom vintage, com músicos como o guitarrista Marc Ribot, o baixista Dennis Crouch, o baterista Jay Bellerose e o tecladista Keefus Green. Glad rag doll mixa country, blues e até jazz em clima eventualmente dançante sem ser exatamente um álbum de jazz - pelo menos tal como o jazz é entendido pelos admiradores da artista. E, justiça seja feita, Krall jamais perde a bossa, necessária para encarar um charleston como There ain't no sweet man that's worth the salt of my tears (Fred Fisher) e um tema do porte do pop jazz We just couldn't say goodbye (Harry Woods). A canção Prairie lullaby (Billy Hill), a balada-título Glad rag doll (Milton Ager, Dan Dougherty e Jack Yellen) - pérola de 1929, lapidada por Krall em tom minimalista com a guitarra de Marc Ribot - e a bela canção Let it rain (James Kendis e Hal Dyson) são boas faixas ambientadas em clima de maior intimidade que se ajustam bem ao canto requintado de Krall. Falta, todavia, alma à cantora para encarar um blues como I'm a little mixed up (Betty James e Eddie Johnson). Em contrapartida, a grande familiaridade do produtor T Bone Burnett com o universo country mais tradicional fica evidente na embalagem de Wide river to cross (Buddy Miller e Jullie Miller). Enfim, Glad rag doll é passo ousado - e acertado - que areja discografia que, embora bem refinada, precisava justamente de outros ares. Vale ouvir a Diana Krall retrô.

Maria disse...

Ainda não ouvi esse disco de Diana.
Adoro ela! a voz, e o repertório irei conferir.

Dan Peder disse...

Modinha fazer disco com sonoridade retrô.

Unknown disse...

Ela precisava de outros ares, mas eu não gostei deste disco, comprei e ficou encostado.

Rafael disse...

Ainda não ouvi o disco, mas gosto muito da capa!